quinta-feira, 27 de maio de 2010

Cada um no seu quadrado

Herdamos uma história em que o Bom é quem ajuda a todos; ou seja, incorporando Deus; tem que ser Deus Onipotente porque nem Jesus, nem Buda, nem Gandhi, nem o Dalai Lama ajudam a todos.
Quanta prepotência inútil ......e de onde será que herdamos essa crença. Com certeza ouvimos muito na infância que mamãe , papai , vovó , professora, vizinhos, tios vão gostar gostar mais de nós quando
formos bonzinhos, ou seja: ajudarmos todos, concordarmos com tudo e obedecermos a tudo que for a crença deles....!!!!! ou seja: esquecer da nossa história e viver a história do outro.
Assim aprendemos é bom entrar no quadrado dos outros e tentar resolver suas dificuldades...!!! e aí de mim se não fizer isso, que culpa!!!!!
Como será na verdade?
Entrar na história do outro e procurar atalhos interfere no seu amadurecimento; a natureza não dá saltos, dá um passo de cada vez.
A maior lição de humildade é permitir que o outro aprenda e faça mais mudanças no seu tempo; generosidade é apoiar a experiência de que sofre através da alegria, esperança, incentivo, positividade.

A maior ajuda que podemos dar é o nosso exemplo de uma vida coerente com respeito.
Não temos solução para todas as dores do mundo porque nem ao menos sabemos de onde viemos, para onde vamos e qual o sentido de tudo isso. Quem nos pôs aqui é quem sabe.

Cuidar de si mesmo procurando cada vez mais lucidez( se aproximar da realidade) e bondade(não julgar) é a melhor forma de ajudar a TODOS.
Permitir que as pessoas passem por suas dificuldades em paz é permitir que façam seu aprendizado significativamente.

Não apresse nem se deixe apressar – cada um que cuide de seu quadrado, não somos responsáveis pelas dívidas do vizinhos, somos apenas amigos.

Mas não é fácil ser testemunha das dificuldades à volta. Me lembro do comentário de um Lama Tibetano,
um “santo” monge idoso – Lama Lawan:”vocês não imaginam como é difícil vê-los chorar sentados
num monte de ouro e aguardar pacientemente até que se dêem conta onde estão”.

Assim... às vezes estamos no lugar do Mestre como observador e em outras chorando na ignorância.

Faça tanto quanto você possa ....depois de ter cuidado de você, da sua vida e de sua família.

Como sempre, depende principalmente do nosso esforço pessoal fazer acontecer as mudanças na vida

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Dá um tempo !

O jogo de futebol tem intervalo.
O farol tem o amarelo.
O técnico pede um tempo para reorientar a equipe.
Entre a inspiração e a expiração há uma leve parada.
O sono é a parada entre os dias.
A própria vida é um intervalo na existência.
O intervalo do silêncio faz parte da música.
As férias são a parada entre as atividades.

Dar um tempo faz parte faz parte da sanidade. Porque é o momento de tomar fôlego novo, acalmar, retomar a motivação e avaliar o caminho.

Na pressa de enriquecer e de chegar primeiro, de preencher a carência e a solidão, na busca por um sentido e uma explicação .... As paradas no tempo ficam pra depois.

Depois quando?

Dar um tempo pra si e para respeitar o movimento do outro faz parte da “viagem”.

Dar um tempo pra não fazer nada e se ouvir, ouvir a natureza, os barulhos da cidade, ouvir o silêncio.
Um dos exercícios do Budismo é ouvir os sinos e sentir os sinos para ter a sensação da vacuidade – da existência interdependente.

Dar um tempo é meditar, dirigir a mente para a calma.
Cada um no seu tempo e todos no mesmo tempo.
Dar um tempo é arriscar viver coisas novas e transgredir a mesmice.

Acreditando nessa filosofia, um grupo de amigos, aqui em Santos, dá inicio em julho a um projeto chamado “Dá um tempo”.
A proposta desse projeto é unir através de eventos culturais, interessados em vivenciar essa sensação de, por um tempo, desacelerar nosso ritmo de vida contemporâneo, e recuperar a sanidade.
Utilizando vertentes suaves da música eletrônica, exposições e intervenções artísticas, um ambiente favorável ao bem estar convidará os participantes a acalmar a mente e avaliar novos caminhos.
A intenção é estimular a união de forças, dando abertura para discussões de temas e a construção de projetos que visem à melhoria da qualidade de vida em diversos âmbitos das necessidades humanas.

Em breve estará disponível o blog do projeto. Por enquanto, quem tiver interesse em participar dos eventos, colaborar com idéias e trabalhos ou receber informações adicionais entre em contato através do e-mail projeto.daumtempo@gmail.com

sábado, 15 de maio de 2010

O poder dos medos

O Poder dos medos

Os medos nascem com os sustos: na primeira vez que o elevador parou no meio do caminho aconteceu um susto e então...
é possível que
a cada nova “viagem” de elevador surja o medo de uma nova parada imprevista. Esse medo pode se transformar num medinho,
num pânico ou se diluir.
Às vezes cultivamos medos a partir de experiências de outras pessoas, ou seja, quase uma loucura: se assustar
com o susto do outro!!!!!!

Sentir medo é natural e humano; quem não sente medo ou está mentindo ou é doente. A pessoa sem medo pode ser até perigosa
porque perdeu a empatia e a previsão das consequências.

O medo faz parte da responsabilidade.
O medo é sempre de um fracasso e da punição por esse fracasso.

Sentimos mais ou menos medo e.... tudo bem sentir medo.

Medo de perder o controle
Medo de passar a vitória para o dasafeto
Medo das raivas e culpas
Medo da liberdade
Medo da responsabilidade
Medo da opinião dos outros
Medo da solidão
Medo do abandono
Medo da morte, da velhice e da doença
Medo das dúvidas
Medo do inesperado
Etc
Etc
Etc

O que atrapalha é permitir que os medos tenham tanto poder que boicotem as oportunidades de ter alegria e descobrir
novas possibilidades evitando mudanças, descobertas, desafios .

Os medos são armadilhas desconcertantes mas também podem ser Mestres para ensinar a valentia e incentivar a agir.

Para iniciar a virada:
Relembrar os momentos de vitórias e superações ajuda a não ter medo de sentir medo.
Enfrente o medo; e se não der certo é só recomeçar de outra forma: não estamos num tribunal, num palanque, num pódio -
estamos num treinamento e enganar-se faz parte de aprender.

Enquanto você tenta enfrentar teus medos você apóia também o esforço dos outros a enfrentar seus medos.
Com os medos “domados” somos mais confiantes e amigos.

Não permita que os medos destruam a possibilidade dos sucessos.


Como sempre, depende principalmente do nosso esforço pessoal fazer acontecer as mudanças na vida