quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Por inspiração na carta do Gugu




Foi divulgada pela mídia após a morte do apresentador Gugu uma carta de autorização da doação de órgãos; uma quase premonição que sua morte ocorreria de uma forma em que seria ainda possível a utilização de órgãos.
Você pode ou não ter seguido a carreira dele, pode ter gostado ou não de suas apresentações, mas inegavelmente essa última vontade atribuída a ele traz uma reflexão importante:

Segundo informações da assessoria de imprensa, os parentes leram um texto escrito em primeira pessoa assinado pelo apresentador. Na mensagem, eles disseram: "Deus em sua infinita bondade nos dá a oportunidade da vida. Vivi minha jornada na Terra seguindo os ensinamentos que recebi de meus pais, Augusto e Maria do Céu. Com eles aprendi a importância de olhar para o próximo com amor e fraternidade"....
"Agora eu sigo adiante por um caminho que me levará mais próximo ao Pai. E neste momento quero praticar os ensinamentos do mestre Jesus. Assim como ele compartilhou o pão com os seus, eu compartilho meu corpo com aqueles que necessitam de uma nova oportunidade de viver.
Aos meus familiares eu agradeço por terem realizado a minha vontade. Tenham certeza de que, a partir de agora, eu estarei batendo em muitos outros corações e compartilhando minha vida com outros irmãos. Que eu seja um instrumento de amor, oportunidade e de luz. Gugu", diz a carta.
50 pessoas estão sendo beneficiadas.

sexta-feira, 22 de novembro de 2019

Sobre alma Imoral

Dia 21 desta semana, o rabino Nilton Bonder apresentou no SESC Santos o documentário “Alma Imoral”*, inspirado no seu livro com o mesmo título.. Você pode encontrar também como série no NOW
.
A essência do tema é a dualidade ente ceder ou transgredir (no bom sentido). Imoral no sentido de transgressão, de buscar o novo.
Teus momentos de avanço no caminho, se você prestar atenção, foram fruto da transgressão; momentos em que você saiu do comodismo, da zona de conforto, da caixinha e arriscou uma nova escolha.
No mesmo olhar do historiador Yuval Harari**, Bonder comenta sobre a necessidade de aprofundar o autoconhecimento para tentar evitar ser manipulado pelas seduções e surpresas tecnológicas, algoritmos, redes, inteligência artificial e outros “jogos”.
Bonder usou até a ideia de ter o hábito de sermos auditores rigorosos de nós mesmos.
Auditores dos medos e das ameaças.
Auditores das raivas e das pessoas que nos provocam.
Auditores da baixa autoestima e das pessoas com quem nos sentimos traídos.
Auditores das máscaras que usamos, do que escondemos e para quem fazemos isso
Auditores dos preconceitos que nos isolam e nos deixam intolerantes.
Para que os impulsos sejam reconhecidos e não nos lancem a escolhas equivocadas.


*O documentário faz uma abordagem política do tema, o livro, a filosofia e a peça, a psicológica.

**escritor, entre outros,de “Sapiens”, “21 Lições para o século XXI”



quinta-feira, 7 de novembro de 2019

Medo de perder




“Medo de perder é a melhor forma de não ganhar”
Ouvi essa frase da esgrimista brasileira Nathalie Moellhausen que ganhou este ano a primeira medalha de ouro no Campeonato Mundial de Esgrima na Hungria.
Porque o medo paralisa e depois vem o medo de sentir medo, e aí vêm as desculpas.
O medo de perder, de se decepcionar, de decepcionar outros.

Qual é o problema de perder?
Tente de novo.
No retiro de Kalachacra com Lama Gangchen depois de ter “jurado” vários votos, eu e as colegas começamos a ficar assustadas com tantas promessas que não conseguiríamos cumprir.
Qual seria o “castigo” ou penitência?.
No dia seguinte, com humildade e vergonha, fui perguntar o que iria acontecer.
Ele, rindo muito do meu nervosismo respondeu: quando não conseguir respeitar os votos, tente de novo. Simples assim.
Ganhar, perder, ganhar, perder...faz parte do jogo. Simples assim.


Esgrima é uma modalidade elegante de esporte em que o próprio perdedor, usando a expressão “touché”, se entrega avisando que foi atingido.
 Simples assim, sem vergonha de perder; sem medo de perder e até ganhar.