domingo, 27 de junho de 2010

E quando alcançar as metas?

Entre os comentários pela morte do interessante escritor português José Saramago na semana passada, foi publicada sua fala sobre quando ganhou o prêmio Nobel de Literatura em 1998:

"Estava no aeroporto prestes a embarcar quando chegou a notícia de que tinha ganho o Prêmio Nobel. Houve um momento de alegria, os meus editores de Madrid, que estavam comigo, abraçaram-me. Depois encaminhei-me na direção da saída e, por mais estranho que pareça, era um corredor muito comprido e deserto. Eu com a minha malinha de mão, com a minha gabardina no braço, passei de repente da alegria enormíssima da notícia que tinha recebido, para a solidão mais completa. Naquele momento a sensação que tive, claro que eu dava por mim numa grande alegria, era uma espécie de serenidade: pronto aconteceu", afirmou o escritor sobre o prêmio.

Metas alcançadas - provas, casamento, festas, chegadas e partidas, defesa de teses, conquistas,viagens etc..., então: o esforço para a conquista diminui consideravelmente, essa “reduzida” junto com o alívio da ansiedade, mais a alegria do sucesso e a expectativa da comemoração
provocam uma resposta de proteção e defesa que se assemelha a um vácuo de descanso – “o descanso do guerreiro”.
É uma sensação de estranhamento que até parece depressão.
Por que será confundimos depressão, solidão, descanso e serenidade ?
Talvez porque aprendemos que para ter uma existência significativa ela precisa ser bem movimentada ....
Talvez por ser a serenidade, uma sensação bastante pessoal e que não dá para ser compartilhada.

Serenidade é muito bom..... um profundo encontro consigo mesmo.
Aproveitar , curtir e valorizar esses momentos é bastante sábio.

Como sempre, depende principalmente do nosso esforço pessoal fazer acontecer as mudanças na vida

terça-feira, 15 de junho de 2010

E se eu ficar por último?

Comumente dá uma sensação bastante ruim pensar em ficar por último; perder as primeiras posições por incompetência,
por preguiça, por distração, por enganos, por deficiências e até por vergonha.
Mas será que isso é real ?
Onde está determinado que temos que chegar em primeiro lugar? Quem determinou isso?
Onde está prometido que o primeiro lugar vai garantir a felicidade?

Diz-se em culturas orientais que o troféu de vencedor é um prêmio de consolação já que não há mais o que aprender;
as demais colocações pedem mais aprendizado.......é uma idéia diferente e até engraçada. Essa colocação está ligada à idéia
que a vida é um permanente aprendizado.

O que será que está por trás de se cobiçar ganhar a frente?
Parece que vencer implica em encarar a vida como uma competição e as outras pessoas como rivais; até nos trabalhos em equipe
essa idéia fica por debaixo do pano.

Um dos treinamentos no Budismo é aprender entregar o troféu ao inimigo....sem rancor.

O “Ser 5 estrelas” e reconhecido(a) no podium deve ser:

o(a) mais popular, muito bem sucedido(a) financeiramente, o(a) mais paciente,
o(a) mais capaz, o(a) mais valente, o(a) mais esperto, o(a) mais querido etc. etc.

Existe também o prazer do podium do maior sofredor.....!!!! competições de desgraças:
o assalto mais assustador,
a doença mais grave, o parente mais complicado,
a morte mais inesperada,
o pior desemprego, e a pior dívida, a maior dúvida etc.etc..

Abandonar esses “tem que” promove um imenso alívio; mesmo porque existe uma grande dúvida de que
seremos recompensados devidamente. E recompensado por quem?quando? Com o que ?
Parece que o primeiro lugar apenas lustra a vaidade;
e?????????????
e nada; a vida continua no dia seguinte com todos seus desafios .

....Damos muito ”IBOPE” aos esforços que fazemos! Gostamos de um drama ( por isso as novelas têm repercussão).

Sentir-se confortável na vida com certeza está vinculado a dissolver os dramas dos sofrimentos e dos sucessos.

Ganhar prêmios é divertido mas não é o mais importante; prêmios são brinquedos, importante são as relações.

E mais importante ainda é sentir a consciência em paz.

Um pensador da idade média, Rushi, sugere que recebamos tudo na vida com simplicidade:
sofrimentos e sucessos.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Ai...que preguiça!

A preguiça é uma companheira danada porque usa vários disfarces.
Um exercício interessante é tentar descobrir nas nossas queixas onde é que a preguiça está atrapalhando.

A preguiça aparece no mimo de pedir que os outros façam as coisas que porque somos merecedores e os outros têm obrigação de nos servir!!!!!!!!!
Dá pra marcar para o médico pra mim?
A preguiça aparece no mimo de não se sentir capaz sem mesmo tentar fazer.....
Dá para você colocar o carro na vaga ?
A preguiça aparece quando a baixa auto-estima aquece nosso lado incompetente e acreditamos que os outros sempre fazem melhor......
Costura pra mim a calça porque você sabe muito melhor!A preguiça aparece quando divulgamos que não dá tempo pra nada, que somos pessoas muito ocupadas???????
Infelizmente não deu pra ligar porque meu dia estava super ocupado!A preguiça aparece quando acreditamos que é até bom ser dependente.....
Ah! É tão bom você cuidar de mim !!!

A preguiça também aparece quando a depressão se aproxima e não encontramos coragem de encarar a realidade e procurar auxílio médico!
Só penso em dormir, acho que é esse tempo louco?A preguiça aparece quando estamos seqüestrados pela insatisfação, medos, magoas e reclamações....
Nem saio mais sozinha à noite porque o mundo está tão perigoso!!!!
A preguiça é na maioria das vezes uma atitude filhote do egoísmo de acreditar que somos a “última coca-cola do deserto”, “a última bolachinha recheada do pacote”, “uma ararinha azul em extinção” etc...pessoas especiais facilmente magoaveis a quem o mundo ao redor deve quase tudo.

A preguiça é inimiga ferrenha da liberdade, da alegria,da autonomia, do crescimento, de curtir a vida e construir um projeto de vida que faça a diferença na nossa história.
Somos fortes já que sobrevivemos e ultrapassamos até aqui inúmeras crises.

Agir na plenitude de nossas possibilidades é estimulante porque cumprimos a missão de ser verdadeiramente um humano participante do mundo contemporâneo. Como sempre, depende principalmente do nosso esforço pessoal fazer acontecer as mudanças na vida