domingo, 28 de novembro de 2010

o preço do segredo

Você já teve algum segredo?
E hoje? você ainda guarda algum segredo? Isso é teu ou de outra pessoa?
E qual a verdadeira finalidade de segurar essa informação?
Comumente os segredos são uma forma de proteção contra um sofrimento supostamente possível.
Na maior parte das vezes manter um segredo é pesado e incomodo porque é preciso cuidado especial para não se trair.

SS Dalai Lama costuma alertar: “ se for segredo não me conte porque vou falar
Ninguém merece ser enganado”.

Quando guardamos um segredo , pessoal ou de outros, estamos tentando poupar algo que acreditamos desastroso; seja um sofrimento pessoal, o sofrimento de alguém ou dissolução de uma crença ou opinião importante.
A verdadeira motivação por trás do segredo é ocultar informações para manipular a atitude dos outros, não é assim?!

Segredos fazem parte dos tipos de mentira.
Mentira é toda a atitude que tenta confundir os outros: omissão, deformação, manipulação, sedução,demagogia, exagero, vaidade, perfeccionismo, suspense, “recortes” no relato das histórias, preferências, segredos etc
.
A função da mentira é confundir a opinião para que os outros ajam exatamente como queremos; ou pelo menos é uma tentativa.

O medo do que possa acontecer é a mola principal dos segredos.
Medo de perder a importância, de não agradar; ou a vontade de ser mais importante, mais agradável.

No entanto lidar com a verdade é uma Arte e é diferente de ser cruel.
Ser verdadeiro é diferente de ser grosseiro; muitas vezes o que acreditamos ser verdade é
simplesmente uma preferência pessoal, uma opinião e é sempre só uma parte da história.
A questão costuma ser como, quando e com quem falar.

A verdade pode ser o caminho mais difícil mas é o único caminho que organiza.

e... que alívio quando não é preciso mais esconder !!!!!

A mentira escraviza.

A verdade liberta.

“faça em você a mudança que deseja para o mundo”, dizia Gandhi .


Somos os autores da nossa vida

Como sempre, depende principalmente do nosso esforço pessoal fazer acontecer as mudanças na vida

domingo, 21 de novembro de 2010

Consciência inconsciente

Durante suas palestras para a formação de Mestres , Phyllis Furumoto, psicóloga reconhecida como grã-Mestre do Reiki( escola Usui ShikiRyoho),
repassa o caminho das descobertas no caminho do auto-conhecimento.
Esse caminho é o caminho dos aprendizados na vida desde o nascimento e que vão proporcionando esclarecimento e mais conforto.
É um circuito que se repete a cada nova experiência e, manter esse ciclo que se expande a cada volta é sinal de inteligência.

Bem...esse deveria ser o caminho....para o entendimento das atitudes. Muitas vezes é mais cômodo parar na primeira etapa ou
acreditar em milagres, escolha que só adia a solução.

Na seqüência o circuito do conheimento:
inconsciência inconsciente (ignorância) –as ações são impulsivas atraídas por desejos imediatos ou instintos,
“eu quero, e pronto!” –
“não sei porque fiz isso”,
“não sei como isto aconteceu”

inconsciência consciente(pesquisa)– quando começamos a perceber a ignorância sobre nós mesmos e outros; quando a humildade fica nossa amiga.
“estou ouvindo e vendo só uma parte da história, aquela que interessa perceber”.
“só sei, que muito pouco sei”
“como será na verdade?”

Consciência consciente( falsa sabedoria): quando agimos com base só no que sabemos, na razão, no real, objetivamente.
“as escolhas têm que ser baseadas nas leis da ciência”
“intuição é engano”
“hoje o dinheiro é o deus ”
“importa é ser um vencedor”
“não faça papel de bobo, desconfie sempre”

Consciência inconsciente(coragem): quando conseguimos agir baseados na Fé, ou seja, na confiança que existe “algo” que funciona como uma teia
que une a tudo e a todos na história do Universo.
Um “Algo” que poderia ser uma mente sutil abrangente que promove a organização dos fenômenos.
“Algo” tão complexo e amplo que nossa mente ordinária nem consegue compreender, mas que
dá para ser sentido no nascimento de uma criança,
de um animal , de uma flor, na interdependência das histórias da natureza, no movimento dos astros, nas calamidades imprevisíveis,
nas descobertas .
Complexidade percebida pelos mistérios que envolvem o sentido do Universo.
Partindo da idéia que tudo está unido por essa teia “mágica”, idéia ensaiada pela teoria da rede de neutrinos e pela teoria das cordas,
o altruísmo é a forma mais razoável de convivência – a única forma de nutrir a rede e
não causar danos e interferências no conjunto e nortear as escolhas.
“ tudo está certo mesmo quando não compreendo o sentido”.
“a motivação altruísta é garantia do funcionamento da rede”
“aprender a fazer amizade com tudo”.
“todos, sem exceção, estamos tentando chegar na felicidade”
“na realidade, as fronteiras não existem, são só convenções”
“paciência sempre”

É assim que a consciência inconsciente se manifesta com bondade nas relações,
consciência guiada pelo afeto, pelo cuidado, pelo interesse e pela confiança.



Somos os autores da nossa vida

Como sempre, depende principalmente do nosso esforço pessoal fazer acontecer as mudanças na vida

domingo, 14 de novembro de 2010

PARA ENTENDER A MENTE

Nesta última semana, Sogyal Rinpoche, esteve com sua simpatia e bom humor em varias comunidades que estudam a Filosofia Budista na tradição Tibetana.
Em São Paulo reviu o texto de seu livro “O Livro do viver e morrer” e mais uma vez falou, entre outros temas, sobre a natureza da mente.
O texto desta semana parte de suas considerações.

Se felicidade e sofrimento, conforto e desconforto, passa pelas percepções da mente o mais interessante é compreender como ela se comporta.
As preferências , antipatias, desejos, simpatias, bom e ruim, correto e incorreto, quente e frio, longe e perto, rápido e devagar etc– tudo está na mente de cada um,
as sensações acontecem internamente, individualmente.
Às vezes nossas escolhas coincidem com outras pessoas, às vezes não. Cada cultura tem suas crenças, cada família pensa do seu jeito.

Então.....os atributos não pertencem à realidade externa; cada um tem seu filtro e através dele julga a os acontecimentos da vida.

Entre os tibetanos a mente ordinária, chamada SEM, é aquela que sofre, que discrimina, que sente a vida como separada do observador.
Essa é a mente que quer vingança, justiça, que sente raiva, cheia de pressa e urgências, que é refém da força dos medos, que quer ser importante, que tem medo da solidão,
que fica aprisionada pelo horror da pobreza, que se esconde pela vergonha, que se submete aos caprichos dos vícios e dos pequenos tiranos.
A mente ordinária é a dona da tua autoestima, ela dita como você vai se sentir – amada ou desamada, manipulação que é conseguida
porque SEM se nutre das ondas das emoções e é presa aos condicionamentos.

“os mestre comparam SEM à chama de uma vela diante de uma porta aberta, vulnerável a todos os ventos circunstanciais.
SEM é vacilante, instável, ávida, e se envolve infinitamente com as coisas dos outros; sua energia se consome projetando-se para o exteriro...
Sua estabilidade é falsa..,. SEM é desconfiada, especialista em truques e em jogos de engano”.

E existe a mente RIGPA , oculta dentro da mente ordinária. É uma consciência primordial, pura, é o conhecimento do conhecimento.
Sabemos de sua existência pelos momentos de paz, liberdade infinita, estabilidade e lucidez que à vezes tocamos.

Aparentemente é impossível alcançar e viver nesse estado. Esse estado de contato com RIGPA é chamado de mente de Buda.

Um exemplo dado por Sogyal Rinpoche :

Imagine uma jarra vazia. O espaço de dentro é o mesmo que o espaço fora; apenas frágeis paredes da jarra separam um do outro.
Nossa mente búdica está encerrada dentro das paredes da mente comum. Quando nos tornamos iluminados,
é como se a jarra se quebrasse em pedaços. O espaço interno se funde imediatamente com o espaço externo.
Eles de tornam um só: neste momento percebemos que nunca estiveram separados, nem foram diferentes: na verdade, foram sempre o mesmo.
..............................................
Nossa verdadeira natureza pode ser comparada ao céu, e a confusão, a mente ordinária às nuvens. Alguns dias o céu está obscurecido
por elas: quando estamos no chão olhando para o alto, é muito difícil acreditar que haja alguma coisa além de nuvens. Mas é só estarmos num
avião para descobrir lá em cima. A extensão ilimitada do límpido céu azul. E, vistas de lá, as nuvens que pensávamos ser tudo parecem tão
pequenas e longínquas lá embaixo.....

Devemos sempre nos lembrar: as nuvens não são o céu, e não “pertencem” a ele...nem muito menos o maculam.
Nossa natureza búdica é semelhante ao céu – aberta, livre de limites, natural, simples, longe até do conceito de pureza e impureza.
Essa natureza tem ainda uma qualidade que o céu não poderia ter, a radiante clareza da consciência – presente, sensível e vazia,
desnuda e desperta.”

Nossa mente búdica, nossa consciência absoluta, está vivendo temporariamente dentro da nossa mente ordinária,
que está usando um corpo e vivendo a história desta vida.

Ouvir o tocar de sinos e sentir seu eco, se perder no azul de um céu sem nuvens, é um exercício de liberdade
para tocar nossa mente búdica, e perceber sua presença em nós.


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Como sempre, depende principalmente do nosso esforço pessoal fazer acontecer as mudanças na vida

domingo, 7 de novembro de 2010

Quem roubou tua rosa?

“Na primeira noite eles se aproximam
roubam uma flor do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem : pisam as flores, matam nosso cão, e não dizemos nada.
Até que um dia o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a luz,
e, conhecendo o nosso medo arranca-nos a voz da garganta.
E já não dizemos nada.”

(Autoria de Eduardo Alves da Costa, poeta brasileiro comumente confundida como do poeta russo Vladimir Maiakovski)

Quando analisamos os sustos que passamos na vida:ameaças, perseguições, decepções, traições, enganos, frustrações, soluções enganosas,
doenças, depressões, seduções para a vaidade, separações, respostas impulsivas, agressões, personalidades fraudulentas, partidas e chegadas.....

Sempre que conseguimos tempo e capacidade para encarar os sustos calmamente,
descobrimos que no início apareceram sinais, vários sinais, e não demos o devido valor.

A vontade de ser feliz é tão grande que desconsideramos os perigos, entramos no auto-engano, super valorizamos a nossa capacidade de lidar com os desafios anunciados
e fazemos de conta que não estamos percebendo nada !!!!!!

E depois...só resta lidar com as conseqüências.

São os sofrimentos por escolha, sofrimentos escolhidos.
Será que já não basta os sofrimentos próprios desta novela que é a vida e que sempre acaba em despedidas?

Escolher sentir-se feliz, confortável na vida,passa por encarar cada acontecimentos sem drama e analisa-lo friamente.
Assumir riscos, baixar expectativas, se responsabilizar pelas escolhas e
colocar o foco no sentido da vida : fazer amizade consigo próprio, fazer amizade com tudo, fazer amizade com todos.

Esse caminho ,na proposta da filosofia budista, é o caminho para ir tentando aprender a reconhecer
a nossa natureza infinitamente livre e luminosa.

Cuidado com teu jardim, observe os sinais!!!!

Somos os autores da nossa vida
Como sempre, depende principalmente do nosso esforço pessoal fazer acontecer as mudanças na vida