segunda-feira, 30 de abril de 2012

No caminho para Abadiânia.....

Quando você estiver lendo, nós provavelmente já estaremos em Abadiânia – Goiás. E aqui e agora, como diria meu neto de 5 anos: começa a aventura !!!! Estou acompanhando uma senhora de 85 anos que está apenas m 5% de visão, na eminência de perder até isso. Com certeza, será uma experiência interessante pelos mistérios que envolvem o trabalho de João de Deus. Se você tiver curiosidade pode encontrar mais informações no seu site. A questão é que, na minha opinião, chamamos de milagre os fenômenos que não conseguimos explicar de forma racional através dos nossos parcos conhecimentos. Já ouvi falar do trabalho desse médium há vários anos, atendi clientes que foram até ele, mas nunca presenciei o que se chama de “cura”. Agora vou observar de perto, segundo me falam o lugar é lindo, organizado, as pessoas amistosas, acolhedoras, com visita de muitos estrangeiros além dos brasileiros interessados e carentes.... só isso já basta para mudar de paisagem e relaxar. Os ensinamentos budistas explicam que relaxando é possível criar espaço mais espaço na mente, e assim perceber as mudanças que são necessárias pra se transformar as situações, sejam situações emocionais, físicas ou sociais. Fora isso existe o mundo dos mistérios, e aí....bem na volta eu conto. Nas tradições budistas tibetanas é comum o incentivo a buscar um mestre, um professor ou “guru”. Para que? Não é exatamente para copiar seu modelo, não é para lhe passar o poder sobre nossas escolhas, não é para endeusá-lo. Até podemos admirar sua história, seu comportamento,mas respeito nem sempre implica em concordar. A missão do verdadeiro Mestre é apenas espelhar nossa mente, nossa inteligência básica para que percebamos nossos equívocos e possamos reconstruir com lucidez e bondade nossas atitudes. Por isso é comum encontrar novos mestres no nosso caminho; cada um vai proporcionar conhecer mais um pouco de nós mesmos. É então que vamos descobrindo, nos encontrando com nosso Mestre interno, que é o verdadeiro objetivo de ir em busca de um “guru”. Esse Mestre interno é nossa inteligência básica, que uma vez encontrada não nos abandonará jamais. Mestres podem ser pessoas, doenças, dificuldades, lugares ou situações, tudo e todos podem se transformar em nossos mestres, até os pequenos tiranos de nossa vida; é a forma com que olhamos para nossas experiências. Afinal, acredito que estamos aqui para expandir a consciência em benefício de todos os seres; me parece que Abadiânia será uma dessas experiências em que vou chegar mais perto do meu Mestre Interno. Até a volta..

terça-feira, 24 de abril de 2012

Só os ignorantes são felizes, será?

Essa frase eu ouvi da cantora Maysa e ouvi de varias outras pessoas em momentos difíceis de encarar a realidade. A justificativa é quanto mais se sabe mais se sente o perigo e a ansiedade e insegurança parecem devastadoras: o conhecimento sobre transmissão de doenças, contra-indicação de remédios, contaminação de alimentos, abusos, poluição, raios solares danosos, crimes, instabilidades financeiras, fraudes, corrupção ....e a lista continua. Ou ainda o outro ditado popular: “a ignorância é uma benção”, “ o que o olhos não vêem, o coração não sente”, “ mentira caridosa”, “omissão cúmplice”.... será mesmo ????? Mas será que não saber vai abater os sofrimentos; será que a ignorância realmente protege do sofrimento? Mais uma vez me vem a citação de Bel Cezar: só a verdade organiza, por mais difícil que seja, a verdade organiza, coloca as coisas nos seus devidos lugares e faz surgir a energia correta para o foco certo, EMBORA, nem sempre delicadamente. “A ignorância é um aturdimento com origem na preguiça de assumir a situação, preferir ignorar todo o histórico que o levou a essa situação. Querer apenas lidar com o momento presente e agarrar-se a ele. Nisso consiste o ignorar – recusar-se a voltar e repensar porque é muito doloroso e assustador. Ignorar que se ignora é uma benção no ponto de vista do ego.”Chögyam Trungpa O ego essa figura semeadora de medos e culpas que constrói armadilhas de sofrimento a cada dia. Essa figura que faz com nos sintamos especiais para as camadas inferiores ou superiores. O Ego, essa sombra que quer por tudo ficar no controle, nos submetendo aos impulsos. O conhecimento, a curiosidade, o interesse na busca por explicações desmascara o Ego, quebra suas resistências e dissolve os mecanismos de defesa. O conhecimento nos presenteia com a sabedoria de saber lidar com as coisas como elas são; apenas como elas são. No início a vida é a vida, com os anos amadurecendo já não se sabe o que é a vida, no final se entende que a vida.....a vida é simplesmente a vida.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Na janela com minha avó, eu "lia"....

Vivi minhas férias e feriados na infância e mocidade na casa de meus avós em Santos; os passeios eram nos diversos trajetos dos bondes, pelas igrejas, nos cinemas ; deles ainda me lembro dos odores, cores, sensações e descobertas a cada novo ano.

Mas havia mais um programa bem divertido: minha avó espanhola, não me lia histórias mas me levava para a janela, falava sobre os casarões e suas famílias ( que ainda existiam na av.Ana Costa, na av. Conselheiro Nebias e na orla da praia), os eventos luxuosos nos Cassinos e, na hora da saída dos cinemas, ela colocava um banquinho para eu subir, uma almofadinha vermelha no beiral da janela do apartamento para não machucar meus cotovelos e ia contando as histórias sobre as pessoas que passavam, relatava dramas, riquezas, mortes, amores, desamores, sucessos, fracassos e aí eu via a vida passar.

Há 50 anos ainda dava para conhecer a maioria das pessoas do bairro e da sociedade. Minha avó espanhola no seu portunhol contava as vidas com gentileza, sem criticas, sem fofocas, contava como um folhetim, como uma novela e em cada nova visita os novos capítulos.

Acredito até que, TALVEZ , dessa avó herdei o gosto cigano por jóias e o interesse por compreender a vida das pessoas e seus dramas.

50 anos passados, aprendendo com Budismo, descubro o benefício desse mesmo exercício, quando voltado para minha própria história.

Divirto-me me dividindo em duas:
Uma, a essência infinita da M Helena que observa do céu, com gentileza, a história de 61 anos da personagem finita M Helena neste planetinha. Como se fosse outra pessoa observando minha própria vida – SEM JULGAR, apenas coletando fatos, fotos, respostas e escolhas como uma repórter e fazendo assim com bondade:

_Hello Maria Helena, você está aí? O que você está sentindo nesse momento da história?o que você não estava percebendo nesse momento? Quais foram os sinais que você não notou?

Ser observador, por todos os lados das atitudes de você mesmo, obter uma consciência panorâmica, uma visão aérea de cada área, e de cada detalhe como diz Lama Chögyam Trungpa, observar como você faz as coisas oferece a compreensão do nosso caminho: como os fatos se entrelaçam e são, ao mesmo tempo, causas e resultados.

Essa atitude de observação, não é simplesmente uma mania de bisbilhotar, ela nos ensina a não repetir enganos ou repetir menos ou com menos gravidade e não se deixar enganar pelos impulsos e imaturidades.

Assim vou abrindo as cortinas das varias fases e descobrindo como a visão foi se transformando, como os medos foram mudando, como os sonhos foram sendo substituídos, como fui trocando de função.
Vou compreendendo, um pouco, porque as coisas foram aparecendo e desaparecendo e de que ferramentas fui me servindo.

E vou sentindo e acolhendo a vida passar em leves bolhas de sabão , chegando e partindo, inflando e estourando.

E vou tentando repetir com um sorriso: tudo está certo, mesmo que eu não entenda. Tudo está sendo solucionado. Tudo está passando.

Te convido também a brincar de observador de você, comece descrevendo sem interpretar o que está percebendo em cada fase, é bem divertido.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Reciclagem dos simbolos do Reiki

RECICLAGEM DE REIKI II

Convido você que já fez o nível II do Reiki a participar do encontro em que vamos reciclar os símbolos, desenhos e pratica.

O tempo e a vida muitas vezes deformam a lembrança dos desenhos e uso dos símbolos, até, à vezes, são “apagados” da mente consciente por falta de uso ou porque no momento a mente estava ocupada com outros assuntos.

Vamos passar algumas horas da tarde, relembrando os desenhos,tirando duvidas, praticando e fazendo uma auto-avaliação.

No nível I o aprendizado sobre entrar em contato com seu interior, com sua sabedoria pessoal – o contato com sua alma através do realinhamento da iniciação que permite, além do auto-tratamento, cuidar de tudo que está ao alcance da vista : o concreto.


O nível II do REIKI lida com a realidade abstrata, é a profunda compreensão que Mikao Usui obteve sobre purificação, cura e transformação.
Este aprofundamento da técnica oferece o treinamento com símbolos que “despertam” áreas adormecidas do cérebro.

Essas áreas promovem uma forma diferente e sutil de comunicação para :

*Uma forma eficiente de meditação

*Ampliação de percepção e expansão de consciência através de um campo mais forte de Energia
*Compreensão e dissolução de bloqueios conscientes e inconscientes
*Envio da Energia Reiki à distância onde a vista não alcança e, também, para o passado e para o futuro


Data:22 de Abril, domingo – 14h às 18h em Santos
Valor: R$ 60,00

Avise antecipadamente sobre sua participação.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Os vícios da solidão

Remédio demais, comida demais, exercícios demais, sexo demais, procura demais, sedução demais, compras demais, café demais, cigarro demais, coca-cola demais, cigarro demais, falatório demais, álcool demais, viagens demais, economia demais, família demais, dívidas demais,
trabalho demais, maquiagem demais, festas demais, isolamento demais, jogos demais, internet demais...

assim vivem os solitários.
Conheço uma pessoa exemplo para cada um dos padrões, acredito que você também; aliás alguns padrões percebo clara ou disfarçadamente em mim mesma.

A questão é: quando chega o “demais”?
É o momento em que quando não atendemos o desejo, perdemos a alegria; então o desejo se transforma em apego e esse desejo/apego se torna o senhor das nossas escolhas, nos controla e perdemos o espaço da liberdade.

Essa busca incessante de alívio para a solidão dos que se abandonaram na falta de reconhecimento das pessoas, de pessoas que eram importantes na sua vida de criança, de adolescente, jovem ou adulto.
Essa sensação de desvalorização é o berço gelado do complexo de inferioridade.
Os vícios parecem encobrir a falta de afeto enquanto anestesiam a vida, aparentemente, vazia.

Mas...por que não nos ensinaram desde pequenos que somos nós a pessoa mais importante para nos dar reconhecimento e afeto? Nós somos, ou deveríamos ser, nossos melhores amigos.
Os outros, eles também estão ocupados nas suas buscas para encontrar suas soluções; provavelmente eles também não tiveram ninguém que os ensinasse a autonomia do afeto.

A opinião e comportamento dos outros....ora, pertencem ao outro. Pra que deixamos colar as críticas? Pra brincar de vítima? Essa história sempre acaba mal. No final os outros sempre acabam “indo pra festa” e a vítima fica cada vez mais embrulhada na tristeza.

Afeto é troca; como é possível esperar encontrar fora o afeto quando nem sequer é possível sentir afeto incondicional por si mesmo?
Afeto incondicional é compaixão; compaixão é a compreensão lúcida e bondosa da realidade de cada um, em seu próprio mundo.
Somos todos sobreviventes imperfeitos, mas somos sobreviventes.
A história de cada um sempre daria um romance.
Reconhecer nossos esforços para ir vivendo e tentando encontrar a felicidade é uma questão de auto-respeito, de aprender a se honrar.

Quando um vício é bloqueado sem despertar auto-valorização nesse lugar, esse vício brota em outro vício.

Portanto, se você cultiva um vício ou conhece alguém mergulhado em um vício, dedique compaixão e ajude a descobrir autonomia do afeto em si mesmo, é uma boa saída para reencontrar a alegria.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Silêncio, a pausa de ouro

“Penso 99 vezes e nada descubro; deixo de pensar, mergulho em profundo silêncio – e eis que a verdade se me revela” Albert Einstein

“Vem comigo, vem
Já tenho quase tudo que me basta
A flor no pasto
A mesa posta
Minha música e teu calor
Agora só me falta aprender o silêncio.” O Silêncio Zeca Baleiro


Vivemos num mundo que nos distrai permanentemente. Existem varias coisas interessantes nos solicitando para todos os lados que olhamos; informações, sustos, produtos, serviços, viagens, diversões, profissões, especializações, doenças, sensações, internet, globalização etc etc etc

Tanta tecnologia criada para facilitar a vida e oferecer mais tempo para aproveitar, mas nos ocupamos tanto com as novidades e possibilidades que o tempo parece é encurtar cada vê mais.

Assim nem sobra tempo para se perceber, se ouvir e sentir a consciência; sabe para que serve fazer silêncio? Para encontrar respostas, fazer escolhas lúcidas e compreender a realidade.

Como ? fazendo silêncio para encontrar a tua natureza ilimitada, a tua verdadeira essência.

Não é um hábito da nossa cultura aprender a fazer silêncio de forma criativa.
O silêncio é o oposto à distração.
O silêncio é diferente de isolamento, da preguiça, de fuga das situações e dificuldades.
O silêncio não é para se excluir do mundo, muito menos para se distanciar das pessoas próximas ou distanciar o outro.
O silêncio é uma possibilidade de ouro para perceber o que agita a mente, ruídos, ansiedades, tristezas,doenças, medos. Esse treinamento de percepção nos torna mais presente.

Fazer silêncio por alguns minutos diariamente, uma ou varias vezes, é um presente que podemos nos dar para purificar nossas aflições, como se fosse um antídoto.
Silenciar a mente produz lucidez porque “decanta as impurezas” e torna a mente límpida.

É delicioso descobrir o valor da pausa, com ou sem motivo.

Uma sugestão interessante que ouvi de uma amiga de Sangha, a Dani: ter o costume de ao chegar em casa depois de um dia de atividades, soltar tudo e ficar 5 minutos sem fazer nada, sem querer resolver nada, apenas sentindo a energia circulando pelo corpo.
Confesso que estou tentando, mas como a força dos hábitos nos controla, preciso deixar recados perto da porta de entrada para lembrar dessa sugestão.

As estátuas de Buda também são um convite lindo ao silêncio, mesmo em meio a tantos ruídos.

Divirta-se no silêncio da cada dia.
_

domingo, 1 de abril de 2012

Bos momentos em que a vida parece tão pobre....

Conheci durante uma viagem “Maria” que comentou sua sensação de durante sua vida não ter feito nada de importante.

Aquela sensação que ficaram vários buracos por preencher? Perguntei.


E ela respondeu:
Parece que me classifico como um ser de segunda linha. Até infantil,
não vivi um romance significativo e acolhedor,
nem sequer tive um trabalho fixo e rentável o suficiente para me manter
por trás das imagens criadas nos meus porta-retratos, sei que a vida foi bem menos interessante do que aparece,
fiz um monte de coisas só para parecer que estava ocupada
quando estou num momento honesto, admito que a preguiça foi minha companheira a maior parte do tempo e ela me seqüestrou de vários projetos
além de tudo isso, procurei em varias “fés mágicas” a solução para minhas limitações
mas hoje preciso admitir que na verdade não existem milagres,
milagre é algo que não consigo explicar
sorte é sempre é fruto de bastante esforço, persistência e trabalho focado.
as dependências que eu criei tiveram enorme poder sobre minhas escolhas e decisões,
enfim.... a vida poderia ter sido bem mais divertida e colorida.

Talvez você também conheça alguém com essas sensações.Que triste ! e isso me fez lembrar que em alguns momentos eu também me senti assim.....

Que sensação desgastante e deprimente!!!!!
Isso acontece porque vivemos lutando com as comparações e seus julgamentos.

Sempre que julgamos algo como bom ou ruim, estamos comparando com algo oposto; estamos usando uma régua para avaliar.

Régua = medida para medir e avaliar.

Mas....que determinou que essa é a régua certa?
Ou melhor, porque aceitamos que essa é a régua certa? Quem nos deu? Que importância tem essa pessoa na nossa vida?

Resposta: essa pessoa representa toda a autoridade com quem convivemos na infância que criou nosso censor pessoal, íntimo. A partir da régua deles fomos construindo nossa própria régua; na fragilidade e dependência da infância, teríamos que imita-los para ser queridos. E imitar perfeitamente.

Houve réguas de pessoas estáveis, coerentes e alegres.
Houve réguas de pessoas que foram uma fraude e doutores em manipulação.
Bem..isso era problema deles; o nosso problema é que construímos nossas réguas a partir de seus exemplos e AS USAMOS ainda adultos!!!!!

Essas réguas são censores que muitas vezes impedem as mudanças, nos impedem de crescer, impedem a realização de nossas vontades, nossas originalidades, nossas vocações e impedem de enfrentar desafios e lidar com as frustrações.
Esse censor interno sempre promete uma bronca e um castigo se você arriscar e perder; ou como diria minha mãe: se eu experimentasse sair da linha.
E pior, esse censor é o responsável pelas dependências a que vamos nos rendendo.

Saia, viva, experimente, se der errado, tente de novo, de outra forma, mas seja livre.
Ser um errado é uma visão totalmente distorcida: ninguém, ninguém mesmo, é certo ou errado; nosso potencial criativo está sempre pronto a ser desenvolvido,

basta querer e renunciar ao jogos oportunistas e aos jogos de vingança, mimo e preguiça.

Sorria para tua liberdade “Maria”, você merece !!!!!! sempre é tempo de recomeçar, sempre há o que recomeçar.