sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Sangha - amigos praticantes

Sangha é um “grupo de apoio” onde nos refugiamos para mergulhar em nós mesmos e tentar compreender as complexidades da vida e das confusões que nos rodeiam. Por isso ela é uma das 3 preciosidades; as outras são a busca pela compreensão (Darma) e Buda como figura de inspiração. Ensinamentos de 2 grandes Mestres: Thich Nhat Hanh e Lama Yeshe “A Sangha não é um lugar para se esconder de forma a se evitar responsabilidades. A Sangha é um lugar para praticar, para a transformação e a cura do ego e da sociedade. Quando você é forte, pode estar presente de forma a ajudar a sociedade. Tomar refúgio na Sangha ajuda restabelecer sua força, seu entendimento, sua compaixão, sua confiança. De forma a conseguirmos desenvolver algumas raízes, precisamos de um tipo de ambiente que nos ajude a nos tornar enraizados. Quando praticamos respiração consciente, sorrindo, descansando, andando ou trabalhando, nos tornamos um elemento positivo na sociedade e inspiraremos confiança em todos ao nosso redor. Este é o caminho para evitar deixar o desespero nos derrotar. Estar em uma Sangha e ser apoiado por um grupo de amigos que estão motivados pelo mesmo ideal e prática, ajuda ir mais longe. Ter uma Sangha que nos dê suporte, ajuda nutrir nossa bodhicitta (o desejo forte de cultivar amor e entendimento em nós mesmos). A Sangha é o solo e somos a semente. Não importa o quanto seja bonita e vigorosa nossa semente, se o solo não nos provê vitalidade, nossa semente morrerá. Se ficamos muito tempo longe da Sanga, o ambiente com suas muitas distrações, nos leva para “longe” de nós mesmos e dos outros. Porque a atenção plena correta para alguém que apenas começou na prática é ainda fraca. Como a maioria das pessoas ao nosso redor é levada pelos cinco desejos, é este ambiente que nos arrasta e nos impede de praticar a atenção plena correta. Para praticar a atenção plena correta precisamos de um ambiente correto e este é a nossa Sangha. Sem uma Sangha, somos fracos. Em uma sociedade onde todos estão correndo, todos estão sendo levados pelas suas energias de hábito, a prática é muito difícil. É por isso que a Sangha é a nossa salvação. Uma Sangha onde todos estão praticando a caminhada atenta, fala atenciosa, alimentação consciente parece ser a única chance para termos sucesso para terminar o círculo vicioso. Seja quando for que nos encontremos em uma situação difícil, dois ou três amigos na Sangha estão lá para nós, entendendo e nos ajudando e nos farão superar tudo. Mesmo na nossa prática silenciosa, ajudamos uns aos outros. Na minha tradição dizemos que quando um tigre deixa a montanha e vai ao vale, será capturado por humanos e morto. Quando um praticante deixa sua Sangha, abandona sua prática depois de alguns meses..” (Traduzido do livro “Friends on the path” – Thich Nhat Hanh) __________________________ “Estar junto com outros praticantes e concentrar nossa mente no mesmo espaço nos dá uma grande inspiração. É muito melhor fazer pratica junto (puja) do que sozinho no nosso quarto. No meu colégio se comparava um grupo de puja a uma vassoura de palha. Você não pode varrer muito chão com apenas um fiapo de palha, mas com vários amarrados para formar uma vassoura, você pode rapidamente limpar a sala da assembleia inteira. Embora vários praticantes solitários como Milarepa tenha tido sucesso sós, nós ainda não estamos prontos. É melhor que estejamos juntos para desenvolver o foco da mente. A mente de cem pessoas reunidas num mesmo lugar é muito poderosa.” Lama Yeshe

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

14 conselhos par se tornar um Iogue do Cotidiano

Buda disse que o Budismo é como uma canoa que usamos para cruzar o rio da existência: de um a lado estamos na margem do Samsara – o mundo da das fixações, do outro o Nirvana – a liberação da mente. Ao chegar na outra margem, saltamos, soltamos a canoa e seguimos. Um dos conselhos é evitar fazer como o macaco que pula de galho em galho, pensando que está aproveitando e conhecendo mas está apenas se distraindo....aflito.... O tempo é curto. Melhor escolher um caminho e seguir até não mais aprender, serenar e tornar-se um Iogue do cotidiano. Inspirada pelos retiros em que Lama Padma Samten repasso seus conselhos e de outros Mestres Budistas resumidos assim: 1 – tomar refugio em lugar seguro: na verdade, num ensinamento sagrado e na mente iluminada =minha verdadeira natureza budica 2- gratidão e devoção aos Mestres que encontro no caminho 3-evitar me abalar pelas situações negativas= reconhecer o aspecto cíclico da existência 4-Metabavana= curar as relações com outros e comigo 5- Compreender o outro no mundo dele 6- Cultivar olhar de Tchenrezig= como ser útil para tirar o outro da situações de insatisfação. 7-Cultivar a atitude de Vajrasatava= transformar negatividades em vantagens 8-Simplificar as necessidades materiais 9- Cuidar da saúde para ensinar a cuidar da saúde 10- Cultivar uma pratica espiritual regular 11-Reconhecer e transformar ar fixações, padrões mentais condicionados de: raiva, vaidade, inveja, apego ilimitado, e visão preconceituosa 12-Evitar transmigrar, mudar, mudar, mudar. 13-Manter o sorriso, a liberação pelo sorrir

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

O silêncio dos suicidas

Setembro é tido agora como o mês amarelo numa sugestão de tirar o silêncio sobre o tema do suicídio. Suicídio é a morte pelas próprias mãos e isso assusta. Assusta porque essa situação lembra, ou parece lembrar, o fracasso da família e dos amigos. Tive essa história na família além de ter testemunhado de perto algumas outras histórias de suicídio e tentativas mal sucedidas; que tristeza....não conseguir ter sido útil para dar um significado para a vida dessas pessoas. Uma dessas experiências foi saber do suicídio de um praticante budista na altura das festas de final de ano. No Budismo se acredita que o caminho que a consciência – o continuum mental - segue depois da morte é a continuidade das sensações com que se morre. Na hipótese dessa ideia ser verdadeira, a solução do suicídio não seria a melhor solução, bem ao contrario. Perplexa, perguntei a Lama Michel a explicação do que leva um praticante da filosofia budista próximo aos Rinpoches cometer tal ato. Na sua resposta explicou que esse praticante embora parecesse praticar o Budismo não havia realmente corporificado a filosofia. Um dos treinamentos do Budismo é despertar a bodichita, a alegria por beneficiar outros seres. Suicidas estão sofrendo tanto trancados em suas bolhas de aflição que não conseguem fazer despertar essa alegria, olhar para outros seres e fazer a diferença onde vivem. O tabu do suicídio é “irmão” do tabu da morte; mas é preciso conversar sobre isso corajosamente. Não estamos treinados, nem os médicos estão, a dar importância aos sinais que apontam esse caminho. Antonio Geraldo da Silva, psiquiatra da Associação Brasileira de Psiquiatria, comenta que 70% dos suicidas procuraram um profissional de saúde para tratar de alguma “doença” mas a doença da sua alma não foi diagnosticada – foram procurar ajuda, “avisaram” mas não foram ouvidas. Por que será que essas pessoas acreditam que só a morte será a melhor forma de escapar da dor da solidão, das decepções e auto-cobranças ? Onde será que a esperança morreu para elas? O que faz suas bolhas de aflições ser tão solidas que ele não consegue estoura-las? Claro que existem os transtornos de humor, os vícios, os estados mentais confusos que roubam a lucidez. Para isso existem medicamentos e acompanhamentos terapeuticos. Então ...esse mês é um alerta para conversar e perder o medo de falar sobre esse assunto. Aprender a ouvir as tendências suicidas, o quanto de auto-centramento existe nessa postura, o quanto de vingança talvez o suicídio carregue. OUVIR sem julgar é uma prática espiritual. Suicídio é também se tratar mal; observe como está cuidando da tua preciosa vida humana. Você está precisando conversar?

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

A maior negociação é com você mesmo

Wiliam Ury é um negociador, mediador de conflitos, com vários sucessos mundiais em varias questões graves – com as FARCS, nas disputas de governo de Hugo Chaves, nas questões dos grupos ligados ao empresário Abílio Diniz,acordos entre Síria e Turquia, dilemas da Guerra Fria entre EUA e URSS, na luta incessante nos tratamentos pela saúde de sua filha etc Agora ele fala sobre como ser o próprio mediador com nossos conflitos e duvidas e dizer SIM a nós mesmos. Termino de ler seu último livro “ Como chegar ao SIM com você mesmo”. Encontro vários pontos comuns de suas 6 lições de negociação com as propostas no treinamento de alguns ensinamentos budistas. Ou seja, *encontrar o equilíbrio entre: nosso lado esquerdo do cérebro “masculino” - linguagem, lógica, tempo, julgamento, certo/errado, detalhes, fronteiras, diferenças/separações. E nosso lado direito de cérebro “feminino” – senso de conexão com a vida e com os outros, semelhanças, momento presente, panorama mais amplo, compaixão, abertura, solidariedade. * o que buscamos com o nome de felicidade é proteção para se sentir seguro porque a vida é insegura e sentir conexão/ amor suficientes. *reconhecer como a felicidade que esperamos é dependente da liberdade que buscamos. Essa mesma busca pela liberdade quando realizada por caminhos não generosos provoca as confusões. *o medo de escassez é um padrão muito forte no ser humano; dar e receber, generosidade, resolve vários conflitos .A generosidade é o melhor caminho par a felicidade. *gratidão, ter um olhar apreciativo para a vida, amplia a visão do caminho. * chegar na natureza, ouvir uma boa musica, observar movimentos das artes, proporcionam senso de conexão com a vida; são como ir ao “topo da montanha interior”, e ajudam a descobrir nossas necessidade fundamentais. *passo importante: abandonar o jogo da culpa e assumir a responsabilidade de cuidar das próprias necessidades. * “as pessoas se prendem mais a seus fardos do que seus fardos se prendem a elas” Bernard Shaw * “ nada pode me ferir ( ferir a minha essência de vida), não importa o que aconteça” Wittgenstein

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Conselhos simples para meditar

Conselhos simples e eficazes do Mestre Sogyal Rinpoche, experimente: “Se sentir que a meditação não acontece com facilidade na sua sala, seja criativo e vá para a natureza. Natureza é sempre uma infalível fonte de inspiração. Para acalmar sua mente, saia para uma caminhada no parque ao amanhecer ou observe o orvalho numa rosa do jardim. Deite-se no chão e olhe fixo para o céu e deixe sua mente expandir no espaço. Deixe o céu externo despertar o céu interno de sua mente. Fique em pé ao lado de um riacho e misture sua mente com seu correr; torne-se um com seu som incessante. Sente-se ao lado de uma cascata e deixe seu “riso” curativo purificar seu espírito. Caminhe na praia e tome em cheio na sua face o doce vento do mar. Celebre e use a beleza do luar para equilibrar sua mente. Sente-se na beira de um lago ou num jardim, respire com calma, deixe sua mente cair no silêncio à medida que a lua surge majestosa e lentamente na noite sem nuvens.”