quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Poder das fotos é real?

Pegue a foto de alguém querido ou, que é ou foi importante na tua vida. Olhe... o que você está sentindo? Este é um dos exercícios de Lama Padma Samten para compreender o que é coemergência. O que você está sentindo? O que está te relembrando? .......................................... Na verdade o que você está olhando é apenas papel com tinta ou a imagem na tela de um eletrônico. A sensação dessa imagem acontece dentro de tua mente, despertando lembranças e mexendo com as energias de atração ou aversão. A mesma imagem mostrada para outra pessoa não provocaria as mesmas impressões ou impressões diferentes. Conclusão: os atributos não estão na pessoa da foto, estão na memória que você guardou delas a partir de experiências compartilhadas. Para que serve esse exercício? Para compreender que a realidade entre o que percebemos através dos 6 sentidos ( 5 sentidos mais o mental) e as sensações que nos provocam é interdependente – intimamente ligada aos conteúdos que carregamos e herdamos. As situações não provocam o mesmo para todos, depende dos conteúdos mentais de cada um; assim a realidade é relativa e não tem como ter certezas e opiniões absolutas. Descobrir uma barata na cozinha ou um fio de cabelo no prato de comida vai variar muito para cada um. Então...não é nem a barata, nem o fio de cabelo, que tem atributos fixos ;é a interpretação de cada um . Observador e objeto brotam juntos; mudar o olhar para o mesmo objeto pode alterar, com certeza altera, a relação com esse objeto. Não é determinada pessoa que tem um aspecto negativo; essa pessoa desperta em mim esse aspecto. As coisas não são bonitas, nem feias; dentro de mim é que é percebido como feio ou bonito. A realidade é um espelho do que foi construído dentro de cada um. As circunstâncias são também espelhos. Perceber que o que acontece fora espelha o que acontece dentro é uma terapia barata mas muitas vezes difícil de aceitar. Dentro de nós é possível mudar quase tudo, fora vai ser difícil. Essa é a grande liberdade.

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Encontrei Pasárgada

Vou embora pra Pasárgada Eu era pequena e meu único tio era grande, voz forte de advogado e na minha lembrança ele era rodeado de livros, poesias, discos clássicos, ele parecia bravo – não sei... Quando estávamos (os primos) muito agitados, punha todos no chão para brincar de lagarto imóvel e declamava; um dos temas era de Manuel Bandeira. Tantas décadas depois releio o poema, “reouço” na memória a voz forte de meu tio e percebo que o alívio desse refugio prometido encontrei finalmente dentro de mim mesma através da filosofia budista; igualzinho às metáforas, não era mentira pra criança ficar quieta...era verdade. Vou-me Embora pra Pasárgada Manuel Bandeira Vou-me embora pra Pasárgada Lá sou amigo do rei Lá tenho a mulher que eu quero Na cama que escolherei Vou-me embora pra Pasárgada Vou-me embora pra Pasárgada Aqui eu não sou feliz Lá a existência é uma aventura De tal modo inconsequente Que Joana a Louca de Espanha Rainha e falsa demente Vem a ser contraparente Da nora que nunca tive E como farei ginástica Andarei de bicicleta Montarei em burro brabo Subirei no pau-de-sebo Tomarei banhos de mar! E quando estiver cansado Deito na beira do rio Mando chamar a mãe-d'água Pra me contar as histórias Que no tempo de eu menino Rosa vinha me contar Vou-me embora pra Pasárgada Em Pasárgada tem tudo É outra civilização Tem um processo seguro De impedir a concepção Tem telefone automático Tem alcalóide à vontade Tem prostitutas bonitas Para a gente namorar E quando eu estiver mais triste Mas triste de não ter jeito Quando de noite me der Vontade de me matar — Lá sou amigo do rei — Terei a mulher que eu quero Na cama que escolherei Vou-me embora pra Pasárgada. ________ Vamos juntos?????

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Coroação ou comemoração

Por que essa duvida? Você pode perguntar. Porque o que para mim pode ser coroação para você pode ser simplesmente comemoração. Tudo depende do ponto de vista. Era um aniversario e eu acreditando que estava agradando comentei, sabendo dos desafios superados, que a ocasião especial era uma coroação. O aniversariante longevo, irritadíssimo, argumentou que era apenas uma comemoração !!!! Por que a irritação? Por não ter recebido o devido reconhecimento em vida por seus esforços profissionais; e falou isso com pesar. Tentei argumentar, mas foi inútil. Onde é que cada um de nós se sente injustiçado? Em qual das 8 partes da pizza da vida? Na profissão? Na diversão? No conhecimento? Nos amores? Nas realizações? Nas finanças? Na relações familiares? Na saúde/espiritualidade? Por partes: *Primeiro passo: perceber o quanto o Ego é carente e mimado. *Segundo passo: fazer a valorização real das 8 áreas da vida. Até interessante pedir a observação de uma pessoa confiável para descobrir se estamos sendo honestos. *Terceiro passo: perceber as expectativas exageradas que compramos sobre a vida e sobre nós mesmos. *Quarto passo: tentar refletir sobre a importância que nosso Ego precisa construir para se defender e para brilhar.... Será que não há um terrível engano nesse passo? Por que? Porque tudo para o Ego é pouco , ele é insaciável e foca no que falta, embaçando o que de fato existe. A vida mais alegre é aquela que não espera tanto reconhecimento, tanta coroação, que sua maior alegria é pelos resultados. Construir olhares positivos ajuda a caminhar sem tanto peso, SEM TANTO DRAMA, até a “última estação” DESTA VIDA.