segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Em que redes você se liga?

Ligar-se em redes virtuais é um fenômeno importante da pós-modernidade. Uma nova forma de fazer laços sociais; cada época tem sua forma e atualmente, a internet possibilitou essa imensa expansão da comunicação. Como em tudo, existem falas e informações inúteis, perigosas, falsas, verdadeiras, significativas, divertidas etc. Como em tudo, cabe a cada um a responsabilidade por suas escolhas; e são essas mesmas escolhas que espelham quem somos. Nos próximos tempos, com certeza, os pequenos e grandes grupos não pararão de se multiplicar. Na tradição budista começamos as praticas pelas preces preliminares que nos “ligam na rede” de Mestres que foram repassando os ensinamentos desde Sidarta Gautama, Buda Shakyamuni, até nossos Mestres atuais. Essa conexão nos mantém reunidos nas sanghas ( praticantes) numa mesma fala e fortalecidos mantendo viva a mesma motivação – conhecer nossa verdadeira natureza ( que vai muito além da história que estamos vivendo) para ações de corpo, palavra e mente lúcidas e solidárias. As atividades das sanghas agora,”fantasticamente”, também acontecem via internet através do mundo inteiro.É possível acompanhar ensinamentos, retiros, discussões de textos pelo Youtube, skype, chats, redes etc. As redes vitalizam a vida porque criam um movimento de troca de informações e noticias – uma comunicação dinâmica. Além de dar conta de uma questão importante: a sensação de solidão, de não ter sido convidado para a festa. Cada um de nós tem sua singularidade, seus dons, suas preferências e temos o privilégio de viver num tempo onde podemos nos incluir a qualquer momento num grupo de projetos semelhantes aos nossos ao participar de redes. A vida em redes não exclui a presença mas cria novas qualidades para as relações. Novos paradigmas, novas relações, novos acordos – visões desafiadoras porque compartilhar sentidos requer coerência no: ver, pensar, falar, agir, cuidar, sobreviver, conviver e conhecer de forma alegre, lúcida e altruísta. E você: tá ligado?

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Em que rede você está ligado?

Ligar-se em redes virtuais é um fenômeno importante da pós-modernidade. Uma nova forma de fazer laços sociais; cada época tem sua forma e atualmente, a internet possibilitou essa maior expansão da comunicação. Como em tudo, existem falas e informações inúteis, perigosas, falsas, verdadeiras, significativas, divertidas etc. Como em tudo, cabe a cada um a responsabilidade por suas escolhas; e são essas mesmas escolhas que espelham quem somos. Nos próximos tempos , com certeza, os pequenos e grandes grupos não pararão de se multiplicar. Na tradição budista começamos as praticas pelas preces preliminares que nos “ligam na rede” de Mestres que foram repassando os ensinamentos desde Sidarta Gautama, Buda Shakyamuni, até nossos Mestres atuais. Essa conexão nos mantém reunidos nas sanghas ( praticantes) numa mesma fala e fortalecidos mantendo viva a mesma motivação – conhecer nossa verdadeira natureza ( que vai muito além da história que estamos vivendo) para ações de corpo, palavra e mente lúcidas e solidárias. As atividades das sanghas agora, fantasticamente, também acontecem via internet através do mundo inteiro.É possível acompanhar ensinamentos, retiros, discussões de textos pelo Youtube, skype, chats, redes etc. As redes vitalizam a vida porque criam um movimento de troca de informações e noticias – uma comunicação dinâmica. Além de dar conta de uma questão importante: a sensação de solidão, de não ter sido convidado para a festa. Cada um de nós tem sua singularidade, seus dons, suas preferências e temos o privilégio de viver num tempo onde podemos nos incluir a qualquer momento num grupo de projetos semelhantes aos nossos ao participar de redes. A vida em redes não exclui a presença, mas cria novas qualidades para as relações. Novos paradigmas, novas relações, novos acordos – visões desafiadoras porque compartilhar sentidos requer coerência no: ver, pensar, falar, agir, cuidar, sobreviver, conviver e conhecer de forma alegre, lúcida e altruísta. E você: tá ligado?

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Amor fati, já ouviu falar?

No último “Café Filosófico” na TV Cultura O psiquiatra Jorge Forbes abordando novos olhares sobre a velhice citou a expressão Amor Fati usada também pelo filosófo Nietzsche. em http://www.cpflcultura.com.br/cafe-filosofico/ - É possível assistir o programa completo, vale-a-pena!!!!! Para Nietzsche, "amor fati" é amar o inevitável, amar o destino, amar o justo e o injusto, o próprio amor e o desamor. Ou seja, "ser, antes de tudo, um forte", sem reclamar da vida, sendo indiferente ao sofrimento. Na filosofia budista e na abordagem psicológica do budismo se usa a expressão abrir espaço para acolher as situações boas e as desagradáveis, as surpresas, os imprevistos, as perdas e, principalmente as contrariedades = aceitação. Aceitação de cabeça erguida, sem mimo, sem se deixar ser facilmente magoavel - algo bastante próximo ao Amor Fati. Na verdade quando a nossa verdade é contrariada, o impulso de revide e de defesa em direção ao foco dessa sensação é a RAIVA, pode ser em varias graduações com diferentes nomes ( tristeza, mágoa, frustração, dissabor, frustração, agressividade, decepção, vingança, sarcasmo,ironia, isolamento, depressão etc) mas se vestirmos a honestidade reconhecemos que é RAIVA mesmo. Contrariedade é um termo elegante para raiva – fica mais disfarçado falar assim, não é !!!!!!! ????? Outras expressões, entre outras, para chamar a raiva é pavio curto ou pegar corda. E tudo bem! A RAIVA é uma resposta humana. O que não dá para deixar é que ela cole e roube nosso tempo de continuar usufruindo as novidades da vida. O que costuma acontecer é que nos habituamos a responder com raiva em qualquer contrariedade – vira um vício. .....Além de tornar a pessoa uma chata. E a conseqüência é.... a solidão, porque essa pessoa amedronta, torna-se inconveniente. Todo o vício engessa a liberdade. Esse é o grave problema. Por isso no Budismo existem tantos livros abordando esse tema. Conseguir tirar o poder das raivas, deixar de remexer o que já passou – É UMA VITÓRIA. O Amor fati foi usado por Nietzche para representar a "fórmula para a grandeza do homem" : "Não querer nada de diferente do que é, nem no futuro, nem no passado, nem por toda a eternidade. Não só suportar o que é necessário, e menos ainda dissimulá-lo (…), mas amá-lo…" Amor fati (amor ao destino): seja este, doravante, o meu amor. "Não quero fazer guerra ao que é feio. Não quero acusar, não quero nem mesmo acusar os acusadores. Que minha única negação seja ‘desviar o olhar’! E, tudo somado e em suma: quero ser, algum dia apenas alguém que diz sim." Nem conformismo, nem resignação, nem submissão passiva: amor; nem lei, nem causa, nem finalidade: fatum ( destino). Em vez de esperar que um poder transcendente justifique o mundo, o homem tem de dar sentido à própria vida; em vez de aguardar que venham redimi-lo, deve amar cada instante como ele é.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Vou-me embora pro Butão

Butão é um pequeno reino incrustado no Himalaia com o maior índice de felicidade do mundo, o FIB – felicidade interna bruta - você sabia? Esse reino longínquo integra os esforços para que o mundo adote índices menos materialistas e mais sustentáveis para avaliar o seu desenvolvimento. Esses índices estão no anexo abaixo, se quiser saber mais. Tudo isso porque assisti a palestra do filósofo francês Luc Ferre comentando sobre a necessidade de encontrar hoje um novo sagrado através da espiritualidade laica, espiritualidade não dependente de um credo religioso. Uma espiritualidade que brota do afeto da amizade, em que o sagrado é o outro humano. Hoje,na pós modernidade assistimos a transformação rápida dos modelos em que fomos criados –mudanças da educação, dos tipos do amor, dos trabalhos, da disciplina, dos valores, do envelhecimento etc é a sensação é de estar desbussolado, sem orientação. A necessidade de se reinventar frente a uma nova realidade regida pela informática, pelas informações instantâneas e principalmente pelo CONSUMISMO. Tudo, inclusive nós mesmos, se transformou num produto. E como toda a tendência forte, ela escraviza e tira a liberdade. Por que escraviza? Porque dá medo não poder consumir. Porque parece que estamos presos no consumismo: comprar, renovar, jogar fora, recomprar, novidades, comer e comer, comprar e comprar. Consumir para anestesiar os medos. Estamos numa cultura do medo;o único país do mundo onde todos precisam ter um advogado, saber o caminho do Procon e o endereço das Pequenas Causas, um tempo em que respeito é uma atitude em desuso. Um mundo onde tudo é perigoso, uma cultura que faz sentir medo de: andar na rua, comida de microondas, vírus, vacinas e doenças, envenenamento do meio ambiente, efeito estufa, roubos, perdas, pobreza, morte, remédios condenados, corrupção, de ser obrigado a passar o troféu para o inimigo, medo de sentir medo..... e, PRINCIPALMENTE, de ficar só. É por isso que dá vontade de dizer: vou-me embora pro Butão. Mas.........Butão só existe para os butaneses assim como Pasargada ( o poema está abaixo), só existe no coração de Manuel Bandeira. E eu....eu preciso que criar meu mundo de refugio. Parece que o único antídoto para esses medos é a amizade, não ter medo de se ligar a outros nos mais variados tipos de relação sem a idéia da posse e do lucro: comunidades, clubes, atividades culturais ou turísticas, ongs e outras associações em que o maior motivo seja estar junto.A sensação de colaboração com o projeto humanidade pode devolver uma certa liberdade. Aprender a conviver com generosidade de sentimentos, com ordem, com varios saberes diferentes, treinando sentir-se livre, se deixando afetar pelas dificuldades alheias e comemorando as conquistas. Como diz Lama Angarika Govinda no seu livro “O caminho das nuvens brancas”: Esta liberdade não consiste a poder fazer aquilo que se quer; não é obrigatória ou obstinada, nem a sede de aventuras, ao contrario, é a faculdade de aceitar com o espírito aberto o imprevisto, aquilo que não se entende de certas situações da vida, boas ou más, a faculdade de se adaptar a uma infinita variedade de condições sem perder a confiança na estreita semelhança do mundo interior com o mundo exterior. ________________________________________________ Vou-me Embora pra Pasárgada Manuel Bandeira Vou-me embora pra Pasárgada Lá sou amigo do rei Lá tenho a mulher que eu quero Na cama que escolherei Vou-me embora pra Pasárgada Vou-me embora pra Pasárgada Aqui eu não sou feliz Lá a existência é uma aventura De tal modo inconseqüente Que Joana a Louca de Espanha Rainha e falsa demente Vem a ser contraparente Da nora que nunca tive E como farei ginástica Andarei de bicicleta Montarei em burro brabo Subirei no pau-de-sebo Tomarei banhos de mar! E quando estiver cansado Deito na beira do rio Mando chamar a mãe-d'água Pra me contar as histórias Que no tempo de eu menino Rosa vinha me contar Vou-me embora pra Pasárgada Em Pasárgada tem tudo É outra civilização Tem um processo seguro De impedir a concepção Tem telefone automático Tem alcalóide à vontade Tem prostitutas bonitas Para a gente namorar E quando eu estiver mais triste Mas triste de não ter jeito Quando de noite me der Vontade de me matar — Lá sou amigo do rei — Terei a mulher que eu quero Na cama que escolherei Vou-me embora pra Pasárgada. Entenda o FIB O conceito de Felicidade Interna Bruta (FIB) nasceu em 1972, no Butão, elaborado pelo então rei Jigme Singye Wangchuck, com ajuda do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). O FIB entende que o objetivo de uma sociedade não pode ficar restrito ao crescimento econômico, mas deve integrar finanças e qualidade de vida. Sua avaliação é feita em cima de nove dimensões. :: Bem-estar psicológico - Avalia o grau de satisfação e de otimismo que as pessoas têm em relação a sua própria vida. Os indicadores incluem taxas de emoções positivas e negativas, analisam a autoestima, sensação de competência, estresse e atividades espirituais. :: Saúde - Mede a eficácia das políticas de saúde. Usa critérios como autoavaliação dos serviços oferecidos, invalidez, padrões de comportamento arriscados, exercícios, sono, nutrição etc. :: Resiliência ecológica - Mede a percepção dos cidadãos quanto à qualidade da água, do ar, do solo e da biodiversidade. Os indicadores incluem acesso a áreas verdes, sistema de coleta de lixo etc. :: Governança - Avalia como a população enxerga o governo, a mídia, o judiciário, o sistema eleitoral e a segurança pública em termos de responsabilidade, honestidade e transparência. Também mede a cidadania e o envolvimento dos cidadãos com as decisões e processos políticos. :: Padrão de vida - Avalia a renda individual e familiar, a segurança financeira, a qualidade das habitações etc. :: Uso do tempo - Apura como as pessoas dividem seu tempo. Leva em conta as horas dedicadas ao lazer e socialização com amigos e família, além de tempo no trânsito, no trabalho, nas atividades educacionais etc. :: Vitalidade comunitária - Foca nos relacionamentos das pessoas dentro das suas comunidades. Examina o nível de confiança, a sensação de pertencimento, a vitalidade dos relacionamentos afetivos, a segurança em casa e na comunidade, além das práticas de doação e voluntariado. :: Educação - Leva em conta fatores como participação na educação formal e informal, envolvimento na educação dos filhos, valores em educação, ambiente etc. :: Cultura - Avalia as tradições locais, festivais, participação em eventos culturais, oportunidades das pessoas para desenvolver capacidades artísticas, além da discriminação por religião, raça ou gênero.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Corações, tsurus e tsa tsas

Dia 2 de Agosto foi realizada a festa da ONG “ Ação do coração “ em Santos. Centenas de pessoas da baixada fizeram milhares de corações de pano e cobriram o chão da praça Mauá no centro de Santos na intenção de compartilhar amizade com que passasse por lá. Essa festa de cobrir o chão de uma praça com pequenos corações de pano foi inspirada num evento em Viena na Áustria para incentivar os cuidados com a saúde do coração. Por aqui o irmão de Eduardo Furkin morto por ataque do coração nessa mesma data em 2011, decidiu transformar a tristeza em alegria. Nessa idéia de amenizar o sofrimento construindo com carinho e afeto pequenos objetos de arte para compartilhar lembrei de 2 histórias que seguema mesma motivação: Os tsurus japoneses: Tsuru é a ave-símbolo do origami! O Tsuru, também conhecido como grou ou cegonha, significa boa sorte, felicidade e saúde. Reza a lenda que quem fizer mil tsurus, desejando fortemente alguma coisa, terá sucesso. É uma dobradura que segundo a tradição japonesa também é distribuída para curar a si próprio ou a alguém que esteja precisando. Já vi essa arte colocada em cestas, em fios como cortinas, distribuída em festas etc. Para saber mais veja em: http://www.comofazerorigami.com.br/origami-de-tsuru/ Pratica de tsa tsa na tradição tibetana: Bel César, mãe da Lama Michel, quando ele foi levado à Índia para ser entronado aos (apenas) 12 anos, doente, nem pode comparecer à cerimônia. Uma da”curas” que lhe foi sugerida foi exatamente a pratica de confeccionar 108 tsa tsas e compartilhar. Um amigo construiu os moldes de pequenas imagens de budas, que foram pintadas e enfeitadas. Na época da cerimônia na Índia foram distribuídas entre as visitas que Bel recebia. A prática completa, com mantras e orientações você pode acessar: http://www.tsatsastudio.org/practice.htm Porém também é possível pensar numa forma pessoal ou em grupo de realizar esse mesmo movimento. A idéia principal é: manifestar concretamente a vontade de superar uma dificuldade construindo uma peça colorida e bonita para colorir a vida de outra pessoa que você nem sabe quem será. Serve qualquer peça; o importante é que enquanto a peça estiver sendo construída você vá preenchendo-a também com boas intenções de conquista de lucidez, coragem, paciência, energia e alegria em direção à pessoa que irá recebe-la.. Mas é sempre bom relembrar: tudo sem fazer dramas!!!!! Não é preciso chamar atenção exageradamente para obter resultados. Agir naturalmente proporciona tranqüilidade e ordem.