quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Como uma onda


Estava assistindo o documentário Nelson 70, na TV francesa e “ouvindo” essa letra lembrei total do tema impermanência.
E também lembrei da vacuidade, não existência independente dos fenômenos:
Dá para usar varias experiências como fontes de reflexão e ensinamento....basta manter o interesse e não se distrair.
Jorge Drexler fez uma linda e diferente gravação dessa música, sugiro.
Como Uma Onda
Nelson Mota e Lulu Santos
Nada do que foi será
De novo do jeito que já foi um dia
Tudo passa, tudo sempre passará
A vida vem em ondas como um mar
Num indo e vindo infinito tudo que se vê não é
Igual ao que a gente viu a um segundo
Tudo muda o tempo todo no mundo
Não adianta fugir nem mentir
Pra si mesmo agora
Há tanta vida lá fora
Aqui dentro sempre
Como uma onda no mar
Nada do que foi será
De novo do jeito que já foi um dia
Tudo passa, tudo sempre passará
A vida vem em ondas como um mar
Num indo…

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Coringa: uma carta que muda de valor


Coringa, curinga, joker, melé são a mesma figura; a carta que muda de função de acordo cm a necessidade do jogo. Mas na verdade, ela não é nada, ela tem o valor que querem que ela tenha.
Hesitei um pouco em escrever sobre essa figura; o filme está causando fortes impressões e vários tipos de reações e opiniões...até discussões políticas...
Tem aqueles que não querem nem ver...por medo ou falta de interesse....ou, os que acreditam em quase uma obrigação de assistir....????? ou aqueles que nem prestaram atenção ao que está acontecendo....
Por que será?
Porque de louco e palhaço todos temos um pouco.
O mundo às vezes, ou sempre, parece aquele ditado: se cobrir é um circo, se murar é um hospício.
Por vício de profissão, meu olhar é sempre para o sofrimento mental; não como uma desculpa para crimes, mas como a ausência de responsabilização familiar e social.
Somos ignorantes sobre a mente, a nossa e a dos outros.
Somos ignorantes sobre os limites das pessoas e sobre os nossos.
Não temos tempo de ouvir e ser ouvidos REALMENTE.
Sentir-se um curinga na vida, na família, no trabalho pode ser útil, mas também muito triste porque obriga usar sempre a mesma máscara do sorriso falso.
Sentir-se isolado, excluído, pressionado, . e humilhado é perigoso: pode levar ao suicídio ou à violência..... para ter um lugar na história.
Fazer alguém se sentir assim, ou deixa-lo se sentir assim é muito pior.
Se você conhece alguém nessa situação de vulnerabilidade sugira que procure ajuda já. Ou converse com a família.

quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Não consigo ajudar...




Quantas vezes pensei nisso...
Quantas vezes ouvi essa frase...
No Budismo o nome das ferramentas de ajuda é “meios hábeis”.
Na verdade, nem sempre é possível ajudar porque tudo começa pela auto-transformação, das decisões e das escolhas.
Mas o primeiro passo é não ter pressa.
Cabe a cada um o esforço de tentar sair da dificuldade, mas é possível ser um guia.
Como diz o Mestre Zen: “que o discípulo compreenda que por mais que o Mestre deseje ajudá-lo, o discípulo terá de cuidar de si mesmo. Nenhum de nós poderá salvar a consciência de outra pessoa, cada qual só é capaz de salvar a sua. O mais que o Mestre poderá fazer é representar o papel de um guia das montanhas.”
Apenas para relembrar o trajeto segue assim passo-a-passo:
Dó, pena, tolerância, paciência, compaixão, solidariedade, empatia, amor incondicional.
O valor do dó e da pena é perceber a presença do outro de longe. Mas ainda é uma visão de ego.
Tolerância é bom, mas ainda tem expectativa do resultado.
Paciência é melhor, aguardar o tempo do tempo.
Compaixão é pensar numa forma de encontrar uma saída para oferecer.
Solidariedade é uma das faces da simpatia, do estar junto.
Empatia é entrar realmente na história do outro e olhar a situação através dele.
Amor incondicional é ausência de julgamento e total acolhimento sem pressa, sem tempo, sem dualidade.

quinta-feira, 3 de outubro de 2019

São tantas dúvidas...




Aos poucos a gente vai desistindo das certezas e aprendendo a viver e conviver com as incertezas, descobertas, decepções e mais dúvidas.
Ouvi Fernanda Montenegro comentar sobre sua inquietude frente a morte: o que será que vem depois? Vou para um lugar que não sei onde é ou se existe...
De onde viemos, para onde vamos, qual o sentido da vida, qual o sentido do sofrimento, o porquê do que parece injusto, para que, por quês, qual a saída, qual a  escolha etc etc etc
Claro que existe uma ordem no Universo mas nosso cérebro não tem ferramentas suficientes para entender, ler e decifrar.
Só resta sorrir e continuar a caminhada...cada um à sua maneira.
No livro de Waldon Volpic Alves “Einstein: verdades e mentiras”, um texto para pensar.
Segundo o livro Einstein comentou:
“A questão (se Deus existe) é a questão mais difícil do mundo. Não é uma pergunta que posso responder com sim ou não.
O problema envolvido é demasiado vasto para nossas mentes limitadas. Posso responder com uma parábola? A mente humana, não importa quão altamente treinada, não pode compreender o universo.
Estamos na posição de uma criança pequena, entrando numa enorme biblioteca cujas paredes estão cobertas até o teto com livros em muitas línguas diferentes. A criança sabe que alguém deve ter escrito aqueles livros. Ela não sabe quem ou como. Ela não compreende as línguas em que estão escritos.
A criança observa um plano definido no arranjo dos livros, uma ordem misteriosa, que ela não compreende, mas apenas vagamente suspeita.
Isso, me parece, é uma atitude da mente humana, até a maior e mais culta, em direção (ao que chamamos) Deus.
Vemos um universo maravilhosamente organizado, obedecendo a certas leis, mas compreendemos as leis somente vagamente.
Nossas mentes limitadas não conseguem entender a força misteriosa que balança as constelações.”
...................................
Somos uma luz que habita um corpo limitado.
O brilho dessa luz é ilimitado e infinito, apenas ainda não a percebemos.
Um dia vamos encontrar a calma dessa luz....num momento de insight ou talvez depois da morte.
Por enquanto humildade, simplicidade,  lucidez e bondade.