sexta-feira, 17 de junho de 2016

Sorrindo para os medos #1

Estou lendo e refletindo sobre os ensinamentos que Chogyam Trungpa Rinpoche deixou em seu livro “Sorria para o medo”, o despertar do autêntico coração da coragem. Chogyam Trungpa, foi um mestre budista moderno dos tempos atuais, nascido no Tibet e depois da sofrida fuga viveu no ocidente ensinando o Darma. Nunca mais voltou ao país em que nasceu, nem reviu sua mãe e sua família. Apesar desse sofrimento não deixou de ter compaixão por quem provocou essas dores e compartilhou durante sua vida a coragem compassiva, base dos ensinamentos budistas. Durante essa fuga de 10 meses num grupo de 300 pessoas, das quais só chegaram 50, as restantes foram capturadas antes de chegar à Índia.O que não faltou foram ameaças e desafios; com certeza, o medo foi um Mestre para despertar a coragem espiritual neles. Vou transcrever neste e nos próximos textos algumas de ideias bastante significativas desse seu livro. Entendo que as inquietações que nos incomodam são geradas por medos claros e por aqueles nem tão claros. Varias vezes damos outros nomes para o medo : inveja, ciúmes, irritação, preconceito, ansiedade, depressão, dependência, vício, solidão, vergonha, culpa e...a família do medo é bastante populosa. Descobrir como o medo atua na nossa vida e nas nossas relações é desafiador e a descoberta é fascinante porque nos liberta. O Mestre fala em sorrir para o medo, não sentir medo de sentir medo. Assim Rinpoche começa: “Quando você se sente amedrontado, você tem que lidar com o medo, examinar o porquê de estar amedrontado e desenvolver uma certa confiança. Você pode na verdade olhar para o medo. E então, o medo deixa de ser a situação dominante que vai derrotá-lo. O medo pode ser conquistado. Você pode se libertar do medo, perceber que o medo não é o ogro. Pode pisar no medo e assim será capaz de alcançar o que é conhecido como coragem. Mas para isso é preciso que, ao se deparar com o medo, você sorria” Chogyam Trungpa, O Sol do Grande Leste E como ele vai ensinar a fazer isso? Seguimos na próxima semana.

sexta-feira, 10 de junho de 2016

A Sabedoria de dar ou não dar.

Chega a mensagem no whatsapp: “quando tiver tempo me ligue.” Você já sabe que aí vem problema: pedidos. “O dinheiro deste mês acabou;estou sem pagar a luz e o condomínio. Será que você tem R$ 1000,00 para me emprestar, nem consegui comprar os remédios;te devolvo no mês que vem.” Você sabe que esse dinheiro não vai voltar . Quando a gente não tem, já está resolvido. E quando você tem sobras poupadas? Aí fica a duvida, se dou, alimento a desorganização do outro; se não dou, o que faço com minha culpa na hora que testemunho a dificuldade e a confusão do outro? Poderia ser assim: *tentar não deixar abalar pelo pedido, nem pela raiva, nem pela culpa, nem pela dó. * emprestar só se você puder dar e não for fazer falta, sem expectativa de receber de volta. * qual a origem dessa falta de dinheiro? Um vício, uma situação inesperada, desorganização, oportunismo, hábitos caros, carência...mais o que? Entrar no mundo do outro faz brotar a compaixão. * na verdade, muita compaixão por esse ser, porque depender de outra pessoa para sua sobrevivência é sofrimento. Talvez ouvir as explicações como um espelho. * acolher a duvida, deixar o pedinte ficar no sofrimento ou aliviar? *Se for possível, alivie. Tentando não julgar: hoje é ele, amanhã pode ser você. Ele pede dinheiro, e incomoda mais do que se fosse comida, afeto, carona, roupa etc Porque quando se dá dinheiro , não se controla o prazer que o outro vai ter... Todos nós fazemos o melhor que sabemos, movidos por nossos condicionamentos mentais; cabe a cada um unicamente, encontrar suas soluções ou suas anestesias. Todos nós já sabemos quanto a falta de dinheiro escraviza e o quanto conseguir pagar a vida proporciona liberdade... Ninguém ensina, é a pessoa que aprende a viver melhor se quiser, quando quiser , como quiser e com quem quiser...no tempo dela. Prepotência acreditar que ensinamos dando lição de moral; no máximo deixamos exemplos. Uma vez... estávamos na sala de praticas, no Gompa, em São Paulo, era noite, sentados no chão, portas abertas e entrou um mendigo. Aproveitando uma pausa nos ensinamentos de Lama Caroline, largou sua sacola maltratada no chão e, numa voz chorosa, começou seu discurso sobre sua miséria, suas necessidades e pedidos. Lama Caroline manteve a calma, sem nenhum sinal de julgamento, abriu sua bolsa retirou um dinheiro e, com voz serena, olhou para nós e apenas disse: “se você tiver o que dar, dê, senão tudo bem.” E no mesmo momento, como se nada tivesse acontecido, Lama Caroline continuou seus ensinamentos calmamente. O mendigo, recolheu os dinheiros das mãos estendidas, pegou sua sacola e saiu silenciosamente. “Dar por dar, é uma arte”...sem esperar resultado. "A iluminação, na tradição budista, é o poder de ajudar todo aquele que nos vir, ouvir, tocar ou se lembrar de nós. Tal benefício é espontâneo, incessante e desimpedido." — Chagdud Tulku Rinpoche

sábado, 4 de junho de 2016

Para receber Reiki

Reiki é um mergulho no nosso mundo interno. Um caminho silencioso a partir de leves toques das mãos. Durante 30 minutos você não precisa resolver nada, apenas descansar e encontrar a tua verdadeira natureza. O Centro Budista de Santos já está oferecendo Reiki. A sugestão de colaboração é R$ 20,00 Ligue para agendar um horário.

quinta-feira, 2 de junho de 2016

Como lidar com o complexo de inferioridade dos outros?

Talvez um caminho razoável seja aprender a reconhecer esse complexo em nós mesmos. Ou...reconhecer no outro ajuda a aprender reconhecer em nós. Existem vários mecanismos de defesa par tentar sair da situação de sentir por baixo e criar estratégias para se mostrar por cima ou, para se sentir por cima. Mas tudo isso é falso. Todas as estratégias criadas apenas engessam as identidades que criamos para sobreviver. Elas criam um personagem. Essas estratégias podem ser de reclusão e distanciamento ou de auto exposição para receber o foco dos holofotes. O complexo de inferioridade e o de superioridade são o mesmo; o primeiro constrói uma escada para agregar valor reforçando a caricatura do agressivo, do autoritário, do sabe-tudo, da feminista, enfim, todas as bandeiras exageradas principalmente em direção aos ( que acredita)inferiores. O de superioridade se separa, empina o nariz, se acha especial e luta para ser especial, demonstrando grifes, contando vantagem etc Reduzidos a um denominador comum, ambos são sofredores aprisionados por modelos falidos. Buscar a naturalidade é o mais confortável, o mais libertador. Sou quem eu sou, apenas isso. Quem gostar, que goste ou não. O apego à própria imagem é a origem desse tipo de sofrimento; imagem de funcionário perfeito, do profissional eficiente, , da mãe esmerada, da mulher vaidosa, do humano politizado, do praticante mega dedicado, do ricaço, do intelectual hermético etc etc etc ou,,,,do super doentinho, da vítima, do perseguido, do injustiçado, do discriminado, do traído, do dedo podre etc etc etc Na verdade esses complexos sobrevivem para uma plateia, para impressionar alguém ou muitos...quanto tempo precioso perdido.... Imagine viver num lugar sem plateia, sem precisar lidara com a opinião dos outros....que alívio!!!! Viver livre das prisões, dos condicionamentos. Então...para lidar com o complexo de inferioridade dos outros: Primeiro, compaixão pelo esforço sofrido da pessoa. Segundo, tentar ser uma “plateia” que não julga, que acolhe o outro do jeito que ele é. Terceiro e mais importante: descobrir que o medo de se perder, de perder a identidade, é a origem mais forte desses complexos. "Como é que a liberdade foi obtida? Quando a mente, no decorrer das ações condicionadas, passou a focar o processo de prisão. Nesse exato momento começou a liberdade. Nesse exato momento começou a asfixia do carma. O carma precisa respirar e ser constantemente sustentado. Quando a mente passou a observar o processo, a sustentação foi suspensa. Asfixiado, o carma morre aos poucos." — Lama Padma Samten