quinta-feira, 31 de março de 2011

que nota você quer tirar, 9 ou 10?

O culto à excelência é o culto à utopia, uma das ferramentas mais eficazes dos manipuladores – sejam sistemas escolares, econômicos ou familiares.

Meu avô sempre perguntava: você é a primeira da classe na escola ?

Sinto que ele queria incentivar, ter orgulho de sua neta, mas....

O Universo sabe o esforço que eu fazia... quantas amizades perdi, quantas farras adiei, quantas oportunidades fechei, para cumprir a promessa da nota 10.

Esse esforço ia cavando uma enorme solidão e casava direitinho com minhas preferências pela leitura.

Até fingia que estava fazendo isso por responsabilidade, inteligência e amadurecimento. Mas...Não era não , era por carência....carência do aplauso, do afeto, da aprovação; era mero auto-engano.



Que importância tem hoje, nas vésperas de completar 60 anos as notas 10 que colecionei?

E na vida? Quantas vezes buscamos tanto tirar 9 ou 10, pra quê? Pra servir a quem?

Se tirando 6 ou 7 já dá para passar de ano, pra que tanta tensão?


No final da estrada, não vai haver estrelinhas douradas para receber de ninguém.

Você já sabe, como acaba a novela da nossa vida, não é?! Todos morrem no final....levando apenas as experiências em sua consciência.

Portanto, aproveite a alegria de cada dia, relaxe.....basta um 6!!!!!!!!!!!!!

terça-feira, 22 de março de 2011

Afinal...o que é iluminação?

“Para a maioria das religiões, um homem iluminado é aquele que consegue livrar-se de seu próprio egoísmo, entende que não passa de uma pequena peça – mas importante – no grande plano...........a maioria dos ensinamentos filosóficos ou religiosos é” apenas uma maneira de provocar, no interior de cada um, o contato com esta sabedoria...enterradadebaixo de muitas camadas de preconceito, culpa, confusão mental e idéias falsas a respeito de nossa própria importância.” Paulo Coelho na revista AT Tribuna.

Um dos primeiros avisos que ouvi durante ensinamentos budistas foi : “ se quiser seguir o caminho da espiritualidade, abandone o ideal de perfeição”
Somos todos imperfeitos e não tem nada errado com isso.

Mas a busca de Buda foi pela iluminação, não foi????
Ouço conhecidos acusarem a busca da iluminação como uma prepotência.

Bem...se o caminho para a felicidade é a humildade, como a busca pela iluminação é prepotente ?

Parece que não entendemos bem o que é felicidade, nem o que é iluminação.
Aliás não entendemos um numero grande de palavras e sentidos....e interpretamos com deformação as idéias.

A melhor definição de felicidade ouvi de Lama Michel:” felicidade é sentir-se confortável em qualquer situação, com qualquer pessoa, em qualquer lugar.”
Já para iluminação Lama Padma Santem coloca que é alcançar a lucidez, ou seja, perceber com clareza a realidade a caminho da compreensão da verdade.

Nas duas buscas o ponto inicial é aprender a viver no presente, sem se deixar arrastar nas lembranças do passado, nem se perder nos sonhos e expectativas do futuro.
O presente é a história que está acontecendo agora - resultado do que escolhemos e semente do que colheremos.

Para viver esta história de agora, o primeiro passo é :

Descobrir quais são as tuas contas, cada um paga a sua – não conseguimos mudar ninguém, nem “pagar contas” alheias – isso é auto-engano; você pode ajudar, mas não concluir o trabalho.
Contas quer dizer responsabilidades.
Ocupe-se em como você pode cuidar dessas tuas responsabilidades, até em como pedir auxílio.

A seguir:

Colocar em fila indiana os projetos, contas, dificuldades e deveres e ir dando conta do recado passo a passo.

Aceitar que a única pessoa que você precisa agradar é a tua consciência; é ela que vai te levar às próximas viagens. É ela, a consciência que está se expandindo.

Liberar-se do egoísmo de querer ser importante, para conseguir compreender as necessidades dos outros – isso alivia muito a necessidade da perfeição.

Não dar importância à opinião dos outros “queima” metade do stress.

quarta-feira, 16 de março de 2011

As 3 peneiras

O texto abaixo, que consta ser de Sócrates, tem a textura budista e pode transformar-se numa orientação segura.
Aliás a leitura do livro”Sócrates, Jesus, Buda” é interessante e quebra fronteiras, que na verdade nunca existiram.

Um dos comentários SS Dalai Lama é sobre sua forte sugestão em abrandar as fronteiras e dissolver preconceitos, entre povos, classes, religiões etc

As três peneiras

As três peneiras
Augustus procurou Sócrates e disse-lhe:
- Sócrates, preciso contar-lhe algo sobre alguém! Você não imagina o que me contaram a respeito de...
Nem chegou a terminar a frase, quando Sócrates ergueu os olhos do livro que lia e perguntou:
- Espere um pouco Augustus. O que vai me contar já passou pelo crivo das três peneiras?
- Peneiras? Que peneiras?
- Sim. A primeira, Augustus, é a da verdade. Você tem certeza de que o que vai me contar é absolutamente verdadeiro?
- Não. Como posso saber? O que sei foi o que me contaram!
- Então suas palavras já vazaram a primeira peneira. Vamos então para a segunda peneira: a bondade. O que vai me contar, gostaria que os outros também dissessem a seu respeito?
- Não, Sócrates! Absolutamente não!
- Então suas palavras vazaram também. A terceira peneira: a necessidade. Você acha mesmo necessário contar-me desse fato, ou mesmo passá-lo adiante? Resolve alguma coisa? Ajuda alguém? Melhora alguma coisa?
- Não Sócrates... Passando pelo crivo das três peneiras, compreendi que nada me resta do que iria contar.
E Sócrates sorrindo concluiu:
- Se passar pelas três peneiras, conte! Tanto eu, quanto você e os outros iremos nos beneficiar. Caso contrário, esqueça e enterre tudo. Será uma fofoca a menos para envenenar o ambiente e fomentar a discórdia entre irmãos. Devemos ser sempre a estação terminal de qualquer comentário infeliz!
Da próxima vez que ouvir algo, antes de ceder ao impulso de passá-lo adiante, submeta-o ao crivo das três peneiras pois pessoas sábias falam sobre ideias; pessoas comuns falam sobre eventos; pessoas medíocres falam sobre pessoas.

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terça-feira, 8 de março de 2011

As dificeis relações familiares

Aproveitando que é carnaval vamos tratar das relações em família.

No discurso tudo vai fácil; nos conselhos também.
Nos livros de autoajuda então nem se fala.....

Mas as relações em família são realmente um teatro repleto de jogos, armadilhas que seqüestram as boas intenções.
Na verdade essas relações trazem à tona as sombras, os fantasmas de infância, traições, os sonhos desfeitos,
as limitações que fazem parte de nossa humanidade.

Somos todos seres bastante imperfeitos, querendo agradar e ser importante para quem é importante para nós.

Fazemos planos, organizamos a festa, ensaiamos telefonemas, traçamos discursos e....quando percebemos já estamos “ chutando a jaca”.
Ou será que é a jaca que quer um chute!

A intimidade tira a cerimônia e os impulsos e instintos falam mais alto que o bom senso.

Nos ensinamentos budistas encontramos a advertência que um momento de raiva dissolve todo o mérito ganho pela boa ação.
O que entendo dessa afirmação é que no momento da boa motivação, da intenção solidária, a mente está satisfeita, calma e
ao desestabilizar com a raiva ( nos seus vários graus) ela se desorganiza, fica tensa, fecha o foco, cega e
cria um campo venenoso de falta de lucidez na nossa história.

Esse é um dos treinos difíceis: manter a paciência quando a pessoa que ajudamos nos ataca ou desconsidera.

O primeiro passo é observar como essa dinâmica acontece.
Observar uma sessão dessas “baixarias” familiares, perceber o minuto que antecedeu o “show”, nesse instante tudo poderia ter
sido evitado; nem que fosse ter fugido, virado as costas, oferecido a vitória ou abaixado a cabeça.

Afinal o que resta de tempo para viver não é tanto assim que seja possível desperdiçar; viver essas questões familiares com mais fluidez
é a única coisa inteligente a fazer.
E.... será que ficar com a razão vai mesmo resolver a vida?

Aproveite esses feriados para desfilar as tuas historias e ensaiar respostas.
Aproveite os dias para investir na alegria.

terça-feira, 1 de março de 2011

Sucessos e como segura-los

Muitas pessoas que estudam auto-conhecimento, espiritualidade, ciências e outros matérias amplas, embora tenham
alcançado um vasto conhecimento e reconheçam a “pequenez” da fragilidade humana e sua transitoriedade continuam
com um Ego enorme... vaidade para todo lado!!!!!

Como comenta Yehuda Berg, codiretor de um dos maiores centros de estudo da Cabala, é muito difícil dominar o Ego –
o falso eu vaidoso e carente.
Segunda suas palavras:” quanto mais bem sucedido, maior seu Ego.”
O Ego é algo que motiva a fazer mais e mais, e segundo o Budismo, lutar para ter, lutar para manter e lutar para aumentar –
o tal desejo ilimitado.

O Ego atrapalha porque nos tira da realidade e nos prende ao auto-engano criando uma falsa imagem, uma importância falsa.

“Se um jogador vê seu time vencer um campeonato, por exemplo, é complicado, mporque tendo ganho, fica muito
mais difícil abandonar os campeonatos.Ele diz: agora sou campeão. E estar preso a um campeonato é um problema.
É mais fácil sermos aprisionados pelo sucesso do que pela dor. É quando ganhamos os jogos que temos problemas.
Quando tudo vai bem, fixamo-nos naquelas condições. Parece que encontramos algo.”Lama Padma Santem

Ainda segundo o rabino Berg, o trabalho para controlar o Ego é um trabalho lento e difícil, nem sempre bem sucedido.
No entanto tomar conhecimento do problema, ou perceber o lado nocivo desse personagem que nos acompanha
já é um começo.

Alcançar um sucesso é muito legal ! é uma reação natural, afinal colocamos muito esforço nas empreitadas.
Mas.....a dica:
Quando percebemos que alcançar esse sucesso não dependeu só de nós e envolveu a colaboração de varias outras pessoas, desde os pais,
devolve a consciência do real tamanho da conquista e inclui o mérito de todos que participaram.

Dividir o troféu das conquistas controla e coloca o Ego sob controle, no seu papel.

A verdade organiza!

Viver os sucessos com leveza garante a paz.