sábado, 22 de fevereiro de 2014

Meditação - Shamata, o caminho da lucidez e da serenidade

Temos respostas automáticas ditadas por estruturas internas criadas através dos tempos que atrapalham nossas decisões de permanecermos serenos. Existem vários tipos de Meditação;neste nosso caminho a meditação silenciosa- SHAMATA, sugerida tem como objetivo o treinamento para não sermos arrastados por situações externas ou internas; as coisas chegam e não têm o poder de nos arrastar. Meditar treinando manter o foco, aprendemos a não nos deixar arrastar nem pelo corpo, nem pelas emoções, nem pensamentos , nem paisagens. A meditação, imobilizar o corpo, observar e silenciar os pensamentos, observar e silenciar as emoções nos coloca em contato com o SILÊNCIO. Existe um princípio ativo no SILÊNCIO. A meditação é o treino de “ação poder”, de não se deixar perturbar e agir, como ensina Lama Padma Samten. Esta “ação poder” propicia as outras 4 ações: ação pacificadora, ação incrementadora ( de beneficiar os outros), ação estabilizadora ( acolhimento) ação discriminatória ( escolhas lúcidas) A base da “ação poder” é o Silêncio. No Silêncio existe o contato com uma posição livre e lúcida já que a mente fica livre das insatisfações dos sofrimentos. No Silêncio há um contato além das bolhas de realidade, um encontro com a Presença. Sofrimento é falta de lucidez. No texto da semana “Mergulho no Infinito”, o prof Allan Wallace comenta de forma simples as estruturas da psique – consciente/ inconsciente e as Dimensões escondidas que podem ser acessadas através da meditação: Alaya ( base LUMINOSA da mente e depósito de memórias), Budadatu ( mundo dos arquétipos) , Arupa ( espaço infinito) e Darmakaya ( a realidade absoluta onde tudo se cria) Inicie meditar durante 15 minutos diariamente: Pratica dos 7 gestos: 1.Sentar com apoio de uma almofada para que os joelhos fiquem abaixo dos quadris e facilitem a coluna reta 2.costas eretas mas não duras 3.mãos apoiadas sobre as pernas 4.cabeça levemente inclinada para o peito para que a coluna na parte superior fique reta 5. boca entreaberta 6.ponta língua tocando o céu da boca atrás dos dentes para não salivar muito 7.olhos semicerrados Atenção à respiração natural, o ar entrando e saindo, atenção às narinas, manter o olhar num ponto fixo. * Atenção ao corpo: Atenção, observar sem interpretar nem criar histórias: os 5 sentidos: Tato/pele e o tocar Olfato/vias respiratórias e o cheirar Paladar/ Língua e o saborear Audição/ ouvidos e o escutar Visão/ olhos e o enxergar *e/ou Atenção aos 5 elementos em si mesmo e nos fenômenos ao redor ( coisas e situações) de que tudo é composto: Terra / solidez – aspectos concretos - firmeza Água/ fluidez – aspectos líquidos – flexibilidade Fogo/ temperatura – transformação Vento/ movimento – mudança Espaço/ infinito – liberdade Ou ainda.... *no Silêncio sentir a liberdade de se imaginar uma nuvem se dissolvendo no céu, uma gota ou uma onda se dissolvendo no oceano... livre de todas as “bolhas ( realidades, as lokas no budismo)”. para receber o texto envie pedido para artesdecura@netguest.com

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Métodos e Escolas budistas

Após a morte de Buda Shakyamuni, com o passar do tempo, a forma de praticar o Budismo foi se tornando peculiar a cada cultura que o recebeu e abraçando suas tradições. Existem basicamente 3 formas de motivação que geram 3 tendências: O Budismo Theravada, popularmente chamado de Hinayana ( pequeno veículo), como o praticado ao norte da Índia e Myamar. É uma forma de treinar solitariamente buscando aperfeiçoamento pessoal, com a idéia de que o fato da pessoa se aprimorar individualmente já colabora com o todo. O Budismo Mahayana (grande veículo), estudar, treinar e praticar os ensinamentos de Buda pelo benefício de todos os seres, como praticado na Ásia e no Japão.Interesse social que inclui também ensinamentos theravadas O Budismo Vajrayana ( tantra) praticado nas tradições tibetanas, estudar, treinar e praticar os ensinamentos de Buda para o benefício de todos os seres ,através de métodos que permitem que isso seja realizado rapidamente. Escola que inclui ensinamentos das outras 2 escolas. Com a ocupação do Tibet pela China e a fuga de milhares de tibetanos entre eles muitos Mestres de grandes realizações, essas 3 tradições estão se subdividindo em outras, ensinamentos oferecidos de varias formas, dependendo das circunstâncias. Um desses Mestres tibetanos foi Dilgo Khyentse Rinpoche, que viveu seu exílio no Butão e promovia a ideia de que deveríamos obter ensinamentos de varias tradições. Vale-à-pena descobrir essa figura, já falecida, bastante interessante na internet e no youtube. E... assim eu ouvi de SS Dalai Lama sobre o Budismo Tibetano(“Minhas palavras”): O Budismo chega ao Tibet no século VIII da nossa era através de Mestres vindos da Índia, principalmente Padmasambaba - Guru Rinpoche, tido como o 2º Buda e no século seguinte foi decretado ilegal pelo rei Lang-Dar-ma; ele fechou os monastérios que eram os locais dos ensinamentos mas, em lugares remotos ainda era possível manter a tradição. No século XI surgiu uma confusão entre 2 abordagens à prática dos ensinamentos: o sutra ( caminho longo de treinamento) e o tantra (caminho rápido para expansão de Consciência). Nesse mesmo século Atisha, um célebre Mestre Indiano, chegou ao Tibet e conseguiu reunir as varias tradições e formas de praticar o Budismo, monástico e leigo, e organiza-los. Ele é considerado autoridade no assunto por todas as escolas filosóficas. No Budismo Tibetano existem 4 escolas: Nyngma, Sakya, Geluk e Kagyu. É um grave equívoco considerar que uma melhor que outra; todas seguem Buda Shakyamuni, todas combinam sistemas de sutra e tantra e “se especializam” em determinada área. A escola Geluk, a qual pertence SS Dalai Lama, o foco é principalmente a medicina, embora ele cuide de todas as 4 escolas. Nestes 21 anos de treinamento estudei principalmente com Mestres da escola Guelupa ( a tradição tibetana mais nova inaugurada pelo Mestre Tsonkapa no séc. XIV) e na tradição Nigma ( a mais antiga sec. VIII- a qual pertence Lama Padma Samten) e é nestas escolas que este Ciclo de Estudos se orienta. Muitos pontos dos ensinamentos somos capazes de praticar imediatamente, outros vamos mantendo no coração para mais tarde. Como diz SS Dalai Lama, o caminho do autoconhecimento e da espiritualidade ( perceber a realidade além dos sentidos físicos no nível sutil), não é um caminho fácil, nem depende de milagres do sobrenatural; é um caminho de determinação e perseverança dia-a-dia. Mas vale cada pequeno avanço em direção à serenidade, à bondade e à lucidez. Todas as tradições budistas iniciam seus estudos pelas 4 Nobres Verdades : *o sofrimento ( insatisfações) existe, pela própria impermanência, falta de garantias, separações e dores *o sofrimento tem causas: ignorância( não perceber a interdependência entre tudo), apego ( atração) e raiva ( aversão).Perceber os fenômenos e situações como concretos. *é possível parar com essas causas: é possível realizar mudanças pela plasticidade da mente, hoje comprovado pela neurociência.Mudar o olhar. *para isso existem caminhos, por exemplo: caminho óctuplo ( theravada), para organizar comportamentos, o Vinaya mais explicações sobre Caminho óctuplo, no anexo 6 paramitas(mahayana) treinamento da paciência, generosidade, esforço constante, moralidade, concentração e percepção da vacuidade e interfependência, os Sutras Roda da vida, 3 venenos, 6 reinos, 12 elos interdependentes, estudo da psicologia budista(vajrayana) , o Abidarma É possível até comparar esses 3 caminhos com as 3 faixas de respostas( e-mail 1, veja guia no anexo) que Lama Padma Samten se refere em seus ensinamentos Ou ainda : “A causa do sofrimento, da insatisfação, é o apego.( a identificação do eu com valores e objetos externos e o afastamento da realidade como na neurose) O apego é causado pela ignorância. A ignorância que causa o apego é a ignorância da verdadeira realidade, a ignorância de que todos os fenômenos da realidade são impermanentes como uma bolha prestes a estourar. A ignorância da realidade produz o desejo/apego porque se acredita ser permanente o que é impermanente ......................... Hoje, com o surgimento da cultura de consumo baseadas não somente na posse e no prestígio social, como sempre aconteceu na história humana, mas também na capacidade de produção e consumo, a situação certamente ficou pior: a difusão das neuroses e, consequentemente, do sofrimento psíquico é um fato que pode ser constatado por qualquer pessoa. O que nos torna neuróticos não é tanto a vida frenética, a over dose de possibilidades e ofertas, quanto a postura mental que assumimos a seu respeito: como se nossa felicidade dependesse realmente do sucesso. Isso produz o estresse mental , exatamente o contrario da serenidade. A felicidade é essencialmente serenidade. A serenidade é o termômetro de nossa felicidade,e não o sucesso. Giulio Cesare Giacobbe O texto desta semana “O Caminho da felicidade” é essencial; fala sobre as atitudes básicas e adequadas para ouvir, estudar e compreender os ensinamentos na preciosa condição humana. 4 pensamentos ( conhecimentos) que transformam a mente: *preciosa condição humana *impermanência *carma- causa e efeito *sofrimento – efeito da ignorância e dos enganos Para saber mais sobre esse tema budista e outros leia “A Roda Vida” de Lama Padma Samten Para receber o texto da semana escreva para artesdecura@netguest.com.Este ensinamento de Lama Padma Samten sobre a essência da natureza ilimitada é fundamental no caminho dos estudos. Sugiro que leia em voz alta, pausadamente, compreendendo cada parágrafo.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Coragem para seguir em frente

Emoções/ seguir em frente Para finalizar o capítulo 5 - tratando as emoções aflitivas - escolhi o texto, sempre bastante interessante e inteligente, também de Bel César que resume o treinamento para despertar esforço e não se deixar estagnar pelas raivas, medos, inércia, invejas, vaidades e dúvidas. Despertar coragem, esforço entusiástico, generosidade, altruísmo e curiosidade para aprender é aprender a se despedir e viver o momento presente. “Dalai Lama explica que o termo tibetano para nirvana é nyang-de que se traduz literalmente por "além da mágoa". "Nesse contexto, mágoa refere-se às aflições da mente; de modo que o nirvana realmente designa um estado de ser que está livre de emoções e pensamentos angustiantes.” Viver o momento presente é uma Arte; seguir em frente também, sem olhar para trás com apegos,e..... olhar para trás apenas para aprender e observar as mudanças. Um passo importante nessa escalada, nesse caminho, nessa busca pela serenidade é curar as mágoas e o texto oferece uma meditação singela e eficaz. Meditação para curar mágoas( Bel Cesar) Em silêncio, traga de volta para sua casa interior todas as energias de sua mente e corpo. Descanse no seu espaço interno o tempo que lhe parecer necessário. Em seguida, com todo seu coração, invoque à sua frente o Ser Sagrado com o qual você sabe que pode contar ou uma forte luz da cor que você, neste momento, sabe que tem a cura de que necessita. Considere que este Ser ou esta luz não são apenas o resultado da sua imaginação, mas sim a verdadeira expressão de sua conexão com a fonte curadora. Reconheça com sinceridade suas mágoas e abra-se para receber a cura: visualize raios de luz saindo do Ser Sagrado ou desta fonte de luz e penetrando no topo de sua cabeça. Rapidamente, preenchem seu corpo de luz, purificando instantaneamente suas mágoas. Veja-se totalmente preenchido de luz. Aos poucos, seu corpo de luz diminui até se transformar num ponto luminoso que se dissolve na intensa luz do Ser Sagrado à sua frente. Traga essa luz sagrada para o centro de seu coração. Sinta sua consciência novamente centrada em seu corpo. Determine-se a cultivar esse estado mental, simples e natural, mesmo depois de abrir os olhos. Para finalizar, agradeça a fonte curadora, a purificação recebida e compartilhe essa energia curativa com todos aqueles que estejam precisando dela.

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Apego na preguiça

Continuando no “capítulo” emoções: As emoções aflitivas são chamados também de venenos mentais..... uma vez reconhecidos, podem ser neutralizados com antídotos. Os medos são dissolvidos com ações objetivas. A raiva, com a compreensão das intenções e expectativas. A ignorância, as duvidas, com o conhecimento e aprendizados. O orgulho, com o cultivo das generosidades e da naturalidade. E o desejo/apego, o desejo ilimitado ( insatisfações) pelo altruísmo e solidariedade. Um dos aspectos danosos que os apegos cultivam é a preguiça. A preguiça é sintoma de dores emocionais não comunicadas, da falta de rumo e da falta de sentido para a vida; está ligada ao vitimismo, às discriminações, ao mimo, à solidão, aos transtornos alimentares e às dificuldades de comunicação. A preguiça nem sempre se mostra na lentidão e na inércia; ela pode se disfarçar em formas bem dissimuladas....é o que conta o texto desta semana “A natureza da preguiça”. Essa dissimulação é fruto das nossas tristes neuroses, da necessidade de que outros cuidem de mim, que me incluam na vida !!!!!! que me ofereçam um sentido!!!!!! ...tipo criança carente e abandonada....tipo...precisando aparecer no Facebook – a terra da carençolândia. No entanto a “cura” dos apegos é o interesse pelo coletivo e pelas necessidades das pessoas que vamos encontrando por nossos caminhos. A atenção aos outros, a participação em movimentos que expandam bem-estar e dar alívio com ações cuidadosas,,,liberta da preguiça, essa danada que impede viver os capítulos seguintes de nossa viagem de forma mais alegre. Desejo que o ensinamento do texto desta semana seja para você uma descoberta/ trampolim tão importante quanto foi para mim. Aproveite! Para receber o texto da Bel Cesar desta semana,"A natureza da preguiça" escreva para artesdecura@netguest.com No entanto a “cura” dos apegos é o interesse pelo coletivo e pelas necessidades das pessoas que vamos encontrando por nossos caminhos. A atenção aos outros, a participação em movimentos que expandam bem-estar e dar alívio com ações cuidadosas,,,liberta da preguiça, essa danada que impede viver os capítulos seguintes de nossa viagem de forma mais alegre. Desejo que o ensinamento do texto desta semana seja para você uma descoberta/ trampolim tão importante quanto foi para mim. Aproveite!