quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Por falar em raiva

Ciúme e inveja são filhotes da raiva e raiva embutida é..........bem esse é um assunto para um outro dia. Assim como prometido, vamos falar da raiva ou...das raivas. As sensações da família da raiva vão desde tristeza até ódio, passando pela mágoa, revolta, amargura, vingança, frustração, decepção, rancor, agressividade, vingança e ódio. Essa família está voltada para o passado; não é possível sentir raiva do futuro, do que ainda não aconteceu. Mesmo o que está acontecendo ao mesmo tempo já é passado. A raiva não é exatamente contra alguém; é contra algo que esse alguém fez, ou de uma situação específica criada. Então...alguém teve uma atitude e eu me sinto atingida porque contrariou meus interesses, minha crenças. Por isso ciúme e inveja são filhotes da raiva: contrariam nossos interesses. A raiva é sempre uma resposta do apego às nossas crenças; a gente queria que tivesse sido do nosso jeito. Sentir raiva é humano, enlouquecer de raiva é animal. A questão não é não sentir raiva. A questão está em como responder às raivas....como nos “defender” do que nos sentimos agredidos. Muito insano: o outro faz e eu que me sinto agredido – como construir uma distância ? Existem respostas externas: responder, desabafar, disfarçar, chorar, devolver a agressão, armar uma vingança, ironizar, usar o sarcasmo etc Existem respostas internas: engolir a raiva, deprimir, se isolar, adoecer e o pior, desorganizar a mente. As neuroses, obsessões, psicoses etc têm uma grave componente de raiva embutida. A raiva é uma loucura inútil. Até na justa indignação é preciso se manter estável na firmeza para incentivar mudanças. A saída é mais do que aceitar as incoerências, mais do que ter paciência, é desistir das crenças; é escolher se libertar das nossas razões. Abandone as certezas! Aproveite o tempo precioso que a vida está te dando; não desperdice energia, não vale à pena. Use a Energia e teu Tempo para algo mais interessante e útil. Porque... tudo está certo, mesmo que eu não entenda.

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

É ciúme...é inveja...

A mãe diz que a filha tem ciúme do irmão...mas não é ciúme: é inveja da atenção que ela dá pra ele. O funcionário tem ciúme do colega com o patrão , não é ciúme: é inveja do cargo que o colega conseguiu.. Inveja e ciúmes são emoções bastante perturbadoras, é bastante sofrido conviver com elas. Ciúmes e inveja são emoções infantilizadas, mas...elas existem de verdade; que o diga quem já sentiu! A inveja se confunde com ciúme porque sentir inveja é uma emoção muito desqualificada pelas nossas tradições. Então a inveja é vivida na surdina, num lugar secreto ,mascarada. Tem aquela chamada inveja branca, nome errado para a admiração. Ciúmes e inveja são 2 emoções perturbadoras, venenos mentais ou delusões para a filosofia budista Fora que ciúmes e inveja nos deixam super frágeis!!!! Se é ciúme, a gente tenta amarrar o objeto de desejo, e vai enchendo a vida de nós; e as cordas vão ficando cada vez mais pesadas. Principalmente porque quando a gente carrega uma corda cheia de coisas e pessoas presas é preciso controlar para não perder. E...quem quer controlar, fica cada vez mais controlado. O ciúme vai desde o lápis preferido até o amor que deita na mesma cama e os filhos que demos ao mundo. Quando não conseguimos nos livrar do ciúmes, na maior parte das vezes é porque ele não é ciúmes é inveja. Se é inveja, é a incompetência pessoal para conquistar o que o outro conseguiu, ou a vida proporcionou para o outro. Porque quando a sensação é agradável, admiramos os sucessos dos outro sem dor. A inveja é uma bebida com sabor amargo, um complexo de inferioridade silencioso muitas vezes disfarçado em complexo de superioridade ou do personagem da vitima depressiva ou eufórica. Até a doença que dá ibope desperta a inveja,ex: alguém conta sobre sua dor de dente e ao invés de nos interessarmos por sua historia ,contamos sobre os nossos casos com dentes... Ou seja, tanto o ciúmes ou a inveja , refletem nossa preocupação de deixar de ser o foco das atenções, a necessidade neurótica de mostrar a nossas importância e o nosso suposto poder. Mas uma coisa é certa: o ciúmes e a inveja roubam a liberdade e a leveza do ser; maltratam bastante. Saber distinguir quando sentimos ciúme ou inveja ajuda a encontrar o antídoto certo: para o ciúmes é , aproveitar a companhia e aprender a ser livre , dar liberdade e desistir de controlar. Para a inveja é não ter medo de se alegrar pelas conquistas , sucessos e a sorte dos outros. Essas 2 emoções perturbadoras constroem os jogos de manipulação para tentar a sobrevivência mas são um terreno de areia movediça: quanto mais armamos o circo mais dependentes ficamos. Para as duas emoções venenosas o antídoto é prestar atenção no que está não no que falta (ou faltará) e desmoralizar as carências. Porque afinal morreremos sós e desprovidos... será o ciúmes e a inveja distrações para disfarçar o final das historias? Por que colocar tanto poder nas coisas e nas relações, a ponto que elas nos ameacem? Conseguir se sentir feliz por dar autonomia aos outros e aceitar as mudanças é libertador!!!! Encontrar em nós a generosidade de se alegrar pelos outros é libertador também!!!! Mesmo porque o que vemos no outro é o nosso reflexo!!!!! Ciúme e inveja são filhotes da raiva e raive embutida é..........bem esse é um assunto para um outro dia.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Os 8 símbolos auspiciosos do Budismo

O Budismo tibetano pertence a uma cultura bastante colorida, qualidades antropomorfizadas ( os aspectos humanizados de deidades) e repleta de símbolos com a função de nos relembrar do potencial de uma verdadeira mente desperta (lúcida) e livre. Existe a realidade absoluta permanente, onde residem as sabedorias e a realidade relativa – a que vivemos, impermanente, repleta de mudanças, sustos e desafios. Os 8 símbolos auspiciosos abaixo inspiram e falam dos “meios hábeis” para conviver positivamente com a realidade relativa em que estamos imersos e descobrir aspectos positivos nas negatividades; através de uma postura mental estável, evitar que elas “roubem” nosso poder interno. Compartilho abaixo o interessante trabalho que conheci. POR LEONARDO OTA Quando fui ao templo do CEBB em Viamão/RS, fiquei muito curioso ao ver oito símbolos pintados e esculpidos por todo o templo e resolvi pesquisar o seu significado. A seguir você verá o significado de cada um deles. OS OITO SÍMBOLOS AUSPICIOSOS O Guarda-sol: O guarda-sol é o símbolo da dignidade real e proteção contra o calor do sol e representa proteção contra o sofrimento. Dois peixes dourados: Os dois peixes eram originalmente um símbolo do rio Ganges e Yamuna, mas passou a representar a boa sorte em geral, para os hindus, jainistas e budistas. Dentro do budismo também simboliza que os seres vivos que praticam o darma não têm medo de se afogar no oceano de sofrimento, e podem migrar livremente (escolher seu renascimento) como um peixe na água. A Concha: No budismo, uma concha branca representa o som do darma despertando os seres da ignorância. A Flor de Lótus: O lótus está enraizado na lama profunda e seu caule cresce através da água turva. Mas a flor se eleva acima da sujeira e se abre ao sol, linda e perfumada. No budismo, o lótus representa a verdadeira natureza dos seres, que se levantam através do Samsara para a beleza e clareza da iluminação. Veja o significado das cores: • Branco: Pureza mental e espiritual • Vermelho: O coração, compaixão e amor • Azul: Sabedoria e controle dos sentidos • Pink: O Buda histórico • Roxo: Misticismo A Bandeira da Vitória: O estandarte da vitória significa a vitória do Buda sobre o Demônio Mara e sobre o que Mara representa – a paixão, o medo da morte, o orgulho e a luxúria. O Vaso: O vaso do tesouro está cheio de coisas preciosas e sagradas e, não importa o quanto são retiradas, ficará sempre cheio. Ele simboliza vida longa e prosperidade. A Roda do Darma: A roda de Darma, também chamado de Dharma-chakra ou Dhamma Chakka, é um dos mais conhecidos símbolos do budismo. A roda tem oito raios e representando o Caminho Óctuplo. Segundo a tradição, a Roda do Darma foi girada pela primeira vez quando o Buda proferiu seu primeiro discurso após sua iluminação. O Nó Infinito: O nó infinito, com suas linhas fluídas e entrelaçados em um padrão fechado, representa a origem dependente e a inter-relação de todos os fenômenos. Significa também causa e efeito da união de compaixão e sabedoria. Referência: The Eight Auspicious Symbols of Buddhism POSTS ANTIGOS ________________________________________ AUTHOR LEONARDO OTA Sou instrutor de meditação, Lamtonpa (instrutor facilitador) da Linhagem Drukpa Brasil orientado pelo Lama Jigme Lhawang. Criador e editor do site Sobre Budismo. Estudante de caligrafia e língua tibetana. Meu principal interesse é como podemos criar bem estar e felicidade em nossas vidas através do cultivo de um bom coração.

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Vivemos num mundo de sonho?

Ou seja, vivemos na ignorância do que está por trás as realidade por isso muitas coisas da vida nos parecem incoerentes. O principal objetivo da psicologia budista é nos ajudar a ver com clareza, despertando a lucidez. Quando estamos perdidos na ignorância é difícil perceber até mesmo as verdades mais óbvias; imagine as coisas mais complicadas? As atitudes mais loucas? Vivemos na superfície e tomamos as ilusões superficiais como realidade. Nos fixamos às impressões dos sentidos – mas isso é apenas a primeira camada enganosa sobre a verdadeira natureza das coisas. Podemos embarcar numa ilusão e viver por aí durante um longo tempo. Quando conhecemos os mecanismos da mente, seus jogos e superamos as ilusões aparentes, nossa vida se transforma; os medos se dissolvem, a valentia surge. Sempre que nos sentimos incomodados e perturbados por raivas, ansiedades, inveja, confusões, culpas e outros medos estamos mergulhados na ignorância: à medida que investigamos a origem dessas situações com calma elas vão perdendo a força. A ignorância é responsável pelos sofrimentos. A ignorância nos enfeitiça. Esse exercício de busca de lucidez é libertador. O primeiro passo é olhar atentamente o que nos perturba, com curiosidade, as situações que nos perturbam. Qual medo está gerando isso? A vida nos distrai cada vez mais, na correria, nas solicitações, nas ofertas, nos perigos imaginários e reais além de todas a dependências a que vamos nos submetendo. Enquanto não aprendemos a sentar, silenciar e repousar na nossa consciência livre, as situações externas vão gerenciando nossas escolhas. Essa possibilidade de silenciar, se libertar e ficar nesse espaço livre, cria a possibilidade da lucidez, devolve a autonomia. Silenciar, ficar livre dos “tem que”, das opiniões, das obrigações, descansar nesse espaço livre, na espacialidade sem tempo e sem medos é experimentar viver sem stress e ganhar espaço mental para despertar lucidez.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Nova Terra de um Lama Tibetano - o filme

Rodando pelo youtube atrás de ensinamentos de Mestres Tibetanos encontrei um lindo filme com Chagdu Rinpoche, Lama Tibetano, (Mestre de Lama Padma Santem) sobre sua vida e sua chegada para fixar residência no Brasil em 1995 na cidade de Três Coroas no Rio Grande do Sul depois de 17 anos ensinando na Califórnia. Meu primeiro contato real com o Budismo Tibetano foi durante uma palestra de Chagdu no Memorial da América Latina no início da década de 90; depois encontrei o Reiki, arte de cura budista e outros caminhos que me levaram de volta aos estudos budistas tibetanos incentivada pelo meu genro Beto em 2000 de onde não me afastei mais. Felizmente hoje é possível com mais facilidade encontrar inúmeros livros, filmes, ensinamentos curtos e longos no Youtube além de visitar Mestres , Centros de Dharma e terras onde se pratica o Dharma de Buda. Há varias definições sobre felicidade, parece que até uma para cada pessoa; na filosofia budista felicidade é lucidez, o objetivo principal é conhecer a verdadeira natureza da mente. Da lucidez brota naturalmente a compaixão por todos os seres, nas nossas e nas suas “confusões” de sofrimento, da insatisfação, resultados da ignorância sobre a verdadeira natureza livre da mente. A compaixão é a natureza desperta ( lúcida) da mente. Nessas andanças pela internet encontrei esse filme inspirador de meia hora , A Nova Terra de um Lama Tibetano. É desse filme que tirei as palavras Chagdu Rinpoche para compartilhar com você: “Olhando nossa própria vida percebemos as mudanças o tempo todo; nós agora temos um corpo precioso e cada dia deveríamos nos regozijar com isso. Do nascimento à morte nada é permanente; portanto devemos usar esse corpo de maneira grandiosa, interrompendo ações negativas e procurando ajudar os outros. Essa é a fonte de felicidade futura. A natureza de todas as experiências que nós vivenciamos é ilusória, é como um sonho; por isso podemos aceitar tudo que surge. O propósito de nossa vida é revelar nossa verdadeira natureza que é imutável, podendo assim ir para além do sofrimento. Pensemos sobre isso muitas e muitas vezes; e rezemos para alcançar esse estado de revelação de nossa verdadeira natureza. Dediquemos todas as ações positivas realizadas para o benefício de todos os seres.” Como sugerem os Mestres, não importa qual for sua fé visualize um ser que seja para você objeto de devoção, um santo, uma santa, Jesus, Buda, uma Deidade...um Ser totalmente compassivo e sábio por quem você se sente acolhido e que possibilite manter a motivação de compreender , beneficiar os seres, evitar prejudica-los e ajuda-los a encontrar suas respostas. Que esse Ser derrame sobre você suas bênçãos em forma de luzes muito brilhantes para que você nunca se esqueça de seu compromisso solidário. E, como lembra Chagdu Rinpoche em “Portões da pratica Budista”: que todas as pessoas que te virem, te ouvirem, te tocarem ou se lembrarem de você possam ser beneficiadas através por essas luzes também. Sinta-se grato por você ter tido a oportunidade de encontrar respostas, inspirações e caminhos de serenidade enquanto tantos seres estão aflitos e mergulhados em duvidas e enganos.