quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Para aproveitar apegos e desapegos




Mesmo que tenhamos sido treinados a acreditar que se deixarmos as coisas irem vamos ficar sem nada, a vida mostra repetidamente o oposto: deixar ir é o caminho da verdadeira liberdade.
A simplicidade é o ponto último da iluminação.
Simplicidade não quer dizer pobreza.
Pobreza é um estado de espírito não apenas privação das necessidades.
Existem 2 olhares: quando as ondas batem nas rochas por anos você pode olhar como destruição ou como esculturas de novas formas interessantes.
Nosso caráter também; as perdas não são perdas, as perdas são a possibilidade do novo.
Um filho especial, não é um filho que deu errado; é um filho que vai ensinar a aumentar a humanidade e a verdadeira natureza luminosa e compassiva da família e amigos.
Quando o rancor pelas perdas desaparece aparece mais espaço para a bondade.
Essa bondade é o que sobrevive à morte, é o que deixamos na boa lembrança dos seres.
Viver é treinar despertar essa bondade forte e como realiza-la.


Quem balança tua árvore?




A história abaixo foi encontrada no livro “An Empty Mirror” de Wetering.
Em um antigo templo, vivia um monge que cuidava do mestre aposentado e do famoso jardim do templo.
Certo dia chegariam visitantes de longe para admirar o jardim e então, por toda a manhã, o monge passou meticulosamente o ancinho na areia, juntando com esmero todas as folhas espalhadas.
Depois de deixar tudo no ponto, notou que o velho mestre observava seu trabalho por cima do muro do jardim.
“Muito bem”, disse o velho,” mas está faltando uma coisa”.” O que?”. Indagou o monge.
Pegando num galho que se inclinava sobre o muro do jardim, o mestre balançou forte a árvore, espalhando uma cascata de folhas de outono por cima da areia imaculadamente limpa. “Assim”, disso o velho mestre. “Agora está perfeito”.
Somos parecidos com esse monge, queremos um caminho perfeito, queremos encontrar algo que deixe a paisagem bonita e a vida serena.
Queremos jogar fora todas as coisas, relações, emoções, manias, sensações e situações que incomodam, jogar fora como as folhas mortas.
Mas não dá.
Não fomos preparados para aceitar a vida como ela é.
Não fomos preparados par enxergar a beleza e o sentido das folhas que também caem no nosso jardim.
Quem é que balança tua árvore?
Um filho, um marido, um colega de trabalho, um vizinho, uma paixão antiga, falta de dinheiro, teus pensamentos?
Assim é a vida, como o jardim do monge; limpamos o terreno e esperamos quais folhas irão cair. Aí limpamos novamente.
Nossa prática não deveria ser querer eliminar as folhas permanentemente; deveria ser querer criar um jardim cada vez mais amplo que pudesse acolher mais folhas, até que possa conter serenamente qualquer coisa que aconteça na vida.
Quando descobrimos a aceitação e aprendemos a responder a cada momento da vida como ela é, descobrimos então que cada folha caiu no lugar certo.

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Como meditar



“A meditação nos ensina literalmente a nos sentarmos com todos esses estados, e através deles, de uma forma que progressivamente fortaleça nossa capacidade de tolerar, regular e organizar nossas experiências afetivas. Não há nada místico nesse aspecto da prática.
A primeira regra de uma prática de meditação sentada é sentar-se imóvel. Isso significa sentar-se sem se mover inquieto, não ceder ao desejo de coçar, não limpar o nariz que escorre, não mover um pé que adormeceu ou está dolorido. É comum ver os iniciantes chegarem às raias do pânico só de pensar em seguir essa regra básica, por medo de se sentirem aprisionados ou de ficarem agitados por não poderem responder a esses sinais aversivos básicos. A meditação oferece muitos desses desafios.
 Não importa o que aconteça, não importa o sentimento que surja, aprende-se a aceitar, observar e sentir.
Na função de mestra, Joko exigia de mim nada mais nada menos do que honestidade emocional. Repetidas vezes ela enfatizou que praticar não envolve tornar-se outra pessoa ou chegar a determinado estado, mas estabelecer-se profundamente na realidade física e emocional do momento presente.
Ela pedia aos alunos para ficarem atentos à coloração emocional ou afetiva de cada momento. “Onde está esse sentimento no seu corpo?”, perguntava ela. “Você sente uma tensão ou rigidez na garganta, no pescoço ou no ventre quando se permite sentir inteiramente este momento? Consegue sentir a resistência a estar totalmente presente que se manifesta nessa tensão corporal?”
A prática para Joko significava aprender a sentar-se com a resistência, identificar a resistência na forma de tensões corporais, para sondar o histórico emocional dessas tensões, momento após momento. Quando nos sentamos, em vez de tentarmos ficar calmos ou em paz ou aquietar a mente, praticamos permanecendo em meio a todos os sentimentos que surgem. Não obstante, sentar-se imóvel por períodos regulares todos os dias tem um efeito estabilizador e centralizador.
Acompanhar a respiração e rotular os pensamentos cria um “observador” interno estável que não é golpeado por emoções conflitantes nem arrastado pelo fluxo da associação ou reflexão. O praticante de meditação se torna cada vez mais capaz de interromper cadeias repetitivas ou obsessivas de pensamentos e sentar-se, em absoluto silêncio interno, com a ansiedade ou tensão corporal que em geral acompanha esses pensamentos. Nesse ponto, o “observador” se dissolve na experiência de apenas sentar-se.
A principal dimensão estrutural da prática zen consiste nessa capacidade crescente de tolerar estados afetivos antes intoleráveis e evitados. Assim como a psicanálise, a prática zen é um contexto relacional estruturado que visa expor, tolerar e enfrentar padrões de experiência afetiva, incluindo afetos anteriormente reprimidos ou dissociados.” (Mente comum: um diálogo entre o zen budismo e a psicanálise, Barry Magrid)                                                                                    
http://www.centrobudista.com.br/como-meditar/

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Os desafios da meditação


Assim ouvi do Mestre:
“Quando as pessoas começam a meditar, frequentemente dizem que seus pensamentos estão correndo tumultuados e ficaram mais selvagens que nunca.
Mas eu afirmo que este é um bom sinal.
Longe de pensar que seus pensamentos estão mais selvagens, isto mostra que você está mais quieto e, finalmente, se tornou consciente de quão barulhentos seus pensamentos sempre foram.
Não fique desencorajado nem desista.
Seja o que for que surja, continue a ficar no presente, continue retornando a respiração, mesmo que seja em meio à confusão”

sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Perguntas sem respostas



Era uma vez...de verdade...
Durante uma tempestade Uttiya, uma asceta, veio visitar Buda.
Ananda, o fiel acompanhante de Buda, ofereceu-lhe uma toalha para que se secasse.
Então Uttiya sentou-se e perguntou:
Monge Gautama, o mundo é eterno ou um dia vai acabar?
Buda respondeu: Asceta Uttiya, não vou responder a essa pergunta.
Uttya então perguntou:
O mundo é finito ou infinito?
Corpo e espírito são um só ou são separados?
Quando você morrer vai continuar a existir ou não?
Buda: “ não vou responder. Só respondo questões que pertencem a práticas que visam ganhar maestria no controle corpo e da mente afim de superar sofrimentos e ansiedades”.
Voltando a nossa vida.
Para que ficamos rodeando perguntas que não visam nos ajudar a superar nossas confusões?
Para que ficamos interessados em histórias que não nos pertencem?
Para que ficamos perdidos em hipóteses catastróficas ou em histórias de Cinderela?
Ao amanhecer vamos nos comprometer com o caminho que leva à serenidade.
Ao amanhecer vamos nos comprometer a evitar fofocas.
Ao amanhecer vamos nos comprometer não gastar nosso precioso tempo inutilmente em intrigas.
Ao amanhecer vamos nos comprometer com a BONDADE, em TODAS as situações, com TODOS os seres, em TODOS os tempos, em TODOS os lugares.                                                                                    

sábado, 27 de outubro de 2018

Quando a loucura bate à porta



No caminho dos estudos budistas a verdadeira motivação é aprender a se liberar e liberar outros seres.
Frente aos sofrimentos mentais, buscamos auxilio dos médicos e  lucidez para sair da “bolha” e procurar o menos ruim para o doente para que ele não colha ainda mais resultados negativos.
Pode não ser o que gostaríamos mas precisa ser uma ação irada e compassiva para criar defesas também para os adultos responsáveis cuidadores.
Um bom momento para transformar culpa, orgulho e medos.
Não é hora de olhar para trás.
E lembrar SEMPRE, tudo termina; esta situação também.
Para fortalecer o momento a prece abaixo ajuda, ajuda bastante a amolecer as tensões....TANTO QUANTO SEJA POSSÍVEL, como diz o Dalai Lama.
Compromisso do caminho do Bodisatva

Bodisatva é o ser que procura se liberar e assim liberar muitos outros seres.
Para eles existe um lindo poema de aspirações escrito por um Mestre erudito, Shantideva.
Esse poema pode ser uma inspiração também para nós que seguimos os passos deixados pelos ensinamentos de Mestres sagrados.
“Anseie fazer parte da comunidade dos bodisatvas; do fundo de seu coração contribuir com seu tremendo esforço em qualquer atividade – empregado, guerreiro, fornecedor, doutor ou outra coisa.
Se quiser faça das tuas aspirações as palavras de Shantideva:
Possa eu ser um guarda para os que não tem proteção.
Um guia para aqueles que viajam nas estradas.
Para aqueles que querem cruzar a água, possa eu ser um barco, uma jangada, uma ponte.
Possa eu ser uma ilha para aqueles que anseiam por uma terra.
Uma lâmpada para aqueles para os procuram por luz.
Para todos que procuram um lugar para descansar, uma cama.
Para quem precisa um empregado, possa eu ser seu escravo.
Possa eu ser uma joia desejada, um vaso de riqueza, uma palavra de poder e suprema cura.
Possa eu ser uma arvore de milagres para todo ser, a abundância.
Para a multidão de seres infinitos possa eu ser a base da vida, a fonte do sustento variado.
Então, para tudo que vive, até os limites do céu, possa eu ser sempre a fonte de subsistência até que eles superem toda a tristeza”.
Possamos ter todos esse compromisso uns com os outros.
Tanto quanto possamos....
                                                                                      

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Vergonha? do que? de quem?




Vocês viram o vestido de casamento a princesa da Inglaterra que casou neste mês?
O decote era para deixar à vista uma grande cicatriz na coluna; a intenção dela era apoiar as mulheres a não esconder suas marcas.
Quanto esforço fazemos para esconder nossas marcas!!! Vergonha delas.
Como e onde aprendemos a ter medo da opinião dos outros?
Como queremos agradar!!!!
Sentir vergonha, todos sentimos porque queremos fazer uma boa figura no grupo e/ou para quem damos importância.
Aí fazemos esforço para disfarçar.
Aí fazemos esforço e terapias para ser naturais confortavelmente e com sorrisos.
Mas existe a vergonha alheia.
Aquela vergonha pelo comportamento inadequado do outro, ou que acreditamos inadequado.
É um comportamento que pensamos que não combina com o grupo ou com a situação.
Às vezes não combina mesmo! A roupa não é para a situação, a fala não soma, a altura da voz agride mesmo, os gestos são teatrais, os talheres e pratos são usados comicamente como armas de batalha etc.
Às vezes são nossos valores que provocam essa vergonha alheia; e valores sociais são culturais não são verdades absolutas.
Mas rola uma dúvida: o outro “apronta” e eu que me sinto envergonhado (a)?????
O que será que vão pensar da companhia que escolhi?  E....????? vou ser excluído(a)? não vou ser convidado(a) outra vez?
Outra coisa: onde no corpo “gruda” a sensação dessa vergonha?
Aproveite esse desconforto como treinamento. Medite nessa sensação do corpo.
Aquiete-se e respire nessa sensação SEM JULGAR durante 8 minutos.
Agora sorria, nem que seja um sorriso forçado. Sorrir descola.
Tudo passa! Tudo perde o poder. Até essa vergonha.

sábado, 13 de outubro de 2018

Quando a vizinhança perturba




Fui morar num prédio que os vizinhos do andar de cima eram super barulhentos na madrugada: moveis arrastando, Big Brother em alto volume, discussões acaloradas etc.
Como nessa situação praticar a paciência, a generosidade, a alegria e o desapego?
Essa é uma situação com vizinhos que também pode acontecer na família, entre amigos, no trabalho. Como praticar?
O trecho a seguir sobre como entender melhor o que é desapego foi inspirado no livro de Barry Magid “Mente comum”.
Segundo a visão budista os apegos (desejos ilimitados) são a causa da insatisfação.
Apegos ao controle, às crenças pessoais, às dependências, à própria imagem, às fronteiras materiais e afetivas – este é o resumo da origem das inquietações.
Reflita um pouco sobre tuas questões aflitivas e tente encaixa-las nesses 5 tipos de apegos.
Às vezes está num só, às vezes em mais de um aspecto dos apegos.
Entender o desapego é entender a impermanência.
Desapego não significa abandonar as coisas da vida, mas aceitar que elas se vão.
A tentativa não é se desapegar das emoções, sentimentos e de outras pessoas; mas sim das tentativas neuróticas e egocentradas de tornar as coisas e relacionamentos permanentes ou de fazer com que sejam da maneira como desejamos por nossos motivos egoístas.
Desapego também não aceitar passivamente o que está acontecendo.
Não conseguir dormir e aceitar não é paciência, é masoquismo; isto não é prática espiritual.
Tolerar além do viável uma pessoa caótica, não é prática espiritual se você não tiver meios hábeis para ajuda-la a se organizar e a não prejudicar outras pessoas. Ela, com certeza, precisa de um especialista (quando e se ele quiser). O melhor é mesmo manter-se afastado(a).
Desapego é responder às situações de modo não egocentrado.
Reconhecer que a vida não está sob controle e tomar as medidas apropriadas: conversar, procurar um mediador ou... mudar-se....ou se distanciar.
O verdadeiro desapego é evitar aumentar as confusões mentais e físicas dos outros e minimizar as suas próprias.                                                                                      

quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Confusão da mente faz parte...


Confusão da mente,

“quando quero aquietar a mente parece que os pensamentos aumentam” ...
Durante o treino da meditação esse é um comentário frequente.
Na verdade, é um bom sinal.
Quando se começa treinar a meditar, os pensamentos parecem ficar tumultuados e parecem ter ficado mais selvagens do que antes.
Mas afirmo que este é um bom sinal.
Longe dos pensamentos terem ficado mais selvagens, isso mostra que você ficou mais quieto(a) e finalmente tomou consciência exatamente quão barulhentos os pensamentos sempre têm sido.
Não desanime nem desista.
Seja o que for que surja, continue sendo presente, retorne a atenção à respiração, mesmo em meio à confusão.
A meditação é uma ferramenta para chegar ao objetivo de aquietar a mente e conseguir compreender a realidade das situações além das aparências. Essa compreensão leva à liberação.
“Glimpse after Glimpse”
“Que ao me liberar eu possa liberar os outros!”
                                                                                      

sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Medo do silêncio



Medo do silêncio é primo-irmão do medo do escuro.

Ouvi o relato que durante um retiro de silêncio uma das participantes “saiu da casinha”; na verdade provavelmente essa pessoa tinha ido procurar esse retiro para voltar “para a casinha”, mas não era o melhor tempo, mas não era a melhor forma.
Encontrei no livro de cabeceira:
 “Estamos tão viciados em olhar para fora de nós mesmos que perdemos completamente acesso ao nosso ser interior. Ficamos aterrorizados em olhar para dentro porque nossa cultura não nos dá ideia sobre o que vamos encontrar. Até podemos pensar que se o fizermos vamos correr perigo e enlouquecer. Este é o recurso de manobra que o Ego usa para nos prevenir de descobrir nossa verdadeira natureza.
Assim tornamos nossa vida tão agitada que eliminamos o mínimo risco de olhar para dentro de nós mesmos. Até a ideia de meditar pode trazer medo.
Quando se ouve os termos “sem ego” ou “vazio”, é possível pensar que experimentando esses estados sermos arremessados fora da porta e iremos flutuar numa nave e flutuar para sempre no escuro, arrepiante.
Nada pode estar mais longe da verdade.
Mas num mundo dedicado à distração, silêncio e quietude, isso nos aterroriza; nos protegemos através dos barulhos e negócios frenéticos.
Olhar para a verdadeira natureza da nossa mente é a última coisa que ousamos fazer.”

“Glimpse after Glimpse”vi o relato que durante um retiro de silêncio uma das participantes “saiu da casinha”; na verdade provavelmente essa pessoa tinha ido procurar esse retiro para voltar “para a casinha”, mas não era o melhor tempo, mas não era a melhor forma.
Encontrei no livro de cabeceira:
 “Estamos tão viciados em olhar para fora de nós mesmos que perdemos completamente acesso ao nosso ser interior. Ficamos aterrorizados em olhar para dentro porque nossa cultura não nos dá ideia sobre o que vamos encontrar. Até podemos pensar que se o fizermos vamos correr perigo e enlouquecer. Este é o recurso de manobra que o Ego usa para nos prevenir de descobrir nossa verdadeira natureza.
Assim tornamos nossa vida tão agitada que eliminamos o mínimo risco de olhar para dentro de nós mesmos. Até a ideia de meditar pode trazer medo.
Quando se ouve os termos “sem ego” ou “vazio”, é possível pensar que experimentando esses estados sermos arremessados fora da porta e iremos flutuar numa nave e flutuar para sempre no escuro, arrepiante.
Nada pode estar mais longe da verdade.
Mas num mundo dedicado à distração, silêncio e quietude, isso nos aterroriza; nos protegemos através dos barulhos e negócios frenéticos.
Olhar para a verdadeira natureza da nossa mente é a última coisa que ousamos fazer.”
“Glimpse after Glimpse”

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

O diminutivo significa....




Conheço pessoas que usam o diminutivo além do necessário ( na minha visão):
Peguei o dinheirinho que recebi e fui ao supermercado....
Dei uma arrumada no quartinho do meu filho....
Comprei essa roupinha para me sentir melhor....
Fiz um programinha super legal....
Me deu uma peninha do mendigo....
Me dá uma mãozinha aqui?....
Vou e contar uma historinha da traição....
Mina vidinha estava tão boa!!!!

Você conhece alguém que usa se comunicar assim?
Então...qual será a verdadeira motivação que leva a usar essas expressões?
O que você sente quando usa o diminutivo?

Você “chuta” alguma hipótese?
É uma desvalorização da ação?
É baixa-autoestima?
É não merecimento?
Ou é para se fazer de coitado? Ou azarado?
Medo de inveja?
O diminutivo traz consigo a ideia de diminuição, de tirar o brilho...também.

Penso que a hipótese de falta de espaço para ter, receber e doar cabe em todas as frases.
Sabe aquela idéia que quando a felicidade é demais começa aparecer o medo da tragédia que pode chegar?
Essa sensação é falta de espaço para ser feliz.
A gente pode ter falta de espaço para ter alegria, dinheiro, paz, segurança, realizações, beleza, afeto, generosidade, paciência, lucidez, saúde etc etc
É um complicador da vida. Pode até se tornar o padrão de que se “contenta com pouco”...e a vida vai trazer pouco...
Quando encontro pessoas que estão nesse clima, gosto de brincar repetindo suas frases sem o diminutivo...talvez ajude!                                                                                    

quinta-feira, 31 de maio de 2018

Mascara de proteção




Hoje, segunda-feira, fui ao ambulatório médico e estava lotado.
Atendimentos com demora.
Reclamações de vários tipos:
Horário, políticos, preço dos remédios etc
Agora..ainda a falta de combustíveis.
Na tela da TV sem som o programa da Ana Maria comentando o casamento da cinderela que não vai mais receber boletos.
E um monte de reclamações.
Na capa do jornal sai a foto de uma máscara de proteção contra gazes!
Contra gazes?
Não.
Contra pessoas toxicas.
Tem muita gente reclamando.
Será que coloco a máscara?
Vai resolver?
Não resolve.
É melhor sorrir (internamente) pra não permitir que as reclamações “colem”.
Sorrir e agir desarmado.
Sorrir evita que as situações nos arrastem.
A vida é só um sonho, logo vamos acordar.
Buda afirmou: “Manifestei um corpo de sonho para seres de sonho, imersos em sofrimentos de sonhos. Eu não vim, eu não vou.”                                                                                     

quinta-feira, 24 de maio de 2018

Em busca de seus sonhos




Agradeço todos os votos que recebi, OBRIGADA DO CORAÇÃO e gratidão  por você fazer parte dos meus sonhos realizados.
A cada mensagem que lia fui relembrando os encontros  e aproveitei para refletir sobre o que realizei nestes 67 anos.
A vida é um um jogo em que sempre conseguimos passar para fase seguinte.
Pais, avós, tios, ex-marido já não estão mais por aqui; mas ainda estão o irmão, os primos e amigos antigos para despertar as memorias da 1ª e 2ª fase.
Junto com os filhos, genros, nora, netos, sobrinhas, amigos novos e o novo marido continuamos na estrada fazendo a história da 3ª fase.
Quando visitei os parques da Disney achei linda a ideia quase romântica que sugeriam:
Corra atrás de seus sonhos.
Em outros lugares também ouvi a mesma sugestão.
Anos depois li um alerta do psiquiatra Yalom que arrepiou: reparar na importância de
aprender a se despedir dos nossos doces sonhos.
Vários anos se passaram e ontem assistindo o filme “Viajantes e mágicos” de Khyentse Rinpoche ( o mesmo cineasta do filme “A copa”) vi a cena do personagem que contava  ao monge que estava indo embora de sua cidade no Butão em busca do seu sonho na América.
Ao que o monge respondeu:
“A questão é que sempre acordamos do sonho.”
A segunda questão dos sonhos são as expectativas: reais ou ilusórias.
A terceira questão é que os sonhos apenas se realizam no FUTURO com quando plantamos as sementes no HOJE e fazemos as escolhas adequadas.
Realizei muitos sonhos.  Nem sempre a caminhada foi fácil. Escolhas têm sempre seu preço.
Faz parte do jogo.
A chave é sorrir sempre.
E fico pensando: o que mais vou plantar para os próximos tempos ?
Depois eu conto.
                                                                                  

quinta-feira, 17 de maio de 2018

A família da nossa mente




Assim como o oceano tem ondas, o sol tem raios, assim também a radiância da mente tem seus pensamentos e emoções.
O oceano tem ondas e não se perturba com elas.
As ondas são a verdadeira natureza do oceano.
Ondas surgem, mas...para onde voltam?
_De volta para o oceano.
E...qual é a origem das ondas?
_ O oceano.
Da mesma forma, pensamento e emoções são radiâncias e expressão da verdadeira natureza da mente.
Eles brotam da mente, mas...onde se dissolvem?
_De volta na mente.
O que quer que surja, não veja como um problema.
Se não reagir impulsivamente, se for paciente, essa sensação voltará para sua natureza essencial.
Quando isso é entendido, o surgimento dos pensamentos incrementam a pratica.
Mas quando não for entendido o que a radiância da natureza de mente é intrinsicamente, essas sensações serão sementes de confusão.
Portanto, é importante ter uma atitude espaçosa, aberta e compassiva com os pensamentos e emoções.
Porque...os pensamentos e emoções são nossa família, a família da nossa mente.
Como Dudjom Rinpoche sugere: “seja delicado e sábio, olhando (as situações da vida assim como olha) como uma criança brinca.”
........
Assim ouvi de Sogyal Rinpoche.
                                                                                 

quinta-feira, 10 de maio de 2018

Ensinamento de base.




Dia 30 de Abril, 8h da manhã, abro o aplicativo do Awake e encontro ensinamento de Lama Padma Santem:
“mesmo em nossa condição limitada, a mente ilimitada opera o tempo todo – não existem 2 mentes. A mente ilimitada é a base das mentes limitadas. Quando a compaixão se manifesta, é como se o esplendor luminoso dessa mente ilimitada surgisse no horizonte como a claridade que antecede o sol.”
Simples assim: a compaixão nos coloca em contato com esse lugar que não muda enquanto tudo muda.
Compaixão é o estado mental que surge quando largamos os desejos do Ego de apego e aversão, sorrimos e transformamos reação em ação para trazer benefício aos seres e nos alegramos por suas descobertas.   
______________________
Compaixão = bondade que surge quando baixamos as armas e as defesas.                                                                                

sexta-feira, 4 de maio de 2018

Solidão silêncio solitude



Gosto de ir ao emissário em Santos e ouvir o silêncio.
Ouvir o silêncio da minha mente... embalado pelo som das ondas do mar e pelas ondas vermelhas da Tomie.
Mas às vezes não dá e preciso encontrar esse silêncio no meu quarto mesmo, dentro do carro, no chuveiro, no fogão, na música.
Silenciar os pensamentos é um alívio...como se tudo já estivesse resolvido.
Esse silêncio luminoso é o início do encontro com a solitude.
Solitude é esse espaço agradável de se ser nossa melhor companhia.
Solitude é o que surge no refúgio interno.
Solidão é drama, é mimo, é “umbiguite” como diria nossa amiga Sophia: eu abandonado, coitadinho de mim.
Na solitude, inspirações que encontramos nos outros e no mundo, encontram um sentido.

quinta-feira, 26 de abril de 2018

Tempo de descobertas





Você já ouviu falar sobre o retiro de silêncio Vipassana?
Interessante!
Resultados que me surpreenderam ainda com pouca pratica.
Estou aprendendo bastante com os ensinamentos e técnica do professor Goenka.
Entre vários assuntos, refletir sobre os movimentos da mente é instigante.
Um dos pontos importantes dessa observação é aprender a treinar a mente/cérebro para ser uma ferramenta útil ao invés de ser uma ditadora com seus impulsos incontroláveis de gostar (muito) ou sentir (profunda) aversão determinando nossas escolhas.
Temos sido escravos desses impulsos.
Estamos viciados em sensações internas; corremos atrás delas, seja a de ter uma roupa nova, rever um amigo, saborear uma comida, receber um carinho, descobrir novas paisagens . Ou...a sensação de alívio de afastar uma ameaça, evitar um ser que critica, até de uma doce vingança etc.
Desejar não é o problema, o mundo gira porque desejamos soluções.
O problema é quando essas sensações nos controlam e se transformam em desejos ilimitados. Uma roupa só não basta, preciso duas. Um brigadeiro só não satisfaz, preciso quatro e assim vai. Uma explicação só não elucida, queremos varias.
Observar as sensações que nos controlam é um bom começo.
Para começar:
  silêncio não é apenas parar de falar é, principalmente, calar os pensamentos que circulam na mente com energia inesgotável, sem parar.
Calar como?
Prestando atenção ao respirar. Estar total no momento do AGORA.
E observar os pensamentos invasores:
Lembranças do passado recente ou não.
Lembranças agradáveis ou desagradáveis?
Ou....hipóteses de situações futuras, distantes ou próximas.
Hipóteses agradáveis ou desagradáveis?
Quando saímos do AGORA a respiração se altera; se altera por situações de apego (pequeno ou grande), se altera por situações de aversão (pequena ou grande).
No AGORA a respiração é serena.
Observar o corpo sem críticas; só observar. Onde dói, coça, onde formiga, aquece, arrepia, aperta....
Voltar a atenção à respiração, voltar ao agora, usar a nossa energia no AGORA.
VIVER O AGORA.
Isto é só o início da brincadeira.
Depois é treinar AGIR ao invés de REAGIR; simples assim!
Simples .....??????
Primeiro passo: querer realmente encontrar serenidade.
Muiiiiito interessante!
Passeie pelo site abaixo para saber mais sobre Vipassana.

quinta-feira, 19 de abril de 2018

Por que as situações ficam difíceis?




Situações difíceis são o que chamamos sofrimentos; sofrimentos menores e os maiores.
Na verdade, insatisfação em vários graus.
A insatisfação está sempre ligada a apegos.
  1. Apegos às gratificações sensoriais: prazeres físicos, SENSAÇÕES agradáveis, que vão fortalecendo os “vícios”. Somos viciados em sensações; somos viciados em desejar. Assim que satisfazemos um desejo, criamos outro. Por isso a felicidade está sempre adiante. O objeto do desejo não é tão importante. O que importa mesmo é o que este objeto produz em nós. Sejam relações, comidas, visitas, hábitos etc.
  2. Outro grande apego é ao EU, EGO = imagem que temos de nós mesmos. E que trabalho dá defender essa identidade que pensamos ser... que trabalho manter a imagem e impressionar com ela. E quando ela se sente ameaçada....sai de perto!
  3. O próximo apego é ao MEU, ampliamos o campo a tudo que nos pertence: filhos, território, títulos etc. Mas... como tudo é impermanente, esse “meu” é falso. Nada é meu, eu apenas “ganho” o direito de conviver com e nas coisas.
  4. O apego vai ainda mais longe; vai até as CRENÇAS. Que trabalho defender as crenças, opiniões, pontos de vista e tentar comprova-los; e que sensação ruim ao ouvir críticas e não ser aceito!
  5. Por último o apego às RELIGIÕES E FILOSOFIAS. Esquecemos que a importância fica na essência, no seu significado fundamental e que o aspecto formal é apenas uma casca. Importante é com que mente fazemos as práticas, as intenções que nos motivam: atenção aos outros, bondade, ausência de preconceitos sem expectativas.

Quando caímos na armadilha de qualquer desses apegos, é certo que vamos ficar tristes e sofrer.
Como exercício observe as pessoas que estão atrapalhadas em seus sofrimentos e confira em que apego estão presas.                                                                                  

quinta-feira, 12 de abril de 2018

Perdoar não é esquecer




Não é esquecer, é libertar.
Libertar a nós mesmos do passado.
Libertar outros para que sigam seu caminho em busca da felicidade e nós o nosso para tentar ser feliz.
Não perdoar ou sentir dificuldade para perdoar é como uma vingança; uma vingança de não dar oportunidade ao outro ser feliz.
Que engano! Quando não conseguimos perdoar somos nós que ficamos sem poder ser feliz com leveza e fingimos a felicidade.
Mas, como dizia Buda, vingança é uma pedra em brasa que antes de ferir o outro, queima nossa mão.
Mas existem situações difíceis de perdoar.
Há muitos anos aprendi uma frase que ajuda.
Quando caio na armadilha de tristeza por algo que vivi com um “Mestre de treinamento”, ou uma “Pessoa Famosa” repito, repito, repito:
“Eu te perdoo......(nome) por não ser o(a).......(amigo(a), marido, filho (a), chefe, vizinho, Mestre etc) que eu esperava que você fosse.”
Eles são o que podem ser.
Eu sou o melhor que consigo ser.
E...tudo passa.

quinta-feira, 5 de abril de 2018

A Caminho de La Paz




É um filme argentino que vive o encontro entre um motorista e um islamita a caminho de Meca.
Nesse caminho acontecem outros vários encontros interessantes que pode ser uma boa reflexão.
Numa das reuniões religiosas o Mestre comenta:
No tripé da falsa personalidade (identidade) o caráter é formado por medo, preguiça e orgulho.
Medos, todos temos; medo de adoecer, de ser assaltado etc
Orgulho, todos temos; é a importância pessoal.
Preguiça, é o que fazemos tentando ficar sempre na superfície, atitude de não querer aprofundar, de não querer saber mais sobre a vida e a morte.

Sabedoria, a Verdade, não tem fronteiras.                                                                                   

quinta-feira, 29 de março de 2018

Liberando tensões e medos




Como se liberar dessas sensações aflitivas que nos engaiolam?
A gente tem pressa de se livrar disso; mas, muitas vezes, quanto mais tentamos mais elas ganham importância. Vão ganhando importância e espaço.
Então aqui vai uma sugestão que deu certo para mim e para outras pessoas.

Depois de fazer respirações profundas, adote um ritmo de respiração tranquilo, sem esforço.
Imagine que sua mente é um espaço aberto, vasto, expansivo e sem fronteiras. Pense em seus pensamentos, sentimentos, emoções, expectativas e medos como nuvens, que se formam e depois desaparecem nesse vasto espaço aberto.
Perceba que todos esses pensamentos (“eu queria estar mais calmo”, “ele disse isso e aquilo”, “não posso esquecer de fazer isso, etc etc...”) e todas as emoções (“me sinto inquieto...magoado...confuso) são insubstanciais como as nuvens.
Imagine que eles vão surgindo, um por um, e desaparecendo na amplidão limitada de sua mente.
Depois descanse um pouco, mantenha-se nesse espaço, sinta-se calmo e relaxado – ou, pelo menos, imaginando se sentir assim.
Fique em silêncio desse jeito de um a dois minutos.

Assim aprendi com Thupten Jinpa.


quinta-feira, 22 de março de 2018

Quem pode ajudar?




Em meio às aflições é inteligente buscar ajuda.
Ajuda de um médico, um terapeuta, um professor... confiável.
Alguém que ouça com interesse, sem preconceitos, sem julgamento.
Alguém que possa oferecer uma saída viável.
A questão é que a solução, o alívio sempre vai contar com nossa participação.
A questão é que o assunto não se resolve fora, o assunto é sempre interno.
Não dá para mudar fora, mas dá para mudar nossa posição.
Aí tem um texto que Shantideva, autor budista indiano do século VIII , oferece  uma analogia:
“se tentássemos cobrir a face da Terra com couro para proteger nossos pés, onde encontraríamos couro suficiente? Em vez disso, podemos cobrir a sola de nossos pés com sapatos de couro e atingir o mesmo propósito. A melhor solução para um problema é aquela que você pode encontrar dentro de si.”
                                                                                 

quinta-feira, 15 de março de 2018

Na hora da indignação




Sabe aquele momento que você percebe a falta de bom senso da pessoa? Do absurdo em que ela está caindo?
Aí dá aquela raiva... dá uma revolta...uma indignação.
Reagimos... até muitas vezes por amor; por um amor aflito.
Chega aquele momento em que é a gente que está “pondo o pé na jaca”, “botando a pata na poça”, “rodando a baiana” na hora imprópria, escolhendo um tratamento diferente etc etc. Você conhece esses momentos.
Às vezes são escolhas e mudanças que fazemos que não agrada a todos.
É tão confortável quando encontramos alguém sensível às nossas necessidades.
Principalmente nas relações de maior intimidade em que um dos lados se sente mais vulnerável como é bom encontrar quem nos ofereça sua bondade e compreensão, não julgamento e recriminação.
Quando alguém já está com medo e inseguro de que adianta a gente dizer: “onde você
estava com a cabeça? Eu falei!” é a última coisa que se deve dizer.
Mesmo que você esteja certo, às vezes não é hora de estar certo.
Não se deve penalizar alguém que já está sendo punido.
“Não se deve chutar cachorro morto.”
Thupten Jinpa, me relembrou isso na hora certa. Serve para todas as outras horas.                                                                                    

quinta-feira, 8 de março de 2018

Egoísta ou generosos(a)


 Egoísta ou generoso

Relendo a biografia de Flavio Gikovati reencontrei sua proposta de olhar os papeis que as pessoas praticam nas relações; relações divididas em 2 blocos:
os generosos e os egoístas.
Relações são experiências desafiadoras.
É um jogo.
E esse jogo é mediado por véus carmicos, marcas mentais impulsivas.

O generoso quer agradar, se esforça por agradar, sente a necessidade de estar disponível, se sente culpado por não agradar totalmente. Sente necessidade do reconhecimento, é carente.
O egoísta, é acomodado, se sente importante, insatisfeito, pouco interessado em conhecer o outro, reclama sempre que não recebe atenção, demonstra insatisfação e críticas constantemente. Carente, nunca quer estar só.
Diferente do individualista, que curte viver só.

Nessa relação, generoso/egoísta, a neurose dita as regras.

A lucidez do autoconhecimento nos libera desse jogo, o reconhecimento das nossas carências e dos complexos de inferioridade e dependência que nos afligem consegue reconstruir nossa autonomia.
Essa autonomia nos coloca numa posição adulta nas relações.
Entender o jogo promete a sensação de liberdade interior.


"Pouco importa o julgamento dos outros. Os seres são tão contraditórios que é impossível atender às suas demandas, satisfazê-los. Tenha em mente simplesmente ser autêntico e verdadeiro..."
Dalai Lama.