sábado, 27 de outubro de 2018

Quando a loucura bate à porta



No caminho dos estudos budistas a verdadeira motivação é aprender a se liberar e liberar outros seres.
Frente aos sofrimentos mentais, buscamos auxilio dos médicos e  lucidez para sair da “bolha” e procurar o menos ruim para o doente para que ele não colha ainda mais resultados negativos.
Pode não ser o que gostaríamos mas precisa ser uma ação irada e compassiva para criar defesas também para os adultos responsáveis cuidadores.
Um bom momento para transformar culpa, orgulho e medos.
Não é hora de olhar para trás.
E lembrar SEMPRE, tudo termina; esta situação também.
Para fortalecer o momento a prece abaixo ajuda, ajuda bastante a amolecer as tensões....TANTO QUANTO SEJA POSSÍVEL, como diz o Dalai Lama.
Compromisso do caminho do Bodisatva

Bodisatva é o ser que procura se liberar e assim liberar muitos outros seres.
Para eles existe um lindo poema de aspirações escrito por um Mestre erudito, Shantideva.
Esse poema pode ser uma inspiração também para nós que seguimos os passos deixados pelos ensinamentos de Mestres sagrados.
“Anseie fazer parte da comunidade dos bodisatvas; do fundo de seu coração contribuir com seu tremendo esforço em qualquer atividade – empregado, guerreiro, fornecedor, doutor ou outra coisa.
Se quiser faça das tuas aspirações as palavras de Shantideva:
Possa eu ser um guarda para os que não tem proteção.
Um guia para aqueles que viajam nas estradas.
Para aqueles que querem cruzar a água, possa eu ser um barco, uma jangada, uma ponte.
Possa eu ser uma ilha para aqueles que anseiam por uma terra.
Uma lâmpada para aqueles para os procuram por luz.
Para todos que procuram um lugar para descansar, uma cama.
Para quem precisa um empregado, possa eu ser seu escravo.
Possa eu ser uma joia desejada, um vaso de riqueza, uma palavra de poder e suprema cura.
Possa eu ser uma arvore de milagres para todo ser, a abundância.
Para a multidão de seres infinitos possa eu ser a base da vida, a fonte do sustento variado.
Então, para tudo que vive, até os limites do céu, possa eu ser sempre a fonte de subsistência até que eles superem toda a tristeza”.
Possamos ter todos esse compromisso uns com os outros.
Tanto quanto possamos....
                                                                                      

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Vergonha? do que? de quem?




Vocês viram o vestido de casamento a princesa da Inglaterra que casou neste mês?
O decote era para deixar à vista uma grande cicatriz na coluna; a intenção dela era apoiar as mulheres a não esconder suas marcas.
Quanto esforço fazemos para esconder nossas marcas!!! Vergonha delas.
Como e onde aprendemos a ter medo da opinião dos outros?
Como queremos agradar!!!!
Sentir vergonha, todos sentimos porque queremos fazer uma boa figura no grupo e/ou para quem damos importância.
Aí fazemos esforço para disfarçar.
Aí fazemos esforço e terapias para ser naturais confortavelmente e com sorrisos.
Mas existe a vergonha alheia.
Aquela vergonha pelo comportamento inadequado do outro, ou que acreditamos inadequado.
É um comportamento que pensamos que não combina com o grupo ou com a situação.
Às vezes não combina mesmo! A roupa não é para a situação, a fala não soma, a altura da voz agride mesmo, os gestos são teatrais, os talheres e pratos são usados comicamente como armas de batalha etc.
Às vezes são nossos valores que provocam essa vergonha alheia; e valores sociais são culturais não são verdades absolutas.
Mas rola uma dúvida: o outro “apronta” e eu que me sinto envergonhado (a)?????
O que será que vão pensar da companhia que escolhi?  E....????? vou ser excluído(a)? não vou ser convidado(a) outra vez?
Outra coisa: onde no corpo “gruda” a sensação dessa vergonha?
Aproveite esse desconforto como treinamento. Medite nessa sensação do corpo.
Aquiete-se e respire nessa sensação SEM JULGAR durante 8 minutos.
Agora sorria, nem que seja um sorriso forçado. Sorrir descola.
Tudo passa! Tudo perde o poder. Até essa vergonha.

sábado, 13 de outubro de 2018

Quando a vizinhança perturba




Fui morar num prédio que os vizinhos do andar de cima eram super barulhentos na madrugada: moveis arrastando, Big Brother em alto volume, discussões acaloradas etc.
Como nessa situação praticar a paciência, a generosidade, a alegria e o desapego?
Essa é uma situação com vizinhos que também pode acontecer na família, entre amigos, no trabalho. Como praticar?
O trecho a seguir sobre como entender melhor o que é desapego foi inspirado no livro de Barry Magid “Mente comum”.
Segundo a visão budista os apegos (desejos ilimitados) são a causa da insatisfação.
Apegos ao controle, às crenças pessoais, às dependências, à própria imagem, às fronteiras materiais e afetivas – este é o resumo da origem das inquietações.
Reflita um pouco sobre tuas questões aflitivas e tente encaixa-las nesses 5 tipos de apegos.
Às vezes está num só, às vezes em mais de um aspecto dos apegos.
Entender o desapego é entender a impermanência.
Desapego não significa abandonar as coisas da vida, mas aceitar que elas se vão.
A tentativa não é se desapegar das emoções, sentimentos e de outras pessoas; mas sim das tentativas neuróticas e egocentradas de tornar as coisas e relacionamentos permanentes ou de fazer com que sejam da maneira como desejamos por nossos motivos egoístas.
Desapego também não aceitar passivamente o que está acontecendo.
Não conseguir dormir e aceitar não é paciência, é masoquismo; isto não é prática espiritual.
Tolerar além do viável uma pessoa caótica, não é prática espiritual se você não tiver meios hábeis para ajuda-la a se organizar e a não prejudicar outras pessoas. Ela, com certeza, precisa de um especialista (quando e se ele quiser). O melhor é mesmo manter-se afastado(a).
Desapego é responder às situações de modo não egocentrado.
Reconhecer que a vida não está sob controle e tomar as medidas apropriadas: conversar, procurar um mediador ou... mudar-se....ou se distanciar.
O verdadeiro desapego é evitar aumentar as confusões mentais e físicas dos outros e minimizar as suas próprias.