quinta-feira, 31 de outubro de 2013

História de Buda

Cada vez que relemos uma história ou ouvimos a mesma história, estamos num momento novo e recebemos o relato de forma diferente. O que fica da história? O que mais impressiona? Como essa história encontra ligações na tua vida? Qual a coerência que essas passagens faz com as experiências que você tem? O contato com a história dos Mestres nos permite sentir-se ligados à sua tradição, a um grupo que tem a mesma motivação, a fazer parte do mesmo “colar”. A história de Buda demonstra a existência das 2 realidades que os seres humanos estão viciados : 1-aquela criada pelas expectativas da família, pelos nossos sonhos e pelas seduções do mundo dos desejos e, principalmente, pelas interpretações e hipóteses subjetivas das sensações - o mundo ilusório 2- a realidade vivida de forma semelhante por todos, verdades comuns a todos em qualquer época, em qualquer lugar – o mundo real. A vida de Buda mostra de forma nítida 2 momentos de escolhas determinantes: 1- escolha I :quando deixa o conforto do reino da riqueza, suas facilidades e distanciamento e encara o mundo comum, que enfrenta os desafios da vida: doença, velhice , morte e busca de respostas. 2- escolha II :quando compreende que as respostas não estão no sofrimento do corpo: aí ele mergulha nos aprendizados que obteve e em si mesmo até encontrar a lucidez. Com a expansão de consciência que o fez compreender o sentido da vida continuou seu caminho até os 80 anos compartilhando ,com quem o procurava,o que havia alcançado. Buda ensinou em vários lugares e para cada grupo encontrou a forma de entendimento desse grupo; assim também nós deveríamos escolher agir: evitando nossas crenças pessoais e tentando entrar na história e nas necessidades dos outros, para poder conviver amigavelmente. Morreu pacificamente, ensinando até os últimos momentos. Vivemos tentando criar defesas; mas quem são os inimigos? Que medos são esses? Os medos são gerados pelos apegos; e por que temos apegos? Porque assim parece que temos mais vida, que garantimos nossa identidade, nossa importância. Mas isso é uma ilusão. Porque as frustrações, as perdas, as dores, os sustos chegam para todos e..muitas vezes... .inesperadamente!!! eles são a origem dos sofrimentos. É exatamente aí que Sidarta Gautama inicia sua busca, para entender a origem e mostar um caminho para a liberação dos sofrimentos. Existe a imagem interessante contada por Lama Padma Samten que ilustra esse caminho: Nossa existência budista é como o da flor de lótus: ela nasce no lodo ( os sofrimentos inerente à nossa humanidade), é rodeada por água ( lagrimas dos seres), o caule é a motivação para sair do sofrimento e a essa flor só desabrocha alguns centímetros do lodo sem se macular por ele, as pétalas são os meios depois de se abrir, para ajudar outros seres. Por isso as divindades são representadas sentadas sobre um lótus, por isso nos sentamos em posição de lótus para meditar. Mas....sempre tem uma mas, (ainda bem!!!!)..é possível ver a vida por uma forma libertadora: ...o sofrimento pode ser transformado em apenas dificuldade quando o drama é retirado; sofrimento é algo que submete, dificuldade é algo que pode ser superado porque afinal tudo se transforma, tudo muda, tudo passa. Enxergamos sofrimento quando estamos presos à ilusões, vemos as situações difíceis como dificuldades quando ganhamos lucidez; nessa atitude nos desarmamos. Desarmar-se é uma imensa conquista!!! Se desarmar...não precisar fugir dos medos, nem atacar nas raivas, evitar se submeter aos olhares dos outros, reconhecer a ignorância e nem precisar fingir. O texto anexo trás varias idéias interessantes para refletir; gosto muito da história dos seres com dificuldade de se alimentar. Se tiver interesse pelo facebook (MARIA HELENA MOREIRA)onde compartilho noticias sobre o Tibert e movimentos do Budismo. Se quiser receber o texto da semana, "Vivendo o Buda", escreva para artesdecura@netguest.com. Os links abaixo mostram o filme sobre a formação do Tibet e sua história até os difíceis dias de hoje; recomendo!!! Tibet: as últimas vozes dos Himalaias http://www.youtube.com/watch?v=MCg8F1zdDi8 http://www.youtube.com/watch?v=S-jCF0CoBSE

sábado, 26 de outubro de 2013

Objetivo do Ciclo de Estudos

O objetivo dos estudos da Filosofia Budista encontrar a serenidade, dissolvendo as confusões ( sofrimentos), isto é, buscar algo que faça sentido para a vida – isso vai além da busca pela felicidade e dos prazeres do momento. Confusão é a sensação de sentir-se preso; preso a crenças, posses, doenças, limitações financeiras ou físicas. Sentir-se sereno é sentir-se livre. _”O que está te prendendo agora?” _”Pelo que você está se sentindo preso?” _” como fazer essa liberação?” _compreendendo os mecanismos da mente, de como foram sendo criadas essas prisões e como desativar essas armadilhas. Pela visão budista é possível reconstruir a lucidez e a bondade da verdadeira natureza da mente. Todos, todos mesmo, até o mais cruel ser, possuem uma mente búdica luminosa que pode estar mais ou menos nublada, confusa. O despertar dessa luminosidade, dessa lucidez, amplia a visão e a compreensão dos fenômenos da vida. A bondade ( compaixão) e a lucidez ( sabedoria) são 2 asas do mesmo pássaro; na vida ( samsara) não existe vôo sem uma delas. Como não vivemos sós e não somos auto-suficientes é bom lembrar as palavras de G.Dokhampa em seu livro “A Lua no Espelho” “Se praticar apenas compaixão pode poderá fica muito feliz e calmo dentro do samsara, mas jamais atingirá a liberação, porque não possui sabedoria para perceber o samsara como ele realmente é. Por outro lado, se possuir apenas sabedoria, você poderá se liberar, mas isso só servirá para você mesmo e não para o benefício dos outros seres. Colocando em termos bem claros: se você não tiver compaixão, não terá interesse em ajudar ninguém. Estará interessado apenas em si mesmo. Por outro lado, se não tiver sabedoria, não saberá como ajudar os outros mesmo que tenha intenção. Isso porque você está sofrendo e não possui sabedoria para oferecer o tipo de ajuda de que os outros necessitam. A maior ajuda que você possa dar talvez seja dinheiro e comida; mas indo além disso, se alguém estiver mentalmente infeliz, você não poderá ajudar. Isso porque você não sabe lidar consigo mesmo e com suas emoções. Você não consegue entender a verdadeira natureza dos fenômenos e a verdadeira natureza de sua mente.” O mergulho interno para encontrarmos a verdadeira natureza, a natureza búdica, possibilita dialogarmos de forma mais harmoniosa com a realidade externa. Nossa vida, nossas relações são laboratórios nesse mergulho passa por superar o auto-centramento e os ensinamentos dos Mestres são instruções de como fazer esse mergulho. A linhagem dos Mestres tem a responsabilidade de revisitar os textos das tradições e atualiza-los segundo a demanda de cada momento e de cada cultura; daí importância das orientações. A natureza Primordial, a verdadeira natureza está além das ilusões – a forma que percebemos a realidade através dos sentidos físicos e dos condicionamentos ( marcas mentais). Segundo os ensinamentos de Lama Padma Samten, as ilusões criam bolhas, “jogos”, que parecem sólidos e nos prendemos a eles e neles. As mudanças da vida estouram essas bolhas, desmontam os jogos e surgem outras bolhas e outros jogos. Essa sensação limitadora, a sensação de estreiteza de visão é a ignorância. Vivemos rodeados por medos, principalmente pelo medo da morte, tido como o fracasso final; criamos apegos, fixações numa tentativa de nos sentirmos imortais, nos mantermos vivos. Estudar, dialoga com nosso Mestre interno. “Ouça”os ensinamentos, observe se fazem sentido, repouse e deixe que banhem com naturalidade tuas ações no mundo. para receber os textos escreva para artesdecura@netguest.com

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Artes de Cura, uma rede virtual do Dharma

. Artes de Cura é uma pequena rede de aproximadamente 450 pessoas que desde 2003 vão chegando para se integrar e se conectar no nível sutil à tradição de uma das escolas do Budismo Tibetano através de e-mails semanais com noticias, textos e comentários. Junte-se a nós e sinta-se você também conectado e perceba a inspiração, purificação e proteção que é possível receber neste movimento semanal. Os ensinamentos são como um sol que brilha o tempo todo, para todos, sem fronteiras, sem preconceitos. Depende de cada um abrir suas janelas e deixar entrar seus raios. receba os e-mails por artesdecura@netguest.com ou pelo site www.centrobudista.com.br Sinta-se privilegiado por ter a oportunidade e o merecimento de poder entrar em contato com o Dharma e transforme-se você também numa estrela para as pessoas que te rodeiam.

sábado, 19 de outubro de 2013

Revisitando pela terceira vez o " Ciclo de Estudos Budistas"

Esta é mais uma volta do Ciclo de Estudos para rever temas da Filosofia Budista. O treinamento budista é circular: tomamos contato com os passos e a cada novo ciclo revisitamos os ensinamentos. Quem já participou das 2 voltas anteriores perceberá o quanto já caminhou ! a quem está começando sua primeira volta, boa viagem! O novo CICLO DE CAMINHOS BUDISTAS propõe rever os temas básicos da Filosofia intercalando a reflexão com textos de diversas publicações, principalmente da Revista Bodisatva editada pelo CEBB orientado por Lama Padma Santem. Em cada momento é apresentado o tema e um ou mais textos além dos comentários colocados em cor diferenciada.. Sugiro que a primeira leitura seja panorâmica e a segunda de reflexão. O Estudo do Budismo só tem sentido se for possível aplicar na nossa vida diária o que aprendemos, provocar transformações internas e cuidar das relações. Os Estudos precisam ser úteis!!!! A natureza dissolve tudo o que é inútil!!!! Tente encaixar os questionamentos e propostas de cada texto na vida que está vivendo e isto vai ajudar a viver melhor outras relações. A nossa humanidade vive, responde às circuntâncias em 4 faixas; segundo ensinamentos de Lama Padma Samten, pelo caminho vamos “subindo” nos libertando, somando experiências e muitas vezes retornando a condicionamentos antigos...assim é o caminho do crescimento : Faixa 1 – respostas automáticas, tipo bateu / levou, “aprontações” etc totalmente baseadas no auto-interesse típico da infância. Faixa 2- criação de estratégias, tipo manipulações para alcançar objetivos pessoais. Faixa 3 – mergulho interno nas reações para compreender profundamente o funcionamento da mente. Faixa 4 – liberação frente aos apegos, às fixações , à visão de uma realidade sólida– superação as adversidades através da estabilidade O ciclo está preparado para a duração de aproximadamente 30 semanas. Nesta semana há 2 textos “VER NASCER UMA BORBOLETA” * Luce Joshin Bachoux e “A TRADIÇÃO BUDISTA” .. Jarngon Kongtrul Rimpochi*) O texto “Ver nascer uma borboleta” coloca o tema de aprender passo a passo com paciência. Encontrar e criar atalhos adia e atrapalha o aprendizado; cada um tem seu tempo. E sugiro que isto também se aplique ao estudo dos temas; existem aspectos que temos mais facilidades e outros que ainda não estamos prontos para assimilar. Assim também é na vida, estamos em treinamento, não compreender e se enganar faz parte da vida – da nossa vida e de todos. Uma das primeiras frase que ouvi de Lama Michel Rinpoche foi :” abandone o ideal de perfeição”, ou seja, abandone o perfeccionismo, seja humilde evitando a auto-cobrança. O importante texto de “Tradição Budista” é fundamental para direcionar a motivação. Como diz o texto e orienta Lama Padma Samten, o caminho começa pela motivação de se livrar dos automatismos, recuperar a lucidez e proporcionar bem estar aos seres. E a seguir : *treinamos silenciar a mente através da meditação, manter o foco, não se distrair e manter a estabilidade em meio à adversidade *evitamos prejudicar os outros *beneficiamos a todos *cuidamos de pacificar as relações porque a gente não consegue andar só *aprofundamos a compreensão dos aspectos sutis da realidade, além dos sentidos *aprendemos a viver as ações no mundo numa forma liberadora, lúcida, compassiva do Bom Senso, que na verdade é o ponto final: receber instruções para melhorar as relações no mundo. Para receber textos e comentários semanalmente escreva para artesdecura@netguest.com

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Terceira volta do Ciclo de Estudos do Caminho Budista

A partir da próxima semana os e-mails semanais de Artes de Cura vão revisitar o Ciclo De Estudos do Budismo trazendo mais complementos e entendimentos para apoiar a construção de uma CULTURA DE PAZ. De nada adianta apenas criticar, é preciso agir e descobrir como agir e como dizia Gandhi: “ sejamos nós a mudança que queremos no mundo”. Compartilhe os ensinamentos com seus amigos como se você fosse uma prisma emanado luzes coloridas em todas as direções ! Faça você a tua parte. Para receber os comentários e textos do Ciclo de Estudos, basta se cadastrar no fale conosco de www.centrobudista.com.br Por enquanto, esta semana, que a ternura das lindas palavras abaixo sejam teu refugio. Acolher ternamente com o coração o que minha mente não pode compreender e o que causa todos os mal-estares do meu ser amar com compreensão todas as resistências que nos causam tantos problemas, para poder desprograma - las com doçura aceitar a responsabilidade dos nossos gestos e de nossos atos com a inocência de uma criança abandonar as velhas fotos que assombram nossas memórias e co-criar um novo cenário de vida ação do coração será de hoje em diante minha realidade e me permitirá redescobrir minha força e minha verdade agir e ousar colocar gestos diferentes que transformarão toda minha existência cumprir minha missão de vida Que é de reunir as pessoas no amor e reconstruir um mundo altamente mais evoluído

sábado, 5 de outubro de 2013

Apenas uma mancha no quadro branco

A Gláucia chegou, segunda-feira, chorosa para trabalhar. _O que aconteceu no fim-de-semana ? você preparou tão bem a festa de aniversario do teu marido, e aí? _minha melhor amiga não foi, nem telefonou, não vou perdoar.... _mas...foi muita gente , não foi? _foram sim: a família dele toda, minha madrinha, meu filho o namorado dele, e tal,e tal, e tal....mas ( soluçando) minha melhor amiga não apareceu, nem ligou – e eu tive tanto trabalho para fazer uma festa bonita.... _ mas foi tanta gente, só porque ela não foi você estragou a tua festa no teu coração ???? Então.... Essa amiga era a que a Gláucia queria que tivesse testemunhado seu enriquecimento, sua prosperidade, fruto de muito esforço, trabalho, cansaço, vários sapos engolidos, medos superados, preconceitos vencidos, superação de tantas dificuldades desde a infância pobre, do abandono e das humilhações experimentadas. A amiga importante não tinha aparecido para aplaudir suas conquistas. E eu chorei junto. Chorei porque lembrei as vezes que isso me aconteceu. Porém.... E tem sempre um porém: que raios é que temos um quadro branco, limpinho e focamos o olhar na pequena mancha preta que apareceu? Por que será que o que contraria nossa expectativa toma mais valor do que os triunfos alcançados? Com certeza deve vir daquele pedaço da mente que ainda é infantil. Daquela parte da mente que presta atenção ao que falta e não valoriza tudo o que já está conquistado. Sabe??? É aquela insatisfação que envenena a felicidade e rouba nosso prazer; nossa mente parece que está sempre aflita pela falta de alguma coisa, sempre carente.... É o que o Budismo chama de desejo ilimitado, a emoção que rouba a lucidez e as escolhas inteligentes. Que tal treinar evitar esse comportamento? é fácil: a cada reclamação que surge na mente, lembrar que você está “olhando” para o que não está e mudar o olhar sem drama para o que realmente já existe. Nessa atitude é possível descobrir como aproveitar com liberdade o que está acontecendo ou descobrir o que e se é possível fazer algo para transformar o que não concordamos. Essa postura é chamada no Budismo de Sabedoria Discriminativa do Buda Amithaba ( Inteligência que vibra a cor vermelha) Se você quiser passar algum tempo agradável para os olhos e para o coração assista no Youtube o inspirador vídeo: Siete maravillas del mundo budista