domingo, 16 de dezembro de 2012

Kit para evitar caôs ( mentiras)

Caô www.dicionarioinformal.com.br/caô/ Significado de caô no Dicionário inFormal online de Português. O que é caô: Mentira contada com intenção de enganar, conquistar ou forma de brincadeira. Mentir é tão natural quanto respirar, e ainda promove o bem-estar psicológico,afirma o filósofo americano David Livingstone Smith........ Outra estudiosa, Pámela Meyer, afirma que ouvimos (e engolimos) em média 200 mentiras por dia..... Até pode ser que isso aconteça num primeiro momento, mas com certeza na há relação de trabalho, social, pessoal de amizade ou romance que sobreviva a tanta insegurança. A mentira é sempre para proteger aquele que mente; então é fruto da insegurança e da tentativa de conquistar sucesso. Diz SS Dalai Lama que mentira são todas as atitudes de corpo, palavra ( falada ou eletrônica) e mente para confundir a opinião dos outros (e óbvio tirar vantagem disso). Olhando por outro lado: porque as pessoas mentem pra gente? E o pior como caímos nessas mentiras? As pessoas nos mentem ou porque não oferecemos a sensação que as aceitaremos de forma incondicional ou porque já estão tão machucadas pela rejeição e pela baixa auto-estima que criaram o habito da mentira automática. Então com responsabilidade pessoal ou não pelos mentirosos, compreensão e compaixão a eles. Não é assim que acontece também nas nossas várias tentativas de enganar as opiniões alheias?a sério ou na brincadeira sem graça? Então: compreensão e compaixão por nós mesmos Incluo aqui um Kit que Pámela Meyer montou: Teste seu mentirômetro 1.Qual o indicador de mentiras menos confiável? a. qualidade vocal b.micro expressões faciais c.sorriso falso 2.Como um mentiroso responde à pergunta”a que horas você saiu do escritório?” a.repete totalmente a pergunta antes de responder b.repete só algumas palavras 3.Um mentiroso evita contato visual quando é perguntado a.verdadeiro b.falso 4.Quando alguém responde com “para ser honesto...” a.está dizendo a verdade b.sugere que está omitindo algo 5.Sorrisos falsos podem ser identificados pela falta de movimento de quais músculos? a.em volta dos olhos b.nos cantos da boca c.em torno do queixo 6.É mais fácil saber quando alguém mente: a.pelas palavras que usa b.pela conduta não verbal 7.Quem mente involuntariamente pisca mais os olhos que quando fala a verdade. a.verdadeiro b.falso 8.Um prólogo muito longo sugere: a.que a história é verdadeira b.que provavelmente é mentirosa. Respostas: 1b; 2a; 3b; 4b; 5a; 6b;7a; 8b.

domingo, 9 de dezembro de 2012

Três vendedores para evitar

Outro dia num jornal da manhã achei graça no que ouvi do diretor do SEBRAE; nesta época de Natal um alerta aos comerciantes: treinar seus vendedores para que evitem 3 tipos de comportamento: O vendedor robô ( tipo múmia automática) O vendedor peteca (que atende vários ao mesmo tempo) O vendedor chiclete (que vira uma sombra grudada) Todos nós acredito, já fugimos de vendedores com esse perfil; eles desmontam a compra, pelo menos pra mim, tiram minha vontade e paciência de escolher e decidir. Mas então, qual o perfil adequado? _ o vendedor com disponibilidade, interessado, que sabe o que está vendendo e minimamente honesto. Quem convive comigo comenta que em tudo vejo correlação com os estudos budistas.... Pois é...verdade mesmo. É que quando descubro uma idéia ou solução inteligente e coerente tento testá-la pelos princípios budistas para ver se “vingam” e se funcionam na minha vida de hoje. Assim Buda instruiu: ouça todos com interesse, veja o que é coerente, útil e compatível com o momento, use o ensinamento, o restante guarde para avaliação posterior. Assim... refletindo sobre o comentário do diretor do SEBRAE, pensei: E eu? Quantas vezes, como e com quem já fui uma pessoa robô, ou peteca ou chiclete? Honestamente... chorei e ri de mim , puxa que chata!!!!! Robô... com que não interessava tanto e estava empatando o caminho. Peteca...tentando agradar e ser reconhecida. Chiclete...para não ficar só, para não perder. E aí vêem os ensinamentos: Em primeiro lugar aprenda a sentir compaixão por você mesmo. Perceba: onde nascem esses comportamentos? – nas carências, nos medos. Tudo isso faz parte de nossa humanidade, está tudo certo; a gente faz o melhor que sabe. Calma... um dia seremos capazes de ser como o “ vendedor ideal”: Interessado na história e nas necessidades dos outros, sempre disponível para colaborar, com lucidez nas escolhas e honesto. Acho que é esse aprendizado que vou pedir para Papai Noel neste ano.

domingo, 2 de dezembro de 2012

Liberdade, liberdade abre as asas sobre nós!

Durante o julgamento – show do caso mensalão, uma das opiniões na hora de colocar as penas é que elas deveriam ser transformadas em multas, já que o bolso ( segundo a opinião desse juiz) é a parte mais sensível do ser humano. O ministro Marco Aurélio Mello, retrucou com a frase: ”engana-se o nobre ministro, a parte mais sensível do ser humano não é o bolso, é a sua liberdade.” Quem já se sentiu privado de liberdade, pelo autoritarismo de outro ser, pela falta de dinheiro, pelo medo da perseguição, por uma doença etc. sabe o quanto dói. Mas....a questão é: muitas vezes é preciso passar por situações que oprimem, mas se a atitude interna reconhecer que tudo é temporário e impermanente, e que as situações são bolhas prestes a estourar, a angustia diminui. A pior falta de liberdade é a que colocamos sobre nós mesmos. E sabe quem é o responsável por essa atitude sado-masoquista??? _ OS MEDOS. Observe uma situação que está difícil. ...................................... Honestamente:Você sente medo do que????. Qual a prisão em que esse medo está te prendendo? A boa notícia é que é possível permitir que a liberdade abra suas asas sobre você. Lembre-se dos medos que você já se libertou no passado. Como foi essa conquista? Esses medos, magicamente já não doem tanto;o que será que aconteceu? Eles pareciam tão reais na época!!!! ......................................... O que aconteceu foi que você se reconciliou com você; você se acolheu, tirou o poder do que estava te ameaçando e a força interna despertou. Em seguida, a vida te presenteou com saídas. ....................................... Observe no caso de agora: onde você está colocando o poder? Na opinião dos outros? No cargo que conquistou ou quer conquistar? No dinheiro? Nas dívidas? Na preguiça? Numa doença? Numa desculpa? Numa mudança? ........................................................................................ Boa sorte nesse jogo! Ele vai te premiar no final, com mais liberdade. Lembrete: o budismo nos promete que nossa verdadeira essência é luminosa e livre – e...sinto que isso é verdade.

domingo, 25 de novembro de 2012

Quando os medos retornam, rir é omelhor remédio

A psicologia trata nossas angustias patológicas; a filosofia trata das nossas angustias metafísicas : qual o sentido da vida, duvidas existenciais, da nossa mortalidade e fragilidade, da condição humana, valores éticos e morais, virtudes etc. Angustias patológicas são as raivas, culpas, inveja, ciúmes, confusões mentais – na verdade... são os Medos; medo de perder o controle sobre a vida. Medo de perder o controle!!!! Reflita sobre os medos que você sente: descubra qual o controle que você tenta exercer através dele, ou qual o controle que você pensa obter através desses medos. Em seguida..... perceba quanto o medo te controla. Controle sobre os perigos, sobre a tua reputação, sobre não ser lesado, sobre a tua imagem, sobre tuas certezas, sobre o amor, sobre teu corpo e tua saúde, sobre os amores e amizades, ou sobre os inimigos etc. O medo é uma doença; uma doença que tira a força, que paralisa ou que projeta em situações difíceis e tira a lucidez; uma doença que provoca uma forte solidão e desamparo. O medo cria uma película que deforma a visão da realidade. O medo separa; separa principalmente da nossa verdadeira natureza que é valente, natural, transparente, confiante porque se percebe parte de um todo e que entende a imperfeição da nossa humanidade. O caminho budista propõe uma rota para viver melhor. Falando dos medos: 1- reconhecer a negatividade das situações e se perguntar honestamente: estou com medo do que? Esse enfrentamento neutraliza a emoção aflitiva. 2- retirar a solidez, por exemplo, através do humor: rir dos nossos medos é saudável e libertador. 3- tentar compreender que, embora estejamos envolvidos pelos conflitos e fixações da mente ordinária que vive através das condições neurológicas temporárias deste corpo, todos temos a natureza primordial luminosa e libertadora como essência e que espera o momento de cada despertar de consciência para se manifestar. 4- perceber que os medos fazem parte da vida e do morrer, dos períodos de transição e de cada novo ciclo que temos que experimentar. E a única saída é: nos responsabilizar por nossas vidas. 5- treinar cruzar a vida alegremente, sem preguiça, com paciência, de forma solidária, evitando interpretar e apenas, com naturalidade, dançar com as situações . Por isso os Mestres são chamados senhores da dança.

domingo, 18 de novembro de 2012

Breve roteiro para estudos do Budismo

Recebo vários pedidos de orientação nos estudo sobre o Budismo; existe, além dos Centros de Darma, vasto material disponível, escrito e na internet, vários Mestres de varias linhagens e fica difícil, de início, descobrir um programa pratico e lógico para o inicio do aprendizado. Tentando atender essas solicitações, construí o texto para o encontro virtual desta semana. *Budismo como atitude *Primeiros passos *Fato e pensamento *sofrimentos ( insatisfações) *5 emoções aflitivas, venenos e antídotos *6 respostas estreitas *samsara e nirvana *a flor de lótus *10 qualidades – inteligências *5 sabedorias – inteligências *4 ações *4 tipos de relações *3 categorias *dedicação (Estas idéias estão baseadas nas experiências que vivi com Lamas tibetanos, professores ocidentais do Budismo, varias leituras, observações e estudos que realizei por minha conta na convivência com vários conhecidos dos Centros de Dharma que também estão em busca de qual a melhor maneira de utilizar os ensinamentos budistas nos dias de hoje) O Budismo pode ser estudado junto ou separadamente como filosofia se a preocupação for metafísica, pode ser psicologia se a preocupação for o entendimento das questões mentais e emocionais nas relações e pode ser religião se a preocupação for uma convivência de grupo num determinado modelo de comportamento. No entanto se chegamos a compreender a essência do Budismo, descobrimos que ele é uma ATITUDE antes de tudo. Desenvolver esse roteiro é um caminho para construir uma ATITUDE BUDISTA para o dia-a-dia independente de qualquer rótulo. Nossos encontros virtuais ou presenciais são exatamente uma tentativa de colocar em pratica esse esquema na nossa vida comum. Primeiros passos: *Abandonar o ideal de perfeição *Perceber que não existem certezas absolutas *A possibilidade de separar dor( física e mental) de sofrimento, basta evitar o drama. Uma das formas de evitar o drama é reconhecer nas situações o que é o fato e o que é o pensamento sobre o fato. Fato é tudo o que pode aparecer na foto do fato – uma descrição sem adjetivos. Pensamento é a interpretação sobre a situação – o que vai escrito no “balãozinho” da foto para explicações. Pensamento é a interpretação pessoal, subjetiva. Equilibrar fato e pensamento é a sugestão inteligente, é o caminho do meio; é criar um olhar além da desordem. Se a situação é descrita num texto e os adjetivos forem cortados, o resultado fica bem próximo do real sem o drama. Buscar compreender que: Sofrimento é a diferença entre o que acontece e aquilo que gostaríamos que acontecesse. Os sofrimentos podem ser resumidos a : *Querer sentir prazer e tentar evitar a dor *Querer ser elogiado e evitar ser criticado *Querer ganhar e evitar perder *Querer ter boa reputação e evitara má reputação. O que está por trás desta “batalha”? 5 emoções aflitivas que são as fixações(marcas) mentais = 5 venenos mentais que destilamos em 2 movimentos, em nós (internamente)e em direção dos outros ( externamente) e seus respectivos antídotos: *Medo = incompetência (em mim) e inveja ( dos outros). Antídoto= AÇÃO *Orgulho = culpas( em mim) e mentiras(para os outos) Antídoto = NATURALIDADE *Raiva = frustração ( em mim) e agressividade ( para os outros) Antídoto = ACEITAÇÃO *Desejo ilimitado(posse) = ciúmes(em mim),insatisfação e julgamento( para os outros) Antídoto = LUCIDEZ ALTRUISTA *Ignorância = duvidas ( em mim) certezas ( para os outros) Antídoto = INTERESSE COM CURIOSIDADE Impulsionados por fixações mentais que geram essas 5 emoções aflitivas (que são 5 venenos mentais) surgem 6 tipos de respostas às situações da vida, que nos deixam presos à ilusão que somos separados e conseguimos resolve-las de forma independente e que, pela ignorância da interdependência e da impermanência de TUDO, aprisionam os seres a ciclos viciosos, às repetições de comportamento indesejáveis. Os ciclos viciosos surgem porque cada ser cria uma identidade. Cada identidade escolhe como vai viver esse personagem. Cada personagem constrói suas defesas. A cada defesa a identidade vai sendo reforçada e a sensação de separação da unidade aumenta. A solidão reforça o papel do personagem e as defesas aumentam.etc.etc. Essa criação dita 6 respostas de comportamento que são rodeadas por 12 elos que são os episódios de cada existência . Esse é o ensinamento budista tradicional “Roda da Vida”. Mas...nada á sólido, nada é permanente! E..além de impermanente, é imprevisível. As 6 respostas vindas de 6 paisagens mentais: 1- sentir-se como os soberanos poderosos “capazes de tudo”, divertir-se, divertir-se... como se a felicidade alcançada fosse durar para sempre.(reino dos deuses) 2- competir, competir, competir.....arremessados pela inveja para tentar tornar-se um soberano poderoso.(reino dos semi-deuses) 3- planejar de forma onipotente e obcecada um caminho para alcançar a felicidade como a dos soberanos através de valores relativos como se fossem absolutos.(reino dos humanos) 4- Repassar para outros a responsabilidade por sua felicidade, para suas necessidades e pelos seus insucessos.(reino dos animais) 5- Reclamar, reclamar...nutrir-se de insatisfação permanente.(reino dos espíritos famintos) 6- Raiva, ódio, rancor, vingança....caldeirão de fogo que arde para dentro e/ou para fora.( reino dos infernos) Esse é o mundo chamado SAMSARA, ciclos viciosos que aprisionam os seres nos sofrimentos, aparentemente sem saída. Mas é possível alcançar o NIRVANA, o lugar da nossa verdadeira natureza, da natureza primordial - um clima de paz, para isso existe o livre-arbítrio. No Budismo existe a flor de lótus como símbolo da lucidez. A lótus é uma flor que só nasce no lodo e mesmo assim, não se contamina, desabrocha ereta e lindamente alguns centímetro acima dele. O lodo é o samsara e flor desabrochada é o nirvana. A lótus mesmo tendo nascido do lodo não se identifica com ele, nem se macula e segue sua vida serenamente. Sentir-se em paz é uma escolha. O objetivo da construção da ATITUDE BUDISTA é sentir-se livre, lúcido e sereno em qualquer situação, com qualquer pessoa, em qualquer lugar. Um caminho possível para alcançar a meta da serenidade é a solidariedade lúcida,por exemplo, através do breve roteiro que segue: Breve roteiro Baseado no livro “Mandala do Lótus” de Lama Padma Samten “Na importa quanto poder ou recursos tenhamos, a felicidade dependerá de nossa dimensão de afeto, de carinho, de compaixão e de amor. Se não tivermos isso nossa vida vai parecer mais infeliz e sem sentido.” Desenvolver Habilidades nas 10 qualidades potenciais com as 5 sabedorias, em 4 ações, nos 4 tipos de relações, em 3 tipos de categorias. Um dia por vez, passo-a-passo,tanto quanto seja possível conseguir, como orienta SS Dalai Lama: 10 qualidades = inteligências Sementes prontas para brotar, basta fertilizar com o poder da atenção = dar prioridade a elas: 1.bondade amorosa (aceitar o outro como é) 2.compaixão (tentar o outro a sair do sofrimento) 3.alegria (contentamento e bom-humor) 4.equanimidade (igualdade) 5.esforço entusiástico (energia constante) 6. generosidade (dar ao outro o que ele precisa) 7.paciência ( esperar sem prazo) 8.concentração( manter o foco no presente) 9.moralidade ( pensar no bem comum) 10.sabedoria (perceber a interdependência) 5 Sabedorias Representada pelos 5 Diani Budas, nas suas 5 cores respectivas, são arquétipos para meditação: 1.verde – causalidade (capacidade de transformação) 2.amarelo ouro – igualdade 3.azulão – acolhimento 4.vermelho – lucidez 5.branco luminoso – transcendência às aparências 4 ações 1.atitudes de ações físicas. CORPO 2. as palavras usadas. FALA 3. pensamentos, interpretações. MENTE 4.“a janela”, o ponto-de-vista para a realidade.PAISAGEM 4 tipos de relação 1. consigo mesmo 2. com os próximos 3. com a sociedade 4. com o meio ambiente 3 categorias 1. VISÃO, o reconhecimento e a compreensão da habilidades. 2.MEDITAÇÃO, estabilização através do processo de silenciar a mente para “salvar” os aprendizados 3.AÇÃO NO MUNDO, o médico estuda não para se curar, ele trabalha para curar os outros, assim também, o caminho budista. Para se aprofundar nestes temas continue os estudos lendo também outros livros de Lama Padma Samten, você pode encontra-los em www.cebb.org.br DEDICAÇÃO: Além de dedicar este trabalho aos muitos Mestres que, com seus exemplos, palavras e inspiração me ajudaram no caminho do auto-conhecimento e na busca do sentido da vida, à minha família e em especial aos meus pais que estão deixando esta vida neste momento, peço permissão para, respeitosamente, copiar parte da mesma dedicação de Lama Padma Samten em seu livro “Jóia dos desejos”: ................................................... “Ao escrever este texto tentei imaginar os rostos de todos que foram passando pelos encontros nestes 12 anos, na tentativa que sirva para estimular a pratica e o contato com darma entre aqueles que se aproximam desse caminho maravilhoso e raro. Não olhem de modo formal o que está escrito. Sintam a motivação e tentem entender como isso pode ser aplicado na sua vida. Ao tentar compartilhar e repassar por escrito parte dos ensinamentos que aprendi, pensei em você e também nos muitos seres que uma vez passaram perto de mim, que me olharam com confiança, indiferença ou aversão, e que não pude ajudar por não ter tido clareza nem habilidade. Gostaria muito que este texto fosse de inspiração para eles e também para os que, por alguma razão, sentiram-se afetados ou perturbados por mim. Volto o pensamento a todos os seres anônimos, onde quer que estejam, que perderam a vida ou colheram sofrimento simplesmente devido à minha existência. Dedico ainda este texto a todos os que têm amigos, namorados, filhos, marido, esposa, pai, mãe e que desejam que o darma chegue a eles.” ..................................................................................... Agradeço os ensinamentos e a presença de Padmasambava que iluminam meu caminho hoje, iluminem minhas vidas futuras e perdurem na vida do planeta para o benefício e liberação de todos nós. Que possamos todos reconhecer , que na essência, além das experiências, somos apenas e maravilhosamente, pontos de luz no infinito.

domingo, 11 de novembro de 2012

Para viver melhor

No último programa “Globo Repórter”, assisti quase uma aula sobre budismo. Um dos especialistas convidados falando sobre como envelhecer melhor, ditou regras que servem para como viver melhor, que são úteis não só na velhice. Essas regras são sugestões que se assemelham a algumas paramitas ( habilidades budistas). Paramita no budismo se traduz ao pé da letra por: do outro lado do rio; ou seja, o que fazer para atravessar o rio dos desafios da vida e encontrar a serenidade. Até onde me lembro é o seguinte: 1- Atitude = não basta acreditar, compreender, aceitar é necessário AGIR, FAZER ACONTECER. 2- Aceitar = as perdas fazem parte da vida, não é saudável fazer drama além da dificuldade. PACIÊNCIA. 3- Projetos = descansar, não fazer nada, esperar que os outros cuidem ou façam é parar; projeto é participar e produzir algo: objetos, aprendizados, alegria, serviços etc.GENEROSIDADE 4- Relacionar-se= com família, amigos, romances, na Igreja, no clube etc.INTERDEPENDÊNCIA 5- Evitar perigos = prudência, evitar riscos desnecessários : com remédios, com travessias fora da faixa de pedestres, com velocidade, com auto-medicação, com discussões desnecessárias etc. CUIDAR DA VIDA PRECIOSA

domingo, 4 de novembro de 2012

Budismo: psicologia, filosofia ou religião?

Um dos projetos para este 2º semestre DE 2012 era realizar um encontro para refletir sobre as propostas do Budismo nos tempos atuais. Seria o BUDISMO uma filosofia, uma religião ou um sistema para psicologia? Depois da “revolução” que aconteceu na minha vida, este projeto está adiado, mas quero dividir com você as principais idéias que iríamos desenvolver nesse encontro. Essas idéias estão baseadas nas experiências que vivi com Lamas tibetanos, professores ocidentais do Budismo, varias leituras, observações e estudos que realizei por minha conta na convivência com vários conhecidos que também estão em busca de qual a melhor maneira de utilizar os ensinamentos budistas nos dias de hoje. Sinto que o Budismo pode ser estudado junto ou separadamente como filosofia se a preocupação for metafísica, pode ser psicologia se a preocupação for o entendimento das questões mentais e emocionais nas relações e pode ser religião se a preocupação for uma convivência de grupo num determinado modelo de comportamento. No entanto se chegamos a compreender a essência do Budismo, descobrimos que ele é uma ATITUDE antes de tudo. Assim compartilho com você um esquema que resumi destes 20 anos de estudos. Desenvolver esse esquema é um caminho para construir uma ATITUDE BUDISTA para o dia-a-dia independente de qualquer rótulo. Nossos encontros virtuais ou presenciais são exatamente uma tentativa de colocar em pratica esse esquema na nossa vida comum. Primeiros passos: *Abandonar o ideal de perfeição *Perceber que não existem certezas absolutas *A possibilidade de separar dor( física e mental) de sofrimento, basta evitar o drama. Buscar compreender que: Sofrimento é a diferença entre o que acontece e aquilo que gostaríamos que acontecesse. Os sofrimentos podem ser resumidos a : *Querer sentir prazer e tentar evitar a dor *Querer ser elogiado e evitar ser criticado *Querer ganhar e evitar perder *Querer ter boa reputação e evitara má reputação. O que está por trás desta “batalha”? 5 emoções aflitivas que são as fixações(marcas) mentais = 5 venenos mentais que destilamos em 2 movimentos, em nós (internamente)e em direção dos outros ( externamente) e seus respectivos antídotos: *Medo = incompetência (em mim) e inveja ( dos outros). Antídoto= AÇÃO *Orgulho = culpas( em mim) e mentiras(para os outos) Antídoto = NATURALIDADE *Raiva = frustração ( em mim) e agressividade ( para os outros) Antídoto = ACEITAÇÃO *Desejo ilimitado(posse) = ciúmes(em mim) e julgamento( para os outros) Antídoto = LUCIDEZ ALTRUISTA *Ignorância = duvidas ( em mim) certezas ( para os outros) Antídoto = INTERESSE COM CURIOSIDADE O objetivo da construção da ATITUDE BUDISTA é sentir-se livre e sereno em qualquer situação, com qualquer pessoa, em qualquer lugar. O caminho para alcançar a meta da serenidade é a solidariedade lúcida= COMPAIXÃO.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Cuidamos de 2 lobos no coração

Conta Rick Hanson em seu livro “O cérebro de Buda”: Certa vez ouvi uma história sobre uma índia anciã americana, a quem se perguntou como havia se tornado tão sábia, feliz e respeitada. Ela respondeu : em meu coração, vivem 2 lobos, um lobo do amor e outro do ódio. Tudo depende de qual deles eu alimento a cada dia. Todos nós temos os 2 lobos adormecidos no coração esperando a hora de despertar e da refeição chegar. O lobo do ódio, da raiva se alimenta das nossas contrariedades, intolerâncias, agressividades, hostilidades e do desprezo. O lobo do amor se alimenta da compaixão, da ternura, do respeito, da bondade amorosa, da paciência, da generosidade. Os primeiros alimentos são produzidos pelas escolhas egoístas que privilegiam os interesses pessoais. Os segundos alimentos são gerados pelos relacionamentos cooperativos. Ainda segundo o mesmo autor: Os relacionamentos cooperativos são fruto da empatia, a capacidade de sentir o estado interior da outra pessoa, necessária em qualquer tipo de intimidade verdadeira. Quando não há empatia, seguimos a vida como formigas e abelhas, esbarrando em outras pessoas, mas fundamentalmente sozinhos. Nestas últimas semanas, frente a tantas aflições, descasos e incompetências médicas, o lobo encrenqueiro, raivoso que mora no meu coração me deu muito trabalho, e precisei bastante lucidez e força para doma-lo e aquieta-lo; então...é por isso que escolhi esse texto, porque estou sentindo na carne a presença desses 2 animais. Agora, silenciosamente olhe para dentro de si e, com auto-consciência, relembre momentos em que alimentou o lobo do ódio e perceba o quanto de medo, rigidez e solidão havia nesses momentos. E.....quanta energia você perdeu. Será que vale-a-pena tanto apego às nossas crenças pessoais?

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Curso de REIKI I

REIKI é uma forma de meditação, de encontro consigo mesmo, com a nossa verdadeira essência luminosa. Meditação é uma forma para alcançar uma mente mais lúcida e mais relaxada capaz de encontrar soluções estáveis para si mesmo, para as pessoas com quem convivemos e para as situações que nos desafiam. As meditações fazem parte do treinamento para conviver com solidariedade, altruísmo e atenção. As praticas contemplativas, além de promover insights para acessar informações no nível mais sutil são, cada vez mais, aceitas como complemento de tratamentos médicos convencionais. Reiki é uma Arte de Cura com origem japonesa que ensina a ouvir o corpo, as emoções e os pensamentos. Com Reiki aprendemos em alguns dias a permanência serena de forma simples e prática. Programa o que é meditação - Formação do Ser - O que é Cura -História do Reiki - Ações do Reiki - Auto-tratamento - Tratamento nos outros - (pessoas, animais, plantas, objetos) – Tratamento de locais – Realinhamentos energéticos ( enpowerments ) . Maria Helena Moreira é Mestre de Reiki formada pelo Sistema USUI SHIKI RYOHO na “THE REIKI ALLIANCE” na tradição japonesa e em NALSO CHAG WANG (tibetano)por Lama Gangchen , Mestre Tibetano de uma Linhagem ininterrupta de Cura; além de especialização em Psicoterapia Existencial, possui formação Acadêmica em Pedagogia, Letras,Didática de Ensino Superior, Psicopedagogia e Psicoterapia. Ministra cursos desde 2000 e realiza atendimentos individuais desde 1993, com REIKI e Aconselhamentos Psicológicos. Atualmente coordena Grupos de Estudos no “Centro Budista” para Cursos, Encontros e Práticas no espaço para Artes de Cura, Autoconhecimento e Reiki em Santos.. Próximo curso em 2012: Dias 31 de Outubro , 1 e 2 de Novembro 14h às 18h Valor Curso - R$ 250,00 Reciclagem R$ 50,00 Informações e Inscrições Reservas até 30 de Outubro (13) 9711 3378 – 3284 3240

O que é o dinheiro para você?

Para esta mini enfermaria que foi montada para minha mãe aqui em casa, a questão financeira emoldura seriamente as decisões. O dinheiro é nossa energia espiritual tornada material, já que esse dinheiro é o resultado do trabalho que fazemos ou do esforço de uma pessoa próxima. Usa-lo é uma arte. Existem pessoas, como os ladrões ( de vários tipos, até em família), que acreditam ser normal usufruir despudoradamente do resultado do trabalho dos outros. Na última capa da revista semanal Vejinha São Paulo, encontrei 2 textos interessantes do HSBC que falam sobre o tema de hoje: O que é o dinheiro para você? Um pedaço de papel? Um punhado de metal? Ou apenas números? Ele é considerado a raiz do mal. Mas também pode servir para cortar o mal pela raiz. Ele não compra a felicidade. Nem o amor. Mas há quem se apaixone por ele mesmo assim. Ele pode mudar quem você é. Te ajudar a descobrir quem você realmente é. Ele pode te escravizar. E te libertar. Ele abre portas. Compra portas mas não te diz o que fazer, uma vez lá dentro. Pode te controlar. Ou te colocar no controle. Saída para muitos problemas Ou o motivo de vários? Enquanto para alguns ele traz segurança, Para outros traz o medo de sair da própria casa. Ele pode melhorar sua qualidade de vida, Ou acabar com ela a cada hora extra. Pode comprar uma boa casa, Mas nunca um lar de verdade. Pode pagar a fiança de alguém, Mas jamais comprar a liberdade. Pode ser um pedaço de papel. Ou subir à sua cabeça. Ele te dá poder de dizer sim. E a liberdade de dizer não. Ele é tudo. E é nada. Porque dinheiro é apenas dinheiro.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Pai, a gente se vê na Terra Pura

Então pai, é assim que no budismo a gente costuma se despedir da história desta vida. A tua purificação foi longa e pesada, agora descanse, repouse e aceite a força e a gratidão que estamos te enviando. Que os esforços de cada dia, nas próximas semanas, da família que você construiu, da tua esposa, da mamãe, amigos e conhecidos que conviveram com você (e também você que está lendo este texto) te guiem para que você reconheça rapidamente a clara luz, se dirija confiantemente até ela e renasça numa Terra Pura, onde nos encontraremos. Obrigada por tudo, você vai morar sempre no meu coração. Vou lembrar sempre do teu assobio, da recomendação para não engordar e, pode ficar sossegado, vou cuidar da mamãe o melhor que conseguir e da nossa irmã também. A tua benção pai? E tenho certeza....tua benção me acompanhará sempre. MARIO ALFREDO DE AGUIAR SIMÕES MOREIRA *7/01/1924 + 15/10/2012

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Rcomeçando depois do tsunami

Depois do tsunami, recomeçando Era uma sexta comum; mas, o relógio não despertou na hora marcada, esqueci o celular em casa, estiquei o horário da musculação e....ao chegar em casa o tsunami já tinha começado. Minha mãe teve um grave AVC Isquêmico que a deixou sem fala, sem deglutição, sem movimentos, confusa e presa dentro de um pequeno corpo, sem conseguir se comunicar. Depois de uma semana internada, voltamos pra casa com uma equipe de enfermagem 24h, equipamentos, fios, sondas, profissionais de varias áreas – e vou aprendendo, descobrindo, inventando e encontrando as soluções possíveis. Como aqui em Santos, somos apenas nós duas, a saída foi me mudar para sua casa, parar todas as atividades, pintar e alugar meu apartamento, além de, ao mesmo tempo, gerenciar finanças e decisões. Nosso pai continua piorando a cada dia e seu quadro no CTI em Manaus é devastador.... temos tentado que essa tristeza não nos abata. Tudo tem sua explicação, mas tudo isso me deixa perplexa. O que realmente essas 2 consciências estão apreendendo, purificando e transformando? Será que esse sofrimento resulta realmente em aprendizado? Ou será, como no hipótese budista, simplesmente o resultado das escolhas que fizeram, das intenções, certezas e motivações a que se apegaram como certezas? O que fica é a reflexão: Aproveitar cada dia precioso da vida. Não desperdiçar energia em pensamentos, palavras e ações negativas. Sorrir e “pegar leve” nos sustos. Acordar e sobreviver todos os dias, não é assim tão óbvio. A gente só sabe como acorda, depois.... O que teria sido de mim, neste momento tão difícil, se não fosse o refugio dos ensinamentos budistas, das preces de Metabavana para todos nós. A cada momento, dedico nossos esforços, a possibilidade dos tratamentos, o trabalho incansável das enfermeiras, médicos e funcionarias a todas as pessoas que estão presas em seus corpos que sofrem. O lema tem que ser: manter a serenidade, concentrar a mente e tentar enxergar o que está por trás da desordem.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Direito de escolher na hora da morte

Direito de escolher na hora da morte O tema está guardado há alguns meses e,lendo a reportagem na revista Veja sobre esse momento, abro o assunto para reflexão: “Decisão do Conselho Federal de Medicina muda a conduta do médico brasileiro ao reconhecer a legitimidade do testamento vital, documento no qual os pacientes registram o tratamento que desejam receber quando a morte se aproxima” Para a filosofia budista o momento da morte é um momento precioso na expansão da consciência. Na visão budista esse momento delicado deve ser um momento de tranqüilidade e delicadeza, para que os medos das projeções mentais possam ser superados. Inclusive há a forte sugestão de que as pessoas que cercam se empenhem em relembrar apenas e principalmente as vitórias e as situações positivas e alegres de quem está morrendo. Na cultura em que vivemos o tema da hora da morte – o fim de tudo o que é vivo - é um tabu cercado de disfarces e fantasias. No Budismo costuma-se falar bastante sobre a morte, não na forma masoquista, mas para que seja “obrigatório” aproveitar cada momento desta preciosa vida e “desmoralizar” os medos que cercam o momento da morte – só tememos o que evitamos conhecer. Mas é inevitável encarar essa realidade. Você já se programou para esse momento? Você já refletiu como quer que as pessoas em volta te ajudem? Até que ponto você vai autorizar os tratamentos? Estranho, não é ? mas é um direito de cada um poder escolher como quer ser tratado. O que você pensa permitir sobre o prolongamento artificial da vida? Abaixo coloco o importante texto que Lama Padma Samten sugeriu que fosse lido nos grupos por ocasião do falecimento de um dos participantes. Penso que o testamento apresentado pela a revista citada seja um modelo de interesse : “eu, ....., diante de uma situação de doença grave em progressão e fora de possibilidade de reversão, apresento minhas diretrizes antecipadas de cuidados à vida. Se chegar a padecer de alguma enfermidade manifestamente incurável, que me cause sofrimento ou me torne incapaz para uma vida racional e autônoma, faço constar, com base no princípio da dignidade da pessoa humana e a da autonomia da vontade, que aceito a terminalidade da vida e repudio qualquer intervenção extraordinária, inútil e fútil. Ou seja, qualquer ação médica pela qual os benefícios sejam nulos ou demasiadamente pequenos e não superem os seus potenciais malefícios. As diretrizes incluem os seguintes cuidados: admito ir para UTI somente se tiver alguma chance de sair em menos de uma semana; não aceito que me alimentem à força. Se não puder demonstrar vontade de comer, recuso qualquer procedimento de suporte à alimentação; não quero ser reanimada no caso de parada respiratória ou cardíaca”. Uma Introdução ao Bardo Por Sua Santidade Dudjom Rinpoche Palestra por ocasião da iniciação a “Mil Budas”, associada com a sadana do Nobre Compassivo, o Senhor do Espaço. Diz-se que toda a doutrina do Buda poderia ser sintetizada no ensinamento dos seis bardos. O Darma do Buda é vasto e profundo e as muitas abordagens dos vários veículos e ciclos de ensinamentos abrangem uma inconcebível riqueza de instrução. Para aqueles que desejam atingir a cidadela primordial da condição de Buda no curso de uma única vida humana, a prática destes ensinamentos é apresentada dentro da abordagem dos seis bardos. O que, portanto, é um bardo? Um bardo é um estado que nem é aqui e nem lá. Por definição é algo que começa no meio, um estado intermediário. Os seis bardos são: (1) o bardo natural da presente vida; (2) o bardo alucinatório do sonho; (3) o bardo da absorção meditativa; (4) o doloroso bardo do morrer; (5) o bardo luminoso da realidade última; e (6) o bardo cármico do ressurgimento. 1. O bardo natural da vida presente O bardo natural da vida presente cobre o período entre o nascimento e a morte. Neste momento, portanto, todos estamos no bardo da presente vida. Como está presente nos ensinamentos, “Kyema! Agora que estou no bardo da minha vida presente, deixarei de ser preguiçoso, pois nesta vida não há tempo a perder!” Esta é a nossa presente condição. Deveríamos pensar cuidadosamente e perguntar a nós mesmos quantos anos já passaram desde que nós nascemos e quantos anos mais ainda teremos. A vida é extremamente impermanente; ninguém escapará da morte. Enquanto estamos nesta situação, desperdiçamos nossa existência inutilmente, jogando fora nosso tempo com preguiça e distrações. A vida segue seu curso e seu ímpeto eventualmente se exaure; neste ponto todas as atividades terminam e nada mais pode ser feito. Por isto se diz que deveríamos evitar cair sob o domínio da indolência e distração. Em lugar disso, deveríamos praticar o Darma que é a única coisa que pode nos ajudar no momento da morte. Apesar de sermos incapazes de praticar tudo, deveríamos praticar tanto quanto possível, sabendo que o modo como vivermos agora pode exercer uma influência positiva nas condições da próxima vida. Tanto quanto possível, portanto, deveríamos evitar mesmo uma única ação negativa e nunca deveríamos perder a oportunidade de realizar mesmo que a menor ação positiva. Uma vez que nada é garantido, diz-se que deveríamos nos conduzir de forma a nada termos para nos arrepender, mesmo que venhamos a morrer amanhã. Este, então, é o primeiro bardo, o bardo da vida presente. 2. O bardo alucinante do sonho O bardo do estado de sonho cobre o período desde o momento em que adormecemos até o momento em que acordamos na manhã seguinte. Este período é semelhante à morte, a duração temporal é a única diferença. Durante o sono as cinco percepções de forma, som, cheiro, sabor, e contato se deslocam para o interior de alaya. Pode-se dizer que elas desmaiam para dentro de alaya, e, de fato, dormir é semelhante a morrer. No início os sonhos não aparecem, há apenas uma escuridão densa enquanto a pessoa afunda-se inconsciente em alaya. Depois, os padrões de apego e percepção ressurgem estimulados pela energia cármica da ignorância . Como resultado disso, os objetos dos sentidos (forma, som, cheiro, sabor e contato) manifestam-se novamente no estado de sonho. Estas aparências, estes objetos de sonho, não estão, naturalmente, presentes dentro de nós. Por outro lado, a consciência não se move em direção a coisas externas. Ela se mantém dentro e suas percepções são imaginárias e deludidas. Esta é a razão de chamarmos este estado de bardo alucinatório. No estado de sonho noturno, a percepção está sujeita a delusão do mesmo modo que durante o dia. Apenas que neste estado de sonho noturno a consciência vagueia através das formas, sons, cheiros, sabores e contato – e vagueia também por todas as percepções experimentadas durante o dia, apenas que agora elas são ainda mais alucinadas. Quando a pessoa adormecida sonha, vê apenas delusões e fantasias. De fato, os ensinamentos dizem que nós mesmos somos como ilusões e sonhos. Naturalmente, pensamos que um sonho é algo irreal quando comparado com a vida do estado acordado, a qual pensamos verdadeira. Para os Budas, entretanto, os sonhos e as percepções da vida estão em pé de igualdade. Nenhuma delas corresponde à realidade. Ambas são falsas: flutuantes, impermanentes, enganadoras – nada mais do que isto. Se olharmos para todas as coisas que já fizemos e experimentamos desde o tempo de nosso nascimento até o momento presente, onde estão elas? Nada há para ser encontrado. Tudo se foi; tudo está em fluxo constante. Isto é obviamente verdadeiro, mas é algo que habitualmente nos escapa. Nós constantemente nos relacionamos com as nossas percepções como se fossem realidades permanentes, pensando, “isto sou eu, isto é meu”. Mas os ensinamentos nos falam que isto tudo é um erro, e este erro é o que verdadeiramente nos leva a vaguear em samsara. Venha o que vier, é justo com as nossas percepções alucinadas de sonho que temos que trabalhar. Durante o dia deveríamos rezar para o Lama e para as Três Jóias, e à noite, deveríamos nos esforçar para reconhecer nossos sonhos como as alucinações que são. Deveríamos ser capazes de transformar nossos sonhos; precisamos praticar o Darma mesmo quando dormindo. Necessitamos ganhar esta habilidade porque se tivermos sucesso, seremos capazes de reconhecer a unidade das percepções do estado acordado com as percepções dos sonhos sem encontrar distinções entre elas e nossa prática se tornará muito mais profunda. Os ensinamentos especificam que esta prática é um modo extremamente efetivo de lidar com a experiência de impermanência e, igualmente, com todos os outros obstáculos. 3. O bardo da absorção meditativa O bardo da absorção meditativa pode ser descrito como o período de tempo em que passamos no equilíbrio meditativo. Termina quando saímos deste estado. Chama-se bardo porque não é semelhante a nossa torrente de pensamentos deludidos e nem é semelhante à percepção fenomênica como experimentada no curso da vida. É um período de estabilidade meditativa, um estado de concentração tão fresco e impoluto com o céu. É como o oceano imóvel no qual não há ondas. É impossível permanecer neste estado quando a mente está cheia de pensamentos (apropriadamente comparados a um bando de ladrões), ou mesmo quando se está ocupado com correntes mentais subconscientes mais sutis, misturadas e compactadas umas com as outras como fios de um tecido. A meditação estável não é possível nestas circunstâncias. Os ensinamentos dizem que os meditantes não podem cair sob o domínio de seus pensamentos, que são comparados a ladrões. Eles deveriam, em lugar disso, manter uma diligência imperturbável, profunda e poderosa, com a qual podem evitar que sua concentração se desfaça. O bardo do sonho e o bardo da absorção meditativa são subdivisões do bardo da vida presente. O bardo da vida presente naturalmente inclui nossa prática. Mesmo que seja intermitente, é necessariamente realizada dentro da abordagem de nossa existência presente. É apenas aqui que podemos meditar. 4. O doloroso bardo do morrer É perfeitamente possível que de um dia para outro venhamos a descobrir que estamos sofrendo de uma doença fatal. Quando todas as cerimônias e preces de longa vida provarem-se inefetivas e a morte for certa, finalmente virá a clareza de que nada do que fizemos na vida foi de algum uso efetivo. Deixaremos tudo para traz. Mesmo que tenhamos uma pilha de riquezas tão elevada como o monte Meru, não poderemos leva-la conosco. Nem mesmo uma agulha e linha! Chegou a hora de ir, mesmo este corpo que amamos tanto será abandonado. O que poderemos levar conosco? Apenas nosso carma positivo e negativo. As ações que acumulamos serão nossas únicas companhias. Entretanto, vamos supor que colocamos as instruções em prática e treinamos a transferência de consciência. Se tivermos ganhado proficiência e se pudermos morrer sem um traço de remorso, teremos feito realmente um grande favor a nós mesmos. Uma pessoa que diz, “irei para tal ou qual terra pura de Buda”, e de fato vai, é um praticante perfeito. Olhemos isto de frente: praticamos o Darma porque o necessitaremos no momento da morte. Esta é a razão pela qual os ensinamentos enfatizam a importância de compreender o que acontece quando morremos. Diz-se que mesmo para uma pessoa comum, o momento da morte é crucial. É o momento quando deveremos rezar ao Lama e às Três Jóias. Deveríamos cortar todas as amarras que nos atam às nossas posses – nossa casa e tudo mais. Pois isto é que nos puxa. Deveríamos também fazer oferendas de nossas posses às Três Jóias rezando para que não tenhamos que passar por uma morte dolorosa e difícil e sofrer após nos reinos inferiores. Se tivermos treinado suficientemente na transferência de consciência e se formos capazes de aplicar esta técnica quando o momento da morte chegar e então transferir com sucesso nossa consciência – esta é a melhor situação entre todas. Mas se não pudermos fazer isto, talvez um lama ou algum de nossos irmãos ou irmãs vajra que esteja conosco e saiba como isto é feito, possa fazer a transferência de consciência por nós. A consciência deveria ser transferida para uma terra pura tão logo a respiração se interrompa . De qualquer modo, é importante planejar isto e ficarmos prontos para quando o momento crucial chegar e não termos necessidade de ficar com medo. Não é necessário lembrar que a preparação tem que ser feita agora, durante o bardo da vida presente. O que acontece quando morremos? Começando no momento da concepção física, o momento em que nossos pais se uniram, nosso corpo passa a tomar consistência a partir da essência dos cinco elementos. É um encontro de elementos como o calor, a energia, os canais sutis e assim por diante. Quando morremos, estes cinco elementos gradualmente se separam e se dissolvem um no outro. Quando a dissolução é completa, nossa respiração externa cessa e nossos pulsos internos são reabsorvidos. A essência branca que recebemos de nosso pai e está localizada no cérebro, e a essência vermelha, recebida de nossa mãe e localizada na região do umbigo, se encontram no centro cardíaco e se misturam. Só então a mente deixa o corpo. Neste ponto, no caso dos que não têm experiência de prática, a mente cai em um prolongado estado de inconsciência. Mas para os que são mestres realizados ou experientes meditantes, a consciência, após dois minutos aproximadamente, dissolve-se no espaço, e o espaço dissolve-se na luminosidade. Qual é o fruto da meditação para aqueles que praticaram? É justamente esta dissolução na luminosidade que é pura e sem máculas como o céu. Isto ocorre quando o pulso interno cessa. Se uma pessoa atingiu a estabilidade no reconhecimento da luminosidade durante a meditação, então tão pronto a experiência de espaço sem máculas aparece, ocorre o assim chamado encontro das luminosidades da mãe e do filho, espaço e lucidez . Isto é a liberação. Na essência, isto é o que os lamas e meditantes que a praticam referem como “repousar em thuktam”, ou meditação no momento da morte. Thuktam nada mais é do que isto. As luminosidades mãe e filho se fundem; e ganha-se a estabilidade das etapas de criação e perfeição. Isto é liberação. 5. O bardo luminoso da realidade última Se não tivermos praticado, desmaiamos quando a experiência de escuridão surge apenas para retornarmos quase imediatamente em meio a percepções assustadoras as quais são referidas como o quinto bardo, o bardo da realidade última . Neste ponto, as deidades pacíficas e iradas aparecem . Elas estão implícitas e presentes em nossa consciência, de Samantabadra aos Budas das cinco famílias e às oito manifestações de Guru Rinpoche. Sua aparência é acompanhada com sons e luzes assustadores. Neste ponto, as pessoas que não estão familiarizadas com a prática se aterrorizam. Tão pronto o medo as domina, estas manifestações da consciência se dissolvem e desaparecem. Eu gostaria de dizer algumas palavras que tanto valem para o bardo do morrer como para o bardo da realidade última. Após os cinco elementos separarem-se e dissolverem-se, a consciência se dissolve no espaço, desmaiando no estado de alaya. Após, a luminosidade é vista. É como o espaço puro e imaculado. Se não tivermos experiência de meditação, não reconheceremos esta luminosidade. Não reconhecida, esta experiência não permanecerá por muito tempo. Entretanto, se tivermos experiência com a concentração da mente, as duas luminosidades, mãe e filho se fundirão. Antes um pouco do início do processo da morte, antes que se inicie a gradual dissolução dos elementos, o mais importante é estar perfeitamente consciente de que você está de fato no processo da morte. Você precisa cortar todo apego às coisas desta vida. Quando a morte chegar, você deveria rezar para as Três Jóias, pois não há qualquer esperança que não elas, você deveria também invocar seu professor raiz, pois ele ou ela é de algum modo mais acessível à você. Quando tudo está dito e feito, seu professor raiz é a corporificação disso. Reze a seu professor, sua verdadeira deidade Yidam, quando dos perigosos desfiladeiros do Bardo. Confesse todas as ações negativas que você tenha cometido durante sua vida e reze concentradamente a seu professor, pedindo para ser conduzido a uma terra pura de Buda imediatamente após a sua morte. Diz-se que este tipo de prece focada e sem distração, com esta aspiração constantemente presente em sua mente, é de fato a precondição para ser conduzido a uma terra pura. Além do mais, quando alguém doente está morrendo, seu professor ou seus filhos Darma (cujo samaya não esteja corrompido e com quem ele tenha uma relação harmoniosa) deveriam relembrá-lo que os elementos estão se dissolvendo como de fato está ocorrendo. Eles deveriam rezar e recitar, invocando o professor. Estas aspirações – de ser liberado do perigo dos caminhos tortuosos do Bardo – será de grande ajuda. Quando um inválido cai, outras pessoas o socorrem e levantam. Do mesmo modo, os amigos Darma podem ser de grande ajuda; eles podem guiar a pessoa que está morrendo e rezar por ela. Isto é muito benéfico. Diz-se que os Budas são dotados de grande compaixão e se alguém os invoca pelo nome (imaculado Ratnashikhin, protetor Amitaba, Buda Sakiamuni, e assim por diante), os sofrimentos dos reinos inferiores são dissolvidos tão pronto seus nomes são pronunciados. Do mesmo modo, se a pessoa que está morrendo for capaz de rezar adequadamente, os Budas evitarão que ela entre no caminho que conduz aos reinos inferiores simplesmente devido ao fato de que seus nomes foram pronunciados. Isto é, portanto, extremamente útil. A prece é como se fosse nosso ajudante e nossa guarda pessoal no período da morte. É de grande importância e benefício. Primeiro de tudo a pessoa no processo da morte cai em um estado de ausência e inconsciência. Quando a consciência se manifesta novamente, a luminosidade aparece e, se não for reconhecida, se vai e as visões do bardo da realidade última começam a aparecer. É quando as deidades pacíficas e iradas com seus sons aterradores e luzes surgem e também as visões de encruzilhadas que conduzem a terríveis precipícios. Se não houver o reconhecimento de que estes sons incríveis e os raios de luz nada mais são do que projeções da própria mente, nada que não apenas o poder criativo da lucidez da consciência, então surgirá um terror intenso. As visões ocorrem, o medo surge, e então as visões esvaecem e somem. Neste ponto a consciência deixa o corpo, saindo pela abertura correspondente à experiência . 6. O bardo cármico do ressurgimento Neste ponto ocorre a separação entre a mente o corpo. Uma vez que a mente é agora independente do corpo, está sem suporte físico. O corpo material grosseiro se foi, há apenas um corpo sutil composto de luz. Este corpo sutil carece das substâncias essenciais recebidas do pai e mãe, e, conseqüentemente a pessoa falecida não tem mais a percepção da luz do sol e da lua. Entretanto, há um tipo de brilho luminescente, uma energia mental, emitida pelo corpo de luz. Isto cria na pessoa a impressão que é possível ver seu próprio caminho. Adicionalmente, todos os seres que estão vagueando no bardo do ressurgimento podem ver e ouvir uns aos outros. Outro aspecto deste bardo é que tão pronto a consciência aspire estar em algum lugar, instantaneamente surgirá neste exato lugar. Os únicos lugares fechados são o ventre de sua futura mãe e Vajrasana, o lugar sagrado onde todos os Budas atingem a iluminação . O corpo de bardo é um “corpo mental”, e esta é a razão pela qual ele se apresenta em um lugar no instante mesmo em que pensar nele. A mente da pessoa falecida também possui uma certa clarividência, ainda que dotada das cores das perturbações cármicas. Ela sabe o que os outros estão pensando. Uma pessoa que tenha morrido recentemente pode perceber como os outros estão usando as posses que ela acumulou no curso de sua vida, o que eles estão pensando, e como eles estão fazendo as práticas de acumulação de méritos e dedicando para seu benefício. Os vivos não vêem os mortos, mas os mortos vêem os vivos. Os seres no bardo se agrupam e sofrem das sensações de fome e sede, calor e frio. Eles experimentam sofrimento intenso enquanto vagueiam no estado intermediário. Aqueles que de fato vagueiam no bardo são os que falharam em praticar muitas virtudes em suas vidas, mas ao mesmo tempo não acumularam muitos sofrimentos. Os seres que cometeram muitas negatividades não experimentarão o bardo do ressurgimento. Tão pronto eles morrerem e fecharem seus olhos, instantaneamente surgirão nos reinos inferiores. De outro lado, aqueles que acumularam muitos méritos se transferirão imediatamente para as terras puras. Em geral, uma vez que pessoas como nós, nem são grandes pecadores e nem grande santos, teremos que passar pela experiência do bardo do ressurgimento e isto nada mais é do que sofrimento. Por outro lado, os mortos podem ser protegidos dos horrores do bardo e atingir a liberação. Isto acontece caso a pessoa tenha realizado muitas ações meritórias, tenha feito oferendas às Três Jóias, tenha praticado caridade com os pobres, e assim por diante; e se outros tenham construído a mandala das deidades pacíficas e iradas e realizado o ritual no qual tenha sido queimado um papel com o nome da pessoa falecida, e se a iniciação tenha sido dada (conduzindo a consciência da pessoa falecida a destinos mais elevados). Este conjunto de medidas é como se um grupo de pessoas corresse ao mesmo tempo para agarrar o outro, evitando que caia em um precipício. Esta é a razão pela qual se diz que devemos dedicar muitas ações positivas aos mortos. Durante os primeiros vinte e um dias após o evento da morte, os mortos têm os mesmos tipos de percepções que tiveram durante a vida. Têm a sensação de possuírem o mesmo corpo e mente como antes, e percebem os mesmos ambientes que experimentaram durante a vida. Após, eles começam a ter percepções relacionadas ao lugar onde eles tomarão renascimento na próxima vida. Esta é a razão pela qual se diz que o período de quarenta e nove dias – particularmente as primeiras três semanas – é extremamente importante. Durante este período, se muitos méritos forem acumulados por outras pessoas em proveito do falecido, se diz que mesmo se a pessoa em questão estiver se dirigindo aos reinos inferiores, a compaixão das Três Jóias pode conduzi-la a um destino mais elevado. Após tal período, entretanto, seu carma a conduzirá para os reinos inferiores e, mesmo que a compaixão das Três Jóias permaneça inalterada, não terá o poder de conduzi-la a um destino mais elevado até que o carma negativo seja exaurido. Esta, então, é uma explicação da importância de acumular uma grande quantidade de mérito para proveito dos seres falecidos. As pessoas que vivem suas vidas ligadas ao Darma e estejam acostumados a fazer as práticas, reconhecem quando estão no bardo do ressurgimento e que morreram. Eles compreendem onde estão, relembram seu professor e sua deidade Yidam. Ao invoca-los concentradamente, renascem nas terras puras de Sukhavati, Abhirati, ou na Gloriosa Montanha Cor de Cobre . Para um lama realizado é também possível invocar a consciência do bardo para seu nome escrito em um papel e revelar a esta consciência o verdadeiro caminho. Ao dar ensinamentos e iniciações, o lama pode mostrar a estes seres o caminho das terras puras dos Budas, ou pelo menos levar a consciência do bardo a um novo renascimento humano . Tudo depende do carma, aspiração e da devoção do falecido. De todos os bardos, o mais crucial é o bardo da vida presente. Por isto é agora, no bardo da vida presente que precisamos agir e praticar corretamente, de tal forma que não tenhamos no futuro que vaguear por outros bardos. A sadana do Grande Compassivo é a verdadeira essência de todos os sutras e tantras. Guru Rinpoche destilou-a como um método pelo qual os discípulos que tenham conexão com ela serão capazes de tomar renascimento em Sukhavati. Subseqüentemente ele ocultou-a como terma e foi o Vidyadhara Dudul Dorje, o prévio Dudjom, que a revelou . Nós podemos dizer que a suprema fonte originadora de todos os ensinamentos de todos os Budas é o Buda Samantabadra ou Amitaba (que de fato são idênticos). Nunca agitando a pacífica amplidão de sua mente, o Buda Amitaba olha com compaixão incessante a todos os seres dos seis reinos. Da radiância de seu amor surge Avalokitesvara, o Grande Compassivo. Avalokitesvara ou Tcherenzig é a corporificação espontânea da fala compassiva de todos os Budas. Na presença de Amitaba ele fez a promessa de não entrar na iluminação final e permanecer como um bodisatva. Ele prometeu, em outras palavras, que seguiria ajudando os seres até que as últimas profundezas de samsara fossem sacudidas e esvaziadas de seres. Daquele momento em diante, com grande compaixão, ele conduziu os seres aos três âmbitos de Sukhavati, a terra pura de Amitaba. Há a lenda de que houve um momento quando ele pensou que tinha completado sua tarefa e mirou ao redor e, naquele mesmo instante verificou que havia exatamente o mesmo número de seres – nem mais e nem menos – como havia antes. Percebendo que os seres de samsara não haviam diminuído, ele deprimiu-se e refletiu consigo mesmo, “nunca chegará o momento em que concluirei a tarefa de levar todos os seres para as terras puras”. Assim seu voto de bodicita falhou. Sua cabeça rompeu-se em onze pedaços e seu corpo dividiu-se em mil fragmentos. Neste exato momento o Buda Amitaba apareceu e disse: “Filho da minha linhagem, você corrompeu seu voto de bodicita? Reassuma-o e esforce-se pelo benefício dos seres como no passado!” Dizendo isto, ele abençoou a cabeça fraturada e os mil pedaços de seu corpo. Avalokitesvara levantou-se novamente, agora com onze cabeças e com um corpo dotado de mil braços e olhos para trabalhar pelo benefício dos seres. Graças a sua aspiração iluminada, seus mil braços emanaram um milhar de reis Chakravartin, e de seus mil olhos apareceram os mil budas deste kalpa afortunado. Todos estes mil budas se manifestarão inteiramente devido à compaixão de Avalokitesvara. Dudjom Lingpa também referido como Dudul Dorje (1835-1903), foi uma manifestação de Khyeuchung Lotsawa, um dos vinte e cinco discípulos de Padmasambhava. Um yogue e professor realizado. Teve muitos discípulos que atingiram o corpo de arco-íris. [Este texto é um fragmento do livro “Counsels from My Heart” de Dudjom Rinpoche, Shambala, Boston & London 2001, traduzido pelo Padmakara Translation Group. A tradução para a língua portuguesa foi feita por Padma Samten em Sera, Índia, quando do evento do Mahasamadhi de seu mestre, Sua Eminência Chagdud Tulku Rinpoche, ocorrido em Três Coroas, Brasil, em 17 de novembro de 2002. A motivação que desencadeou esta atividade foi a de utilizar as intensas bênçãos da presença luminosa que Chagdud Tulku Rinpoche apresenta especialmente neste momento, para produzir uma energia de realização do ensinamento fundamental dos seis bardos, oferecido nas palavras de seu próprio mestre, Dudjom Rinpoche Jigdral Yeshe Dorje. Que isto produza a liberação dos bardos dolorosos a muitos e muitos seres em todas as direções. Que esta tradução fique permanentemente dotada da capacidade de transformar as mentes que voltarem seu pensamento a Chagdud Rinpoche inseparável de toda a mandala dos mestres da Linhagem.]

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Descoberta na faxina dos guardados

Durante um momento de faxina dos guardados encontrei um porta copos com dizeres interessantes; uma das frases era: “não tema avançar lentamente, receie apenas ficar parado” provérbio chinês. Foi quando lembrei de uma das varias “histórias” ilustrativas da filosofia budista. Esta abaixo é para tentar compreender o que é ampliar visão e daí... ampliar a consciência, a compreensão da realidade. Mais que isso....é sobre a importância de ter delicadeza para apresentar nossas experiências e respeitar o tempo de cada um fazer suas próprias descobertas. “Havia uma rã que morava num poço. Um dia ela encontrou uma rã que vivia no mar. A rã do mar contou histórias fantásticas sobre a sua morada e se gabou da imensidão do oceano. Mas a rã do poço não podia acreditar; ela imaginava que seu poço fosse o maior e mais fabuloso corpo d’água do mundo, porque não tinha nenhum ponto de referência, nenhuma experiência, nenhuma razão para pensar o contrario. Então a rã do mar levou a rã do poço até o mar. Ao se deparar com a vastidão do oceano, a rã do poço teve uma taque cardíaco e morreu.” No caminho da busca pela verdade é preferível não pegar nem oferecer atalhos. Mas não vale ficar parado, vamos caminhando mesmo que lentamente.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

A soberba é só uma bolha

O cronista J.R.Guzzo escreveu: pode até não ser uma verdade comprovada pela história, mas ninguém discute que se trata de uma belíssima idéia. Na Roma antiga, quando um grande general voltava de uma campanha vitoriosa no estrangeiro, fazia-se uma fabulosa procissão triunfal pelas ruas da cidade, o “ triunfo”, para exibir diante do mundo a glória do comandante vencedor e homenagear a grandeza que ele trazia à pátria. Era a honra máxima que um cidadão romano podia obter e dava um trabalho danado chegar lá.Ele tinha de ter matado pelo menos 5000 soldados inimigos. Tinha de mostrar, presos, os chefes derrotados. Tinha, sobretudo, de trazer sua tropa de volta para casa. O problema nisso tudo, é que os romanos da Antiguidade eram gente que tinha em altíssima conta a modéstia pessoal – e, em conseqüência fechava a cara para qualquer demonstração de soberba. O que fazer, então na hora em que o general vitorioso desfilava pela multidão como se fosse um rei? É aí que aparece a idéia mencionada acima. Logo atrás do “triunfador”, no mesmo carro puxado por quatro cavalos que ele conduzia, ficava um escravo que, de tanto em tanto tempo, lhe dizia baixinho ao ouvido:”memento mori”. Ou : “lembre-se de que você vai morrer um dia”. Nada melhor, provavelmente, para baixar o facho de qualquer alta autoridade que começa a se achar. ............ Por aí a crônica continua. O texto me trouxe à lembrança uma das atitudes de SS Dalai Lama: Ao entrar nas salas repletas de ouvintes interessados nos seus ensinamentos que, comumente, fixam nele o olhar encantado por sua trajetória e exemplos – ele estala os dedos para lembrar-se: “isto também vai acabar”. É bom mesmo manter essa lembrança em dia, tudo vai mudar – a impermanência - talvez seja a única verdade absoluta inegável. Tudo muda, tudo passa, tudo se transforma; a soberba também é apenas uma bolha. .........sendo ou não UMA PESSOA importante, “ se achar “ é mesmo o pai dos auto-enganos.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Em que redes você se liga?

Ligar-se em redes virtuais é um fenômeno importante da pós-modernidade. Uma nova forma de fazer laços sociais; cada época tem sua forma e atualmente, a internet possibilitou essa imensa expansão da comunicação. Como em tudo, existem falas e informações inúteis, perigosas, falsas, verdadeiras, significativas, divertidas etc. Como em tudo, cabe a cada um a responsabilidade por suas escolhas; e são essas mesmas escolhas que espelham quem somos. Nos próximos tempos, com certeza, os pequenos e grandes grupos não pararão de se multiplicar. Na tradição budista começamos as praticas pelas preces preliminares que nos “ligam na rede” de Mestres que foram repassando os ensinamentos desde Sidarta Gautama, Buda Shakyamuni, até nossos Mestres atuais. Essa conexão nos mantém reunidos nas sanghas ( praticantes) numa mesma fala e fortalecidos mantendo viva a mesma motivação – conhecer nossa verdadeira natureza ( que vai muito além da história que estamos vivendo) para ações de corpo, palavra e mente lúcidas e solidárias. As atividades das sanghas agora,”fantasticamente”, também acontecem via internet através do mundo inteiro.É possível acompanhar ensinamentos, retiros, discussões de textos pelo Youtube, skype, chats, redes etc. As redes vitalizam a vida porque criam um movimento de troca de informações e noticias – uma comunicação dinâmica. Além de dar conta de uma questão importante: a sensação de solidão, de não ter sido convidado para a festa. Cada um de nós tem sua singularidade, seus dons, suas preferências e temos o privilégio de viver num tempo onde podemos nos incluir a qualquer momento num grupo de projetos semelhantes aos nossos ao participar de redes. A vida em redes não exclui a presença mas cria novas qualidades para as relações. Novos paradigmas, novas relações, novos acordos – visões desafiadoras porque compartilhar sentidos requer coerência no: ver, pensar, falar, agir, cuidar, sobreviver, conviver e conhecer de forma alegre, lúcida e altruísta. E você: tá ligado?

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Em que rede você está ligado?

Ligar-se em redes virtuais é um fenômeno importante da pós-modernidade. Uma nova forma de fazer laços sociais; cada época tem sua forma e atualmente, a internet possibilitou essa maior expansão da comunicação. Como em tudo, existem falas e informações inúteis, perigosas, falsas, verdadeiras, significativas, divertidas etc. Como em tudo, cabe a cada um a responsabilidade por suas escolhas; e são essas mesmas escolhas que espelham quem somos. Nos próximos tempos , com certeza, os pequenos e grandes grupos não pararão de se multiplicar. Na tradição budista começamos as praticas pelas preces preliminares que nos “ligam na rede” de Mestres que foram repassando os ensinamentos desde Sidarta Gautama, Buda Shakyamuni, até nossos Mestres atuais. Essa conexão nos mantém reunidos nas sanghas ( praticantes) numa mesma fala e fortalecidos mantendo viva a mesma motivação – conhecer nossa verdadeira natureza ( que vai muito além da história que estamos vivendo) para ações de corpo, palavra e mente lúcidas e solidárias. As atividades das sanghas agora, fantasticamente, também acontecem via internet através do mundo inteiro.É possível acompanhar ensinamentos, retiros, discussões de textos pelo Youtube, skype, chats, redes etc. As redes vitalizam a vida porque criam um movimento de troca de informações e noticias – uma comunicação dinâmica. Além de dar conta de uma questão importante: a sensação de solidão, de não ter sido convidado para a festa. Cada um de nós tem sua singularidade, seus dons, suas preferências e temos o privilégio de viver num tempo onde podemos nos incluir a qualquer momento num grupo de projetos semelhantes aos nossos ao participar de redes. A vida em redes não exclui a presença, mas cria novas qualidades para as relações. Novos paradigmas, novas relações, novos acordos – visões desafiadoras porque compartilhar sentidos requer coerência no: ver, pensar, falar, agir, cuidar, sobreviver, conviver e conhecer de forma alegre, lúcida e altruísta. E você: tá ligado?

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Amor fati, já ouviu falar?

No último “Café Filosófico” na TV Cultura O psiquiatra Jorge Forbes abordando novos olhares sobre a velhice citou a expressão Amor Fati usada também pelo filosófo Nietzsche. em http://www.cpflcultura.com.br/cafe-filosofico/ - É possível assistir o programa completo, vale-a-pena!!!!! Para Nietzsche, "amor fati" é amar o inevitável, amar o destino, amar o justo e o injusto, o próprio amor e o desamor. Ou seja, "ser, antes de tudo, um forte", sem reclamar da vida, sendo indiferente ao sofrimento. Na filosofia budista e na abordagem psicológica do budismo se usa a expressão abrir espaço para acolher as situações boas e as desagradáveis, as surpresas, os imprevistos, as perdas e, principalmente as contrariedades = aceitação. Aceitação de cabeça erguida, sem mimo, sem se deixar ser facilmente magoavel - algo bastante próximo ao Amor Fati. Na verdade quando a nossa verdade é contrariada, o impulso de revide e de defesa em direção ao foco dessa sensação é a RAIVA, pode ser em varias graduações com diferentes nomes ( tristeza, mágoa, frustração, dissabor, frustração, agressividade, decepção, vingança, sarcasmo,ironia, isolamento, depressão etc) mas se vestirmos a honestidade reconhecemos que é RAIVA mesmo. Contrariedade é um termo elegante para raiva – fica mais disfarçado falar assim, não é !!!!!!! ????? Outras expressões, entre outras, para chamar a raiva é pavio curto ou pegar corda. E tudo bem! A RAIVA é uma resposta humana. O que não dá para deixar é que ela cole e roube nosso tempo de continuar usufruindo as novidades da vida. O que costuma acontecer é que nos habituamos a responder com raiva em qualquer contrariedade – vira um vício. .....Além de tornar a pessoa uma chata. E a conseqüência é.... a solidão, porque essa pessoa amedronta, torna-se inconveniente. Todo o vício engessa a liberdade. Esse é o grave problema. Por isso no Budismo existem tantos livros abordando esse tema. Conseguir tirar o poder das raivas, deixar de remexer o que já passou – É UMA VITÓRIA. O Amor fati foi usado por Nietzche para representar a "fórmula para a grandeza do homem" : "Não querer nada de diferente do que é, nem no futuro, nem no passado, nem por toda a eternidade. Não só suportar o que é necessário, e menos ainda dissimulá-lo (…), mas amá-lo…" Amor fati (amor ao destino): seja este, doravante, o meu amor. "Não quero fazer guerra ao que é feio. Não quero acusar, não quero nem mesmo acusar os acusadores. Que minha única negação seja ‘desviar o olhar’! E, tudo somado e em suma: quero ser, algum dia apenas alguém que diz sim." Nem conformismo, nem resignação, nem submissão passiva: amor; nem lei, nem causa, nem finalidade: fatum ( destino). Em vez de esperar que um poder transcendente justifique o mundo, o homem tem de dar sentido à própria vida; em vez de aguardar que venham redimi-lo, deve amar cada instante como ele é.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Vou-me embora pro Butão

Butão é um pequeno reino incrustado no Himalaia com o maior índice de felicidade do mundo, o FIB – felicidade interna bruta - você sabia? Esse reino longínquo integra os esforços para que o mundo adote índices menos materialistas e mais sustentáveis para avaliar o seu desenvolvimento. Esses índices estão no anexo abaixo, se quiser saber mais. Tudo isso porque assisti a palestra do filósofo francês Luc Ferre comentando sobre a necessidade de encontrar hoje um novo sagrado através da espiritualidade laica, espiritualidade não dependente de um credo religioso. Uma espiritualidade que brota do afeto da amizade, em que o sagrado é o outro humano. Hoje,na pós modernidade assistimos a transformação rápida dos modelos em que fomos criados –mudanças da educação, dos tipos do amor, dos trabalhos, da disciplina, dos valores, do envelhecimento etc é a sensação é de estar desbussolado, sem orientação. A necessidade de se reinventar frente a uma nova realidade regida pela informática, pelas informações instantâneas e principalmente pelo CONSUMISMO. Tudo, inclusive nós mesmos, se transformou num produto. E como toda a tendência forte, ela escraviza e tira a liberdade. Por que escraviza? Porque dá medo não poder consumir. Porque parece que estamos presos no consumismo: comprar, renovar, jogar fora, recomprar, novidades, comer e comer, comprar e comprar. Consumir para anestesiar os medos. Estamos numa cultura do medo;o único país do mundo onde todos precisam ter um advogado, saber o caminho do Procon e o endereço das Pequenas Causas, um tempo em que respeito é uma atitude em desuso. Um mundo onde tudo é perigoso, uma cultura que faz sentir medo de: andar na rua, comida de microondas, vírus, vacinas e doenças, envenenamento do meio ambiente, efeito estufa, roubos, perdas, pobreza, morte, remédios condenados, corrupção, de ser obrigado a passar o troféu para o inimigo, medo de sentir medo..... e, PRINCIPALMENTE, de ficar só. É por isso que dá vontade de dizer: vou-me embora pro Butão. Mas.........Butão só existe para os butaneses assim como Pasargada ( o poema está abaixo), só existe no coração de Manuel Bandeira. E eu....eu preciso que criar meu mundo de refugio. Parece que o único antídoto para esses medos é a amizade, não ter medo de se ligar a outros nos mais variados tipos de relação sem a idéia da posse e do lucro: comunidades, clubes, atividades culturais ou turísticas, ongs e outras associações em que o maior motivo seja estar junto.A sensação de colaboração com o projeto humanidade pode devolver uma certa liberdade. Aprender a conviver com generosidade de sentimentos, com ordem, com varios saberes diferentes, treinando sentir-se livre, se deixando afetar pelas dificuldades alheias e comemorando as conquistas. Como diz Lama Angarika Govinda no seu livro “O caminho das nuvens brancas”: Esta liberdade não consiste a poder fazer aquilo que se quer; não é obrigatória ou obstinada, nem a sede de aventuras, ao contrario, é a faculdade de aceitar com o espírito aberto o imprevisto, aquilo que não se entende de certas situações da vida, boas ou más, a faculdade de se adaptar a uma infinita variedade de condições sem perder a confiança na estreita semelhança do mundo interior com o mundo exterior. ________________________________________________ Vou-me Embora pra Pasárgada Manuel Bandeira Vou-me embora pra Pasárgada Lá sou amigo do rei Lá tenho a mulher que eu quero Na cama que escolherei Vou-me embora pra Pasárgada Vou-me embora pra Pasárgada Aqui eu não sou feliz Lá a existência é uma aventura De tal modo inconseqüente Que Joana a Louca de Espanha Rainha e falsa demente Vem a ser contraparente Da nora que nunca tive E como farei ginástica Andarei de bicicleta Montarei em burro brabo Subirei no pau-de-sebo Tomarei banhos de mar! E quando estiver cansado Deito na beira do rio Mando chamar a mãe-d'água Pra me contar as histórias Que no tempo de eu menino Rosa vinha me contar Vou-me embora pra Pasárgada Em Pasárgada tem tudo É outra civilização Tem um processo seguro De impedir a concepção Tem telefone automático Tem alcalóide à vontade Tem prostitutas bonitas Para a gente namorar E quando eu estiver mais triste Mas triste de não ter jeito Quando de noite me der Vontade de me matar — Lá sou amigo do rei — Terei a mulher que eu quero Na cama que escolherei Vou-me embora pra Pasárgada. Entenda o FIB O conceito de Felicidade Interna Bruta (FIB) nasceu em 1972, no Butão, elaborado pelo então rei Jigme Singye Wangchuck, com ajuda do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). O FIB entende que o objetivo de uma sociedade não pode ficar restrito ao crescimento econômico, mas deve integrar finanças e qualidade de vida. Sua avaliação é feita em cima de nove dimensões. :: Bem-estar psicológico - Avalia o grau de satisfação e de otimismo que as pessoas têm em relação a sua própria vida. Os indicadores incluem taxas de emoções positivas e negativas, analisam a autoestima, sensação de competência, estresse e atividades espirituais. :: Saúde - Mede a eficácia das políticas de saúde. Usa critérios como autoavaliação dos serviços oferecidos, invalidez, padrões de comportamento arriscados, exercícios, sono, nutrição etc. :: Resiliência ecológica - Mede a percepção dos cidadãos quanto à qualidade da água, do ar, do solo e da biodiversidade. Os indicadores incluem acesso a áreas verdes, sistema de coleta de lixo etc. :: Governança - Avalia como a população enxerga o governo, a mídia, o judiciário, o sistema eleitoral e a segurança pública em termos de responsabilidade, honestidade e transparência. Também mede a cidadania e o envolvimento dos cidadãos com as decisões e processos políticos. :: Padrão de vida - Avalia a renda individual e familiar, a segurança financeira, a qualidade das habitações etc. :: Uso do tempo - Apura como as pessoas dividem seu tempo. Leva em conta as horas dedicadas ao lazer e socialização com amigos e família, além de tempo no trânsito, no trabalho, nas atividades educacionais etc. :: Vitalidade comunitária - Foca nos relacionamentos das pessoas dentro das suas comunidades. Examina o nível de confiança, a sensação de pertencimento, a vitalidade dos relacionamentos afetivos, a segurança em casa e na comunidade, além das práticas de doação e voluntariado. :: Educação - Leva em conta fatores como participação na educação formal e informal, envolvimento na educação dos filhos, valores em educação, ambiente etc. :: Cultura - Avalia as tradições locais, festivais, participação em eventos culturais, oportunidades das pessoas para desenvolver capacidades artísticas, além da discriminação por religião, raça ou gênero.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Corações, tsurus e tsa tsas

Dia 2 de Agosto foi realizada a festa da ONG “ Ação do coração “ em Santos. Centenas de pessoas da baixada fizeram milhares de corações de pano e cobriram o chão da praça Mauá no centro de Santos na intenção de compartilhar amizade com que passasse por lá. Essa festa de cobrir o chão de uma praça com pequenos corações de pano foi inspirada num evento em Viena na Áustria para incentivar os cuidados com a saúde do coração. Por aqui o irmão de Eduardo Furkin morto por ataque do coração nessa mesma data em 2011, decidiu transformar a tristeza em alegria. Nessa idéia de amenizar o sofrimento construindo com carinho e afeto pequenos objetos de arte para compartilhar lembrei de 2 histórias que seguema mesma motivação: Os tsurus japoneses: Tsuru é a ave-símbolo do origami! O Tsuru, também conhecido como grou ou cegonha, significa boa sorte, felicidade e saúde. Reza a lenda que quem fizer mil tsurus, desejando fortemente alguma coisa, terá sucesso. É uma dobradura que segundo a tradição japonesa também é distribuída para curar a si próprio ou a alguém que esteja precisando. Já vi essa arte colocada em cestas, em fios como cortinas, distribuída em festas etc. Para saber mais veja em: http://www.comofazerorigami.com.br/origami-de-tsuru/ Pratica de tsa tsa na tradição tibetana: Bel César, mãe da Lama Michel, quando ele foi levado à Índia para ser entronado aos (apenas) 12 anos, doente, nem pode comparecer à cerimônia. Uma da”curas” que lhe foi sugerida foi exatamente a pratica de confeccionar 108 tsa tsas e compartilhar. Um amigo construiu os moldes de pequenas imagens de budas, que foram pintadas e enfeitadas. Na época da cerimônia na Índia foram distribuídas entre as visitas que Bel recebia. A prática completa, com mantras e orientações você pode acessar: http://www.tsatsastudio.org/practice.htm Porém também é possível pensar numa forma pessoal ou em grupo de realizar esse mesmo movimento. A idéia principal é: manifestar concretamente a vontade de superar uma dificuldade construindo uma peça colorida e bonita para colorir a vida de outra pessoa que você nem sabe quem será. Serve qualquer peça; o importante é que enquanto a peça estiver sendo construída você vá preenchendo-a também com boas intenções de conquista de lucidez, coragem, paciência, energia e alegria em direção à pessoa que irá recebe-la.. Mas é sempre bom relembrar: tudo sem fazer dramas!!!!! Não é preciso chamar atenção exageradamente para obter resultados. Agir naturalmente proporciona tranqüilidade e ordem.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Na vida não basta rezar

Foi o que ouvi da Monja Coen www.monjacoen.com.br na semana que terminou no encontro das terças-feiras em seu templo em São Paulo. O caminho da filosofia budista é, essencialmente, despertar nossa capacidade de ter compaixão lúcida. Compaixão lúcida por nós mesmos, pelos que estão próximos e nas comunidades por onde andamos. Compaixão é compreender a dificuldade e fazer algo. Lúcida é que seja pelo bem que o outro necessita, não o que acreditamos ser importante para ele. Compaixão lúcida implica em permitir e incentivar a liberdade para que cada um siga com lucidez seu aprendizado no seu tempo. Apenas sentir compaixão não resolve problema de ninguém; é só fachada. Agir com compaixão é realmente fazer algo. Rezar, meditar, serve para tranqüilizar a mente e transforma-la num espelho que reflete sem julgar para que as coisas fiquem mais claras.Isso é chamada no Budismo de visão correta. Mas meditar tem tempo para terminar e partir para ação no social. Não basta criticar, apontar corrupção, desmascarar; é preciso agir, sem violência, mas agir. Milagre é simplesmente o nome que damos aos fenômenos para os quais não temos explicação; os chamados “milagres” dependem do esforço das ações de varias pessoas. Todos nós podemos ser úteis para a sociedade; todos nós podemos ensinar pelos nossos atos e exemplos. Podemos tornar claro preconceitos, descriminações e corrupções. Podemos demonstrar enganos, alertar para interpretações equivocadas etc. Monja Coem dizia que a palavra corrupção quer dizer cor-rupto = coração rompido. E o contrario é coração (mente) íntegro. E completava: o principal trabalho conosco e com os outros é manter a mente íntegra através dos 5 preceitos budistas: não matar, não roubar, não praticar sexo impróprio, não mentir e não se intoxicar nem incentivar outros a se intoxicar (usar substancias que tirem a lucidez). E....como você está cooperando para que esta sociedade se liberte da corrupção e seja uma sociedade de mente íntegra?

terça-feira, 24 de julho de 2012

A você, pequeno João,

....que acabou de chegar neste planetinha tão vasto e misterioso, a Terra. O que tenho de mais importante para te dar são minhas palavras, meu afeto e minha esperança na bondade inocente das crianças. Tua nova estrada começa agora, o caminho provavelmente será longo e incerto; mas com certeza será repleto de oportunidades e surpresas. Nem sempre você estará acompanhado, mas nunca se sinta só.Continue andando sempre, a vida não espera. Você terá como companheiro durante toda a caminhada o afeto que guardar no teu coração e esse mesmo afeto será teu cobertor nas noites de frio. Reivindique sempre o teu direito à felicidade, não dê importância demais ao que os outros dizem, desautorize os medos – a vida é apenas um jogo, ou se preferir, uma mandala de bolhas coloridas de sabão. Não traia teus amigos, não se abata com ofensas, lembre-se que a humildade abre todas as portas e o conhecimento te fará mais forte. Não se envergonhe de buscar ajuda durante as tempestades da vida, nem de ter duvidas, não freie a alegria e, principalmente, não se esqueça: o bom humor te salvará muitas vezes. Quando você crescer não sei se ainda estarei por aqui, mas se estiver espero tua visita para contar o que você andou descobrindo sobre o sentido da vida.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Que eu não perca a esperança

Faça com que eu não perca a confiança nas pessoas Alguns de vocês estão acompanhando as dificuldades que meu filho está atravessando por causa de um talão de cheque que extraviou em 2003 e a conta encerrada em 2005....cheques assinados, cada folha com uma assinatura diferente e o Banco responsável, sem conferência de assinaturas, está enviando seu cpf para órgãos de restrição. Então.... é necessário contratar advogados, montar um processo para se defender, juntar provas sobre o que não se fez, provar a inocência, se proteger dos telefonemas e visitas indesejáveis, mudar de endereço pelas tentativas de estelionato, policia 190, boletins de ocorrência e pagar por tudo isso ..... Aí dá um cansaço... porque paralelamente a todas essas situações nunca experimentadas antes, a vida continua, as contas continuam, o trabalho continua, os palpites continuam. Aí dá um cansaço... de perceber a ignorância e a pobreza das pessoas porque quem está envolvido no golpe está pobre, mergulhado na ignorância, na carência e se afogando nessa sociedade de consumo e de corrupção. Tudo passa, tudo muda o ruim e o bom. Mas é dificil. Como será que os sábios vivem essas situações? Você consegue imaginar? Porque a dica é: como responder a essas situações de forma pacífica e construtiva. Mas...seguindo a sugestão do budismo, é preciso fazer o esforço de tratar a todos como se fossem nossos filhos, com a mesma bondade amorosa, mesmo os fora-da-lei. Isto não significa impunidade; quem não respeita o bem e a vida alheios precisa ser cuidado longe da comunidade. O problema é de meu filho mas dói também em mim. Em todas as experiência difíceis, 2 perguntas são úteis: Qual minha responsabilidade nisso? ( e sempre alguma responsabilidade temos, é que às vezes falta coragem para admitir) O que tenho que aprender com isso? ( e sempre existe um aprendizado) Aproveito para deixar aqui uma tentativa de traduzir a letra da musica Luce de Fiorella Mannoia que me inspirou nesta semana: Não há filho que não seja meu filho Não há ferida que eu não sinta a dor Não há terra que não seja minha terra E não há vida que não mereça amor Me comovem ainda os sorrisos e as estrelas nas noites de verão o silêncio de quem parte e todas essas estradas que não seja só minha essa ilusão que não seja uma loucura ainda acreditar nas pessoas ........... Não há voz que não seja minha voz Não há angustia que não tomo a ofensa Não há paz que não seja minha paz E não a guerra que não tenha um perdão Não há filho que não seja meu filho Não há esperança que não me dê calor Não há caminho que não tenha uma estrela E não há amor que não invoque amor ........ Non c'è figlio che non sia mio figlio Nè ferita di cui non sento il dolore Non c'è terra che non sia la mia terra E non c'è vita che non meriti amore mi commuovono ancora i sorrisi e le stelle nelle notti d'estate i silenzi della gente che parte e tutte queste strade. Fa' che non sia soltanto mia questa illusione fa'che non sia una follia credere ancora nelle persone. Luce, luce dei miei occhi dove sei finita lascia che ti guardi dolce margherita prendi la tua strada e cerca le parole fa' che non si perda tutto questo amore, tutto questo amore. Non c'è voce che non sia la mia voce Nè ingiustizia di cui non porto l'offesa Non c'è pace che non sia la mia pace e non c'è guerra che non abbia una scusa. Non c'è figlio che non sia mio figlio nè speranza di cui non sento il calore non c'è rotta che non abbia una stella e non c'è amore che non invochi amore. Luce, luce dei miei occhi vestiti di seta lascia che ti guardi,dolce margherita. Prendi la tua strada e cerca le parole fa' che non si perda tutto questo amore. Luce, luce dei miei occhi dove sei finita lascia che ti guardi, dolce margherita prendi la tua strada e cerca le parole fa' che non si perda tutto questo amore, tutto questo amore.

terça-feira, 10 de julho de 2012

Tudo bem? tudo bem.

Resposta: tudo bem ! Não. Nem sempre está tudo tão bem, mas a resposta sai automaticamente. E assim a vida acontece em ciclos: prazer, sustos, alegrias, despedidas, conquistas...e dores. Dores de perdas, de frustrações, decepções, dores dos outros, dores que até doem o peito, apertam a garganta, queimam o estômago, dores mais curtas e mais demoradas a curar. “A dor é uma ferida que precisa de atenção para ser curada. Atravessa-la e supera-la significa encarar nosso sentimentos honesta e abertamente, expressando-os e liberando-os por completo, tolerando-os e aceitando-os por quanto tempo for preciso, até que a ferida se cure. Temos medo de que a dor nos derrube se tomarmos conhecimento dela. A verdade é que a dor, quando nos permitimos experiência-la, se dissolve, passa. A dor não expressa é dor que dura indefinidamente.” Sogyal Rinpoche em seu livro “O livro tibetano do viver e morrer” Às vezes temos até vergonha das dores, disfarçamos como se a dor fosse nos deixar menores. Uma das formas de aliviar as dores que sentimos é procurar alguém que seja bom ouvinte: que não tenha pressa com os finais, que permita que você fale das tuas culpas, medos, dúvidas e raivas,que escute com interesse, que entenda que cada um tem seu tempo, que apóie a sensação que não somos incapazes e que nos diga que a dor vai passar, que ela se dissipará mesmo que demore, alguém que tenha calma até que voltemos ao normal, alguém que não aumente a solidão que as dores causam. Amigos ouvintes são preciosos. E aí.... quando as dores tiverem ido embora, poderemos nós mesmos nos tornar bons ouvintes para outros aflitos.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Vivendo no circo da vida

Você se lembra do equilibrista do circo que ficava girando os pratos em cima dos bambus e correndo, girando, correndo, girando, correndo e...ia aumentando os bambus e seus pratos e..... correndo, girando. correndo ....sempre por um triz. Então...operamos na vida como esses equilibristas...só que eles eram pagos para correr e equilibrar e divertir a platéia, enquanto nós...vivemos com urgências, prioridades, ansiedades e nós divertimos quem? Nossos bambus são os filhos, o trabalho, a saúde, aposentadoria, romances, crescimento pessoal, segurança, casa, dividas, desafio, inimigos, amigos, pais, família, consertos, lazer, separações, vizinhos, empréstimos,.... ...agora, continue você a fila com os teus bambus e pratos... Isso sem contar que não tem como, alguns pratos caem e quebram – aí recolocamos um novo ou substituímos por outro diferente. Mas...sabemos que, com o passar dos anos, não haverá alternativa – vamos precisar parar todos os pratos equilibrados – e como diz meu neto de 5 anos: não vamos ter opição. Veja esse texto abaixo , parte de transcrição feita por Isabel Poncio sobre uma palestra de Lama Padma Samten sobre esse tema: “…Estamos com nosso bambuzinho, como um garçom com a bandeja, pulando de um lado para o outro, e aquilo não cai. Milagrosamente não cai. Mas o software, o código-fonte por trás disso é o fato de que nós estamos sempre equilibrando alguma coisa. Isso é a roda da vida. Isso é o aspecto sutil da palavra apego. ................................................................... Eu elejo alguma coisa e tenho apego, mas esta eleição é uma eleição particular. Nas relações familiares isso é muito interessante. Nós nos vemos como indispensáveis aos filhos. É muito surpreendente quando vemos que os filhos passam bem, muito bem, melhor do que acharíamos razoável, sem a mamãe e sem o papai. Aliás, não só passam bem como passam melhor. Nós temos crenças, que tentamos colocar nos filhos, de que eles não poderiam sobreviver sem nós. O apego é isso, nós estamos sustentando aquele bambu e não queremos que o bambu seja levado e sustentado por outro, nem pelo próprio filho, que, aliás, é o bambu. Não queremos transferir para ele, então dizemos: Eu sei fazer isso! Outro dia, eu estava conversando com uma ex-esposa que tem um filho de quatro anos – não a minha, ela é ex-esposa de um outro ser. Ela dizia como dirige a vida do ex-marido. Impressionante! Aí agora o filho vai para lá e ela quer garantias de como ele vai lidar com o filho: “como é que você vai buscar ele?” e tudo o mais. Naturalmente, agora ela está perturbada porque descobriu que o ex-marido agora tem uma companhia doce e serena – esse é um grande problema, porque agora ele está independente. Até então, nesses quatro anos, ela tem feito esse grande sacrifício de sustentá-lo, mas agora ele descobriu que tem outras formas de andar. Então, é muito interessante ver como que o apego pode se transferir além do próprio casamento que terminou, aquilo se propaga. Então nós temos essas identidades, temos esses valores; somos equilibradores de bambus. Eu até convidaria vocês a relacionarem os bambus que vocês estão equilibrando; lembrar que vocês já viveram sem esses bambus, já tiveram outros bambus. Mas ninguém consegue viver sem um bambu – está certo que podemos viver sem essa ou aquela pessoa, mas sem um bambu não dá! A nossa crise é essa: a pessoa fica sozinha por um tempo até que encontre um bambu, seja o qual for; aquilo não é necessariamente um outro marido, uma outra esposa, aquilo pode ser uma coisa que tome a mente da pessoa e, se ela estiver completamente ocupada equilibrando alguma coisa, a vida dela vai ficar boa, ela vai ficar com o olho brilhando. Mas… regra no. 1: Todos os bambus caem; não há bambu que não caia; então, se preparem! Uma alegria vem junto com um sofrimento. Quando deixo de equilibrar o bambu, os infernos se ampliam. Por quê? Porque o inferno é quando o bambu cai. Nós ampliamos nossa identificação com aquele processo e nos tornamos progressivamente mais frágeis. O rato procurando uma saída é quando o bambu está condenado a cair e nós não queremos que aquilo caia. Ficamos tentando encontrar uma solução. Eu acho isso maravilhoso: vocês olhem o que vocês já viveram; aí quando as soluções não aparecerem, vocês digam “então tá; vou fazer outra coisa.” Aí o rato sai da ratoeira! Porque o rato tem corpo de arco-íris, grande mestre! Mas quando ele quer atravessar com o corpo comum – corpo comum é aquela identidade – ele não consegue sair, mas nós saímos! Por exemplo, o menino está jogando xadrez e tentando ganhar de qualquer jeito. Quando ele não ganha, como é que ele sai daquilo? Ele sai com corpo de arco-íris – ele não é aquele personagem! Aquele personagem não consegue sair vivo do jogo – ele foi derrotado. Mas, com corpo de arco-íris, ele vai se manifestar em outro lugar. Nossa característica é essa. Quando nós estamos em crise, nos esquecemos disso; quando nós somos lembrados disso no meio da crise, não queremos nem ouvir; queremos mesmo é ganhar. Precisamos ter essa perspectiva – só conseguimos lutar até o fim porque sabemos como sair. Algumas pessoas se protegem – elas não lutam até o fim porque elas têm medo da derrota. Para a pessoa poder namorar direito é preciso ter coragem; para ter coragem, a pessoa tem que se expor a ser derrotado. Quando somos derrotados, o que nos dá coragem? A capacidade de ter o corpo de arco-íris. A gente vai até aonde dá, se não der, nós nos levantamos e saímos pela parede, não precisamos de uma porta; nossa natureza é translúcida! O que dá solidez são os bambus que são a essência das identidades. Vocês contemplem isso, vocês se vejam se prendendo nas coisas mínimas: o sinal está verde e passa para vermelho e vocês têm frustrações! O carro que estava na frente passou e eu fiquei trancado! Relaxe, o outro passou na frente, não tem nada! Mas tem o bambu: de uma forma trágica, o bambu do sinal verde cai. Estamos cheios de frustrações… O tempo todo… isso é o samsara, a Roda da Vida. Isso são os múltiplos giros da Roda da Vida; sucessão de mortes e renascimentos. Cada vez que pegamos um bambu e ele cai, uma morte. Fazemos um bambu surgir de novo: renascimento. Nós somos especialistas em dar nascimentos e colher mortes. Nós pegamos as menores coisas: a temperatura do ar condicionado dentro do carro, se a janela do quarto, de noite, está aberta e a pessoa que está dormindo conosco quer a janela fechada – um problema – precisa de dois quartos! Nós nos fixamos nas várias coisas. Esse processo de fixação é o software, o código fonte da Roda da Vida; a multiplicidade é apenas o conjunto das aparências das fixações, não é outra coisa. Nós alteramos o nosso comportamento quando nós temos uma fixação grande e não estamos conseguindo mais manobrar de modo causal as condições daquilo e estamos obtendo derrotas, então vamos manifestando os sintomas – nossos ferimentos. o bambu mesmo é criado, alguma coisa que começamos a equilibrar: quando nós estamos equilibrando alguma coisa, alguém chega e diz: o que você está fazendo? E eu respondo: eu estou equilibrando isso. E se alguém perguntar o que você é, talvez você diga: eu sou o equilibrador disso. .......................................... Assim é que os pais se caracterizam; quando eles dizem – eu sou pai, eu sou mãe, significa que eles estão cuidando de uma criança, a criança é a prioridade para aquela pessoa; quando a pessoa diz: eu sou profissional de tal coisa, esse é o bambu que eu estou cuidando, isso é o que eu faço; só que quando essa identidade está presente, ela é só um aspecto do bambu; o outro aspecto do bambu é a paisagem, uma visão de mundo; ela tem aquele bambu se movendo dentro de um mundo. A mente da pessoa é que vai aconselhar sobre como manter o bambu equilibrado dentro daquele mundo; portanto, essa visão de mundo é crucial, pois ela é que vai determinar os pensamentos que vão ocorrer. A visão de mundo, os pensamentos e o bambu em conjunto, vão produzir também as energias que se manifestam numa pessoa. “ Agora: será que não estamos colecionando também bambus inúteis????? Tipo: opinião dos outros, explicações desnecessárias, culpas dilacerantes, invejas vingativas, mascaras sorridentes, fantasmas aterrorizantes, raivas que enfraquecem, magoas que deprimem?????? Bem....Espero te encontrar na próxima semana com menos bambus; eu já estou fazendo uma limpeza nos meus.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Ecologia e mais o que?

Quando escrevo sustentabilidade no texto do computador a palavra aparece grifada em vermelho. Deve ser a má quina que é antiga, de um tempo a tal palavra não fazia parte do nosso vocabulário. Além de ecologia, sustentabilidade, economia verde depois da Rio +20, ainda devem surgir outros termos para tentar garantir nossa sobrevivência no planeta. Garantir?????? Assisti há 2 dias a reportagem com pessoas enfurecidas contra Ahmadinejade, presidente do Irã, pelo fato da sua vinda ao Rio+20. Lembro que na Rio 92, era época Collor ainda, o Dalai Lama e as pessoas que o cercam, só conseguiram visto pela intervenção da atriz Ruth Escobar.....????? e só como líder espiritual ( na época ele tinha político importante também). Quanta ignorância!!!! Aceitar, permitir não quer dizer concordar. Quer dizer viver com liberdade! INCLUIR PRECISA FAZER PARTE DA SUSTENTABIIDADE. Caso contrario, é tudo só papel, discurso, política sem noção. Encontrei no site da Wikipédia a definição abaixo sobre sustentabilidade Sustentabilidade é a habilidade de sustentar ou suportar uma ou mais condições, exibida por algo ou alguém. É uma característica ou condição de um processo ou de um sistema que permite a sua permanência, em certo nível, por um determinado prazo. Ultimamente este conceito, tornou-se um princípio, segundo o qual o uso dos recursos naturais para a satisfação de necessidades presentes não pode comprometer a satisfação das necessidades das gerações futuras, o que requereu a vinculação da sustentabilidade no longo prazo, um "longo prazo" de termo indefinido, em princípio. Sustentabilidade também pode ser definida como a capacidade do ser humano interagir com o mundo preservando o meio ambiente para não comprometer os recursos naturais das gerações futuras. É um conceito que gerou dois programas nacionais no Brasil. O Conceito de Sustentabilidade é complexo, pois atende a um conjunto de variáveis interdependentes, mas podemos dizer que deve ter a capacidade de integrar as Questões Sociais, Energéticas, Econômicas e Ambientais. O princípio da sustentabilidade aplica-se a um único empreendimento, a uma pequena comunidade (a exemplo das ecovilas), até o planeta inteiro. Para que um empreendimento humano seja considerado sustentável, é preciso que seja: O termo "sustentável" provém do latim sustentare (sustentar; defender; favorecer, apoiar; conservar, cuidar). Segundo o Relatório de Brundtland (1987), o uso sustentável dos recursos naturais deve "suprir as necessidades da geração presente sem afetar a possibilidade das gerações futuras de suprir as suas". Evitando ser eco-chata pergunto: Será que as ordens não estão invertidas???? A tranqüilidade e decisões sensatas são resultados da sustentabilidade ou são a sua origem? A prioridade não deveria ser pela moralização das relações humanas? Sem relações humanas responsáveis, generosas, não-oportunistas e honestas não há como falar em sustentabilidade. Preconceitos, divergências, falta de liberdade, corrupção, fobias contra diferenças , loucuras egoístas vão impedir sempre a verdadeira sustentabilidade. No mínimo filosofia e sustentabilidade deveriam andar paralelamente. Tudo começa pelo respeito: nas nossas relações com os outros, com o lixo , com o consumo, com a direção responsável, com o descarte do que não é usado, com o mundo que nos cerca de perto. Em que filosofia você se norteia para incentivar a sustentabilidade? Ela é coerente com as tuas ações ou fora-da-realidade? Tudo que discursamos só tem valor quando praticamos, ou pelo menos, tentamos praticar.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

No fim do pacote das bolachinhas

As expressões variam: Última bolachinha recheada do pacote A última coca-cola do deserto Ararinha azul em extinção A gente “se achando” os insubstituíveis.... E você deve conhecer ainda outras... E quantas vezes essa é a sensação quando nos sentimos atacados ou “feridos”. Aqueles momentos em que vem aquela idéia ridícula: “ como ele(a) acha que tem o direito de me tratar assim?!!!!!” Como o motorista de trás tem a coragem de buzinar no amarelo???? Ou aquela vontade de alertar:”sabe com quem está falando?” Aqueles momentos em que o mundo deveria girar a nossa volta; de nós e de do astro rei Sol...... Quando será que começamos a criar o auto-engano ridículo que somos o centro do mundo????? Como será que os pais ensinam isso a seus filhos?????como será que os filhos aprendem isso de seus pais????? Aprender que não somos, nem nunca fomos o centro do mundo, alivia bastante a necessidade de fazer o papel de ser o centro do mundo. Pensar que todos estão me olhando, dando importância à minha vida ou me sentindo mais importante do que realmente sou é bem pesado: como se o mundo me devesse a felicidade e a tranqüilidade. Precisar acompanhar ansiosamente todas as novidades, ter opinião sobre tudo, conhecer os lugares descolados, saber lidar com andróides, nuvens, I-pads, I-pods da Terra, ver todos os últimos lançamentos de filmes e sorrir.....sorrir sempre como se fossemos viver para sempre jovens e brilhantes. E.... como ninguém consegue....que solidão, quanto drama.....inútil. Acredito que já bem bastaria viver cada dia no seu dia, cada coisa desse dia no seu tempo. Domingo o violonista menino-genio Iamandú Costa no encerramento do Jazz Festival de Santos começou seu show avisando: “mais uma vez vamos fazer lindamente este espetáculo como se fosse o último” E assim deveria ser viver cada dia: como se fosse o último e quiséssemos deixar boas lembranças. Apenas isso.... sem precisar se sentir especial, porque.....não somos.