domingo, 23 de janeiro de 2011

Quando ficar só é difícil

Há vários tipos de opções, escolhidas ou impostas; até onde lembro: quem prefere morar só, quem prefere não ter filhos,
quem prefere estar sempre acompanhado, quem prefere ter companhia só em alguns dias, quem procura incessantemente,
quem evita até com alergias,quem prefere estar junto a qualquer preço, reclamando ou não e conseguiu conviver alegremente com as diferenças.
Opção só ou acompanhado provoca sempre questionamentos – como dividir espaço interno e externo?
Necessidade de silêncio ou barulho, medos, crises, tristezas, segredos, dinheiro a mais ou a menos....
Qual lugar você está ocupando? O que você tem para compartilhar no assunto?

Na maioria das vezes não é o caso mudar radicalmente;basta redimensionar as expectativas e aumentar a flexibilidade.
Os modelos românticos são super dimensionados e oprimem a nossa banal vida.
A vida não é um parquinho de diversão; é uma escola de autoconhecimento e aprendizado de convivência solidária.
A convivência homem-mulher, homem-homem, mulher-mulher, é um “intensivão” nesse treinamento.A cada conquista feita
em direção à paz domestica conjugal (acompanhada ou solitária????) vale brindar.

Mas parece certo que melhor companhia em qualquer caso é o bom humor e a certeza de que, a cada dia, tudo muda em direção
a uma solução.
Ter atenção pelas necessidades e interesses do outro é uma boa dica.
Mas se o momento é de falta de paciência para isso, também tudo bem....

sábado, 22 de janeiro de 2011

Economia ou avareza

Durante um retiro ouvi a pergunta ao Mestre:
“não ter pressa em concertar a geladeira é desapego ou avareza?”
Qual seria a tua resposta?
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Será que economia é desapego ou é avareza?
Não se incomodar com as perdas é desapego ou negligência?

Caminhar centrado na sua meditação será falta de interesse ou concentração?

Essa linha que divide a ignorância da sabedoria é pouco claro; na mesma medida que no termômetro é difícil
localizar onde finda o frio e inicia o quente.

Descobrir o caminho do meio é uma caminhada divertida.

O que é fazer economia para você?
Economia, moderação, temperança, ser comedido, caminho do meio são sensações semelhantes para se explicar.
Ser solidário com todos, incluindo a mim mesmo.
Porque economia demais, pode se transformar na chamada “economia porca”= pouca atenção, pouco interesse,
pouco carinho, pouco afeto, pouco cuidado, pouca generosidade, pouca paciência, pouca coragem e, principalmente
POUCA HONESTIDADE.
As pessoas muito econômicas são também muito vaidosas; como as que são despojadas demais, simplicidade demais, castidade demais,
boazinhas demais,
dedicadas demais, simplesmente querem atenção sobre si mesmas.

A economia não deve ser algo que chame atenção, que pareça dar prazer na precariedade do grupo como se fosse um valor.
A economia também não deve ser algo que pareça um castigo, um não merecimento por culpas cultivadas e colecionadas.
Economia é ser razoável para garantir a sobrevivência com dignidade, conforto mas sem luxo e complexidades.
Ser generoso também depende da economia dos desperdícios.

O tempo de cada dia poderia ser dividido generosamente em pesos semelhantes entre:
descansar e dormir,
trabalhar pela sobrevivência,
colaborar para a saúde do social de alguma forma
e cultivar os interesses pessoais.

Como você dividiria teu dia e noite de forma que o tempo ficasse alegre?

sábado, 8 de janeiro de 2011

Sofrimento no Budismo

A primeira nobre verdade que o Budismo estuda é:
“O sofrimento existe”

Mas por que o Budismo insiste tanto nesse tema?
Será que gosta de uma certa morbidez, ou é uma filosofia pessimista?
Por que será que Buda iniciou seus ensinamentos por esse tema?

A palavra soa diferente pra cada pessoa, em cada cultura porque nos reportamos aos nossos próprios sofrimentos.
Se perguntarem qual foi o maior sofrimento neste último ano, as respostas serão as mais variadas e, talvez,
nem fique claro no momento qual o fato mais marcante.

O que é sofrimento ficou mais nítido à medida que ouvi as definições dos Mestres :
Sofrimento mentais=
Confusão – desconforto – aflição – frustração- inadequação – insatisfação – alienação - sustos

Os sofrimentos físicos já são conseqüências das atitudes mentais que desorganizam os “ventos” internos.

Todos os seres, vegetais e animais, buscam soluções para sobreviver e sobreviver bem.
Isso parece ser uma boa definição para felicidade.
Mas...só o ser humano faz drama, nas sortes ou nos desastres .

Drama é aquele colorido forte que damos para colocar importância nas coisas, nas situações e nas realizações.

O drama causa o sofrimento.
As situações podem ser difíceis, doídas, amargas mas não precisam se transformar em sofrimento.
Fica muito mais fácil de resolver e ultrapassar.

O drama é a confusão do FALSO EU (Ego) que acredita na permanência dos sucessos e das dores.
Se não acreditasse nessa permanência, usaria seu tempo para preparar o futuro.
Tudo está se transformando, tudo está passando: as coisas ruins e as boas também.

O FALSO EU não percebe que tudo faz parte de um TODO; que tanto a parte ruim e a parte boa fazem parte da mesma história.
A ignorância do FALSO EU não percebe as coisas são interdependentes, nada existe por si só: tudo tem causas, tudo mesmo!

O FALSO EU cria fixações, crenças, certezas, hábitos, impulsos, condicionamentos que são causa do sofrimento.

Fixações: Medo e sua família:desconfiança, angustia, insegurança, ansiedade (presos no futuro ilusório)
Raiva e sua família: tristeza, vingança, depressão, frustração, decepção (presos no passado)
Duvida e sua família: dependências, submissão, vícios, desconsiderações, “engessamentos”(presos na opinião do outro)
Orgulho e sua família: culpa, vergonha, máscaras, mentiras(presos na própria imagem)
Preguiça e sua família: mimo, solidão, enclausura mento, preconceito, discriminação, julgamento(presos nos sues limites)

As fixações se transformam em prisões do FALSO EU.
Conhecer a causa dos sofrimentos e aprender a transformar é o que o Budismo propõe.

LIBERDADE É UM TESOURO VALIOSO.

Para saber o que é esse FALSO EU, o Ego, basta lembrar quando alguém te criticou, ou criticou uma obra tua, ou quando alguém te envergonhou. Essas respostas são humanas e comuns; o que causa o sofrimento é quando essas sensações “colam”.

Vamos descolar as fixações, reaprender a conviver com nossa humanidade e recriar o futuro no momento presente!