quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Medo de perder as dores




Aprendemos práticas de acalmar, encontrar um olhar apreciativo para as circunstâncias.
Ficamos felizes com nossa dedicação mas de repente....chega uma sensação de estranhamento.
Será que a motivação está indo embora?
O que faltou aprender?
A alegria parece que tinha chegado para ficar!?!?!
Faltava tão pouco para acalmar e serenar...
A conexão deu um curto? Ou o defeito é da gente?
O calor está sumindo.
O que aconteceu com o entusiasmo inicial?
A insatisfação volta a crescer. A sensação é que a pratica não funciona mais.
Deu tanto trabalho para remover a dor?!?!?!?
Será que estava apegado à dor? O que aconteceu depois da remoção?
“Na dor, discutia com amigos, tinha atenção da família, conversava com que estava na mesma dor, até fiquei amiga do meu medico por causa dessa dor. O grupo de apoio me cuidava por causa dessa dor.
O que vou fazer se não tiver mais essa dor?
Meu mundo ficará vazio...”
Parece exagero? Consciente ou inconscientemente, temos medo de perder o que nos é familiar, mesmo que seja a dor.
Esse é um ensinamento que encontrei em “Despertando o corpo sagrado” de Tenzin Rinpoche e “Mania de sofrer” de Bel Cezar
Depois de remover a dor é preciso se reinventar, descobrir outras criatividades, descobrir e valorizar a liberdade e autonomia.
As dores não nos deixam importantes!
 Quando as alimentamos neuroticamente ficamos cada vez mais solitários e fracos. CUIDADO!!!!                                                                               

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Quem sou eu?



Quem sou eu verdadeiramente?
Esta foi a pergunta que me fiz depois da separação.
Dizem os ensinamentos que sou as possibilidades infinitas, sem fronteiras; sou esse céu puro, luz pura, consciência pura, calor puro.
Sou amor , compaixão, fogo.
Ou...sou espaço, consciência, calor.
Ou...essência, natureza e compaixão.
Belas palavras!!!! Verdades !!!!
Mas... na hora das separações e mortes essas palavras não resolvem imediatamente as dores; essas dores estão num plano mais grosseiro.
Sentir-se sozinho é uma barra.
O que resolve mesmo depois do “luto” é descobrir aos poucos um propósito para a vida senão ....morremos junto.
Encontrar respostas para:
_”o que você vai fazer com sua vida?”
_” por que  e por quem você quer continuar vivendo?”
Nossas aflições são gritos por socorro, por força e por bondade.

A solução é deixar-se ficar receptivo, corajoso (a), paciente.
E..aos poucos... olhar para vida para encontrar formas de compartilhar seu amor mais profundamente com outras pessoas.
Prestar atenção aos outros e dedicar-se gera gratidão de quem recebe e ajuda a “fechar” o buraco da solidão.                                                                    

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Renovando as forças




Era uma vez, muitos anos atrás, houve uma época da minha vida que não conseguia entender como estava passando por tanta dificuldade.
Dedico o texto de hoje a um conhecido que também está passando por uma fase destas.
Nasci numa família que me proporcionou bastante conforto. Tive um casamento com “pompa e circunstância” publicado em jornais, viagem, endereço fora do Brasil e anos depois.....todos os negócios se “derreteram” como os castelos de areia na praia.
Sabia estudar, viajar, usar o dinheiro que chegava etc etc mas...não sabia cozinhar, cuidar sozinha de bebes, trabalhar e todas as “magicas” que a gente precisa fazer quando o dinheiro vai terminando.
Momentos que a gente não sabe como encontrar a estrada certa.
Muitos desdenhavam dessa precariedade que vivíamos e outros pensavam que era um disfarce.
Mas como tudo passa , TUDO MESMO, essa época passou.
Parecia um pesadelo que não tinha fim.
Hoje, com a vida estável e filhos encaixados em suas histórias, olho para trás e parece até que foi em outra vida....
Deixou cicatrizes, gratidão e aprendizados; muitos aprendizados.
Nessas horas, autocompaixão, humildade e coragem é o que salva.
Autocompaixão para continuar sorrindo.
Humildade para pedir ajuda.
Coragem para seguir em frente com energia.

O cultivo da autocompaixão é como um reabastecimento da fonte de bondade e compaixão que reside dentro de nós.
Autocompaixão é como recarregar nossa bateria interior para ter mais compaixão e bondade para oferecer aos outros.
Com mais autocompaixão nos protegemos do esgotamento do pessimismo e do desespero que enfrentamos quando topamos com os desafios ´às vezes – enormes da vida.
Nem precisa ser momentos tão graves; pode ser aquela hora em que nos perguntamos:” por que comigo?”, “não consigo entender”, “isso não é para mim”, “sempre escolho a pessoa errada e o lugar errado” etc

Com mais autocompaixão evitamos ficar presos na autocritica e no derrotismo.
Com autocompaixão entendemos os momentos que sentimos inveja dos que estão acima,  desistimos de competir com os iguais e nos perdoamos pelo desrespeito por quem está abaixo.
Autocompaixão é se acolher sem julgar. É ser nosso melhor amigo, um momento precioso para aprender se fazer companhia.
E nesse momento é bom ter um refúgio externo na natureza e aprender a encontrar refúgio interno através da quietude, do silêncio e do espaço da mente para despertar nossas qualidades que sempre estiveram lá.
Às vezes precisamos de ajuda para encontrar esse lugar.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Para nossos desafetos



Outro dia alguém próximo me fez sentir muito mal com determinados comentários.
Sabe aquele “mal” que dá vontade de largar tudo?
Apenas calei.
Senti várias emoções me invadindo e me controlando. Foram dores de palavras cruéis, desrespeitosas, até de mentiras em que não consegui me defender.
E fui procurar nos ensinamentos algum refúgio e explicação. Encontrei nas palavras de Mingyur Rinpoche.
Esses são momentos de avanço no caminho quando aprendemos a lidar positivamente com eles.
Claro que não foi a primeira vez nem será a última que vou passar por isso.
Então... 1º passo é reconhecer que:
A fonte dessas dores não é exatamente a pessoa que faz a ação, mas sim, a nossa reação em relação às atitudes da pessoa.
Para “curar” essas dores existem 3 opções e usei as 3:
1 – Deixar-se consumir pela raiva, culpa ou ressentimento (num primeiro momento, acolher as sensações).
2 – Reconhecer que tudo que foi dito se fosse numa língua estranha a você, não teria efeito nenhum: apenas uma boca falando.
3 – Perguntar-se se o que a pessoa disse foi para magoar ou estava apenas aliviando seus próprios medos: inseguranças, inferioridades, raivas, invejas, culpas e preconceitos.

Quando cheguei nessa terceira opção sai de minha “umbiguite” e curei!!!!!
Com certeza, pelo que conheço desse ser, não estava bem.
Por trás desses comportamentos hostis está sempre alguém que não está se sentindo feliz e não está se sentindo seguro.
Assim, sai dessa zona de dor e retornei ao lugar de me apreciar e recuperar a força.
A palavra em sânscrito para “ser humano” é purusha, que basicamente significa “algo que tem força”.
Desafetos hostis são seres que estão num “momento sem força”, estão engessados em medos.

E você sabe como é estar com medo !!!!