quarta-feira, 11 de maio de 2011

Comemoração dia das mães

Passada a data , é permitido perguntar :
O que você sente nesse dia?

Somos mães e/ou filhos – sendo assim sempre tem uma mãe
no caminho.
Mães, com mais ou menos mágoas, filhos mais ou menos generosos.

Mas todos, todos mesmo, vivem essa situação, até grandes Mestres e suas mães lidaram com essas questões.
Maria se afligia com as saídas de Jesus, com sua concepção inesperada e seu final anti-natural.
A mãe adotiva de Buda, sua tia, viveu o abandono de seu filho e a dificuldade de se sentir incluída entre os seus mais tarde.
E assim encontramos alegrias e sofrimentos de mães e filhos em todas as épocas da humanidade.

Expectativas frustradas e realizadas dos dois lados.

Quando se abre uma roda de conversa sobre como ser uma boa mãe, a conversa termina como começou, sem saídas claras.

A questão talvez seja qual o sentido de ser mãe ?

Ser mãe não é um projeto, é uma função que vai mudando de responsabilidades a cada par de anos; transformando-se de enfermeira até orientadora, modelos a seguir e a evitar – repletos de tem que isso, tem que aquilo.

Já ouvi tantas definições e regras, que cansei.

Posso pensar unicamente na minha experiência; tentei ter o olhar de Summerhill – “liberdade sem medo” - corrigir o que me fez falta e, principalmente, desmontar o mundo de ilusões que tinha herdado e baseando a convivência na verdade: desmascarar papai Noel, coelhinho da Páscoa, casamento é o caminho do felizes para sempre, o marido deve ser provedor, os ideais socialistas, meus filhos não são meus , são do mundo, dê liberdade, independência cedo etc.etc.etc...e eu, enquanto isso,com tantos medos.....????

Nem por isso sou poupada de críticas a cada encontro familiar.

O que me conforta é reconhecer que não é possível agradar sempre; se Buda não agradou a todos, se com Jesus e Gandhi aconteceu o mesmo – imagine com as mães!!!!!!!!!!!!!!!!!

Ainda não cheguei naquele tempo em que os filhos reconhecem a sabedoria dos pais, como me prometeram.

......Suspeito que esse tempo não vai chegar.

Uma das dores da velhice é deixar de ser observado com interesse e paciência, como diz o psiquiatra Yalom.

Entregamos aos filhos um mundo tremendamente competitivo e apressado, e faz parte da nossa compreensão aceitar e se divertir com o espaço que soubemos preservar.

Não existem regras; existem tentativas de ser a mãe .
Talvez a mãe que queríamos ter tido – damos os cuidados que queríamos ter recebido, acreditando que é o caminho.

O que sobra com certeza é uma pergunta e uma resposta:

O que os filhos nos ensinaram?

= humildade.( quando for possível reconhecer)

A vida é preciosas mas nada na vida é sem risco,....até a maternidade.

Hoje consigo reconhecer e agradecer minha mãe por, mesmo com tantas dificuldades, ter permitido a experiência nesta vida, ter me deixado viver exatamente com esta herança genética que me permitiu oportunidades de aprender, experimentar tanta coisa importante, testemunhar tantas mudanças, superar tantos sustos e viver tantos encontros essenciais:

Sem ela isso não seria possível.

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