quinta-feira, 5 de janeiro de 2017
A inocência ferida
O psiquiatra Mark Epstein comenta que as pessoas procuram terapia para curar sua “inocência ferida”.
A inocência é ferida quando nos sentimos magoados, ultrajados pelo modo como alguém nos trata ou como nos fala; nossa inocência fica ferida quando somos falsamente acusados, maltratados e desqualificados.
Essa sensação tão desagradável, desperta a insegurança e expõe nosso egocentrismo: a necessidade de agradar, de ser elogiado, de ser admirado e reconhecido. Ou seja, nosso lado infantil carente.
Aí...muitas vezes erramos o tom da resposta...magoados, irritados, raivosos, tristes, debochados etc.
Mas....quem está fazendo os comentários, suas atitudes e opiniões a nosso respeito são seu espelho porque vemos os outros através dos elementos da nossa mente, através de nossas memórias, nossas experiências. É nosso mundo refletido no outro.
Por isso a gratidão de encontrar pessoas que nos testem, tenho e tive algumas importantes. Elas são o melhor controle de qualidade da nossa maturidade.
A resposta serena ( se possível, com um leve sorriso interno) a comentários deselegantes demonstra o quanto nosso ego mimado e medroso já perdeu o poder e o quanto nossa mente equilibrada já está no controle.
Confesso que ainda falta bastante treinamento; mas quando consigo conviver com opiniões agressivas discordantes, avaliações deformadas, ouvir injustas criticas e percebo o quanto o outro está tentando se defender e está confuso, solto rojões internamente, me aplaudo porque a determinação para me conhecer está valendo à pena.
É libertador perceber com compaixão o que é do outro e o que é verdadeiramente da minha mente.
Que neste novo ano consigamos curar e vacinar mais um pouco nossa inocência ferida.
Que este seja um bom ano de descobertas!
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