terça-feira, 18 de outubro de 2011

Sincronicidades da bondade amorosa

Na semana que passou durante os encontros de estudos, um dos temas foi “ o que é amar”.
Qual a tua definição para amar?

Para facilitar pense em quem você não se cansa de amar, mesmo com as contrariedades que acompanham todas as relações. Só não vale colocar filhos e netos porque nessas relações a produção do hormônio oxitocina, resultado desses vínculos profundos pode mascarar a definição.

Pensou o que é amar?

Então...

No Tibet no lugar do verbo amar, é usada a expressão bondade amorosa.
Cultivar a bondade amorosa por todos os seres, sem preconceitos, parece mais viável.

Na bondade amorosa o foco está no bem-estar do outro, seja um humano, um animal ou um Buda – mesmo que isso contrarie o nosso ponto-de-vista.

A bondade amorosa é recheada pelas 4 generosidades:

Dar apoio material
Dar proteção
Ensinar o que sabe
Aceitar sem condições

Bem, concordemos, uma super tarefa; mas vale ter esse modelo como objetivo para corrigir as loucuras do amor ignorante a que estamos condicionados.
Amor ignorante é aquele que super protege, compensa com excessos materiais e comestíveis, minimiza a auto-responsabilidade, mascara os enganos, negligencia os limites dos outros e paga para tirar o problema da frente – é um amor egoísta; a bondade amorosa é altruísta e prevê fundamentalmente a responsabilidade dos atos.

Sincronicamente recebi da Bodisatva o importante texto abaixo e compartilho com você; se puder compartilhe essas sabias palavras com seus conhecidos.

A pratica de Methabavana pessoalmente dissolve raivas e outras sensações “estranhas” ao mesmo tempo que reflete um fluxo de bondade e lucidez na direção da pessoa a quem dedicamos a pratica.
Experimente confiantemente com teus Mestres de treinamento, aqueles “pequenos tiranos” com quem você convive e observe os resultados interessantes surgirem.


Bodisatva | Transformação de Dentro para Fora



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Transformação de Dentro para Fora

Muitas vezes dizemos que seres humanos são “bichos de relação”. Temos a vida norteada e sustentada por relações de todos os tipos: afetivas, profissionais, familiares, espirituais. Relações do passado, presente e futuro parecem construir nossas histórias. Muitas vezes nos sentimos marcados e até nos definimos a partir das relações. Conversamos sobre elas nas rodas de amigos, consultórios, escolas, no trabalho, na folia… Segredos, momentos de alegria e êxtase, noites insones… Ah, as relações… Como tranformá-las?
Olhando de modo mais honesto, a maioria delas talvez tenha um tom utilitário. Oferecemos uma lista de necessidades a alguém, que nos oferece lista semelhante e negociamos. “Ok, amo você, aceito fazer o que me pede, caso você cumpra isso e mais aquilo…” E seguimos, entre pequenas alegrias e grandes frustrações. Parece um jeito pouco hábil de ser feliz.
S.S. Dalai Lama nos lembra que todos aspiramos encontrar a felicidade e ultrapassar o sofrimento. Será que podemos amar de modo mais profundo, tecer relações mais saudáveis, afinadas com nossas aspirações de felicidade?
Uma das práticas mais comoventes que o budismo nos oferece é Metabhavana – Meditação do Amor Universal. Tal prática tem se mostrado uma preciosa ferramenta que opera em nossos corações e mentes, gerando espaços por vezes inusitados.
A partir dessa prática geramos mundos nos quais as relações saudáveis e lúcidas são possíveis. A partir de ambientes sutis, descobrimos novos caminhos, novos modos de tecer as relações. Focamos cada pessoa, incluindo a nós mesmos, as árvores, os bichos… “Que meu filho seja feliz e ultrapasse o sofrimento. Que encontre as causas da felicidade e ultrapasse as causas do sofrimento. Que seus automatismos se dissolvam e surja nele um olho de lucidez instantânea diante de tudo e de todos. Que ele seja capaz de gerar benefícios aos outros e encontre nisso sua fonte de energia”.
“Que meu filho seja feliz”. Parece incrível, mas raramente temos essa visão. Sentimos que amamos muito nosso filho, mas geralmente aspiramos que ele “se dê bem na vida”, que nos respeite, ou algo semelhante. De modo aparentemente “natural”, surgem em nossa mente algumas – ou muitas – condições que consideramos necessárias para seu bem-estar, vitórias, conquistas, etc. E se tais condições não se manifestam, a relação desanda, a comunicação fica comprometida e a lucidez nos falta. Olhar para o próprio filho a partir de outros referenciais pode transformar por completo uma rede de relações ligadas ao passado, presente e futuro. Descobrimos que nossas necessidades de controle, e todas as negociações e estratégias de controle podem cessar. A vida fica mais simples. As relações saudáveis vão surgindo aqui e ali, e um novo tecido humano se torna possível.
A prática de Metabavana, aparentemente simples, tem restaurado relações de modo surpreendente. Funciona. Não porque usamos palavras mágicas, mas porque nosso olhar constrói. Revela a co-emergência operando. Mas isso já é outra história. Melhor experimentar. E se preparar para amar de modo mais profundo. Que todos sejam felizes!

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