sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Steve Jobs, a gente se vê na Terra Pura!

Nestas últimas noticias desconfiei que ele se inspirava na propostas budistas.
Mas não!!! Ele foi budista e desde muito cedo; até ensaiou ser um monge zen-budista.

Como deve ser reconfortante ir embora embalado pela gratidão de milhões de pessoas!
Gratidão pelo trabalho realizado, pelas frases ditas, pelos pensamentos renovadores, pelas grandes idéias, pelo bom combate !!!

Gratidão pelas ações de corpo, palavra e mente de alguém, pelo menos aparentemente, desprovido da vaidade da celebridade.
Gratidão pelo que S. Jobs facilitou para nos sentirmos interdependentes; ele é um dos personagens do “fenômeno internet” – o aprendizado da vacuidade na pele, nos dedos, nas telas e nos ícones – nas respostas rápidas, na comunicação urgente.
E, palmas, muitas palmas, um personagem que jogou limpo!!!!

S. Jobs foi um dos loucos geniais da nossa era.
Seus rastros serão vistos e sentidos durante bastante tempo.


Ficam pra nós alguns recados que ele deixou para pensar, meditar e usar já que somos responsáveis pela nossa vida.

Num anúncio que vai mostrando imagens de Luter King, Gandhi, Eistein, Callas, Lenon, Picasso, Hitchcock entre outros termina com “pense diferente” enquanto a voz quente de Steve Jobs recita:

Aqui estão alguns loucos. Os deslocados. Os rebeldes. Os criadores de problema. Aqueles que enxergam as coisas de forma diferente. Eles não são reféns das regras. E eles não têm respeito pelo status quo. Você pode citar, discordar, glorificar ou desqualifica-los. A única coisa que não dá para fazer é ignora-los. Porque eles mudam as coisas. Eles empurram a raça humana pra frente. Enquanto alguns os percebem como loucos, nós os vemos como gênios. Porque as pessoas que são loucas o suficiente para pensar que podem mudar o mundo, são aquelas que realmente mudam.

Se quiser você pode ver esse anúncio (que nunca foi veiculado) no blog do Marcelo Tas.

Aproveito este nosso encontro virtual para compartilhar ( para quem ainda não teve a oportunidade de ler) o discurso tocante de S. Jobs como paraninfo intitulado– enviado gentilmente pela Alessandra:

Você tem que encontrar o que você ama.

“Você tem que encontrar o que você ama. Estou honrado de estar aqui, na formatura
de uma das melhores universidades do mundo. Eu nunca me formei na universidade.
Que a verdade seja dita, isso é o mais perto que eu já cheguei de uma cerimônia de
formatura. Hoje, eu gostaria de contar a vocês três histórias da minha vida. E é isso.
Nada demais. Apenas três histórias.
A primeira história é sobre ligar os pontos.
Eu abandonei o Reed College depois de seis meses, mas fiquei enrolando por mais 18
meses antes de realmente abandonar a escola. E por que eu a abandonei? Tudo
começou antes de eu nascer. Minha mãe biológica era uma jovem universitária solteira
que decidiu me dar para a adoção. Ela queria muito que eu fosse adotado por pessoas
com curso superior. Tudo estava armado para que eu fosse adotado no nascimento
por um advogado e sua esposa. Mas, quando eu apareci, eles decidiram que queriam
mesmo uma menina.
Então meus pais, que estavam em uma lista de espera, receberam uma ligação no
meio da noite com uma pergunta: “Apareceu um garoto. Vocês o querem?” Eles
disseram: “É claro.”
Minha mãe biológica descobriu mais tarde que a minha mãe nunca tinha se formado
na faculdade e que o meu pai nunca tinha completado o ensino médio. Ela se recusou
a assinar os papéis da adoção. Ela só aceitou meses mais tarde quando os meus pais
prometeram que algum dia eu iria para a faculdade. E, 17 anos mais tarde, eu fui para
a faculdade. Mas, inocentemente escolhi uma faculdade que era quase tão cara quanto
Stanford. E todas as economias dos meus pais, que eram da classe trabalhadora,
estavam sendo usados para pagar as mensalidades. Depois de seis meses, eu não
podia ver valor naquilo.
Eu não tinha idéia do que queria fazer na minha vida e menos idéia ainda de como a
universidade poderia me ajudar naquela escolha. E lá estava eu, gastando todo o
dinheiro que meus pais tinham juntado durante toda a vida. E então decidi largar e
acreditar que tudo ficaria ok.
Foi muito assustador naquela época, mas olhando para trás foi uma das melhores
decisões que já fiz. No minuto em que larguei, eu pude parar de assistir às matérias
obrigatórias que não me interessavam e comecei a frequentar aquelas que pareciam
interessantes. Não foi tudo assim romântico. Eu não tinha um quarto no dormitório e
por isso eu dormia no chão do quarto de amigos. Eu recolhia garrafas de Coca-Cola
para ganhar 5 centavos, com os quais eu comprava comida. Eu andava 11 quilômetros
pela cidade todo domingo à noite para ter uma boa refeição no templo hare-krishna.
Eu amava aquilo.
Muito do que descobri naquela época, guiado pela minha curiosidade e intuição,
mostrou-se mais tarde ser de uma importância sem preço. Vou dar um exemplo: o
Reed College oferecia naquela época a melhor formação de caligrafia do país. Em todo
o campus, cada poster e cada etiqueta de gaveta eram escritas com uma bela letra de
mão. Como eu tinha largado o curso e não precisava frequentar as aulas normais,
decidi assistir as aulas de caligrafia. Aprendi sobre fontes com serifa e sem serifa,
sobre variar a quantidade de espaço entre diferentes combinações de letras, sobre o
que torna uma tipografia boa. Aquilo era bonito, histórico e artisticamente sutil de uma
maneira que a ciência não pode entender. E eu achei aquilo tudo fascinante.
Nada daquilo tinha qualquer aplicação prática para a minha vida. Mas 10 anos mais
tarde, quando estávamos criando o primeiro computador Macintosh, tudo voltou. E nós
colocamos tudo aquilo no Mac. Foi o primeiro computador com tipografia bonita. Se eu
nunca tivesse deixado aquele curso na faculdade, o Mac nunca teria tido as fontes
múltiplas ou proporcionalmente espaçadas. E considerando que o Windows
simplesmente copiou o Mac, é bem provável que nenhum computador as tivesse.
Se eu nunca tivesse largado o curso, nunca teria frequentado essas aulas de caligrafia
e os computadores poderiam não ter a maravilhosa caligrafia que eles têm. É claro que
era impossível conectar esses fatos olhando para frente quando eu estava na
faculdade. Mas aquilo ficou muito, muito claro olhando para trás 10 anos depois.
De novo, você não consegue conectar os fatos olhando para frente. Você só os
conecta quando olha para trás. Então tem que acreditar que, de alguma forma, eles
vão se conectar no futuro. Você tem que acreditar em alguma coisa – sua garra,
destino, vida, karma ou o que quer que seja. Essa maneira de encarar a vida nunca me
decepcionou e tem feito toda a diferença para mim.
Minha segunda história é sobre amor e perda.
Eu tive sorte porque descobri bem cedo o que queria fazer na minha vida. Woz e eu
começamos a Apple na garagem dos meus pais quando eu tinha 20 anos. Trabalhamos
duro e, em 10 anos, a Apple se transformou em uma empresa de 2 bilhões de dólares
e mais de 4 mil empregados. Um ano antes, tínhamos acabado de lançar nossa maior
criação — o Macintosh — e eu tinha 30 anos.
E aí fui demitido. Como é possível ser demitido da empresa que você criou? Bem,
quando a Apple cresceu, contratamos alguém para dirigir a companhia. No primeiro
ano, tudo deu certo, mas com o tempo nossas visões de futuro começaram a divergir.
Quando isso aconteceu, o conselho de diretores ficou do lado dele. O que tinha sido o
foco de toda a minha vida adulta tinha ido embora e isso foi devastador. Fiquei sem
saber o que fazer por alguns meses.
Senti que tinha decepcionado a geração anterior de empreendedores. Que tinha
deixado cair o bastão no momento em que ele estava sendo passado para mim. Eu
encontrei David Peckard e Bob Noyce e tentei me desculpar por ter estragado tudo
daquela maneira. Foi um fracasso público e eu até mesmo pensei em deixar o Vale [do
Silício].
Mas, lentamente, eu comecei a me dar conta de que eu ainda amava o que fazia. Foi
quando decidi começar de novo. Não enxerguei isso na época, mas ser demitido da
Apple foi a melhor coisa que podia ter acontecido para mim. O peso de ser bem
sucedido foi substituído pela leveza de ser de novo um iniciante, com menos certezas
sobre tudo. Isso me deu liberdade para começar um dos períodos mais criativos da
minha vida. Durante os cinco anos seguintes, criei uma companhia chamada NeXT,
outra companhia chamada Pixar e me apaixonei por uma mulher maravilhosa que se
tornou minha esposa.
A Pixar fez o primeiro filme animado por computador, Toy Story, e é o estúdio de
animação mais bem sucedido do mundo. Em uma inacreditável guinada de eventos, a
Apple comprou a NeXT, eu voltei para a empresa e a tecnologia que desenvolvemos
nela está no coração do atual renascimento da Apple.
E Lorene e eu temos uma família maravilhosa. Tenho certeza de que nada disso teria
acontecido se eu não tivesse sido demitido da Apple.
Foi um remédio horrível, mas eu entendo que o paciente precisava. Às vezes, a vida
bate com um tijolo na sua cabeça. Não perca a fé. Estou convencido de que a única
coisa que me permitiu seguir adiante foi o meu amor pelo que fazia. Você tem que
descobrir o que você ama. Isso é verdadeiro tanto para o seu trabalho quanto para
com as pessoas que você ama.
Seu trabalho vai preencher uma parte grande da sua vida, e a única maneira de ficar
realmente satisfeito é fazer o que você acredita ser um ótimo trabalho. E a única
maneira de fazer um excelente trabalho é amar o que você faz.
Se você ainda não encontrou o que é, continue procurando. Não sossegue. Assim
como todos os assuntos do coração, você saberá quando encontrar. E, como em
qualquer grande relacionamento, só fica melhor e melhor à medida que os anos
passam. Então continue procurando até você achar. Não sossegue.
Minha terceira história é sobre morte.
Quando eu tinha 17 anos, li uma frase que era algo assim: “Se você viver cada dia
como se fosse o último, um dia ele realmente será o último.” Aquilo me impressionou,
e desde então, nos últimos 33 anos, eu olho para mim mesmo no espelho toda manhã
e pergunto: “Se hoje fosse o meu último dia, eu gostaria de fazer o que farei hoje?” E
se a resposta é “não” por muitos dias seguidos, sei que preciso mudar alguma coisa.
Lembrar que estarei morto em breve é a ferramenta mais importante que já encontrei
para me ajudar a tomar grandes decisões. Porque quase tudo — expectativas
externas, orgulho, medo de passar vergonha ou falhar — caem diante da morte,
deixando apenas o que é apenas importante. Não há razão para não seguir o seu
coração.
Lembrar que você vai morrer é a melhor maneira que eu conheço para evitar a
armadilha de pensar que você tem algo a perder. Você já está nu. Não há razão para
não seguir seu coração.
Há um ano, eu fui diagnosticado com câncer. Era 7h30 da manhã e eu tinha uma
imagem que mostrava claramente um tumor no pâncreas. Eu nem sabia o que era um
pâncreas.
Os médicos me disseram que aquilo era certamente um tipo de câncer incurável, e que
eu não deveria esperar viver mais de três a seis semanas. Meu médico me aconselhou
a ir para casa e arrumar minhas coisas — que é o código dos médicos para “preparar
para morrer”. Significa tentar dizer às suas crianças em alguns meses tudo aquilo que
você pensou ter os próximos 10 anos para dizer. Significa dizer seu adeus.
Eu vivi com aquele diagnóstico o dia inteiro. Depois, à tarde, eu fiz uma biópsia, em
que eles enfiaram um endoscópio pela minha garganta abaixo, através do meu
estômago e pelos intestinos. Colocaram uma agulha no meu pâncreas e tiraram
algumas células do tumor. Eu estava sedado, mas minha mulher, que estava lá, contou
que quando os médicos viram as células em um microscópio, começaram a chorar. Era
uma forma muito rara de câncer pancreático que podia ser curada com cirurgia. Eu
operei e estou bem.
Isso foi o mais perto que eu estive de encarar a morte e eu espero que seja o mais
perto que vou ficar pelas próximas décadas. Tendo passado por isso, posso agora dizer
a vocês, com um pouco mais de certeza do que quando a morte era um conceito
apenas abstrato: ninguém quer morrer. Até mesmo as pessoas que querem ir para o
céu não querem morrer para chegar lá.
Ainda assim, a morte é o destino que todos nós compartilhamos. Ninguém nunca
conseguiu escapar. E assim é como deve ser, porque a morte é muito provavelmente a
principal invenção da vida. É o agente de mudança da vida. Ela limpa o velho para
abrir caminho para o novo. Nesse momento, o novo é você. Mas algum dia, não muito
distante, você gradualmente se tornará um velho e será varrido. Desculpa ser tão
dramático, mas isso é a verdade.
O seu tempo é limitado, então não o gaste vivendo a vida de um outro alguém.
Não fique preso pelos dogmas, que é viver com os resultados da vida de outras
pessoas.
Não deixe que o barulho da opinião dos outros cale a sua própria voz interior.
E o mais importante: tenha coragem de seguir o seu próprio coração e a sua intuição.
Eles de alguma maneira já sabem o que você realmente quer se tornar. Todo o resto é
secundário.
Quando eu era pequeno, uma das bíblias da minha geração era o Whole Earth Catalog.
Foi criado por um sujeito chamado Stewart Brand em Menlo Park, não muito longe
daqui. Ele o trouxe à vida com seu toque poético. Isso foi no final dos anos 60, antes
dos computadores e dos programas de paginação. Então tudo era feito com máquinas
de escrever, tesouras e câmeras Polaroid.
Era como o Google em forma de livro, 35 anos antes de o Google aparecer. Era
idealista e cheio de boas ferramentas e noções. Stewart e sua equipe publicaram
várias edições de Whole Earth Catalog e, quando ele já tinha cumprido sua missão,
eles lançaram uma edição final. Isso foi em meados de 70 e eu tinha a idade de vocês.
Na contracapa havia uma fotografia de uma estrada de interior ensolarada, daquele
tipo onde você poderia se achar pedindo carona se fosse aventureiro. Abaixo, estavam
as palavras:“Continue com fome, continue bobo.”
Foi a mensagem de despedida deles. Continue com fome. Continue bobo. E eu sempre
desejei isso para mim mesmo. E agora, quando vocês se formam e começam de novo,
eu desejo isso para vocês. Continuem com fome. Continuem bobos. Obrigado.”
Discurso de Steve Jobs na Universidade de Stanford em 2005.
Steve Jobs era zen-budista ele converteu-se ao Budismo quando era jovem e
chegou a pensar em se dedicar totalmente à filosofia, abrindo mão dos
negócios e vivendo como monge em um monastério do Japão. Para a
felicidade de todos nós, Jobs foi dissuadido da ideia e retornou aos Estados
Unidos.

Steve Jobs,
Tashidelê, Boa sorte !

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