sexta-feira, 17 de agosto de 2012
Amor fati, já ouviu falar?
No último “Café Filosófico” na TV Cultura
O psiquiatra Jorge Forbes abordando novos olhares sobre a velhice citou a expressão Amor Fati usada também pelo filosófo Nietzsche.
em http://www.cpflcultura.com.br/cafe-filosofico/ - É possível assistir o programa completo, vale-a-pena!!!!!
Para Nietzsche, "amor fati" é amar o inevitável, amar o destino, amar o justo e o injusto, o próprio amor e o desamor. Ou seja, "ser, antes de tudo, um forte", sem reclamar da vida, sendo indiferente ao sofrimento.
Na filosofia budista e na abordagem psicológica do budismo se usa a expressão abrir espaço para acolher as situações boas e as desagradáveis, as surpresas, os imprevistos, as perdas e, principalmente as contrariedades = aceitação.
Aceitação de cabeça erguida, sem mimo, sem se deixar ser facilmente magoavel - algo bastante próximo ao Amor Fati.
Na verdade quando a nossa verdade é contrariada, o impulso de revide e de defesa em direção ao foco dessa sensação é a RAIVA, pode ser em varias graduações com diferentes nomes ( tristeza, mágoa, frustração, dissabor, frustração, agressividade, decepção, vingança, sarcasmo,ironia, isolamento, depressão etc) mas se vestirmos a honestidade reconhecemos que é RAIVA mesmo.
Contrariedade é um termo elegante para raiva – fica mais disfarçado falar assim, não é !!!!!!! ?????
Outras expressões, entre outras, para chamar a raiva é pavio curto ou pegar corda.
E tudo bem!
A RAIVA é uma resposta humana.
O que não dá para deixar é que ela cole e roube nosso tempo de continuar usufruindo as novidades da vida.
O que costuma acontecer é que nos habituamos a responder com raiva em qualquer contrariedade – vira um vício.
.....Além de tornar a pessoa uma chata.
E a conseqüência é.... a solidão, porque essa pessoa amedronta, torna-se inconveniente.
Todo o vício engessa a liberdade. Esse é o grave problema.
Por isso no Budismo existem tantos livros abordando esse tema.
Conseguir tirar o poder das raivas, deixar de remexer o que já passou – É UMA VITÓRIA.
O Amor fati foi usado por Nietzche para representar a "fórmula para a grandeza do homem" :
"Não querer nada de diferente do que é, nem no futuro, nem no passado, nem por toda a eternidade. Não só suportar o que é necessário, e menos ainda dissimulá-lo (…), mas amá-lo…"
Amor fati (amor ao destino): seja este, doravante, o meu amor. "Não quero fazer guerra ao que é feio. Não quero acusar, não quero nem mesmo acusar os acusadores. Que minha única negação seja ‘desviar o olhar’! E, tudo somado e em suma: quero ser, algum dia apenas alguém que diz sim."
Nem conformismo, nem resignação, nem submissão passiva: amor; nem lei, nem causa, nem finalidade: fatum ( destino). Em vez de esperar que um poder transcendente justifique o mundo, o homem tem de dar sentido à própria vida; em vez de aguardar que venham redimi-lo, deve amar cada instante como ele é.
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