domingo, 5 de maio de 2013

16ºpasso- Sabedoria de Darmata- branco

Liberdade à vista !!!! Como? A dor que essa sabedoria “cura” é a dor da dúvida. A dúvida destrói projetos, destrói afetos, destrói a sensação de méritos, a dúvida balança e elimina a possibilidade de liberdade. Mas onde é que a dúvida nos “caça”? Nos “caça” quando permitimos a desconsideração, ou melhor ainda, quando nos sentimos desconsiderados, desvalorizados. Essa dor nasce de darmos mais valor à opinião dos outros do que nossa opinião sobre nós mesmos. Certezas não existem, mas para lidar com isso é preciso construir autonomia. Autonomia para poder até voar pelas incertezas. Autonomia para conviver com a falta de garantias. A Sabedoria de Darmata nos ensina a confiar na vida porque nos ensina a sentir a verdadeira natureza da plenitude, além das incertezas, das opiniões, das dificuldades. Como num céu sem nuvens depois de abandonar as confusões da vida: os “ tem que”, as identidades, os rótulos, as funções, os impulsos automáticos, os preconceitos, as invejas, as traições,as raivas, a vaidade, os medos e nos permitimos repousar num espaço sem fronteiras e sereno que é nossa verdadeira natureza. Ou pelo menos, imaginar que isso é possível. Em alguns momentos na vida conseguimos alcançar esse estado; são aqueles momentos que popularmente são comentados como se fosse “a percepção da mão de Deus”: o primeiro choro do filho ao nascer, a descoberta da solução de um questão difícil, a liberdade recuperada, uma paisagem mágica, uma música transcendente, o “ orgulho divino” de uma realização, o encontro de um afeto etc Esse estado é também “nossa capacidade de fazer o outro reconhecer sua Verdadeira Natureza. Proporcionar ao outro a capacidade de ver também com lucidez, de ultrapassar a ignorância do samsara, a visão condicionada” como ensina Lama Samten. Porque fazer realçar a cor dos outros, fazer com que os outros se sintam confiantes é virtude apenas de quem já alcançou autonomia e auto-valorização. Mas a Sabedoria de Darmata vai além; é quando aprendemos a alcançar esse estado e o mantemos. É o estado de transcendência; a sensação do oceano imenso e silencioso atrás das ondas barulhentas. Essa liberdade é conquistada pelo entendimento, pela lucidez e pelo treinamento da meditação. Sentar, calar os pensamentos ou deixá-los voar como balões que se soltam ou bolhas de sabão que estouram. Tente imaginar uma situação confusa dentro de uma bolha transparente; essa bolha está “dançando” no espaço, já já ela vai se dissolver e a ordem, a calma, vai voltar. Ou que essa situação é uma onda que já já vai arrebentar na areia e retornar mansamente ao oceano. Outras bolhas, outras ondas irão surgir, isso é o Samsara, mas elas também vão estourar. Depois da bolhas e ondas existe Shambala, Shangrilá, o Horizonte Perdido, o Paraíso.... um local sereno. Essa é a percepção da transcendência. E esse lugar já existe..... está dentro do teu coração, na tua verdadeira natureza, a natureza última – basta dissolver os 4 véus: das crenças, dos condicionamentos, das aflições e dos automatismos. DEPENDE DE VOCÊ – sente, medite, recupere a confiança em você e na vida.

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