domingo, 2 de junho de 2013

20º passo - Paciência

Paciência: Primeiramente, com nós mesmos. Estamos enraizados no samsara. Não cultivar a culpa é a base da confissão suprema. Lei do esforço: fazemos algum esforço, nem pouco, nem muito. O Universo se move e nos ajustamos do melhor modo para segui-lo. Existem coisas que a gente não consegue por força própria: é necessário um espaço para o céu se mover. Paciência conosco e com os seres, porque não temos a perfeição. Vamos falhar, certamente. Precisamos de paciência para que a situação não surja para nós como um poste (tensão). A situação deve surgir como um vento que movimenta nosso cata-vento que, bem posicionado, gira sempre numa posição positiva. Não precisamos de resultado rápido, precisamos é de lucidez.(Lama Padma Samten) Tolerância é uma atitude, do tipo, “ eu suporto, eu tenho limite para agüentar”. Paciência é aceitar a situação sem tempo marcado para que ela acabe. Todos e tudo têm seu tempo; querer encontrar atalhos rápidos para tirar o problema da frente é uma solução, muitas vezes, é uma atitude egoísta. Como uma pressa para tirar o sofrimento da frente. Grandes Mestres não tiraram nossos problemas, ensinaram caminhos e aguardam pacientemente enquanto choramos...até que descubramos que estamos sentados em um monte de ouro. Nutrir a crença que temos limites é um dos fatores responsáveis pela sensação de stress. Quando estamos numa situação difícil e começamos a sentir que estamos no limite é porque estamos nos distanciando da paciência e, ao mesmo tempo, nos aproximando do drama. A sabedoria é fazer mudanças no “como” estamos lidando com a situação: quais expectativas, culpas e medos estão roubando nossa tranqüilidade? Abandonar o ideal de perfeição é uma das atitudes que mais aliviam o stress. Derrotas fazem parte do jogo da vida, entregar o troféu para o inimigo, muitas vezes é a melhor estratégia para terminar um conflito – e isso não tira nenhum pedaço do nosso valor. Um dos treinamentos de despertar paciência é a convivência com nossos fantasmas do passado. Buda ensinou que não devemos perseguir o passado porque “o passado não existe mais”. Os fantasmas do passado nos roubam o presente. A vida existe somente neste momento. Perder o presente é perder a vida. Devemos dizer adeus ao passado para poder viver no presente, para poder estar em contato com a vida. Que dinâmica acontece na nossa mente que nos força a viver com os fantasmas do passado? Essa dinâmica é feita de fatores mentais que surgem e nos aprisionam; basta um cheiro, uma musica, uma cena, um nome, para as lembranças pipocarem na mente provocando desejo, ira, ciúmes, inveja, culpa irritação, lagrimas, confusões e MEDOS de vários tipos. Essas formações internas, esses fantasmas, estão incrustados profundamente na mente – são situações que nos marcaram, que deixaram cicatrizes e influenciam nosso comportamento e, muitas vezes, são responsáveis por respostas automáticas nem sempre adequadas; esses fantasmas nos acorrentam ao sofrimento. Ao invés de lutar com esses fantasmas e perder energia, o caminho da paciência devolve a amabilidade conosco. E na amabilidade conseguimos sentir compaixão pela convivência com esses fantasmas, ou seja, compreender sua origem e encontrar uma forma de transformar essas lembranças e superar essa escravidão. Cultivar a paciência com nossos passos é a única saída inteligente para lidar com nossas capacidades e limitações já que a natureza não dá saltos, vai passo-a-passo. No entanto ser paciente é diferente de ter uma atitude passiva frente a vida; evitar reagir com raiva é diferente de se acomodar. Acreditar que a vida é predeterminada é um engano; o futuro está nas nossas mãos, possuímos a oportunidade de mudar atitudes presentes para construir um futuro pacífico. “tudo está certo mesmo que eu não entenda”

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