domingo, 16 de junho de 2013

Você é o centro do mundo. Será?

Em uma visita do Dalai Lama ao México, mostraram-lhe um mapa do mundo, dizendo:”Veja, se você considerar a forma como os continentes estão dispostos, verá que o México está no centro do mundo.”O Dalai Lama respondeu: “Se você seguir esta linha de raciocínio, descobrirá que a Cidade do México está no centro do México, a minha casa está no centro da cidade, minha família no centro da casa e eu no centro da família – eu sou o centro do mundo” do livro “Felicidade , a prática do bem estar” de Mattieu Ricard O auto-centramento nos coloca no centro do mundo e esperamos que nosso ponto-de-vista prevaleça sobre os outros, que os outros garantam a nossa felicidade. O mundo?.... O mundo não está nem aí para o queremos, cada um é o centro do seu mundo. Cada um que se leve passear, que descubra dentro de si o bem-estar para evitar se transformar num peso e tornar-se um companheiro de caminhada. Mas... onde será que esse engano começa? Uma de nossas mentes é aquela que reconhece sua fragilidade e tenta se defender, para isso dá força a um aspecto da identidade - o Ego exagerado. O Ego exagerado é o personagem que na tentativa de defender a sobrevivência sempre ameaçada constrói as emoções aflitivas e os apegos (medos): Inveja – responsável pela insegurança e/ou sensação de incompetência = apego ao controle Orgulho – responsável pela culpa e/ou vergonha = apego à própria imagem Ignorância – responsável pelas dependências e/ou confusão mental = apego à necessidade de reconhecimento Raiva – responsável pela frustração e/ou decepção = apego às próprias opiniões Desejo ilimitado – responsável pela insatisfação e/ou preguiça= apego às suas coisas e sua "fronteiras" Mas onde surge esse medo da destruição? Surge das marcas mentais, dois condicionamentos a que nossa mente neurológica se submeteu, da nossa memória genética e, em algumas tradições como a budista, de características do campo da consciência sutil. As marcas mentais geram os apegos ( fixações geradas pelos medos), estes geram as emoções aflitivas que, por sua vez, estreitam nossa visão (obscurecimentos mentais) e.....aí....nos sentimos o centro do mundo. E o perigo: O Ego é ardiloso e se disfarça até de “bom pastor”. Quando nos super preocupamos com alguém no papel do bonzinho, estamos apenas numa dedicação obssessiva para preencher o tempo, ganhar reconhecimento, justificar algum ganho, espiar alguma culpa etc etc e o auto-centramento continua firme!!!! Somos todos parte do mesmo “bordado”, cada um com sua cor, seu significado, desenhando uma parte da história tudo isso e apenas isso. A saída? Descobrir nosso olhar bondoso e solidário além de viciar-se em gratidão. Silencie e vá além das aparências, lá somos valentes. Valentes somos mais fortes do que os medos. Sem medos, sentimos a calma. Na calma, ganhamos a lucidez.

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