sábado, 7 de setembro de 2013

Época de despedidas

Este ano de 2013 estou treinando despedidas, aliás, essa época começou no ano passado me despedindo de minha casa e de meu pai. Não vou disfarçar: foi e está sendo difícil a despedida dos amigos que praticavam e estudavam junto, fechar nossa sala, começar de novo. Mais difícil porque me despedi na felicidade. E desmontar nossa sala? Parecia que a pele desgrudava, embrulhar as peças para aguardar um novo canto onde montar o altar. Era tudo tão lindo e aquela beleza ampla coube dentro de uma pequena mala. E continuam as despedidas.... e, pelo andar da carruagem, vai continuar.... Despedir-se do que está ruim é um alívio. Mesmo com minha mãe, mesmo compreendendo um pouco sobre a morte: vê-la partir para mais longe devagar... a cada dia... acelera o coração. Despedir-se do que está sendo prazeroso e rico obriga manobras psicológicas mega espertas. Fica obrigatório colocar o foco nas surpresas que virão; despertar a curiosidade e expandir a gratidão por tudo que foi vivido. Alegrar-se por todos que foram beneficiados com as doações. E repetir muiiiiiiiiito que tudo passa, tudo se transforma; que é com as despedidas que aprendemos sobre IMPERMANÊNCIA. E............pensar em novos projetos. Um dos temas estudados no Budismo é “ os seis bardos”. Bardos são momentos intermediários: o bardo do viver, do sonhar, do meditar, do morrer, o intermediário (darmata) e o do renascer. No bardo do viver vamos lidando com as circunstâncias da vida como se estivéssemos em bolhas de experiências e aí as bolhas estouram e nos encontramos em outras. Enquanto estamos nas bolhas parece que tudo aquilo é sólido e então...a impermanência ensina que são apenas bolhas e que suas paredes são finas como sonhos. E assim vamos nos despedindo. Neste link é possível aprender mais sobre esse tema interessante - “os 6 bardos” se você tiver interesse, 18 Psicologia budista no youtube http://www.youtube.com/watch?v=E1F3_JyNkVo Despedir-se é uma arte também. Despedir-se de pessoas, lugares, títulos e sonhos., Despedir-se sem drama. Despedir-se com dignidade. Mas...despedir-se é bastante solitário. Ficam as lembranças como companhia. Como dizia a última edição da revista Bravo no encerramento de suas atividades: “Há despedidas que não encontram tradução. O que falar diante de uma amigo que se muda para bem longe, um amor que morre , um projeto querido que se interrompe? Às vezes, o melhor – o mais preciso e eloqüente – é dar adeus em silêncio”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário