sábado, 16 de novembro de 2013
O sofrimento existe?
Conta a história que Sidarta Gautama após perceber que ascetismo apenas maltratava seu corpo e promovia confusão mental, sentou-se em silêncio para observar e compreender o que estava além das ilusões da realidade, além das percepções dos 5 sentidos do corpo.
Silenciando a mente e com todo o conhecimento que havia obtido em suas buscas e estudos, ele obteve a compreensão dos fenômenos.
Então, nesse momento, ele permite ser chamado de Buda = o desperto, o iluminado, aquele que alcançou a lucidez.
O primeiro ensinamento dado por Buda depois de sua iluminação, ou seja, da compreensão dos fenômenos da existência,
foi as “As 4 nobres verdades”:
o sofrimento faz parte da vida,
os sofrimentos têm causas,
é possível dissolver essas causas
e para isto existem métodos.
Para os sofrimentos, cada Filosofia oferece uma explicação e uma solução.
Na Filosofia Budista esse é o ponto de partida.
Existem muitos textos com ensinamentos e cada vez que relemos sobre esse tema é possível captar um pouco mais de sua essência ,
fazer conexões e encontrar explicações para nossa história pessoal.
No entanto para abrir espaço interno para iniciar verdadeiramente os estudos é necessário, antes de partir na aventura,
tomar a decisão de renunciar ao habito de sofrer.
Sentir-se merecedor de viver em serenidade.
Hábitos são aprendidos na infância e reforçados ao longo da vida.
Existem hábitos saudáveis, outros que nos manipulam, outros que dão medo.
Às vezes sofremos mais do que o preciso, porque o sofrimento parece dar um certo colorido e importância à vida;
Às vezes também, quando estamos em sofrimento, recebemos a atenção que nos falta .......
Mas será que vale-à-pena entrar nesses jogos?
Esses jogos enfraquecem e escravizam; liberdade é parte essencial de sentir-se confortável na vida. Liberdade interna.
As mudanças acontecem quando tomamos a decisão de resolver por nossos próprios esforços, tanto quanto seja possível;
milagres não existem, esperar simplesmente que algo ou alguém faça interferências e resolva nossos desafios é alienação,
esse comportamento é oportunista e não cria méritos para que as mudanças sejam bem enraizadas.
O que facilita a transformação é fazer escolhas de caminhos solidários (ou pelo menos que não causem prejuízo a outros seres), busca pela verdade, coragem, paciência e persistência, como coloca Lama Padma Samten no seu “Roteiro de 21 itens”.
A conexão com Mestres pode nos inspirar e expandir a percepção, mas as decisões serão sempre nossas.
Decidir renunciar ao sofrimento é um ato de autonomia!
O texto desta semana é sobre o sofrimento e foi escrito por Bel Cezar, psicóloga, estudiosa do Budismo e mãe de Lama Michel, está no seu livro “Emoções”, bem interessante e inspirador!!!!( para recebe-lo enviei e-mail para artesdecura@netguest.com
É possível conviver pacificamente com preocupações, frustrações, duvidas, dívidas, compromissos, desencontros e solidões....sem armas.... sem raivas.
É possível conviver pacificamente com sucessos, afetos, descobertas, verdades, encontros e amizades com generosidade....
sem aflições de perder.... sem medos.
Não é exatamente negar as situações; é não dar mais poder do que possuem – tanto às ruins quanto às boas.
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