sexta-feira, 5 de setembro de 2014
Compaixão pelos suicidas
E por outras mortes inesperadas...
A gente vê as pessoas vivendo ( ou tentando viver) e não imagina o que vai no coração e na história delas, no seu isolamento.
Com certeza a origem forte que leva ao suicídio é a solidão. Mas essa sensação de solidão é que precisa ser investigada;me parece, no caso de pessoas que pude acompanhar seu sofrimento mais de perto, que a insatisfação crônica era uma constante companhia.
Existe um outro componente é a crença que o suicídio é uma marca de família...então as escolhas que os suicidas fazem serão para validar essa crença.
Mas em todos os casos o componente de vingança está presente evidente ou disfarçado; vingança pela frustração da própria incompetência em lidar com as altas expectativas somada à magoa que culpa a família por não ter sido a família que se esperava – a família que teria que prover suas expectativas emocionais e materiais.. principalmente quando deixam as cartas e recados para serem achados após sua morte.
Mas, como disse Buda: vingança é uma pedra incandescente que antes de atingir o inimigo queima nossa mão.
Existe também os casos em que uma perda inesperada provoca a perda da lucidez e a confusão mental.
Claro que existem encenações para impressionar; mas mesmo nesses casos o ser está em sofrimento porque quem está razoavelmente bem não quer causar sofrimento e muito menos, impressionar para resgatar sua importância.
Há uma regra da vida e da ética a ser respeitada e que às vezes esquecemos:
o mais forte cuida do mais fraco.
Assim o caminhão tem que cuidar dos automóveis, das motos e das bicicletas.
Os adultos cuidam de suas crias e das crias dos outros.
O mais rico cuida do mais pobre.
O saudável cuida do doente.
Quem está mais forte cuida do mais fraco.
Quem você cuida? Ou...por quem é cuidado?
Essa regra de ouro auxilia que a vida e as relações sejam mais coerentes e compassivas.
Como diz SS Dalai Lama, tanto quanto nos for possível; porque infelizmente não conseguimos resolver todas dificuldades que testemunhamos, poucas vezes somos capazes de arrancar nossos amados seres irmãos de seu sofrimento.
Mas...sempre podemos esticar as mãos e ficar juntos....
Mas...se o fato se consumar e a morte for inesperada, dediquemos nossas vibrações compassivas e amorosas em forma de luzes para que acalmem e iluminem esse ser e sua passagem.
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