quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Nada é sempre igual

Durante nosso encontro semanal a amiga Silvia comentou que nestas quase 2 décadas que mora perto do mar, a praia é diferente todos os dias. Realmente. Nem a praia nem nenhum dia, nem nenhuma ida a padaria comprar pão, nem nenhuma revisita ao dentista, nenhuma manhã, nenhum entardecer, nenhuma viagem de elevador, nenhum sonho noturno, nem eu nem você. A vida é mudança continua. Tudo é novo a cada momento. Acordamos todos os dias já diferentes. Os outros acordam todos os dias diferentes. O que precisa permanecer é a curiosidade em descobrir o que mudou. Um olhar de interesse.Dar uma chance para o novo. O budismo fala: dar espaço para o novo. Não tentar fixar as coisas, nem as pessoas, nem nós mesmos nas mesmas bolhas. Vivemos e a vida vive, em bolhas de histórias; todas vão estourar, umas demoram mais porque revestimos suas paredes com material de sonhos mais rígidos, mas elas com certeza, mais cedo ou mais tarde vão estourar. Bolhas estouram, outras surgem, sempre surgem, novinhas repletas de novidades para descobrir, viver e largar. A brincadeira é essa, esperar pela próxima enquanto vamos tentando descobrir a verdadeira natureza de todas as coisas, a natureza livre de tudo e de todos. Como diz na sadana que usamos para fazer a dedicação final durante os encontros: Possa eu claramente perceber todas as experiências como sendo tão insubstanciais quanto o tecido do sonho durante a noite e imediatamente despertar para perceber a manifestação de sabedoria pura no surgir de cada fenômeno.

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