quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Compulsão para compras e outros

O caminho budista pretende devolver a liberdade. Liberação das fixações, dos condicionamentos, das ignorâncias e das emoções aflitivas. Um dos passos é reconhecer os impulsos que dominam nossa vontade e transforma-los. A meditação é instrumento importante de controle da mente; no entanto, ás vezes é preciso reforços. Hoje existem vários grupos e caminhos para reforçar a disciplina. Os impulsos muitas vezes se transformam em compulsões: Compras, comida, exercícios, sexo, computador, drogas etc etc etc No entanto tudo depende de reconhecimento desse sofrimento, vontade de mudar, determinação e humildade para procurar ajuda. Paralelamente, conviver com alguém compulsivo, na confusão das aflições gera a codependência e um ciclo viciado. Se você se sente escravo da compulsão por compras ou tem alguém por perto que está se prejudicando com isso vale a pena olhar os links abaixo. http://www5.usp.br/96164/compra-compulsiva-e-problema-de-saude-e-tem-tratamento/ http://www.devedoresanonimos-sp.com.br/site/endividamento.php https://drauziovarella.com.br/drauzio/comportamentos-compulsivos/ Drauzio – Vamos falar um pouco sobre o tratamento para compulsões. Existe tratamento para uma pessoa compulsiva que faça compras ou que fique no computador 12, 14 horas por dia? André Malbergier – No que se refere às compras, há estudos sobre o assunto e uma experiência clínica maior. Em primeiro lugar, lida-se com a questão comportamental, restringido as oportunidades de acesso às compras como se faz com as drogas. Como medida inicial, procura-se reduzir e, às vezes, suspende-se totalmente o montante de dinheiro que chega às mãos dessas pessoas. Tenho uma paciente que, por causa disso, me chama de Collor e a sua mãe de Zélia, pois impedimos que tenha dinheiro à disposição, caso contrário, perderia o controle e sairia fazendo compras por aí. O objetivo dessa proposta de tratamento é fazer com que a pessoa aprenda a viver com o que ganha e a respeitar um orçamento. Pedimos que, nesse período, tente afastar-se dos shoppings e deixe de usar cartões de crédito e talões de cheque. Quanto mais pagar as compras com papel moeda, melhor. Se quiser comprar um sapato, por exemplo, pelo qual se dispõe a pagar R$ 50,00, sairá de casa levando essa quantia e talvez um pouquinho mais para tomar um lanche. O problema é que, em geral, as pessoas se sentem de certa forma humilhadas porque possuem médio ou alto poder aquisitivo, não lhes falta dinheiro, mas são tratadas como crianças. Existem alguns estudos com medicamentos antidepressivos para controle da compulsão por compras, mas sempre fica a dúvida sobre sua verdadeira eficácia. Uma das drogas é o Citalopran, um antidepressivo que vem sendo submetido a testes, inclusive comparando seu efeito com o do placebo, e que parece diminuir a compulsão pelas compras. Isso sugere que se pode associar medicação e terapia comportamental. Nos casos de uso abusivo do computador, não existem estudos – pelo menos que eu conheça – sobre a ação dos antidepressivos. Por isso, o tratamento é basicamente comportamental a fim de tentar impedir o acesso fácil e ilimitado do usuário.

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