terça-feira, 19 de julho de 2011

O que a raiva faz com a gente....

Primeiro é entender o que é raiva.
Existe até um preconceito em aceitar que estamos sentindo raiva; isso porque em criança essa não era uma emoção “autorizada” sem drama pelos adultos.

Quando as coisas não correspondem às expectativas é normal sentir raiva, ou não?
Sentir raiva não é pecado; deixar a raiva colar e fazer companhia por horas, dias e até anos é o grave engano.
Não é o caso ser apático, conivente ou deixar rolar a impunidade; a questão é como responder às adversidades.

Refletindo melhor, raiva é irmã da birra infantil, é algo ligado a mimo: quando não fazem o que estou pedindo,o que quer, isso me dá raiva.
Quando os fatos contrariam – estando no estado adulto – seria mais razoável, “dar um passo atrás”, analisar as expectativas criadas no passado, compreender o que mudar e passar para o futuro.
A sensação de sentir raiva é bastante corrosiva e no Budismo é dito que é a emoção que mais desfaz o poder espiritual.

Sentir raiva do que passou consome uma energia imensa (a raiva sempre se refere a algo que já aconteceu); energia que faz falta para concretizar projetos do momento presente.
Na verdade não sentimos raiva de alguém, sentimos raiva de algo que a pessoa nos fez – focar a dificuldade do tamanho exato que é, tira o drama e deixa a questão de tamanho que possamos trata-la.

Por trás das sensações que doem existe sempre um apego.
O apego da raiva é às crenças pessoais: as coisas tinham que acontecer do meu jeito.......
Descobrir na raiva “o eu e o meu” permite que o julgamento que estamos fazendo da situação seja mais honesto.
Quando sentimos raiva de alguém, de algo ou de alguma situação estamos colocando o poder, que deveria estar conosco, nesse objeto de raiva.

Existem circunstâncias que têm o poder de tirar do sério; e aí o que fazer???? Parece que elas nos dominam e.......quando percebemos já reagimos.
O truque é estudar o que antecede, qual o momento que precede a explosão nessas situações.
Nesse minuto antes da raiva é possível desviar a atenção, sair, ir ao banheiro, evitar o encontro, fazer uma piada, rir internamente, tomar água etc etc etc.
O que acontece no momento seguinte já é a armadilha que vai de prender – seja esperto escape da bandida – isso vai devolver o bem mais precioso: A LIBERDADE.

Como em todos os sofrimentos, na raiva também nos sentimos o centro do mundo !!!!!!! nosso bem-estar em 1ºlugar !!!!!!??????

Uma das inteligências é “colher a raiva ainda em botão”, como diz Allan Wallace no seu livro “Budismo como atitude”Não sei se te contaram mas.....para todos nós a vida vai terminar em breve inevitavelmente, evite desperdiçar o tempo. Use o tempo de forma inteligente, há muita coisa para aprender e se divertir.

Um comentário:

  1. Na prática, pensar que se está com raiva de algo que foi feito, e não da pessoa que fez algo, funciona mesmo! O motivo da raiva, por mais que tenha conseqüências, é algo que se pode conceber como finito, enquanto o causador, como pessoa, existe sem que nós saibamos até quando, podendo levar-nos a transformar a raiva em ódio. Texto simples, porém profundo.

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