sábado, 5 de outubro de 2013
Apenas uma mancha no quadro branco
A Gláucia chegou, segunda-feira, chorosa para trabalhar.
_O que aconteceu no fim-de-semana ? você preparou tão bem a festa de aniversario do teu marido, e aí?
_minha melhor amiga não foi, nem telefonou, não vou perdoar....
_mas...foi muita gente , não foi?
_foram sim: a família dele toda, minha madrinha, meu filho o namorado dele, e tal,e tal, e tal....mas ( soluçando) minha melhor amiga não apareceu, nem ligou – e eu tive tanto trabalho para fazer uma festa bonita....
_ mas foi tanta gente, só porque ela não foi você estragou a tua festa no teu coração ????
Então....
Essa amiga era a que a Gláucia queria que tivesse testemunhado seu enriquecimento, sua prosperidade, fruto de muito esforço, trabalho, cansaço, vários sapos engolidos, medos superados, preconceitos vencidos, superação de tantas dificuldades desde a infância pobre, do abandono e das humilhações experimentadas.
A amiga importante não tinha aparecido para aplaudir suas conquistas.
E eu chorei junto.
Chorei porque lembrei as vezes que isso me aconteceu.
Porém....
E tem sempre um porém: que raios é que temos um quadro branco, limpinho e focamos o olhar na pequena mancha preta que apareceu?
Por que será que o que contraria nossa expectativa toma mais valor do que os triunfos alcançados?
Com certeza deve vir daquele pedaço da mente que ainda é infantil.
Daquela parte da mente que presta atenção ao que falta e não valoriza tudo o que já está conquistado.
Sabe??? É aquela insatisfação que envenena a felicidade e rouba nosso prazer; nossa mente parece que está sempre aflita pela falta de alguma coisa, sempre carente....
É o que o Budismo chama de desejo ilimitado, a emoção que rouba a lucidez e as escolhas inteligentes.
Que tal treinar evitar esse comportamento?
é fácil:
a cada reclamação que surge na mente, lembrar que você está “olhando” para o que não está e mudar o olhar sem drama para o que realmente já existe. Nessa atitude é possível descobrir como aproveitar com liberdade o que está acontecendo ou descobrir o que e se é possível fazer algo para transformar o que não concordamos.
Essa postura é chamada no Budismo de Sabedoria Discriminativa do Buda Amithaba ( Inteligência que vibra a cor vermelha)
Se você quiser passar algum tempo agradável para os olhos e para o coração assista no Youtube o inspirador vídeo:
Siete maravillas del mundo budista
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