quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Quem sou eu?

Se eu perder meu nome e minha história nesta vida...o que sobra de mim? Um vazio? Não. Sobra exatamente o que sou, minha essência. O Budismo diz que somos a soma dos 5 skandas ou os 5 agregados: 1- Uma parte física, o corpo 2- Os sentidos, que nos fazem conhecer a realidade de acordo com nossas capacidades 3- As percepções, o julgamento ( preconceitos) que fazemos da realidade que captamos : bom/ruim, meu/teu, pequeno/grande, alto/abaixo etc 4- As formações mentais, os pensamentos, os condicionamentos e fixações 5- A consciência, as identidades construídas. Um agregado “dita” o outro de frente para trás, de trás para frente; um vai se refletindo no outro. Os 5 agregados forma um todo. O exemplo tradicional dado por Buda é o da carroça. Aqui substituímos por um carro : O carro são suas rodas? O carro é seu motor? O carro são seus estofamentos? O carro é sua lataria? O carro é o combustível que usa? Separados não são nada. Mas então o que é um carro? É tudo isso mais sua função de transportar pessoas. Quem sou eu? Com certeza não sou aquilo que meus pais queriam que eu tivesse sido, que meus filhos esperavam que uma mãe perfeita fosse, que os todos os clientes esperavam encontrar... Até carente...e iludida tentei ser, mas não deu! Não sou apenas meu corpo, que até vai se gastando com o tempo. Não sou apenas meus sentidos que vão se apagando com o tempo. Não sou apenas minhas opiniões que também vão se transformando com o tempo. Não sou apenas os condicionamentos que me engessam porque alguns até já quebraram e perdi; e outros surgiram com novos sustos. Não sou apenas as identidades que construí porque já mudei o cartão de visitas varias vezes: filha, estudante, namorada, esposa, mãe, professora, terapeuta, aposentada.... e...afinal que sou eu? Sou tudo isso, mais os rastros e as histórias que deixei. "Acordar para quem você é requer desapego de quem você imagina ser." Allan Watts

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