quinta-feira, 2 de julho de 2015

A culpa e suas prisões

A mala da culpa é bastante pesada. Em contato com o ocidente SS Dalai Lama teve dificuldade em compreender o que é culpa. Questionava ele: “como alguém pode não gostar de si mesmo?” Quantas vezes deixamos de nos gostar.... Como se as preocupações evitassem que os medos se concretizassem... Como se sentindo as raivas a vida ficasse do jeito que queremos... Como se com culpas desse para usar borracha ou a tecla delet na vida... Se arrepender tudo bem, remorsos não. Perceber o engano sim, culpar-se não. Como podemos nos culpar por que não soubemos fazer melhor? Como alguém pode punir uma criança por seus erros na redação se está aprendendo a escrever? Como nos culpar, se estamos aprendendo a viver?Como nos livrar da vergonha daquilo que não conseguimos? Culpa de não acertar, de não agradar, de perder, de fracassar, de nãoajudar. Culpa de ter, de não ter, de dar, de não dar, de esquecer, de não esquecer, de desistir, de não tentar...e aquela culpa inútil: se eu tivesse feito melhor, se eu tivesse feito diferente... A culpa arma um jogo cruel: sentimos-nos culpados, culpamos outros e pior, armamos situações para que nos culpem. A questão séria é que para todo culpado existe uma “prisão”. Quando a culpa aperta o coração, construímos uma prisão, algum tipo de prisão... como se fosse uma penalidade: dor nas costas, torcer o pé, enxaqueca, perdemos coisas, afastamos pessoas, nos sabotamos, comemos além da fome, bebemos além da festa...gastamos além do saldo, não cobramos o que merecemos, não conseguimos nos defender.... Qual o antídoto da culpa? É o perdão. O perdão vem do coração bondoso e valente; aquele coração que sabe que sempre haverá uma nova chance Perdoar não é esquecer; perdoar é libertar-se e libertar os outros para continuar caminhando mais leve. Somos o que somos, apenas humanos imperfeitos. E tudo bem... Precisamos acolher nossas fragilidades e nossa humanidade. Não precisamos do perdão de ninguém. Precisamos o perdão de nós mesmos. O perdão devolve o respeito. Mas...se de todo for difícil evitar se culpar...o tempo vai ajudar a suavizar. E... enquanto o tempo não cura , ajuda repetir com um leve sorriso: Eu me perdoo por não ser a pessoa que gostariam que eu fosse.... Eu te perdoo por não ser a pessoa que eu gostaria que você fosse...

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