quinta-feira, 23 de março de 2017
A desconfiança que nos acompanha
Pela visão da filosofia budista temos 8 consciências: a olfativa, a do paladar, a visão, a tátil, a auditiva, a mental, a aflitiva e a das memórias .
A consciência da mente aflitiva é reconhecida por delusões: raiva/ frustração, carência/ ciúme, ignorância/preguiça, desejo ilimitado/ estratégias obsessivas, vaidade/ artificialidade, inveja/ competitividade.
Todas dentro da bolha do MEDO e o medo dentro da bolha da IGNORÂNCIA.
No estado mental da inveja/ competitividade, chamado de reino dos semi-deuses, temos uma companhia constante: a DESCONFIANÇA.
Com a desconfiança como parceira andamos sempre armados, olhando para trás; tentamos descobrir quem está nos enganando, onde estará o inimigo?
...na propaganda enganosa, no elogio exagerado, na generosidade gratuita, nas promessas de amor eterno, nas dietas milagrosas, nos seguros seguros, nas ameaças????
Também não é por acaso...quantas vezes a ingenuidade nos traiu e caímos em armadilhas!
A questão é: a desconfiança permanente rouba energia , obriga a ficar vigilante para defender os direitos com causa ou sem causa.
E a vida vai passando....e a saúde também.
A desconfiança permanente é um estado neurótico que nasceu de um susto, que se repetiu, se fixou, ensinou a se defender com rigidez e ter um olhar caótico para as aparências.
Resta agora desconstruir esse olhar, soltar, recuperar a CONFIANÇA NA NATUREZA LIVRE e construir um novo olhar.
Em qualquer estado aflitivo é possível encontrar a desconfiança, que na maioria das vezes não vai encontrar o inimigo.
Encontrar um caminho do meio seria muito bom; encontrar a atenção sem rigidez.
Atenção com um sorriso.
Porque mesmo com toda a atenção, nada é garantido, nem podemos confiar sempre, nem desconfiar permanentemente.
Como diz o Lama, no Samsara o cobertor, para um lado ou para outro, é sempre curto.
Mas... como comentou o neto Thiago: que bom viver soltinho!
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