quinta-feira, 9 de março de 2017

O drama nosso de cada dia

Uma fonte clara das aflições é o drama que colocamos no que vivemos e como contamos os sustos. O exagero nas aflições é reflexo de nossas raivas,medos, intolerâncias, frustrações e decepções. Tich Nhat Han, Mestre budista, sempre aconselha não exagerar nosso sofrimento, pois há destruição nessa amplificação. Não é só no sofrimento, é nas vitórias também. Nos 2 casos é fugir da realidade. Na verdade exageramos, colorimos com cores mais fortes, para ganhar plateia, para “aumentar nossa fama” e ganhar mais atenção – porque afinal continuamos mimados e carentes...frente a outros e frente a nós mesmos. Parece até que nossa biografia vai ficar mais interessante. Experimente descrever um fato, um susto ou uma vitória que levou sem usar adjetivos....vai ficar meio sem graça. Lembro uma amiga que dizia que não tinha graça me contar as coias porque eu repetia sem os adjetivos e não dava o efeito que ela desejava..... No caso dos sofrimentos o Mestre vietnamita usa como metáfora uma flechada: evidentemente esse primeiro golpe provocará dor ou alguma ferida.”Mas se, depois, uma segunda flecha atingir a mesma ferida seu sofrimento aumentará tremendamente. Seu exagero é como a segunda flecha. Um bom praticante não permite que a segunda flecha venha. Ela é seu desespero e sua raiva diante da dor inicial da primeira flecha.” O Mestre também comenta que a segunda flechada não vai apenas dobrar, vai tornar a dor 10 vezes mais intensa. “O desespero é uma flecha muito poderosa” Como diz Mary English em “Os monges e eu” muitas vezes ampliamos o que é e o transformamos no que não é.

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