A história abaixo foi
encontrada no livro “An Empty Mirror” de Wetering.
Em um antigo templo, vivia
um monge que cuidava do mestre aposentado e do famoso jardim do templo.
Certo dia chegariam
visitantes de longe para admirar o jardim e então, por toda a manhã, o monge
passou meticulosamente o ancinho na areia, juntando com esmero todas as folhas
espalhadas.
Depois de deixar tudo no
ponto, notou que o velho mestre observava seu trabalho por cima do muro do
jardim.
“Muito bem”, disse o
velho,” mas está faltando uma coisa”.” O que?”. Indagou o monge.
Pegando num galho que se
inclinava sobre o muro do jardim, o mestre balançou forte a árvore, espalhando
uma cascata de folhas de outono por cima da areia imaculadamente limpa.
“Assim”, disso o velho mestre. “Agora está perfeito”.
Somos parecidos com esse
monge, queremos um caminho perfeito, queremos encontrar algo que deixe a
paisagem bonita e a vida serena.
Queremos jogar fora todas
as coisas, relações, emoções, manias, sensações e situações que incomodam,
jogar fora como as folhas mortas.
Mas não dá.
Não fomos preparados para
aceitar a vida como ela é.
Não fomos preparados par
enxergar a beleza e o sentido das folhas que também caem no nosso jardim.
Quem é que balança tua
árvore?
Um filho, um marido, um
colega de trabalho, um vizinho, uma paixão antiga, falta de dinheiro, teus
pensamentos?
Assim é a vida, como o
jardim do monge; limpamos o terreno e esperamos quais folhas irão cair. Aí
limpamos novamente.
Nossa prática não deveria
ser querer eliminar as folhas permanentemente; deveria ser querer criar um
jardim cada vez mais amplo que pudesse acolher mais folhas, até que possa
conter serenamente qualquer coisa que aconteça na vida.
Quando descobrimos a
aceitação e aprendemos a responder a cada momento da vida como ela é,
descobrimos então que cada folha caiu no lugar certo.
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