quinta-feira, 24 de setembro de 2015

A melhor pratica espiritual

A melhor pratica espiritual é nossa vida. Trazer benefício às pessoas é o sentido da vida segundo o Budismo e varias outras tradições. Aí perguntam: mas a vida é só pensar nos outros???? A questão é que primeiro é preciso reconhecer que somos todos e com tudo, interdependentes. Quando uma unha fica doente, não fingimos que não estamos vendo, nem cortamos o dedo fora; essa será a unha que receberá mais atenção e cuidado. Assim é na vida; atenção e interesse por tudo e por todos. Romper a ideia que existe a pratica e existe a vida separadas é o que dificulta, não há momentos especiais pra praticar, todas as oportunidades podem ser aproveitadas. Não há lugar certo, porque vamos carregando nossas fixações para todos os lados. O cotidiano é nosso melhor mestre porque nos coloca na confusão, e podemos testar os treinamentos e os ensinamentos para transforma-la. “O templo/lugar da pratica mais elevada é onde nossos pés estão tocando” –diz Mestre Dogen. Até novembro! https://www.youtube.com/watch?v=EcKea-10--E

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Quando encontrei os lamas

Foi difícil quando encontrei os lamas Quando se aproximava minha primeira visita a um Lama Rinpoche tibetano (professor com grandes capacidades de lucidez), pessoas já acostumadas a essas reuniões alertaram para que diminuísse as boas expectativas. O encontro poderia não ser muito tranquilo Como assim? Ele não era uma pessoa especial com quem eu descobriria novas e boas soluções? Talvez... Mas antes de disso ele se faria meu espelho para que enxergasse os aspectos da mente que precisava transformar. Mas isso seria feito sem ameaças, com doçura e delicadeza. E não aconteceu apenas nessa visita, mas em todas as outras que viriam acontecer desde 2000. E foi assim mesmo. Além das minhas experiências pude testemunhar outras pessoas passando pelos mesmos processos. Em cada encontro, um ou vários degraus acima na escalada. Mas... nem sempre foi fácil, aliás em varias ocasiões foi bem doído. Mas as “coisas” vão aparecendo tanto quanto eu já tenha capacidade de lidar. Além disso e, principalmente, pude viver descobertas sobre mim que só com eles seria possível fazer em segurança. Esses Mestres têm a capacidade de tornarem-se espelhos e assim, não se misturam com nossas sombras, simplesmente refletem e depende de nós encarar ou adiar. Mas mesmo assim prefiro reconhecer minhas sombras nessas situações a esperar que a vida dê um “tapetaço” e eu as descubra nos sustos. Se você tiver oportunidade de acompanhar a visita de algum Rinpoche, aproveite e observe o que acontece. Mas é bom apressar-se porque esta é a última geração de Lamas nascidos e formados na verdadeira tradição do Tibet, eles já estão velhinhos. Apenas mantenho o cuidado de checar se estão autorizados por SS Dalai Lama, em quem reconheço autoridade honesta e compassiva por sua história sem contradições, corrupções e oportunismos. Lama Zopa Rinpoche, um dos Lamas tibetanos importantes de nosso tempo está chegando ao Brasil para uma breve visita entre palestra e retiro, veja no link abaixo. http://www.cebb.org.br/lama-zopa-rinpoche/ Corra! Está terminando o tempo!

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Vem comigo

Ouvindo a canção de ENZO GRAGNANIELLO “(come) With Me”, encontrei um texto que parece uma fala budista. Veja comigo: mergulhe comigo para encontrar nas profundezas do mar o que está faltando aqui. venha comigo comece a entender como sofrimento é desnecessário. olhe para este oceano ele nos infunde medo ele está tentando nos ensinar algo: como nós torturamos almas que desejam voar? se você não for até o fundo você nunca poderá saber. Não olhar apenas para o lado ruim das coisas e deixe este coração solitário e abandonado na rua. levante comigo e comece a cantar como a nota doce do ar traz. feche os olhos você continua a voar enquanto o vento leva-nos lá onde existem as palavras mais bonitas que você toma para aprender. (ahh) como nós torturamos almas que desejam voar? se você não for até o fundo você nunca pode saber como não olhar apenas para o lado ruim das coisas. deixe este coração solitário e abandonado na rua.

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

A Inteligência branca

A Sabedoria de Darmata vibra cor branca Texto importante que li nos ensinamentos do CEBB através de Lama Padma Samten : A sabedoria de Darmata é a compreensão do espaço básico. Quando entendemos que aquilo que está se manifestando hoje também é uma fraude, entendemos Darmata. Compreendemos que todos os jeitos particulares que manifestamos são construções; porém, existe uma natureza livre de onde as construções brotam. Todos esses aspectos são transitórios, construídos. A nossa natureza é uma natureza livre, que ri dos nossos votos samsáricos. Quando olha paras nossas construções samsáricas, nossa natureza sabe que elas não perduram. Se ainda assim insistimos – “não, eu sou sério, é isso mesmo” – aí, a natureza de Darmata despacha Maharaja e …. bum!…derruba aquele ser que insiste em ficar fixado em alguma coisa. Então, no mínimo vocês pensem: nós envelhecemos e morremos. Aí aquilo que nós éramos se dissolve. Então não adianta nós nos fixarmos teimosamente. Nós não somos isso. A sabedoria de Darmata é a sabedoria de ver o que nós verdadeiramente somos. É o olhar que atravessa a aparência e vê a natureza livre que cria as nossas manifestações. Nós não atingiríamos a liberação sem a sabedoria de Darmata. Não é possível, porque não há nenhuma identidade que possa se construir livre. A liberdade não é uma construção, não é uma identidade, ela é nossa condição natural. As nossas prisões, as nossas manifestações comuns são manifestações dessa liberdade. Essa liberdade permite que a gente se construa de muitos modos. A sabedoria de Darmata é isso A etapa mais profunda do acolhimento é entendermos que o outro tem a natureza de Buda. O olho mais benigno, mais amoroso que podemos ter em relação a qualquer pessoa é não acreditar na cara que a pessoa está manifestando. É dizer: “você é livre, você tem uma natureza livre, você pode fazer outras coisas”. Por exemplo, uma professora, olhando um pestinha dentro de sala de aula, através da sabedoria de Darmata, pode dizer: “oh, a natureza dele é a natureza de Buda. A natureza de Buda é a natureza livre. Todos os seres tem a natureza livre”. LIBERAÇÃO

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Poder das fotos é real?

Pegue a foto de alguém querido ou, que é ou foi importante na tua vida. Olhe... o que você está sentindo? Este é um dos exercícios de Lama Padma Samten para compreender o que é coemergência. O que você está sentindo? O que está te relembrando? .......................................... Na verdade o que você está olhando é apenas papel com tinta ou a imagem na tela de um eletrônico. A sensação dessa imagem acontece dentro de tua mente, despertando lembranças e mexendo com as energias de atração ou aversão. A mesma imagem mostrada para outra pessoa não provocaria as mesmas impressões ou impressões diferentes. Conclusão: os atributos não estão na pessoa da foto, estão na memória que você guardou delas a partir de experiências compartilhadas. Para que serve esse exercício? Para compreender que a realidade entre o que percebemos através dos 6 sentidos ( 5 sentidos mais o mental) e as sensações que nos provocam é interdependente – intimamente ligada aos conteúdos que carregamos e herdamos. As situações não provocam o mesmo para todos, depende dos conteúdos mentais de cada um; assim a realidade é relativa e não tem como ter certezas e opiniões absolutas. Descobrir uma barata na cozinha ou um fio de cabelo no prato de comida vai variar muito para cada um. Então...não é nem a barata, nem o fio de cabelo, que tem atributos fixos ;é a interpretação de cada um . Observador e objeto brotam juntos; mudar o olhar para o mesmo objeto pode alterar, com certeza altera, a relação com esse objeto. Não é determinada pessoa que tem um aspecto negativo; essa pessoa desperta em mim esse aspecto. As coisas não são bonitas, nem feias; dentro de mim é que é percebido como feio ou bonito. A realidade é um espelho do que foi construído dentro de cada um. As circunstâncias são também espelhos. Perceber que o que acontece fora espelha o que acontece dentro é uma terapia barata mas muitas vezes difícil de aceitar. Dentro de nós é possível mudar quase tudo, fora vai ser difícil. Essa é a grande liberdade.

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Encontrei Pasárgada

Vou embora pra Pasárgada Eu era pequena e meu único tio era grande, voz forte de advogado e na minha lembrança ele era rodeado de livros, poesias, discos clássicos, ele parecia bravo – não sei... Quando estávamos (os primos) muito agitados, punha todos no chão para brincar de lagarto imóvel e declamava; um dos temas era de Manuel Bandeira. Tantas décadas depois releio o poema, “reouço” na memória a voz forte de meu tio e percebo que o alívio desse refugio prometido encontrei finalmente dentro de mim mesma através da filosofia budista; igualzinho às metáforas, não era mentira pra criança ficar quieta...era verdade. Vou-me Embora pra Pasárgada Manuel Bandeira Vou-me embora pra Pasárgada Lá sou amigo do rei Lá tenho a mulher que eu quero Na cama que escolherei Vou-me embora pra Pasárgada Vou-me embora pra Pasárgada Aqui eu não sou feliz Lá a existência é uma aventura De tal modo inconsequente Que Joana a Louca de Espanha Rainha e falsa demente Vem a ser contraparente Da nora que nunca tive E como farei ginástica Andarei de bicicleta Montarei em burro brabo Subirei no pau-de-sebo Tomarei banhos de mar! E quando estiver cansado Deito na beira do rio Mando chamar a mãe-d'água Pra me contar as histórias Que no tempo de eu menino Rosa vinha me contar Vou-me embora pra Pasárgada Em Pasárgada tem tudo É outra civilização Tem um processo seguro De impedir a concepção Tem telefone automático Tem alcalóide à vontade Tem prostitutas bonitas Para a gente namorar E quando eu estiver mais triste Mas triste de não ter jeito Quando de noite me der Vontade de me matar — Lá sou amigo do rei — Terei a mulher que eu quero Na cama que escolherei Vou-me embora pra Pasárgada. ________ Vamos juntos?????

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Coroação ou comemoração

Por que essa duvida? Você pode perguntar. Porque o que para mim pode ser coroação para você pode ser simplesmente comemoração. Tudo depende do ponto de vista. Era um aniversario e eu acreditando que estava agradando comentei, sabendo dos desafios superados, que a ocasião especial era uma coroação. O aniversariante longevo, irritadíssimo, argumentou que era apenas uma comemoração !!!! Por que a irritação? Por não ter recebido o devido reconhecimento em vida por seus esforços profissionais; e falou isso com pesar. Tentei argumentar, mas foi inútil. Onde é que cada um de nós se sente injustiçado? Em qual das 8 partes da pizza da vida? Na profissão? Na diversão? No conhecimento? Nos amores? Nas realizações? Nas finanças? Na relações familiares? Na saúde/espiritualidade? Por partes: *Primeiro passo: perceber o quanto o Ego é carente e mimado. *Segundo passo: fazer a valorização real das 8 áreas da vida. Até interessante pedir a observação de uma pessoa confiável para descobrir se estamos sendo honestos. *Terceiro passo: perceber as expectativas exageradas que compramos sobre a vida e sobre nós mesmos. *Quarto passo: tentar refletir sobre a importância que nosso Ego precisa construir para se defender e para brilhar.... Será que não há um terrível engano nesse passo? Por que? Porque tudo para o Ego é pouco , ele é insaciável e foca no que falta, embaçando o que de fato existe. A vida mais alegre é aquela que não espera tanto reconhecimento, tanta coroação, que sua maior alegria é pelos resultados. Construir olhares positivos ajuda a caminhar sem tanto peso, SEM TANTO DRAMA, até a “última estação” DESTA VIDA.