terça-feira, 10 de abril de 2012

Os vícios da solidão

Remédio demais, comida demais, exercícios demais, sexo demais, procura demais, sedução demais, compras demais, café demais, cigarro demais, coca-cola demais, cigarro demais, falatório demais, álcool demais, viagens demais, economia demais, família demais, dívidas demais,
trabalho demais, maquiagem demais, festas demais, isolamento demais, jogos demais, internet demais...

assim vivem os solitários.
Conheço uma pessoa exemplo para cada um dos padrões, acredito que você também; aliás alguns padrões percebo clara ou disfarçadamente em mim mesma.

A questão é: quando chega o “demais”?
É o momento em que quando não atendemos o desejo, perdemos a alegria; então o desejo se transforma em apego e esse desejo/apego se torna o senhor das nossas escolhas, nos controla e perdemos o espaço da liberdade.

Essa busca incessante de alívio para a solidão dos que se abandonaram na falta de reconhecimento das pessoas, de pessoas que eram importantes na sua vida de criança, de adolescente, jovem ou adulto.
Essa sensação de desvalorização é o berço gelado do complexo de inferioridade.
Os vícios parecem encobrir a falta de afeto enquanto anestesiam a vida, aparentemente, vazia.

Mas...por que não nos ensinaram desde pequenos que somos nós a pessoa mais importante para nos dar reconhecimento e afeto? Nós somos, ou deveríamos ser, nossos melhores amigos.
Os outros, eles também estão ocupados nas suas buscas para encontrar suas soluções; provavelmente eles também não tiveram ninguém que os ensinasse a autonomia do afeto.

A opinião e comportamento dos outros....ora, pertencem ao outro. Pra que deixamos colar as críticas? Pra brincar de vítima? Essa história sempre acaba mal. No final os outros sempre acabam “indo pra festa” e a vítima fica cada vez mais embrulhada na tristeza.

Afeto é troca; como é possível esperar encontrar fora o afeto quando nem sequer é possível sentir afeto incondicional por si mesmo?
Afeto incondicional é compaixão; compaixão é a compreensão lúcida e bondosa da realidade de cada um, em seu próprio mundo.
Somos todos sobreviventes imperfeitos, mas somos sobreviventes.
A história de cada um sempre daria um romance.
Reconhecer nossos esforços para ir vivendo e tentando encontrar a felicidade é uma questão de auto-respeito, de aprender a se honrar.

Quando um vício é bloqueado sem despertar auto-valorização nesse lugar, esse vício brota em outro vício.

Portanto, se você cultiva um vício ou conhece alguém mergulhado em um vício, dedique compaixão e ajude a descobrir autonomia do afeto em si mesmo, é uma boa saída para reencontrar a alegria.

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