quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Nosso casamento, o 4º movimento do Concerto da Vida

Depois de ensaiarmos durante 8 anos, depois de nos entretermos e entreter quem assistia e acompanhava nossos “episódios”, vamos entrar no 4º movimento do Concerto. Um Concerto comumente tem, como nossas histórias, 4 movimentos: O primeiro, um “allegro”, é uma apresentação entusiasmada, curiosa pelos próximos eventos, meio marota, com olhares maliciosos e muitas vezes com um suspense de duvidas originadas em antigos sustos. O segundo movimento, um “andante” é lento; às vezes até triste, os “adágios”. Quando passadas as novidades, as projeções se dissolvem e enxergamos os fatos como eles são – enxergamos nossas humanidades, simplesmente humanos imperfeitos em busca da felicidade, em busca de aliviar as solidões e os medos escancarados ou disfarçados. Brigas, separações, retomadas, novos scripts, mais tentativas. E a vida passando, o relógio rodando. O terceiro movimento, é mais um “alegro”, desta vez mais adulto, retorna a esperança; surge a coragem de superar as diferenças, desatar nós ( pelo menos afrouxar), surge a tolerância calma. E...aprendemos a viver , conviver , compartilhar e comemorar as coisas boas; e...principalmente aprender a transformar as coisas ruins em vantagens e.... sorrir. Sorrir muiiiito para as dificuldades, porque tudo muda a cada instante. Tudo e todos nós merecemos uma nova chance porque despertamos pela manhã sempre novos. O 4º movimento é o “gran finale”, uma grande dança, ou a comemoração de uma vitória; algo generoso, que quer compartilhar os sucessos dos esforços pela caminhada, a chegada, o final do projeto. Só que o final é ao mesmo tempo o início de um novo tempo, de uma nova história. Aprendemos o que tínhamos que aprender sozinhos, terminado o aprendizado, agora é tempo de novos aprendizados a dois. E o casamento não é a fase “game over”; é uma oportunidade de dividir a vida, a cama, as contas, os perigos, as aventuras , um bom lugar para treinar entender e atender o outro no mundo dele, descobrir suas qualidades e promessas, ajudar a dissolver ou acolher seus limites com calma, cuidar um do outros, encontrar vantagens até nas negatividades, nutrir o interesse pelos interesses do outro, aprendendo a ouvi-lo, muitas vezes silenciosamente e.... descobrir juntos a transcendência: reconhecer O QUE não se move enquanto tudo se move. É por isso que resolvemos selar publica, oficial e carinhosamente nosso compromisso de sermos companheiros leais nesta quarta e última parte de nossas vidas, que é a velhice. Que esta satisfação que estamos sentindo se espalhe e, todas as direções, e toquem todos que se lembrarem de nós. Maria Helena e Rolando participam seu casamento à realizar-se no dia 8 de Novembro de 2014, 8 anos depois de terem se cruzado num café, e oferecem sua residência à beira-mar para outras conversas.

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