quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

A morte é minha melhor amiga

Ou.... Estar pronta para partir. BertHellinger, psicanalista criador do Método de Constelações Sistemicas, pergunta a uma paciente sua: A morte para você é uma mulher ou um homem? E para você? Como a morte se apresenta? Diz Hellinger:”os vietnamitas me disseram que durante a longa guerra civil eram frequentemente muito destemidos. Eles diziam : death is a lady; portanto, a morte é uma dama. Nas imagens internas a morte é frequentemente feminina.” O terapeuta que tem medo da morte não pode ajudar. E o medo da morte é o medo mais profundo, é o primeiro medo de todos nós,o que gera todos os outros medos. Portanto e ele que precisa ser melhor cuidado. Em qualquer situação se perguntamos; estou com medo do que, e se continuarmos a perguntar, inevitavelmente chegaremos ao medo de falhar, sucumbir e, sem saída, morrer. O Budismo ensina a encontrar vantagens na negatividade; e, para mim, a morte é minha melhor amiga. Porque sei que ela vai chegar, não sei quando, não sei como; arrumo minha vida, minhas coisas e minhas relações evitando adiar o que quero fazer. Aprendi no Budismo a estar sempre pronta para partir. E quando Ela, a Dama da Morte, chegar gostaria de não ter nada do que sentir remorso e ressentimentos. Apenas...me dissolvendo na luz, como uma gota no oceano. A consciência da minha morte me ajuda a viver melhor e aproveitar minha preciosa vida. Num trecho do livro para terapeutas de Constelações Familiares de Bert Hellinger “ O Essencial é simples”, encontrei o texto a seguir: “de tardinha, eles se sentaram na varanda e a ampla paisagem parecia transfigurada à luz do crepúsculo. Quando escureceu, o estranho começou a contar como o mundo mudou para ele, desde que deu conta de que alguém o acompanhava por toda a parte. De início, não acreditou que alguém constantemente o seguia, parando quando ele parava e levantando-se quando ele se punha novamente a caminho. E precisou de tempo até entender quem o acompanhava. “Minha companheira permanente”, disse ele, “é minha morte. Eu me acostumei tanto a ela que não quero mais sentir sua falta. Ela é minha melhor amiga, a mais fiel. Quando fico em duvida sobre o que é certo fazer e como devo prosseguir, fico um momento em silêncio e lhe peço uma resposta. E me abro totalmente e ela, por assim dizer, com minha máxima superfície; sei que ela está alia e que eu estou aqui. E, sem me apegar a desejo, aguardo até que dela me venha alguma indicação. Quando estou recolhido e a encaro corajosamente, vem-me, depois de algum tempo, uma palavra dela, como um relâmpago que ilumina a escuridão _ e eu ganho clareza.” Por tudo isso, a cada dia, tento aproveitar todas as oportunidades de sorrir e de fazer sorrir.

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