sexta-feira, 8 de julho de 2016
Sorrindo para o medo #4
(inspirado nos ensinamentos de Chogyam Trungpa Rinpoche)
Continuando:
Terminamos o texto anterior refletindo sobre “limpar o lixo” para ver a realidade como ela é e nos liberar dos medos.
Às vezes dá preguiça de pensar nessa tarefa, mas continuar com os medos e seus disfarces também não é nada agradável.
Trungpa alerta que um passo importante é aliviar a ideia da importância da privacidade; privacidade no sentido de se refugiar dentro de si mesmo para se esconder e esconder os medos que nos assustam não é um caminho que vai acabar bem. Mas essa fuga na privacidade vai bombardear com emoções aflitivas que não deixam relaxar.
Por outro lado no caminho do guerreiro corajoso que vence a covardia e os medos também não há necessidade do aplauso dos outros.
Outro passo importante é reconhecer a bondade que já possuímos. Essa bondade é sinônimo de coragem.
......
“A bondade está sempre lá. Sempre que vê uma cor reluzente e bela, você está testemunhando sua própria bondade intrínseca. Sempre que escuta um som belo e suave, você está escutando sua própria bondade fundamental. Sempre que prova algo doce ou amargo, você está experimentando a sua própria bondade fundamental. Se você está numa sala, abre a porta e sai ao ar livre, sente uma súbita brisa de ar fresco. Essa experiência pode durar apenas um segundo, mas esse aroma de ar fresco é o cheiro da bondade fundamental.
Coisas assim sempre acontecem mas você costuma ignora-las, pensando que são coisas mundanas e sem importância, meras coincidências da natureza nada excepcional. No entanto vale a pena aproveitara qualquer coisa que lhe aconteça que tenha essa particular natureza da bondade.”
Descobrir nossa bondade interna é descobrir ouro.
E todos, todos mesmo, têm essa bondade não agressiva dentro, é apenas uma questão de descobri-la.
Essa bondade é nossa verdadeira natureza búdica.
Foi a tua natureza búdica, tua natureza primordial, que te trouxe até aqui.
Mais uma vez: a meditação é a forma de descobrir nossa bondade, nossa verdadeira natureza primordial, nossa honestidade.
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