domingo, 13 de setembro de 2020

Buddha em Blue Jeans

 

Nas próximas semanas vamos revisitar os 15 temas de Tai Sheridan em seu “Buddha em blue jeans”

Sugiro que escolha um momento tranquilo e leia cada texto em voz alta, calmamente.

Compartilho sem propósitos comerciais e na sua forma original completa porque este é exatamente o desejo do escritor; e, se pensar que é interessante, compartilhe você também com teus conhecidos respeitando esse pedido do autor.

Tai Sheridan

Mestre Zen, poeta, psicólogo, seus livros transformam textos budistas clássicos em acessíveis e inspirados versos.

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Introdução

Este é um livro extremamente breve, simples e direto.

É um guia universal para praticar o quieto sentar e ser você mesmo, que é o mesmo que ser Buda. O quieto sentar pode ensinar você vários meios para aceitar a vida, se encontrar com a dor, agir com delicadeza e morrer sem remorsos.

Escrevi este livro por uma razão: encorajar você ao quieto sentar todos os dias.

Por favor, divirta-se sendo Buddha em Blue Jeans: uma pessoa de presença, abertura, amor e benefício.

Tai Sheridan

Kentfield, California 2011.

 

Dedicação: Ao Grande Silêncio

Quieto sentar

Esta é a prática Zen mais importante.

É uma aula para viver uma vida sábia e bondosa.

Sente-se em qualquer lugar e esteja quieto: num colchão, numa cama, num banco, dentro, fora, encostado numa árvore, à beira de um lago, de um oceano, num jardim, num avião, na cadeira de seu escritório, no chão, no seu carro.

Tapetes de meditação também tudo bem.

Sente-se a qualquer hora: manhã, noite, um minuto, 3 anos.

Vista-se com o que tiver.

Deixe a cintura livre para que seus pulmões possam se mover com sua respiração.

Sente-se o mais relaxado possível.

Relaxe seus músculos no início e durante o quieto sentar-se.

Sente-se com as costas retas, mas não duras.

Mantenha sua cabeça (levemente inclinada) de forma que suas orelhas apontem para cima.

Respeite todas as recomendações médicas.

Fique na posição que conseguir.

Todas as posturas estão bem.

Faça como puder.

Deixe seus olhos levemente abertos, mas não foque em nada.

Fechar os olhos vai te deixar sonolento, às vezes atribulado.

Respire pelo nariz com tranquilidade.

Divirta-se respirando.

Sinta sua respiração.

Observe sua respiração.

Torne-se sua respiração

Torne-se um gato ronronando.

Siga sua respiração como as ondas do oceano vindo e indo.

Quando se distrair, volte a mais simples e básica experiência de estar vivo, sua respiração.

É isso.

Sem crenças.

Sem programa.

Sem dogma.

Você não precisa ser budista.

Você pode ter qualquer fé, religião, raça, nacionalidade, gênero, classe social ou capacidade.

Apenas sente tranquilamente, conecte-se com sua respiração e preste atenção ao que acontece.

Você vai perceber coisas.

Exercite quando quiser.

Você decide quanto é suficiente para você.

Se você o fizer diariamente, vai entrar em seus ossos.

Por favor, divirta-se no quieto sentar-se!

A única forma para aprender o quieto sentar é fazendo.

 

O poeta e sacerdote zen Tai Sheridan, “Buda de calça jeans”, é um guia universal extremamente curto, simples e direto para a prática de sentar-se em silêncio e ser você mesmo, o que é o mesmo que ser Buda. Sentar-se em silêncio pode ensinar muitas maneiras de aceitar a vida, enfrentar a dor, envelhecer com elegância e morrer sem arrependimento. O livro incentiva a sentar-se em silêncio todos os dias.

 

 

 

 

 

domingo, 6 de setembro de 2020

Sustos SUstos SUSTOS

 


 

Você se lembra de um susto que passou?

Sustos são surpresas.

Sabemos que acordamos hoje e nem conseguimos adivinhar o que vai acontecer ao longo desse.

A vida é uma caixa de surpresas: sustos ou presentes.

Pare um poco e lembre do teu grande susto. De um susto que já não ameaça.

Como você se recuperou?

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Durante uma roda de conversa lembramos nossos sustos.

Todos eram sobre perdas; medo de perder a própria vida, de perder a vida de afetos, medo de perder o lar, o teto, perder a lucidez.....resumindo: perder a sobrevivência.

E como foi a recuperação desse susto?

Como você se recuperou do susto?

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Tente reconhecer:

Com certeza foi...apostando[MHQSM1]  , “auto confiando”, aceitando e se entregando incondicionalmente a esse MISTÉRIO que garante que a vida enquanto vibra encontra sempre uma forma de sobreviver.

Um MISTÉRIO sem nome, sem forma.....mesmo que se queira inventar um nome de fantasia.

Somos apenas o CHON ?

C arbono + H idrogenio + O xigenio + N itrogenio =........

E antes disso?????

Ou ...e em volta dessa fórmula?

Se o susto ainda ameaça....entregue-se nessa “fé”, mergulhe nesse MISTÉRIO do ar que respira, da planta que teima nascer no asfalto, nas estrelas que desaparecem, no escuro dos Universos, do sol que por enquanto nos aquece, do remédio que cura, nas vidas que nascem, morrem e outras que aparecem....deve existir um lugar que não muda enquanto tudo muda.

Esse lugar também existe entre as respirações, entre os pensamentos....um lugar silencioso, muito silencioso; ali o medo não chega.

Mesmo porque, não existe outra opção além de se entregar ao MISTÉRIO.

Confie na vida que vive em você, SEMPRE.

 


 [MHQSM1] Certeza fo

domingo, 30 de agosto de 2020

Sagrada Família

 


 

Será?

Convivemos com parentes que “escolhemos”.

Mas também convivemos com parentes que chegaram, aqueles que encontramos pelo caminho.

Alguns “são”, outros “estão”. Uns permanentes, outros temporários.

Não é uma questão de disputa; muitas vezes sentimos mais afeto pelos temporários.

Você “escolheu” uma célula familiar para nascer; todos que habitam nessa célula, com afinidade ou não, perto ou distantes, serão sempre tua família.

No caminho, você foi encontrando outros que foram somando: cunhados, maridos, sogros, enteados, ex disso, ex daquilo. Todos temporários.

Superando as fronteiras do sangue, na verdade somos todos uma grande família.

Porém a questão é a expectativa criada em cima de cada personagem.

Nenhum problema esperar que a mãe do teu marido faça o papel de sogra, mas esperar sentir com ela o que sentia por tua mãe....essa é a pegadinha.

Casar e esperar que o companheiro seja um verdadeiro pai, pode ser uma grande frustração.

Expectativas são sempre uma roubada, uma aposta fatal na casa da decepção.

Dar funções maquiladas faz parte do tratado do autoengano. Até confortável...mas a verdade organiza as emoções e sentimentos.

Cada um na sua função:sem culpas, sem cobranças, levando com alegria.

Assim como é vital aprender a dar nome às emoções, usar a função real com quem convivemos e conviver verdadeiramente com a função de cada um ....pode ser uma probabilidade forte de bandeira branca, de paz e harmonia.

O afeto pelos que chegam pode ser até bem maior, mas:

Pai é pai, padrasto é padrasto.

Sogro é sogro até deixar de ser.

Enteado é enteado, filho é filho.

 

Essa regra só não vale para filhos adotados!!!!!!! Que estão e serão sempre filhos!!!!!!!

 

Sogra é sogra, até deixar de ser, mas será sempre avó.

A mãe do teu namorado, tem um nome, agora ela é apenas (talvez) a futura sogra.

Eu sou sogra, não mãe.

Eu sou cunhada, não irmã.

Netos serão sempre netos; netos do coração tomara fiquem sempre perto.

Sou avódrasta, não avó.

Sou bisadrasta, não bisavó.

Sou madrasta, não mãe.

E amo todos muito, com cada um vivo alegrias.

......

Cada um no seu quadrado e todos sagrados.

 

 

domingo, 23 de agosto de 2020

2020 vamos conversar com delicadeza

 


 

Vamos conversar sobre mortes...

Com delicadeza...agora, com tantas mortes diárias talvez seja um bom momento de encarar o assunto ...com tristeza, com o susto, mas também, com ternura....com delicadeza.

Primeiro, aprendi com as folhas que caiam das arvores, depois com o animalzinho que foi embora, depois foi a vez de aprender com a despedida dos avós, depois com o (ex)marido, e agora, com a pandemia tão por perto, tão (aparentemente) absurda.

Vai daí, envelhecendo, agora na última temporada da minha história....kkk...melhor conversar com o último capítulo ....com delicadeza.

 Uma boa pergunta: algum remorso?....melhor resolver agora!

Trabalhar e compreender as mudanças da vida que segue, é a melhor forma de se preparar para olhar...com delicadeza os ciclos que se desfazem e se refazem, ciclos de vida e mortes.

A vida pode ter várias dores, dificuldades, insatisfações, perdas – vários tipos de lutos - que são uma boa oportunidade para ajudar na aceitação da morte, das mortes.

Com o tempo a gente vai aprendendo a se despedir de doces sonhos e agradecer os sonhos surpresa e os conquistados; com o tempo a gente tendo que aceitar que todos seguiremos encantados, como diz o poeta.

Apenas no momento em que reconhecemos que as coisas que pareciam permanentes e seguras, realmente são impermanentes e inseguras, surge a oportunidade de aprender sobre aceitação de que o único momento que existe é o AGORA.

O momento do AGORA é precioso.

Você quer aproveitar esse AGORA, agora e já?

 Ou vai arriscar perder este momento com as vaidades?

Com delicadeza...curta o agora!

Com delicadeza....aproveitemos o AGORA enquanto ele existe....com delicadeza sempre.

 

 

 

 

 

 

domingo, 16 de agosto de 2020

Desistir com Sabedoria

 


 

As opiniões não precisam ser sempre iguais sempre iguais sempre iguais sempre iguais....

Minha mãe foi uma pessoa bastante rigorosa.

Quando estava com mais de 80 anos, durante uma tarde de conversa, percebi que ela tinha mudado a opinião sobre o comportamento de uma pessoa próxima.

Elogiei a mudança de visão e ela me surpreendeu respondendo que não tinha mudado e, abaixando a cabeça, disse que tinha desistido. Naquela hora me assustei.

Ela? Desistindo?

Fui para casa e refleti, reflito até hoje.

Desistir com dignidade não será sábio?

Penso que sim, porque tem a ver com humildade.

Porque tem a ver com simplicidade.

Porque tem a ver com mudar de lugar.

Desistir de planejar o futuro e desistir de controlar os sonhos

Desistir de remexer o passado e desistir das explicações do que não foi e do que foi

Desistir de precisar sentir segurança sempre

e desistir das carências

Desistir de precisar agradar a todos e desistir da vaidade

Desistir de trancar portas e desistir de economizar amizade

Desistir de tudo certinho e desistir das manias

Você vai começar por onde?

 

 

 

domingo, 9 de agosto de 2020

Quando descobri....

 


 

Quando descobri que a preocupação que tinha com as pessoas mostrava que não confiava na capacidade delas... me envergonhei.

Tive vergonha porque era um tipo de cuidado que me colocava acima desse ser; um cuidado tipo bondoso, mas que disfarçava a desconfiança da capacidade desse ser.

Por que não tinha a mesma preocupação com outros afetos?

Porque, exatamente, confiava na capacidade delas.

E essa desconfiança falava muito sobre minha arrogância e prepotência e falta de fé na essência pura de vida que TODOS carregamos.

Acreditar na capacidade que TODO SER carrega para procurar e encontrar seu caminho do seu jeito foi um dos momentos em que a humildade ganhou da minha soberba; as coisas ficaram mais leves e muiiiiiiito mais simples.

Como teria sido mais fácil criar meus filhos se tivesse aprendido isso antes de me tornar mãe.

Basta manter a disponibilidade de estar junto e, apenas, saber ouvir e tentar deixar exemplos bondosos e sensatos.... e a porta sempre aberta.

Lembrei desse aprendizado lendo frases atribuídas a Lao Tsé, filósofo que viveu na China na mesma época de Buda na Índia, 5 séculos antes de Jesus.:

“Se eu deixar de interferir nas pessoas, elas se encarregam de si mesmas.

Se eu deixar de comandar as pessoas, elas se comportam por si mesmas.

Se eu deixar de pregar às pessoas, elas se aperfeiçoam por si mesmas.

Se eu deixar de me impor às pessoas, elas se tornam elas mesmas.”

 

 

 

 

 

domingo, 2 de agosto de 2020

O preço dos segredos




As series e filmes estão repletos de segredos e artimanhas para escondê-los, além da rede que a imaginação consegue inventar.
Enquadrando todas aflições estão as mentiras.
Aprendi com Bel Cesar que “a verdade organiza”. Talvez seja o caminho mais difícil, mas organiza.
Mas.... cada caso é um caso.
Os segredos são responsáveis por várias mentiras.
E é um peso; os nossos segredos e os segredos dos outros.
Já ouvi SS Dalai Lama dizer:” se não puder contar, não me conte; não guardo segredos”
Guardar segredos é pesado; disfarçar é mais pesado ainda, mas às vezes é necessário.
Existem segredos de vida que até é gostoso guardar; segredos de experiencias que só nós sabemos o sabor e que outra pessoa não vai entender ou saber compartilhar a sensação.
Existem segredos que viram segredos por culpa; outros por medo.
Existem segredos que ameaçam outros.
Existem segredos que escondem vergonhas.
Existem segredos que vão embora com a morte.
Existem aqueles que obrigam a usar máscaras.
E existem segredos que acabam desvendados.
E tudo faz parte da nossa história; acolho meus segredos com um sorriso, acolho os segredos dos outros com respeito...enquanto o tempo passa e os dissolve lentamente na memória.
E os teus? bem guardados?