quinta-feira, 29 de março de 2018

Liberando tensões e medos




Como se liberar dessas sensações aflitivas que nos engaiolam?
A gente tem pressa de se livrar disso; mas, muitas vezes, quanto mais tentamos mais elas ganham importância. Vão ganhando importância e espaço.
Então aqui vai uma sugestão que deu certo para mim e para outras pessoas.

Depois de fazer respirações profundas, adote um ritmo de respiração tranquilo, sem esforço.
Imagine que sua mente é um espaço aberto, vasto, expansivo e sem fronteiras. Pense em seus pensamentos, sentimentos, emoções, expectativas e medos como nuvens, que se formam e depois desaparecem nesse vasto espaço aberto.
Perceba que todos esses pensamentos (“eu queria estar mais calmo”, “ele disse isso e aquilo”, “não posso esquecer de fazer isso, etc etc...”) e todas as emoções (“me sinto inquieto...magoado...confuso) são insubstanciais como as nuvens.
Imagine que eles vão surgindo, um por um, e desaparecendo na amplidão limitada de sua mente.
Depois descanse um pouco, mantenha-se nesse espaço, sinta-se calmo e relaxado – ou, pelo menos, imaginando se sentir assim.
Fique em silêncio desse jeito de um a dois minutos.

Assim aprendi com Thupten Jinpa.


quinta-feira, 22 de março de 2018

Quem pode ajudar?




Em meio às aflições é inteligente buscar ajuda.
Ajuda de um médico, um terapeuta, um professor... confiável.
Alguém que ouça com interesse, sem preconceitos, sem julgamento.
Alguém que possa oferecer uma saída viável.
A questão é que a solução, o alívio sempre vai contar com nossa participação.
A questão é que o assunto não se resolve fora, o assunto é sempre interno.
Não dá para mudar fora, mas dá para mudar nossa posição.
Aí tem um texto que Shantideva, autor budista indiano do século VIII , oferece  uma analogia:
“se tentássemos cobrir a face da Terra com couro para proteger nossos pés, onde encontraríamos couro suficiente? Em vez disso, podemos cobrir a sola de nossos pés com sapatos de couro e atingir o mesmo propósito. A melhor solução para um problema é aquela que você pode encontrar dentro de si.”
                                                                                 

quinta-feira, 15 de março de 2018

Na hora da indignação




Sabe aquele momento que você percebe a falta de bom senso da pessoa? Do absurdo em que ela está caindo?
Aí dá aquela raiva... dá uma revolta...uma indignação.
Reagimos... até muitas vezes por amor; por um amor aflito.
Chega aquele momento em que é a gente que está “pondo o pé na jaca”, “botando a pata na poça”, “rodando a baiana” na hora imprópria, escolhendo um tratamento diferente etc etc. Você conhece esses momentos.
Às vezes são escolhas e mudanças que fazemos que não agrada a todos.
É tão confortável quando encontramos alguém sensível às nossas necessidades.
Principalmente nas relações de maior intimidade em que um dos lados se sente mais vulnerável como é bom encontrar quem nos ofereça sua bondade e compreensão, não julgamento e recriminação.
Quando alguém já está com medo e inseguro de que adianta a gente dizer: “onde você
estava com a cabeça? Eu falei!” é a última coisa que se deve dizer.
Mesmo que você esteja certo, às vezes não é hora de estar certo.
Não se deve penalizar alguém que já está sendo punido.
“Não se deve chutar cachorro morto.”
Thupten Jinpa, me relembrou isso na hora certa. Serve para todas as outras horas.                                                                                    

quinta-feira, 8 de março de 2018

Egoísta ou generosos(a)


 Egoísta ou generoso

Relendo a biografia de Flavio Gikovati reencontrei sua proposta de olhar os papeis que as pessoas praticam nas relações; relações divididas em 2 blocos:
os generosos e os egoístas.
Relações são experiências desafiadoras.
É um jogo.
E esse jogo é mediado por véus carmicos, marcas mentais impulsivas.

O generoso quer agradar, se esforça por agradar, sente a necessidade de estar disponível, se sente culpado por não agradar totalmente. Sente necessidade do reconhecimento, é carente.
O egoísta, é acomodado, se sente importante, insatisfeito, pouco interessado em conhecer o outro, reclama sempre que não recebe atenção, demonstra insatisfação e críticas constantemente. Carente, nunca quer estar só.
Diferente do individualista, que curte viver só.

Nessa relação, generoso/egoísta, a neurose dita as regras.

A lucidez do autoconhecimento nos libera desse jogo, o reconhecimento das nossas carências e dos complexos de inferioridade e dependência que nos afligem consegue reconstruir nossa autonomia.
Essa autonomia nos coloca numa posição adulta nas relações.
Entender o jogo promete a sensação de liberdade interior.


"Pouco importa o julgamento dos outros. Os seres são tão contraditórios que é impossível atender às suas demandas, satisfazê-los. Tenha em mente simplesmente ser autêntico e verdadeiro..."
Dalai Lama.



quinta-feira, 1 de março de 2018

Viver como turista




Esta foi uma das sugestões de Tenzin Rinpoche.
Estou recebendo vários vídeos e fotos de amigas que estão viajando.
O olhar de interesse e bom humor está em tudo compartilhado:
um bebê cheio de casacos quase imóvel, obras de arte abstratas grandiosas  no meio da praça como portais,
arvores cobertas por neve, novas comidas, cachorros com sapatos a prova de neve, descobertas do lugar que será casa durante uma semana; sustos, risadas,
esperas.
O turista não quer guardar tudo que vê, nem quer decorar seu quarto de passagem; o turista inteligente não tem tempo para tirar satisfação, nem perder tempo.
O turista anda com a pouca bagagem que consegue carregar.
O turista desfruta das guloseimas que encontra. Mas não fica com medo da falta e não carrega para o quarto mais do que vai comer.
O turista está sempre a espera da próxima novidade.
Para o turista cada dia é um dia totalmente diferente e novinho e tem que ser aproveitado porque nunca haverá outro igual.
Se o turista for pontual a viagem ficará mais repleta e divertida.
Conservar boas relações no passeio garante a diversão. O olhar apreciativo é uma boa dica.
A vida é uma viagem.
Resta a nós apenas lembrar todos os dias de cultivar o olhar de turistas, brincar de ser turistas...até o final da viagem.
Aproveite essa oportunidade!
                                                                                     

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Medo de perder as dores




Aprendemos práticas de acalmar, encontrar um olhar apreciativo para as circunstâncias.
Ficamos felizes com nossa dedicação mas de repente....chega uma sensação de estranhamento.
Será que a motivação está indo embora?
O que faltou aprender?
A alegria parece que tinha chegado para ficar!?!?!
Faltava tão pouco para acalmar e serenar...
A conexão deu um curto? Ou o defeito é da gente?
O calor está sumindo.
O que aconteceu com o entusiasmo inicial?
A insatisfação volta a crescer. A sensação é que a pratica não funciona mais.
Deu tanto trabalho para remover a dor?!?!?!?
Será que estava apegado à dor? O que aconteceu depois da remoção?
“Na dor, discutia com amigos, tinha atenção da família, conversava com que estava na mesma dor, até fiquei amiga do meu medico por causa dessa dor. O grupo de apoio me cuidava por causa dessa dor.
O que vou fazer se não tiver mais essa dor?
Meu mundo ficará vazio...”
Parece exagero? Consciente ou inconscientemente, temos medo de perder o que nos é familiar, mesmo que seja a dor.
Esse é um ensinamento que encontrei em “Despertando o corpo sagrado” de Tenzin Rinpoche e “Mania de sofrer” de Bel Cezar
Depois de remover a dor é preciso se reinventar, descobrir outras criatividades, descobrir e valorizar a liberdade e autonomia.
As dores não nos deixam importantes!
 Quando as alimentamos neuroticamente ficamos cada vez mais solitários e fracos. CUIDADO!!!!                                                                               

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Quem sou eu?



Quem sou eu verdadeiramente?
Esta foi a pergunta que me fiz depois da separação.
Dizem os ensinamentos que sou as possibilidades infinitas, sem fronteiras; sou esse céu puro, luz pura, consciência pura, calor puro.
Sou amor , compaixão, fogo.
Ou...sou espaço, consciência, calor.
Ou...essência, natureza e compaixão.
Belas palavras!!!! Verdades !!!!
Mas... na hora das separações e mortes essas palavras não resolvem imediatamente as dores; essas dores estão num plano mais grosseiro.
Sentir-se sozinho é uma barra.
O que resolve mesmo depois do “luto” é descobrir aos poucos um propósito para a vida senão ....morremos junto.
Encontrar respostas para:
_”o que você vai fazer com sua vida?”
_” por que  e por quem você quer continuar vivendo?”
Nossas aflições são gritos por socorro, por força e por bondade.

A solução é deixar-se ficar receptivo, corajoso (a), paciente.
E..aos poucos... olhar para vida para encontrar formas de compartilhar seu amor mais profundamente com outras pessoas.
Prestar atenção aos outros e dedicar-se gera gratidão de quem recebe e ajuda a “fechar” o buraco da solidão.