sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Como os budistas se preparam para morte


Dzongsar Rinpoche oferece instruções práticas sobre como se preparar para a morte e atingir a liberação

Os budistas vêem a morte como uma tremenda oportunidade espiritual. Mas por quê?

Sem precisarmos fazer absolutamente nada, o processo pelo qual nós naturalmente passamos vai nos colocar cara a cara com a base da liberação. O grande Chögyam Trungpa Rinpoche famosamente descreveu essa base como “a bondade básica do ser humano”. No momento da morte, a mente se separa do corpo e, por uma fração de segundo, todos nós experienciamos a nudez da nossa natureza de buda, tathagatagarbha. Nessa fração de segundo, se a base da liberação for apontada e nós a reconhecermos, seremos liberados.
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O ato de ter a base da liberação apontada para você causa uma impressão poderosa no seu alaya. Assim, mesmo que você não se libere na hora da morte, na sua próxima vida, quando ouvir palavras como “natureza de buda”, “tathagatagarbha”, “bondade básica do ser humano” e “base da liberação”, elas soarão familiares ou trarão uma sensação de déjà vu, — ambos são sinais de que você é um bom recipiente para a prática de Mahasandhi.
Neste exato instante, sua natureza de buda está envolta pelo casulo do seu corpo físico, dos rótulos e nomes que você atribui a todos os fenômenos, das distinções que você faz, e dos seus hábitos, cultura, valores e emoções. O propósito inteiro do Darma do Buda é nos libertar desse casulo. Mas, para que possamos entender plenamente essa libertação, precisamos primeiro conhecer a base da liberação.

O que é a “base da liberação”?

É mais ou menos assim: imagine que você está sentado num sofá, numa sala muito pequena. De repente, tudo o que você quer é dançar. Então, você move o sofá para a sala de jantar. Você consegue mover o sofá porque, não importa o quão pesado e volumoso ele seja, ele é móvel, e o espaço para onde você o leva é intrinsecamente disponível.
Explicando de outra forma, a base da liberação — também chamada de “base do despertar” — é algo como um estado de sonho acordado. Quando temos um pesadelo, por mais aterrorizante que seja a experiência, nada acontece de fato porque, no momento em que acordamos, o pesadelo se dissolve sem deixar nenhum traço. O fato de que nada acontece é “a base da liberação”, a “natureza de buda”.
Assim, se não há nenhuma aranha na sua cama antes de você deitar, enquanto você dorme e quando você acorda, por maiores e mais cabeludas que as aranhas do seu pesadelo sejam, não há nem nunca houve uma aranha na sua cama. Em outras palavras: você não é o seu sonho. Ninguém experiencia sonhos de forma constante, apenas ocasionalmente. E porque você não é o seu sonho, você pode acordar. Se você o fosse, nunca seria capaz de despertar.
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Breves sugestões para refletir:

Corte todos os emaranhados mundanos

Confesse

Lembre-se do que está para acontecer

Tome refúgio e gere bodicita

Foque na sua prática espiritual

Distribua seus bens mundanos

Acostume-se à ideia de que a morte é iminente

*estes trechos  foram extraídos do livro Living is Dying: How to Prepare for Dying, Death and Beyond (2018), escrito por Dzongsar Khyentse Rinpoche e disponível na íntegra para download gratuito no site da Siddhartha’s Intent.

 

 


sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Para dissolver nossas cicatrizes

Nos sustos e surpresas, ao virar as esquinas da vida, aparecem as marcas mentais.

Essas marcas mal cicatrizadas  são responsáveis pelos impulsos dos quais nos arrependemos ou provocam respostas e escolhas nem sempre lucidas.

Estou sempre atenta aos meios que possam ajudar a dissolver essas marcas sem precisar exatamente “mexer na lata de lixo do passado”.

As experiencias que tenho testemunhado com as gotas dos óleos essenciais são bem interessantes e as respostas são rápidas para ajudar nas mudanças.

Um método simples, leve e delicado que toca o banco das memorias e, principalmente através dos sonhos, reconhecemos e atravessamos ( tanto quanto a gente consiga)as montanhas das nossas dificuldades.

Como já estou autorizada a trabalhar com Psicoaromaterapia elegi alguns óleos essenciais para cada uma das emoções que trabalhamos na “Psicologia Budista” e que também estão embutidas nos “5 princípios do Reiki”

Você precisa passar pela experiência!


PSICOAROMATERAPIA
O uso terapêutico das essências, a AROMATERAPIA, é conhecido desde a antiguidade como terapia complementar.
A PSICOAROMATERAPIA é o uso dos óleos essenciais como FACILITADORES no autoconhecimento.
Óleos essenciais não são simples fragrâncias.
Os óleos essências são gotas obtidas através da extração mecânica de grandes quantidades de madeiras, raízes, resinas, flores, frutos, folhas etc.
Durante eras glaciais do planeta determinadas plantas desenvolveram para sobreviver dutos onde as resinas não congelavam; esses dutos é que guardam os óleos essências.
Essas gotas “carregam” vários tipos de frequências da energia vital.
O olfato é um sentido primitivo e sofisticado diretamente conectado ao centro do cérebro, ao sistema límbico. Chegou até ser chamado de cérebro olfativo associado às respostas emocionais de prazer, raiva, medo, culpa, orgulho, insegurança, tristeza, sentimentos, sensações sexuais, memória longa e curta, padrões de comportamento, reações do corpo, impulsos automáticos etc.
Memórias olfativas podem perdurar mais que memorias visuais.
O olfato é o único sentido sem censura; os odores tocam diretamente o banco de memórias.
O subconsciente recebe os odores e responde antes de nos tornarmos conscientes dele.
O uso da inalação dos óleos essências permite purificação de padrões aflitivos, reforço do sistema imunológico, mudanças de comportamento e clareza de raciocínio.
Na PSICOAROMATERAPIA escolhi sugerir a inalação de cada óleo separadamente, de uma semana a um mês, para cuidar de cada comportamento aflitivo com delicadeza e acompanhar as respostas.
AGENDE SEU HORÁRIO

 

quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Para aproveitar apegos e desapegos




Mesmo que tenhamos sido treinados a acreditar que se deixarmos as coisas irem vamos ficar sem nada, a vida mostra repetidamente o oposto: deixar ir é o caminho da verdadeira liberdade.
A simplicidade é o ponto último da iluminação.
Simplicidade não quer dizer pobreza.
Pobreza é um estado de espírito não apenas privação das necessidades.
Existem 2 olhares: quando as ondas batem nas rochas por anos você pode olhar como destruição ou como esculturas de novas formas interessantes.
Nosso caráter também; as perdas não são perdas, as perdas são a possibilidade do novo.
Um filho especial, não é um filho que deu errado; é um filho que vai ensinar a aumentar a humanidade e a verdadeira natureza luminosa e compassiva da família e amigos.
Quando o rancor pelas perdas desaparece aparece mais espaço para a bondade.
Essa bondade é o que sobrevive à morte, é o que deixamos na boa lembrança dos seres.
Viver é treinar despertar essa bondade forte e como realiza-la.


Quem balança tua árvore?




A história abaixo foi encontrada no livro “An Empty Mirror” de Wetering.
Em um antigo templo, vivia um monge que cuidava do mestre aposentado e do famoso jardim do templo.
Certo dia chegariam visitantes de longe para admirar o jardim e então, por toda a manhã, o monge passou meticulosamente o ancinho na areia, juntando com esmero todas as folhas espalhadas.
Depois de deixar tudo no ponto, notou que o velho mestre observava seu trabalho por cima do muro do jardim.
“Muito bem”, disse o velho,” mas está faltando uma coisa”.” O que?”. Indagou o monge.
Pegando num galho que se inclinava sobre o muro do jardim, o mestre balançou forte a árvore, espalhando uma cascata de folhas de outono por cima da areia imaculadamente limpa. “Assim”, disso o velho mestre. “Agora está perfeito”.
Somos parecidos com esse monge, queremos um caminho perfeito, queremos encontrar algo que deixe a paisagem bonita e a vida serena.
Queremos jogar fora todas as coisas, relações, emoções, manias, sensações e situações que incomodam, jogar fora como as folhas mortas.
Mas não dá.
Não fomos preparados para aceitar a vida como ela é.
Não fomos preparados par enxergar a beleza e o sentido das folhas que também caem no nosso jardim.
Quem é que balança tua árvore?
Um filho, um marido, um colega de trabalho, um vizinho, uma paixão antiga, falta de dinheiro, teus pensamentos?
Assim é a vida, como o jardim do monge; limpamos o terreno e esperamos quais folhas irão cair. Aí limpamos novamente.
Nossa prática não deveria ser querer eliminar as folhas permanentemente; deveria ser querer criar um jardim cada vez mais amplo que pudesse acolher mais folhas, até que possa conter serenamente qualquer coisa que aconteça na vida.
Quando descobrimos a aceitação e aprendemos a responder a cada momento da vida como ela é, descobrimos então que cada folha caiu no lugar certo.

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Como meditar



“A meditação nos ensina literalmente a nos sentarmos com todos esses estados, e através deles, de uma forma que progressivamente fortaleça nossa capacidade de tolerar, regular e organizar nossas experiências afetivas. Não há nada místico nesse aspecto da prática.
A primeira regra de uma prática de meditação sentada é sentar-se imóvel. Isso significa sentar-se sem se mover inquieto, não ceder ao desejo de coçar, não limpar o nariz que escorre, não mover um pé que adormeceu ou está dolorido. É comum ver os iniciantes chegarem às raias do pânico só de pensar em seguir essa regra básica, por medo de se sentirem aprisionados ou de ficarem agitados por não poderem responder a esses sinais aversivos básicos. A meditação oferece muitos desses desafios.
 Não importa o que aconteça, não importa o sentimento que surja, aprende-se a aceitar, observar e sentir.
Na função de mestra, Joko exigia de mim nada mais nada menos do que honestidade emocional. Repetidas vezes ela enfatizou que praticar não envolve tornar-se outra pessoa ou chegar a determinado estado, mas estabelecer-se profundamente na realidade física e emocional do momento presente.
Ela pedia aos alunos para ficarem atentos à coloração emocional ou afetiva de cada momento. “Onde está esse sentimento no seu corpo?”, perguntava ela. “Você sente uma tensão ou rigidez na garganta, no pescoço ou no ventre quando se permite sentir inteiramente este momento? Consegue sentir a resistência a estar totalmente presente que se manifesta nessa tensão corporal?”
A prática para Joko significava aprender a sentar-se com a resistência, identificar a resistência na forma de tensões corporais, para sondar o histórico emocional dessas tensões, momento após momento. Quando nos sentamos, em vez de tentarmos ficar calmos ou em paz ou aquietar a mente, praticamos permanecendo em meio a todos os sentimentos que surgem. Não obstante, sentar-se imóvel por períodos regulares todos os dias tem um efeito estabilizador e centralizador.
Acompanhar a respiração e rotular os pensamentos cria um “observador” interno estável que não é golpeado por emoções conflitantes nem arrastado pelo fluxo da associação ou reflexão. O praticante de meditação se torna cada vez mais capaz de interromper cadeias repetitivas ou obsessivas de pensamentos e sentar-se, em absoluto silêncio interno, com a ansiedade ou tensão corporal que em geral acompanha esses pensamentos. Nesse ponto, o “observador” se dissolve na experiência de apenas sentar-se.
A principal dimensão estrutural da prática zen consiste nessa capacidade crescente de tolerar estados afetivos antes intoleráveis e evitados. Assim como a psicanálise, a prática zen é um contexto relacional estruturado que visa expor, tolerar e enfrentar padrões de experiência afetiva, incluindo afetos anteriormente reprimidos ou dissociados.” (Mente comum: um diálogo entre o zen budismo e a psicanálise, Barry Magrid)                                                                                    
http://www.centrobudista.com.br/como-meditar/

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Os desafios da meditação


Assim ouvi do Mestre:
“Quando as pessoas começam a meditar, frequentemente dizem que seus pensamentos estão correndo tumultuados e ficaram mais selvagens que nunca.
Mas eu afirmo que este é um bom sinal.
Longe de pensar que seus pensamentos estão mais selvagens, isto mostra que você está mais quieto e, finalmente, se tornou consciente de quão barulhentos seus pensamentos sempre foram.
Não fique desencorajado nem desista.
Seja o que for que surja, continue a ficar no presente, continue retornando a respiração, mesmo que seja em meio à confusão”

sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Perguntas sem respostas



Era uma vez...de verdade...
Durante uma tempestade Uttiya, uma asceta, veio visitar Buda.
Ananda, o fiel acompanhante de Buda, ofereceu-lhe uma toalha para que se secasse.
Então Uttiya sentou-se e perguntou:
Monge Gautama, o mundo é eterno ou um dia vai acabar?
Buda respondeu: Asceta Uttiya, não vou responder a essa pergunta.
Uttya então perguntou:
O mundo é finito ou infinito?
Corpo e espírito são um só ou são separados?
Quando você morrer vai continuar a existir ou não?
Buda: “ não vou responder. Só respondo questões que pertencem a práticas que visam ganhar maestria no controle corpo e da mente afim de superar sofrimentos e ansiedades”.
Voltando a nossa vida.
Para que ficamos rodeando perguntas que não visam nos ajudar a superar nossas confusões?
Para que ficamos interessados em histórias que não nos pertencem?
Para que ficamos perdidos em hipóteses catastróficas ou em histórias de Cinderela?
Ao amanhecer vamos nos comprometer com o caminho que leva à serenidade.
Ao amanhecer vamos nos comprometer a evitar fofocas.
Ao amanhecer vamos nos comprometer não gastar nosso precioso tempo inutilmente em intrigas.
Ao amanhecer vamos nos comprometer com a BONDADE, em TODAS as situações, com TODOS os seres, em TODOS os tempos, em TODOS os lugares.