quinta-feira, 22 de junho de 2017

O que realmente resta na vida



Com a passagem do tempo tudo no corpo vai mudando, se dissolvendo (morrendo): células, neurônios, glândulas, pele, ossos...até as expressões do rosto e opiniões mudam dependendo da nossa “lua”.
O que chamamos da nossa verdadeira essência básica é um “continuum” de vida, é o que resta, é a base onde as aparências dançam, nada além. Essa a explicação da filosofia budista.
Hoje as coisas estão bem, amanhã um susto, no outro momento a solução, o humor vai mudando e assim vai a vida. De onde veem e para onde vão essas mudanças, o que elas representam?
O que pode ser mais imprevisível do que nossos pensamentos e emoções?
Você tem alguma ideia do que vai sentir ou pensar no próximo minuto?
A mente pensante é tanto vazia quanto impermanente, é transitória como um sonho.
Observe um pensamento: ele vem, fica e vai.
O passado é passado, o futuro ainda não surgiu, até o que você está pensando agora já é passado. A única coisa que realmente temos é o AGORA.
Prestar atenção à respiração, observar os pensamentos passando na mente e nas sensações dos sentidos SEM CONSTRUIR HISTÓRIAS e sem se deixar arrastar por eles, é estabilizar na verdadeira natureza livre.
Isso é um meditação também.
( seguindo ensinamentos de Sogyal Rinpoche)

                

quinta-feira, 15 de junho de 2017

Meditar, simples ou complicado?

                      
Encontrei uma vizinha que comentou: fiz um curso de meditação, mas ficar com a mente vazia é muito difícil....
Respondo: não é só difícil como impossível. A mente pensante foi feita para pensar.
Muitas vezes as pessoas pensam que meditar é não ter pensamentos e emoções; e quando pensamentos e emoções aparecem, as pessoas ficam aborrecidas e desanimadas consigo próprias e imaginam que falharam.
Nada pode ser tão distante da verdade.
Um ditado tibetano diz sobre essa ideia: “meditar sem pensamentos é impossível como pedir carne sem osso e chá sem folhas.”
Enquanto você tiver uma mente cérebro pensante, você terá pensamentos e emoções.
Meditar é aprender a apenas sentar em quietude e observar o que está sendo projetado na “tela” pela mente do cérebro, pensamentos, emoções, situações, urgências, sensações.

Aos poucos você vai descobrir o que está por trás dessa projeção.

sexta-feira, 9 de junho de 2017

Para que repetir os ensinamentos?

                                           
O caminho para descobrir a liberdade da sabedoria da solidariedade, da ausência de egoísmo, os mestres nos avisam que é através do processo de escutar e ouvir, contemplar e refletir, e meditar.

Avisam também para ouvir repetidamente os ensinamentos espirituais. E a internet também nos facilita muito nesse processo.
Assim como vamos ouvindo, isso nos mantém relembrando, relembrando e relembrando sobre a sabedoria da verdadeira natureza que ainda está oculta.

Gradualmente, ouvindo os ensinamentos, certas passagens e intuições que aparecem neles vão tocar cordas curiosas em nós, memórias da nossa verdadeira natureza livre começam a pingar de volta e um profundo sentimento de familiaridade  essa liberdade irá despertar.

(seguindo ensinamentos de Sogyal Rinpoche)


                                           

sexta-feira, 2 de junho de 2017

Para escolher um Mestre

                                                 

Dizem os ensinamentos que para escolher um Mestre e seguir os estudos é interessante observar se ele pratica tudo que ensina, ensina tudo que sabe, mantém suas praticas, tem olhar interessado e compassivo para os que o acompanham, não transforma o Darma em produto para obter lucro e, principalmente, pertence a uma linhagem nítida.
Um professor sem linhagem não é capaz de transferir bênçãos.
Conhecer o Mestre,o Mestre de seu Mestre e sua linhagem é importante porque tudo surge por dependência, tudo depende de causas e condições nada se auto-gera. Todos os Mestres verdadeiros tiveram Mestres.
É perigoso confiar em alguém que se autoproclame como revelador de um novo caminho para iluminação, já que não há como verificar a veracidade das suas palavras.
Quem será o professor externo?
Aquele com quem sentirá conexão?
Ninguém além do que a  corporificação e voz de seu “Mestre Interno”.
O Mestre que em sua forma humana e sua voz humana aprendemos a nutrir bondade amorosa mais que a outros é ninguém mais do que a manifestação externa do mistério da nossa própria verdade interna e sutil.
Nutrimos essa conexão porque esse Mestre consegue se fazer ser o espelho da nossa verdadeira natureza.
Sempre com o cuidado de olhar para seus ensinamentos, não para sua humanidade.
Que outra explicação haveria sobre a forte ligação que mantemos com eles?
Essa ligação é a pratica de Guru Yoga, é assim que fazemos uma ponte entre nós e nossa verdadeira natureza.

(seguindo ensinamentos de Sogyal Rinpoche e Dzongsar J. Khyentse)        

quinta-feira, 25 de maio de 2017

Qual a lição do dia?

                                

Todas as situações são formas de ensinar.

Nossa natureza budica tem um aspecto ativo que é nosso “Mestre interno”.

A cada vez que ficamos obscurecidos, esse Mestre tenta incansavelmente nos trazer de volta para a radiância e para o espaço livre do nosso verdadeiro ser.
Em nenhum momento, esse “Mestre interno” desiste de nós.

Esse “Mestre interno” está e esteve sempre conectado a infinita compaixão de seres iluminados, inteligências sutis, trabalhando para nossa evolução; não somente nesta vida  mas também no passado, usando todos os tipos de meios hábeis e vários tipos de situações para nos ensinar, nos despertar e guiar de volta para a verdade.

Como teu “Mestre Interno” está te ensinando agora?

(seguindo ensinamentos de Sogyal  Rinpoche)



sexta-feira, 19 de maio de 2017

Recado de Buda

                               

Meditação é trazer a mente de volta para “casa” e isso pode ser alcançado através da atenção plena que hoje está na moda usar o termo “mindfulness”.

Uma vez uma mulher foi procurar Buda e perguntou como meditar. Ele disse a ela para permanecer atenta a todos os movimentos de sua mão enquanto ela estivesse puxando água do poço, sabendo que se ela fizesse isso, ela se descobriria rapidamente num estado alerta e de calma espaçosa que é exatamente meditação.

Não puxamos água de poço, mas podemos fazer isso cozinhando, nos lavando, escovando dentes, comendo, dobrando roupas , fazendo exercícios etc

( seguindo ensinamentos de Sogyal Rinpoche)



quinta-feira, 11 de maio de 2017

O Carma

                                                 
Na visão budista carma é ação; mas não uma ação comum. É uma ação que se repete e se transforma em aflição.
As ações/resultados que se repetem e nos levam para estabilidade e paz, recebem o nome de mérito.
Quando recebemos resultados de méritos, despertamos gratidão às nossas ações anteriores, expandimos essas alegrias e continuamos no compromisso de continuar trazendo beneficio aos seres através das 6 perfeições (paramitas) – paciência, generosidade, esforço constante, moralidade (ética), concentração e sabedoria (lucidez).
Na perfeição da generosidade tomamos o cuidado de perceber o que é mais necessário:
Oferecer proteção, oferecer apoio material, oferecer o que se aprendeu (quando perguntado) e/ou oferecer aceitação incondicional.
O carma que produz situações de aflição, sofrimentos, constrói prisões que parecem sem portas; sejam os sofrimentos de dores físicas e mentais, sofrimentos de perdas ou sofrimentos de duvidas e ignorância ( de não saber ou saber equivocado).
Por isso a sensação de felicidade se mistura muito ao desejo de liberdade.
É isso mesmo!
A liberdade está por trás dessas prisões; e elas não são assim tão solidas nem infinitas.
Ao invés de dar atenção à aflição, se motivar como cultivar méritos abre saídas dessas prisões do carma. Vamos nos distraindo e evitando repetir ações viciosas negativas, autocentradas.
Uma boa dica é cultivar olhar apreciativo seja qual for a situação e ...sorrir.
Sorrir sempre, tudo passa!